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9 de fev. de 2013

O Carnaval e os Portais Umbralinos

Carnaval no Antigo Egito - culto ao touro Apis



Recebi uma pergunta interessante nos comentários do blog: 

Muito bom... José, queria saber a tua opinião a respeito do carnaval. Eu não consigo entender tudo isso. O governo tá até ensinando a não se fazer xixi na rua... Parece absurdo não? Tem um colega que faz vídeos de palestras sobre a espiritualidade que falou que os portões do umbral são abertos. E eu me obrigo a acreditar, visto que que se vê tanta coisa.”


O carnaval, sem sombra de dúvida, é a festa que melhor define o espírito dos exilados capelinos. A festa surgiu no Antigo Egito com o culto ao touro Ápis em comemoração à colheita, tanto que o próprio touro Ápis, símbolo principal da divindade para os egípcios, era também o deus da agricultura. Os sacerdotes politeístas escolhiam um bezerro com características especiais (certas marcas e manchas no corpo) que era levado em uma barca dourada até o santuário onde era reverenciado. Uma das festas em sua homenagem, a festa da colheita, durava exatamente 7 dias (exatamente como ocorreria futuramente no império romano). Nessa festa, os sacerdotes politeístas de Menfis conduziam o “sagrado” animal numa procissão pelas ruas, onde os populares comemoravam a passagem do animal.

A festa prosseguiu séculos depois no seio da civilização grega, pelos idos de 600 A.C. na forma de um culto aos deuses pela fertilidade do solo e produção de alimentos. O deus grego que regia tais festas era o deus das festas e do vinho, Dionísio, que entre os romanos ficou conhecido como Baco. Nessas festas havia muita comilança (por isso o rei Momo representa Dionísio) regada a vinho e muitos bacanais (as famosas festas do “bailar com Baco” ou “ballarebaco” expressão que foi aportuguesada pra “balacobaco"), os bacanais eram as festas em homenagem a Baco, onde os participantes se utilizavam de máscaras com a face do deus-humano estampada, para que pudessem dançar e participar das orgias sem que fossem reconhecidos.

Essa celebração em Roma, em homenagem a Baco, durava exatamente os mesmos 7 dias que ocorriam no Antigo Egito, no período que ia do dia 17 à 23 de dezembro, período que as atividades comerciais eram suspensas, escravos ganhavam liberdade temporária.

Após a criação do Cristianismo Romano por Constantino (pelos idos de 325 D.C., quando constatou que mesmo após as terríveis perseguições do imperador já morto na época, Diocleciano, aos cristãos primitivos, o Cristianismo Primitivo crescia vertiginosamente), O Império Romano modificou profundamente a filosofia cristã e continuou a perseguir os cristãos primitivos, até os idos de 1330 D.C.

No Cristianismo Romano, o carnaval foi adotado como comemoração oficial pelos idos de 590 D.C., pouco tempo depois do imperador Justiniano ter morrido. Sua esposa, a famosa ex cortesã Teodora, foi a responsável pela retirada da doutrina da reencarnação do seio da Igreja Romana, pois era muito perseguida pelas ex companheiras de serviço e por ter mandado matar quase todas (entorno de 500), quis retirar a reencarnação da Igreja para que não tivesse de expiar o karma da morte de tanta gente em uma vida futura (afinal ela acreditava que a Igreja era Deus na terra e se mudasse as leis da Igreja, mudaria as leis de Deus, megalomania pouca é bobagem....)

O carnaval instituído pela Igreja Romana ocorria antes da quarta feira de cinzas, o primeiro dos 40 dias da Quaresma (40 dias onde o cristão deveria jejuar, refletir e se voltar para a espiritualidade, orando e praticando a caridade, como forma de relembrar a ressurreição de Cristo, que também ficou 40 dias entre os homens após a sua ressurreição). Dessa forma o carnaval ou “carne vales”, literalmente “prazeres da carne” era aprovado como forma de “preparação” para tamanho sacrifício, onde o fiel deveria se entregar sem culpas aos prazeres da carne (por isso que o dia anterior a quarta feira é conhecido como terça feira gorda), pois afinal nos 40 dias de penitencia seguinte todos os seus pecados seriam perdoados, anistia completa....

O problema é que a maioria além de exagerar nos festejos carnavalescos, bem antes da terça feira gorda, nem se lembra dos 40 dias seguintes. Em suma, o carnaval é uma festa totalmente pagã, nascida de cultos politeístas e que jamais deveria ter sido adicionada pela Igreja Católica ao seu calendário.

