21 de ago. de 2015

O Jogo Político nos Tempos de Jesus na Palestina - Noções do Código Moral e Ético do Cristo nos Dias Atuais na Política do Brasil

Jesus histórico e a política nos tempos da palestina


Os dois textos anteriores que servem como base para os temas que serão abordados aqui, a política nos tempos de Jesus e o Jesus histórico, podem ser lidos no seguinte link: AQUI 

O capítulo 12 do livro “A Bíblia no 3º Milênio” aborda em detalhes, ao longo de quase 70 páginas, toda a vida do Jesus Histórico. Quem quiser o pdf com esse capítulo, basta enviar um email para profecias2036@gmail.com que eu envio gratuitamente este pdf do livro. Vamos então compreender um pouco do contexto político e religioso da Palestina nos tempos de Jesus:

Jesus viveu em uma época que a Palestina (nome dado pelos romanos a região que corresponde hoje à Israel) não apenas sofria com a opressão dos romanos sobre o povo hebreu, como também uma clara divisão entre dois grandes grupos religiosos.

O grupo do Sinédrio era conhecido pela autoridade romana como a autoridade religiosa dos hebreus e era composto por fariseus e saduceus, nome dado às duas classes sociais mais proeminentes e ricas no seio do povo hebreu. Entretanto, havia um outro grupo, que não era reconhecido pela autoridade romana e nem pelo Sinédrio, que era o grupo dos Essênios ou Essayas, grupo religioso que atuava em algumas localidades, em especial no rio Jordão, próximo a Qumran, local que João Batista, primo de Jesus, realizava batismos.

Se o Sinédrio possuía seu Sumo Sacerdote, os Essênios possuíam o seu Mestre da Justiça, cargo que Jesus assumiu ao ser batizado por João Batista, quando se tornou Jesus Cristo (Christo, que significa ungido, exatamente por ter sido consagrado como o Mestre da Justiça dos Essênios). Tal informação é confirmada na Bíblia em Hebreus 6:20 ao informar que Jesus é o Sumo Sacerdote Eterno da ordem Melquisedec, enquanto que nos manuscritos do Mar Morto (manuscrito 11Q13) afirma que o ungido é o rei Melquisedec dos Essênios.

Os Essênios contavam com o apoio das classes mais humildes, entre elas os ebionitas (ebionim = pobres) e os zelotes (ou zeladores) que era o grupo mais radical na luta pela independência da Palestina em relação ao domínio romano e que quase 30 anos após a crucificação de Jesus organizaram um grande enfrentamento contra os romanos na batalha de Massada. Essa parcela mais humilde da população hebraica enxergava Jesus como um líder revolucionário que viria libertar a Palestina do jugo romano. Entretanto, o reino que Jesus desejava implantar era de natureza espiritual.

Naquela época existia a escola rabínica de Hillel e a escola rabínica de Shamai, ambas formavam os doutores da lei (rabis) que poderiam pregar nas sinagogas. A maioria dos fariseus era formada na escola de Shamai (legalistas) enquanto que Jesus formou-se na escola de Hillel, tanto que Jesus pregava dentro das sinagogas, algo que somente um rabi legítimo poderia fazer.

Jesus era, portanto, um rabi legitimamente formado em uma escola rabínica e mais ainda, era o Sumo Sacerdote (Mestre da Justiça) dos Essênios, a corrente religiosa majoritária entre os hebreus mais humildes e que não aceitava o Sinédrio como o representante religioso dos hebreus, exatamente por concentrar apenas a casta mais abastada financeiramente e socialmente falando da Palestina.