Lobo em pele de cordeiro

Nessa época aqui no Brasil, sobretudo nas regiões onde a comemoração é mais intensa, como Rj, Nordeste e Sp, uma carga energética negativa acima do normal (“normal” esse que já é excessivo) é produzida pela população, em virtude do aumento dos desequilíbrios e excessos que são cometidos nesse período. Os portais que ligam o astral inferior ao astral intermediário ( que fica na contrapartida astral da superfície física onde os encarnados vivem) estão sempre abertos, muitos controlados por guardiões, muitos infelizmente controlados por entidades trevosas, ocorre que nessa época de carnaval a energia fica a tal ponto densa que os guardiões não conseguem manter o controle e segurança de alguns portais e precisam simplesmente abandoná-los para retomá-los apenas após os festejos.

Apenas a nível de comparação, qualquer reunião espírita ou espiritualista voltada para a prática do bem é necessariamente feita antes da aproximação da meia noite, pois a partir desse horário até a 1 e meia da madrugada, a energia solar atinge seu ponto mínimo na superfície e nessa janela são realizadas as evocações de magia negra, deixando  o astral intermediário mais denso acima do normal, fazendo com que os próprios guardiões alertem os médiuns que próximo desse horário eles não tem como garantir a segurança dos trabalhos, visto que em cada reunião em um centro ou casa espiritualista, o entorno de 5 a 10 quarteirões fica protegido pelos guardiões, mas quando chega perto desse horário, não há mais como garantir a segurança, pois o ataque das milícias trevosas fica mais intenso.

Na época do carnaval, sobretudo durante os festejos noturnos, essa densidade energética chega a dobrar e em alguns locais triplicar em comparação em relação a carga energética mais densa que já existe diariamente entre o horário da meia noite e uma e meia da madrugada.  

A Alta espiritualidade, entretanto, também age, colaborando energeticamente com os guardiões no combate as entidades trevosas. No desfile de sexta pra sábado em Sp, bem no final, caiu um verdadeiro temporal, com a função específica de ajudar a literalmente “explodir” certas formas pensamento e enfraquecer certas egrégoras formadas na região. Da mesma forma, a alguns dias atrás, quando foi emitido um alerta de grande terremoto próximo a costa do nordeste (6.0 na escala Richter) que horas depois mostrou-se um erro dos sismógrafos americanos, na verdade foi a detecção de uma mega tsunami que atingiu todo o astral intermediário do Nordeste, visando enfraquecer algumas forças trevosas que já se preparavam para atuar com mais força no carnaval da região. O evento foi tão forte que chegou a ser detectado no ponto de origem pelos equipamentos físicos, mesmo tendo ocorrido no astral.

Acredito que após o auge do exílio planetário em 2036, a “festa da carne” naturalmente desaparecerá, pois é uma festa típica dos exilados capelinos, que provavelmente em grande número serão novamente exilados.


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8 de fev. de 2013

A Família e o Casamento segundo a Espiritualidade



Recebi uma interessante pergunta por email sobre esses temas: 


Tem já algum tempo que algo venho me questionando interiormente q é o seguinte Zé.  Em relação aos nossos relacionamentos pessoais , sejam eles a nível familiar , amizades duradouras , namoros noivados e possíveis casamentos  ,  pais,  filhos,este ultimo com mais profundidade, onde se encaixa sem colocar nenhum  tipo de elemento fantasioso,onde realmente se encaixa? E o q diz a Espiritualidade  a respeito destes ''encontros'' se é q podemos nominá-los desta maneira. Existe um programação pré determinada? Existe o chamado acaso? Podemos concordar com o ditado de que nada acontece por acaso?


Vamos então a essas questões:
  
Sobre a família e o casamento: o Evangelho Segundo o Espiritismo esclarece a diferença entre a família física e a espiritual exatamente no capítulo 14, item 8:

"Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e, muitas vezes, se dissolvem moralmente, já na existência atual."  

É normal que a família física seja usada como elemento dinamizador de resgates kármicos entre espíritos que outrora foram antipáticos, para que cultivem através da convivência mais próxima o perdão, ou pelo menos o abrandamento das desarmonias que cultivaram no passado. Ocorre também que normalmente pelo menos um dos membros da família física pertence também à família espiritual do espírito, até como forma de ajudá-lo a superar esses resgates no seio familiar.

Já na obra "Vida e Sexo" de Emmanuel, pela mediunidade de Chico Xavier, ele define os casamento ou uniões estáveis (comuns hoje em dia) em diversos tipos, sob a ótica espiritual:

A união de dois seres em caráter permanente é como um barco que sai do porto dos sonhos em busca do mar da experiência. A manutenção dessa rota é a dedicação de cada um. Os filhos os problemas são balanços do barquinho e é necessário muito equilíbrio para que não afunde. Os desafetos do passado na presença dos filhos são as pedras tentando derrubar a embarcação. Não nos casamos por acaso, embora existam casamentos acidentais.