A luta de Jesus não era pessoal contra os fariseus, tanto que ele possuía amizade ou pelo menos um contato amigável com dois fariseus segundo os relatos bíblicos (Nicodemos e José de Arimatéia), a luta de Jesus era em verdade contra a estrutura mercantilista do Sinédrio, transformando a religião dos hebreus em um grande jogo de política para fortalecer o poder das classes mais abastadas financeiramente e socialmente e assim exercer poder sobre as classes mais humildes. Seria, como nos dias de hoje, se um político legitimamente eleito, condenasse a ação de um governo que estivesse utilizando o poder social e econômico em benefício próprio, em detrimento do povo, e ao mesmo tempo estivesse (o governo) utilizando um discurso de justiça e cumprimento das leis, quando o próprio governo não estivesse cumprindo para si o discurso que pregava. A condenação de Jesus a hipocrisia de tal classe religiosa e política (Sinédrio) no famoso sermão aos fariseus (Mateus 23:1-39 e Lucas 11:37-54) é a mesma condenação que seria feita a classe política que prega "justiça social" ou uma "sociedade mais justa e fraterna" mas que não abre mão de uma única vírgula de suas regalias e benefícios materiais muito acima daquilo que defendem como justo para a sociedade. Essa é a essência da crítica de Jesus a política da sua época.  

Quando Jesus fez seus longos sermões contra os fariseus, condenando o materialismo e a vaidade destes ele não estava na posição do homem que ensinava o Evangelho de amor, mansuetude e fraternidade, mas sim na posição de um líder espiritual e político, legitimamente eleito por uma parcela expressiva dos hebreus, pois além de Rabi era o Supremo Sacerdote dos Essênios. Era essa autoridade moral, mas sobretudo política e legítima, que o autorizava a condenar a postura dos doutores da lei de forma tão veemente. 

Considerando isso é um erro imaginar um Jesus “guerreiro” ou “justiceiro”, pois estas não eram características do Messias, mas sim a postura que era exigida de um líder político e espiritual de parte expressiva do povo hebreu e que condenava, na posição de líder político e espiritual, a postura do grupo (Sinédrio) que não exercia de forma adequada a representação religiosa do povo hebraico. 

Dessa forma podemos compreender como o Jesus que ensinava o amor, a mansuetude e a fraternidade, pôde agir de forma tão veemente contra os fariseus, pois não agiu nesses casos na condição pessoal, de homem, mas sim na condição de um político legitimamente constituído e que tinha autoridade constituída para representar parcela expressiva da população hebraica, sobretudo a mais humilde. Devemos compreender isso para que não nos arvoremos em tentar justificar uma atitude guerreira, agressiva ou condenatória com base nessas passagens bíblicas as quais Jesus condena os fariseus, pois elas não foram feitas em um contexto pessoal e sim em um contexto político, por ele ser um líder político legitimamente constituído condenando outros líderes políticos legitimamente constituídos

A luta pessoal de Jesus era na verdade mostrar a toda população da Palestina que existia apenas um único Deus, acima do Sinédrio e do Império Romano, um Deus misericordioso, justo e espiritual, pelo qual valia à pena lutar, não uma luta armada ou bélica, mas uma perseverança na fé e na prática do amor ao próximo, por isso o exemplo de Jesus que ao invés de organizar um levante pela independência do povo da Palestina contra o Império Romano (e poderia ter feito isso, pois era visto como um líder) preferiu aceitar a crucificação e mostrar a vida após a morte quando se materializou por 40 dias após seu desencarne, pois sabia no seu íntimo as perseguições e guerras que a humanidade vivenciaria ainda por longos séculos após sua vinda a Terra, sabia que a verdadeira resistência era a fé e a certeza na vida após a morte, a certeza que somente a prática do Evangelho (a paz, a mansuetude, a humildade, a caridade e a fraternidade) poderiam livrar o homem das correntes kármicas seculares do ódio e da vingança. Sabia como disse no Evangelho, que os escândalos deveriam vir, mas ai daquele que trouxesse os escândalos (pois haveria de responder pela violência que praticasse).

Vale ainda relembrar a essência pacífica de Jesus:

"porque eu sou manso e humilde de coração" (Mateus 11:29)

"Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor". (João 15:10)

Além disso, vale lembrar o Sermão da Montanha (Mateus capítulo 5) no qual Jesus descreve toda a lei (como por exemplo, ser misericordioso, amar os inimigos, entre outras coisas que ele próprio como disse, também guardou e praticou)

Essa era a essência de Jesus, que em nada se coaduna com um homem agressivo que atacasse pessoalmente seus adversários. Nos episódios dos mercadores do templo e no sermão contra a hipocrisia dos fariseus, dois episódios que aparentemente contradizem essa índole pacífica do Messias, ele estava em verdade, falando como o líder dos essênios, combatendo as práticas religiosas e políticas dos fariseus e do Sinédrio e não em um confronto pessoal contra esses e em hipótese alguma por vaidade pessoal ou qualquer conotação de agressividade.

Além disso, há um outro motivo, explicado no capítulo sobre o "Jesus Histórico" da Bíblia no 3º Milênio: o Messias sabia que tinha pouco tempo de vida, seu corpo carnal não suportaria muito mais tempo e exatamente por isso ele precisava de um pretexto para ser preso e crucificado antes que o seu próprio corpo físico sucumbisse, pois somente com o exemplo da doação da sua vida pelo gênero humano e sua ressurreição, mostrando a realidade da vida após a morte é que ele poderia concluir sua missão.

Jesus, como bem alertou no Sermão Profético e no Apocalipse, sabia que a humanidade terrena, de expiação e provas, ainda vivenciaria 20 longos séculos de provações e expiações, guerras e lutas e justamente por saber disso, trouxe o exemplo à humanidade de não perder a fé mesmo diante de um grande sacrifício (sua própria crucificação ou ainda os cristãos perseguidos pelos romanos), de manter a fé em uma vida espiritual além do físico (sua ressurreição materializado em corpo glorioso) e, sobretudo manter a fé na prática da caridade, da mansuetude e da fraternidade (a cada um segundo suas obras). Jesus veio nos preparar para a guerra espiritual, mas não uma guerra de agressões ou violência, mas o bom combate que tem por objetivo o crescimento espiritual e a difusão do bem sobre o mal, ou de forma mais clara, aquilo que é correto sobre aquilo que é errado.

O bom combate, lutando pela purificação de instituições, identificando os valores e ações equivocadas, transformando comportamentos equivocados em comportamento positivos, o amor que busca educar ao invés de simplesmente condenar.

O correto e o errado independem de partido ou posição política, está na verdade acima de qualquer preferência político-partidária ou qualquer simpatia por determinado político. Aquilo que é correto é uma noção moral e ética e independente das preferências político-partidárias de uma pessoa, ela precisa ter maturidade para reconhecer quando, mesmo um partido ou um político com o qual simpatiza, está agindo de forma errada, pois do contrário estará colocando um partido ou um político acima do código moral e ético que deve pautar todos os políticos e partidos. Um exemplo claro e simples:

É correto um político prometer várias promessas em uma campanha e poucos meses depois fazer totalmente o contrário daquilo que prometeu em mais de uma dezena dessas promessas?

É correto um político ou um partido exaltarem regimes notadamente ditatoriais de outras nações?

É correto em uma campanha um político iniciar (ser ele a começar) ataques pessoais contra a moral do seu adversário ao invés de debater propostas?

É correto um político apoiar, se omitir ou não mostrar claro repúdio à discursos que incitem atos de violência com armas contra pessoas desarmadas?  

É correto um político não aceitar cumprir leis constituídas na Constituição?

É correto um partido manter em seus quadros um político condenado pela Justiça em última instância?

Uma noção mínima de moral e ética impede que qualquer pessoa de bom senso diga "sim" a qualquer uma das perguntas colocadas acima, independente de suas preferências por determinado partido ou determinado político.


Se desejamos estabelecer a Pátria do Evangelho aqui no Brasil, relembrando os ensinamentos no Evangelho do Jesus histórico, e colaborarmos com transformações positivas na política (acima de partidarismos ou políticos) precisamos reconhecer o correto e o errado, acima de qualquer paixão partidária ou preferência política. Que cada um possa refletir sobre as perguntas acima e identificar que tipo de político ou partido deseja para o Brasil. 