Tipos de casamento:

Acidentais: não foram planejados na vida espiritual e por um envolvimento qualquer se casam. Não havia na programação dessa existência o casamento e quando isso ocorre gera consequências infelizes; nunca sabemos se é casamento acidental ou providencial.

Provacionais: geralmente antes do casamento se entendem bem, como se os espíritos providenciasse para que tudo fosse cor-de-rosa e assim se casam, depois afloram as lembranças inconscientes do passado que retornam - vêm para se reajustarem. Não se depuram por sofrer e sim como aceitam a dor.

Sacrificiais: um dos cônjuges é muito mais evoluído em relação ao outro, muitas vezes nem era necessário reencarnar, mas voltam para elevar o companheiro (a). É importante não descer e assim elevar o outro.

Afins: os dois se dão muito bem – complementação – são felizes em estar juntos, igualdade de vibrações.

Transcendentais: dois espíritos evoluídos para realizarem em conjunto uma tarefa junto à coletividade, muito grande, não vêm somente para usufruir da felicidade, mas para se apoiarem e fazerem algo pelos outros.

Casamento Perfeito: é quando atingem os objetivos, o transcendental, afim, o sacrificial, etc. Quando ele é ajustado é perfeito, até o acidental poderá ser perfeito.


Basicamente é isso que a Espiritualidade fala sobre essas questões.


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21 de nov. de 2011

Os Três Aspectos do Espiritismo

Preparação para uma nova encarnação dentro de Nosso Lar

Eu costumo dividir o Espiritismo em três aspectos básicos: a parte moral , contida no O Evangelho Segundo o Espiritismo (a mais essencial de todas, alicerçada nos ensinamentos morais de Jesus contidos nos 4 evangelhos bíblicos e comentada nessa obra pelos espíritos), a parte onde se ensina como exercer de forma segura a mediunidade embasada no O Livro dos Médiuns. Essas duas partes, embasadas nesses dois livros, são a base imutável do Espiritismo, da Doutrina dos Espíritos, pois sem a busca da reforma moral de atitudes e sem a busca do desenvolvimento mediúnico com segurança, responsabilidade e nobres objetivos certamente não se formarão bons médiuns. A terceira parte constitui o estudo das comunicações espirituais em si, na busca  do progresso moral e intelectual, para que assim se atinja o progresso espiritual e o melhor aproveitamento do espírito encarnado da oportunidade evolutiva que tem na presente encarnação terrestre. Nas cinco obras da codificação, o estudo dessas comunicações constitui o tema principal do O Livro dos Espíritos (base filosófica da Doutrina dos Espíritos), O Céu e o Inferno e A Gênese, sendo que na verdade essas três obras são a introdução ao estudo embasado nas comunicações mediúnicas, são, portanto, os tijolos que vão sendo acrescentados ao edifício espírita. Podemos observar claramente que dentre esses tijolos estão às obras de Chico Xavier e de vários outros médiuns.

Temos, portanto nas três partes: a busca pela reforma moral, o estudo da mediunidade e o estudo das comunicações mediúnicas. 

Allan Kardec imagem clássica, Hypolite Lion Denizard Rivail

Podemos observar isso em algumas passagens dos 5 livros da codificação e algumas do próprio Kardec:

"O Espiritismo é, pois, a doutrina fundada na existência, nas manifestações e no ensinamento dos Espíritos. Esta doutrina acha-se exposta de maneira completa no Livro dos Espíritos, em seu aspecto filosófico, no Livro dos Médiuns, em sua parte prática e experimental, e no Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu aspecto moral”. (O Espiritismo na sua mais simples expressão - Allan Kardec)

O verdadeiro espírita não é o que crê nas comunicações, mas o que procura aproveitar os ensinamentos dos Espíritos. De nada adianta crer, se sua crença não o faz dar sequer um passo na senda do progresso, e não o torna melhor para o próximo”. (O Espiritismo na sua mais simples expressão – Allan Kardec)

"O Espiritismo, como doutrina moral, só impõe uma coisa: a necessidade de fazer o bem e evitar o mal. É uma ciência de observação que, repito, tem consequências morais que são a confirmação e a prova dos grandes princípios da religião; quanto às questões secundárias, ele as abandona à consciência de cada um”. (O que é o Espiritismo - Allan Kardec)