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19 de ago. de 2015

O Sistema Filosófico e Econômico na Era de Regeneração: Nem Capitalismo e nem Socialismo

Esquerda, direita, liberalismo e estatismo

Dando continuidade aos assuntos abordados no texto sobre as manifestações de 16 de agosto de 2015 no Brasil e sobre as considerações sobre "esquerda", "direita", "liberalismo" e "estatismo", inclusive com um teste bem interessante. O texto está aqui: Agostode 2015 - O 3º Ato da Revolução Brasileira na Aurora do Terceiro Milênio 
  
Eis o trecho do livro "Brasil o Lírio das Américas" entre as páginas 237 e 247, abordando os pontos positivos e negativos do sistema capitalista e socialista e porque nenhum deles será o sistema da Era de Regeneração: 


Capitalismo, Socialismo e uma Nova Visão

O capitalismo possui como elementos característicos: a maioria dos meios de produção pertencentes à propriedade privada com o objetivo de criar produtos ou serviços que alcancem lucro monetário dentro de um mercado consumidor.

O mercado consumidor é composto por pessoas com capacidade monetária de compra, seja por trabalharem em empresas privadas, estatais ou por serem donas de uma empresa (propriedade privada). Atualmente a face mais moderna do capitalismo que surgiu no final dos anos 80 nos Estados Unidos e na Inglaterra é o monetarismo, que possui como premissa básica o controle por parte do Estado do volume de moeda e outros meios de pagamento como forma de manter a “estabilidade” da economia.

O socialismo possui como elementos característicos: a defesa da administração pública ou coletiva das propriedades e dos meios de produção, distribuição de bens, busca por igualdade de oportunidades e métodos de compensação para os grupos ou classes sociais em situação menos favorecida.

Sua face mais moderna é o Estado de Bem Estar Social, que é definido pelas políticas de bem estar social implementadas pelos organismos políticos e econômicos que compõe a organização do Estado regulamentando a vida social, política e econômica de uma nação através de parcerias com sindicatos e empresas privadas para garantir serviços públicos à população.

Os principais exemplos de sociedades de Estado de Bem Estar Social são a Noruega e a Suécia e tal face moderna do socialismo surgiu em resposta aos governos totalitários de Hitler e Mussolini na Segunda Grande Guerra, como forma de implantar ideais socialistas dentro de uma sociedade majoritariamente capitalista a nível global e ao mesmo tempo garantisse benefícios à população que assegurassem o estado democrático, no qual o proletariado representado pelos sindicatos atuaria junto à iniciativa privada e mesmo sem ter o controle dos meios de produção ou a administração coletiva destes teriam em contrapartida benefícios sociais públicos.

Dentre os diversos ramos ideológicos dentro do socialismo, todos defendem de alguma forma certo grau de controle estatal, seja no próprio capital circulante (dinheiro), seja racionalizando a produção de bens e serviços de uma sociedade de forma a adequar tal produção as necessidades da sociedade, evitando desperdício e escassez e assim, teoricamente, evitando inflação e recessão.

A defesa desse controle estatal, em maior ou menor grau dentro dos diversos ramos ideológicos do socialismo visa, em essência, diminuir a concentração de riqueza e poder em um pequeno segmento da sociedade, permitindo assim maior compartilhamento da riqueza, caracterizando a busca por maior justiça social, exatamente o que o Estado de Bem Estar Social busca realizar ao implantar ideais socialistas dentro de uma economia de mercado, de capital, ou seja, capitalista.

Ocorre que existe uma grande diferença entre o socialismo teoricamente “justo” a nível social e o modelo que existiu na realidade.

No socialismo utópico não haveria ociosos, ou seja, todos trabalhariam e produziriam bens e serviços, pois em essência todos são bons, mas são corrompidos pelas injustiças sociais e instituições sociais ineficientes e toda a sociedade deveria ser reorganizada em grandes fazendas industriais para a produção de bens agrários e industriais.

Já no socialismo católico, a Igreja se colocava como o instrumento de justiça social, defendendo uma jornada de trabalho menor para os trabalhadores (na época nos anos de 1900, superior a 12 horas diárias, sem descanso nos finais de semana, direitos trabalhistas ou um salário mínimo, o que nos dias de hoje seria considerado escravidão).

Em contrapartida a todas as questões doutrinárias visando justiça social e menor distribuição de renda, a aplicação do socialismo ou das teorias ligadas ao socialismo através de um Estado sobre uma sociedade foi um desastre, ocorrido no governo de Stálin na antiga União Soviética, somente comparado a Grande Depressão, igualmente um fracasso ideológico, só que do capitalismo.

O Estado socialista de 1921 comandado por Stálin e que perdurou até 1953 aboliu qualquer princípio democrático, proibindo oposição política ao partido comunista, colocando todos os sindicatos sob o comando do partido comunista, prendendo e perseguindo quem se opusesse ao regime, número que pode ter superado 10 milhões de pessoas nas gélidas prisões da Sibéria, ocasionando mais de 2 milhões de mortes.

Ao revisitarmos a história recente temos como mostrado a pouco, dois exemplos bem distintos da aplicação dos ideais socialistas: no modelo soviético de Stálin um comportamento totalitário (poder político total sem oposição) e autoritário (poder concentrado nas mãos de uma única autoridade na imagem do ditador) no qual a aplicação das teorias socialistas gerou fome e concentração de poder ao invés de justiça social e divisão do poder.

Entretanto, se observarmos o atual modelo da Noruega e Suécia de Estado de Bem Estar Social, veremos duas democracias pluripartidárias que conseguiram de forma eficiente, mesmo dentro de uma economia capitalista, desenvolver valores socialistas como maior justiça social, menor concentração de renda e uma integração mais equilibrada entre a produção das propriedades privadas produtivas e o planejamento econômico do governo estatal, diminuindo desperdícios de uma economia de mercado descontrolada ou totalmente liberal e aplicando de forma mais eficiente os recursos disponíveis, no caso da Noruega o uso da riqueza obtida com a exploração do petróleo e no caso da Suécia a utilização de altos impostos para bancar o custo dos serviços públicos sociais eficientes

Se observarmos bem, existem duas semelhanças entre o capitalismo e o socialismo: pessoas e dinheiro.

Tanto nas visões clássicas da doutrina socialista e da doutrina capitalista, o ser humano é compreendido sob dois extremos: no socialismo a figura do indivíduo praticamente desaparece dentro da coletividade, a livre iniciativa é desvalorizada em prol de uma maior padronização coletiva de comportamento controlada pelo Estado em benefício da sociedade.

Tal cenário enfraquece a eficiência e a meritocracia, além de causar um aumento demasiado no tamanho do Estado que precisava bancar uma quantidade acima do necessário de funcionários públicos para gerar mercado consumidor

Já no capitalismo o individualismo é exaltado acima do coletivo, a livre iniciativa é valorizada e as diferenças sociais existem devido a menor interferência do Estado no comportamento do cidadão dentro da economia.

Tal cenário apesar de incentivar a eficiência e a meritocracia gera normalmente grande concentração de recursos no mercado especulativo, em virtude do objetivo da economia ser o lucro individual e não o bem
estar coletivo.

Em ambos os extremos ideológicos, o sucesso ou o fracasso dos dois entendimentos depende do nível moral da sociedade e do Estado que exerce um grau maior ou menor de controle sobre a política e a economia.

Em um grupo de pessoas de nível moral mais elevado o senso de coletividade e fraternidade será naturalmente maior, enquanto que em um grupo composto por pessoas com baixa moral, mais propensas a ganância, busca por mais poder e mais corruptas, o senso de coletividade e bem estar coletivo será menor.

Um exemplo realista desse entendimento é a porcentagem de imposto sobre a renda da população cobrada na Suécia e no Brasil, ambas as nações cobram praticamente a mesma porcentagem, mas devido ao nível bem menor de corrupção e concentração de poder político estatal que ocorre na Suécia em relação ao Brasil, os recursos obtidos com os impostos são aplicados de forma muito mais eficiente.

Mesmo em uma sociedade mais próxima do ideal, composta por pessoas com maior moral, ética e desejo pelo bem e justiça coletiva e assim, naturalmente, com um governo estatal também mais evoluído moralmente, o indivíduo precisa ser considerado como uma “peça” única e individual, com seus anseios e vontades pessoais, ainda que inserido numa coletividade e desejoso por contribuir com o bem estar coletivo e justamente por isso a diversidade de oportunidades sociais deve existir, cabendo ao Estado nesse modelo moralmente avançado buscar alocar os indivíduos nas funções necessárias ao bem estar da sociedade segundo as inclinações pessoais e capacidades individuais do indivíduo e não apenas levando em consideração a necessidade do Estado para determinado serviço necessário.

Essa visão que prioriza o valor individual e único do indivíduo e ao mesmo tempo valoriza o esforço coletivo pelo bem da sociedade é o meio termo entre as filosofias capitalista e socialista que pautará as sociedades da Era de Regeneração, pois devemos considerar que cada vez mais a tecnologia estará presente, fazendo com que a jornada de trabalho seja cada vez menor e à medida que as diferentes funções laborativas sejam pagas de forma semelhante sem grandes diferenças, naturalmente todo o serviço e produção serão melhores e maiores, pois os funcionários trabalharão com o que gostam, onde gostam e com menos tempo de serviço ao dia (pois existirão mais funcionários para uma mesma função devido ao maior uso de máquinas) poderão estudar e conseguir maior aprimoramento.

A segunda semelhança entre o socialismo e o capitalismo é o dinheiro.

Em ambas as ideologias existem reflexões sobre como trabalhar a dinâmica entre Estado, sociedade e produção de riquezas através do dinheiro, o meio de valor utilizado para troca de bens. A diferença é que na Era de Regeneração, o dinheiro não será definido como “o meio de valor utilizado para a troca de bens”, mas sim como o valor que define o mérito por um trabalho ou atividade realizada em prol do bem da coletividade.

Essa nova visão coletiva sobre o significado do dinheiro colocará limites claros, a nível máximo e mínimo, sobre quanto uma pessoa pode ter de valores em sua possa ou quanto pode receber por determinado serviço, pois se analisarmos de forma racional não existe nenhuma atividade ou trabalho que valha cem vezes ou mil vezes o valor de um outro trabalho, considerando os recursos disponíveis e a necessidade de um equilíbrio coletivo a nível da distribuição de renda.

E ao invés de ser “medida” como uma moeda (dólar) com um valor imaginário definido e que cria valores materiais a partir do nada (injeção de dinheiro no mercado bancário com o aumento sucessivo do teto da dívida interna do país, no caso dos Estados Unidos na casa dos trilhões de dólares), uma “evolução” diante do “antigo” sistema que representava o valor do dinheiro pelo quanto supostamente valia um punhado de metal (ouro), ao invés disso o valor do dinheiro será definido por valores palpáveis e necessários ao bem estar da coletividade: capacidade de produzir alimentos, capacidade de trabalho, capacidade de produzir energia. Ou seja, a riqueza de um país não estará mais baseada em quantas armas atômicas uma nação pode produzir e assim atrelar a força do seu exército ao valor da sua moeda, mas a riqueza será medida na capacidade de produzir alimentos, produzir bens e serviços e na capacidade de produzir energia.

A grande diferença nessa nova forma de analisar e definir o que é e o quanto vale o dinheiro é gerar uma sociedade global, na qual cada país será uma célula interligada ao grande corpo, focada em expandir sua capacidade produtiva, não para alimentar um mercado especulativo baseado em dinheiro de papel ou dinheiro digital com valores especulados, mas voltado para aproveitar de forma sustentável os recursos disponíveis em cada recanto do planeta, buscando a cooperação e troca equilibrada entre os povos e não o medo da invasão ou perda de mercado consumidor.

Devemos lembrar que após os grandes eventos da década de 30 no terceiro milênio, o mundo e seus bilhões de sobreviventes buscarão, instintivamente, uma ajuda mútua para resolver problemas que serão pertinentes a todos.

As pessoas que estiverem na Terra nessa época futura terão vislumbrado anos de guerra e confrontos baseados na antifraternidade que atingirão um clímax com o exílio planetário em 2036. Esses sobreviventes entenderão, pela experiência própria, que o modelo social e econômico atual faliu e que algo novo deve ser tentado, baseado na cooperação, fraternidade, mas acima de tudo na lógica: dinheiro de papel e ouro no meio de zonas devastadas não alimenta ninguém, água e alimentos sim, por isso esse novo entendimento a respeito de uma nova forma econômica e social, além do que se entende hoje como capitalismo e socialismo irá florescer, inclusive antes da Era de Regeneração e é exatamente isso que os guardiões e o Grande Conselho desejam que ocorra com o Brasil: o nascimento de uma nova sociedade, um processo que não será do dia para a noite e nem será algo fácil, pois rompe com interesses estabelecidos e isso sempre gera insatisfação e reação naqueles que de alguma forma conseguem vantagens com o sistema já estabelecido, não desejando perder o seu poder conquistado.

Retornando do transe mediúnico, Jeremias prosseguiu:

– Homens poderosos buscaram manter o poder de atuação que detinham no astral, quando precisaram reencarnar na Terra. Civilizações como a do Antigo Egito, Roma e recentemente os Estados Unidos tiveram entre seus líderes espíritos que apenas ostentaram uma roupagem carnal diferente, mas a base de poder e dominação era a mesma. Lincoln, espírito que pessoalmente após seu desencarne inspirou a construção da sua própria face esculpida no Monte Rushmore, foi em encarnação pregressa um faraó egípcio e posteriormente um dos césares de Roma. Empenhou-se no fim da escravidão por apenas três motivos: a principal fonte de renda dos EUA na época era o imposto de importação, sendo que quase 80% deste valor vinham dos Estados ao Sul que desejavam separação da federação.

O segundo motivo é que ao colocar fim a escravidão, haveria a criação de um novo sistema econômico, o capitalismo de consumo como o conhecemos atualmente, onde é necessário cada vez mais pessoas trabalharem para produzir, consumir e assim manter o crescimento (insustentável) da economia, na qual apenas uma pequena parcela detém o controle dos meios de produção (empresas) e agentes (bancos) do sistema financeiro. Com o fim da escravidão o mercado consumidor e a força de trabalho seriam criados. O terceiro motivo era a chance de esse espírito resgatar um karma milenar, pois foi responsável em encarnações pregressas pela escravização de milhares de pessoas e com o fim da escravatura resgataria esse débito, ainda que à custa de quase um milhão de mortos durante a guerra civil americana. (*) – Brasil, o Lírio das Américas, página 237 à 247


(*) Vários estudiosos e livros, baseados em estudos sobre os discursos de Lincoln e todos os documentos a respeito do processo histórico sobre o fim da escravidão comprovam o entendimento apresentado por Jeremias, entre esses trabalhos destaca-se o livro “Lincoln Unmasked” publicado em 2006 por Thomas DiLorenzo, professor de economia da Loyola University de Maryland. Maiores informações sobre o tema podem ser acessadas em um texto de Walter Williams, professor honorário de economia da George Mason University traduzido aqui: 


Deixo como complemento ao tema abordado aqui e no texto anterior sobre as manifestações de 16 de agosto (link no início deste post) dois links para enriquecer a reflexão sobre os vários espectros da filosofia econômica e política: O primeiro deles é sobre um exemplo bem sucedido de direita centro liberal (Alemanha): AQUI 

O segundo link é um vídeo com uma análise do sociólogo de esquerda Demétrio Magnoli, analisando as diferenças entre a esquerda da América Latina e na Europa, traçando um panorama das esquerdas no Brasil e explicando porque a saída da crise não é extinguir o PT (entre os minutos 12:40 e 24:00): VÍDEO AQUI 


Espero que todo esse material seja útil para ajudar algumas pessoas a terem uma visão mais realista sobre filosofia, sociedade e economia ao invés de acreditar que uma filosofia, um partido ou um político são soluções mágicas para os problemas do país , quando na verdade a questão é muito mais profunda, não é o "nós contra eles", mas sim o cada um pelo bem coletivo, mais fraterno e voltado para o desenvolvimento de todos como sociedade, coisas que nem o capitalismo, socialismo ou comunismo em suas filosofias puras, sob qualquer aspecto, pode fornecer a humanidade.  Dando continuidade ao tema, deixo também um texto que analise a política nos tempos de Jesus e como o seu código moral e ético pode ser aplicado nos dias de hoje, o texto está AQUI 


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