"O Espiritismo funda-se na existência de um mundo invisível, formado pelos seres incorpóreos que povoam o espaço e que não são mais que as almas daqueles que viveram na Terra, ou em outros globos, nos quais deixaram seus invólucros materiais. São os seres a que chamamos Espíritos, seres que nos cercam e incessantemente exercem sobre os homens sem que estes o percebam, uma grande influência" (O que é o Espiritismo - Allan Kardec)

"O Espiritismo tem por fim demonstrar e estudar a manifestação dos Espíritos, suas faculdades, sua situação feliz ou infeliz, seu futuro; em suma, o conhecimento do Mundo Espiritual." (O que é o Espiritismo - Allan Kardec)

"Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma maneira que as ciências positivas, isto é, aplica o método experimental. Fatos de ordem nova se apresentam que não podem ser explicados pelas leis, conhecidas; ele os observa, compara, analisa e, partindo dos efeitos às causas, chega à lei que os rege, depois deduz as conseqüências e busca as aplicações úteis. O Espiritismo não estabeleceu nenhuma teoria preconcebida; assim, não se apresentam como hipótese nem a existência e a intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem qualquer dos princípios da doutrina; conclui-se pela existência dos Espíritos porque essa existência resultou como evidência da observação dos fatos; e assim os demais princípios. Não foram dos fatos que vieram posteriormente confirmar a teoria, mas foi a teoria que veio subsequentemente explicar e resumir os fatos. Rigorosamente exato, portanto, dizer que o Espiritismo é uma ciência da observação e não o produto da imaginação" ( A Gênese capitulo 1, item 14)

André Luiz sendo cuidado em Nosso Lar por Lisías, hospital astral

"O Espiritismo é, ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que dimanam essas mesmas relações”. (O que é o Espiritismo)

"Do ponto de vista religioso o Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a imortalidade, as penas e as recompensas futuras, sendo, porém, independente de qualquer culto em particular. Seu objetivo é provar àqueles que negam, ou que duvidam que a alma exista que ela sobrevive ao corpo e que sofre, após a morte, as conseqüências do bem e do mal que praticar durante a vida corpórea: o objetivo de todas as religiões”. (O Espiritismo na sua mais simples expressão - Allan Kardec)

"O Espiritismo, firmado no conhecimento de leis ainda não compreendidas, não vem destruir os fatos religiosos, mas torná-los mais aceitáveis, dando-lhes explicação racional. O que ele vem destruir são as falsas deduções daquelas leis, por erro ou ignorância”. ( Obras Póstumas - Allan Kardec)

"Assim, como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”, também o Espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução”. Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve completa e explica em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir e preparar a realização das coisas futuras." (O Evangelho Segundo o Espiritismo capítulo 1, item 7)

Jesus de braços abertos em meio a multidão de humildes

Outra questão muito interessante é quanto ao entendimento de que o Espiritismo é uma religião. No sentido atual que vemos  ter se transformado a religião , baseada em liturgias, cerimônias sacerdotais e vestes especificas, certamente podemos dizer que o Espiritismo não é religião , mas caso apliquemos o sentido original da palavra religião , o religare, a busca da conexão do homem a sua essência interna ( espírito) para assim buscar sinceramente a evolução espiritual e Deus, então sim, podemos entender que no seu sentido original a palavra religião expressão o caráter da doutrina Espírita. Vejamos o que Kardec disse no discurso realizado na sociedade espírita de Paris em novembro de 1868 e publicado um mês depois na revista Espírita:

"Dissemos que o verdadeiro objetivo das assembléias religiosas deve ser a comunhão de pensamentos; é que, com efeito, a palavra religião quer dizer laço. Uma religião, em sua acepção nata e verdadeira, é um laço que religa os homens numa comunidade de sentimentos, de princípios e de crenças. O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é, pois, um laço, um laço essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as aspirações, e não somente o fato de compromissos materiais, que se rompem à vontade, ou da realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito

Se assim é, perguntarão então o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida senhores. No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos glorificamos por isto, porque é a doutrina que funda os elos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as mesmas leis da natureza. Porque, então, declaramos que o Espiritismo não é uma religião? Porque não há uma palavra para exprimir idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí senão uma nova edição, uma variante, se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes se levantou a opinião pública”.

Kardec exprime muito bem nesse discurso que o Espiritismo não deve se ater a formulas que falem mais aos olhos ( exterior) do que ao espírito (interior). O caráter essencial do Espiritismo está na busca do intercambio mediúnico, para que assim novas informações dos espíritos amigos cheguem e enriqueçam a Doutrina dos Espíritos, no seu aspecto intelectual e moral, pois certamente há de se compreender que o conhecimento sobre o mundo invisível e dos espíritos também evolui, dessa forma torna-se impossível querer restringir o Espiritismo as obras do Pentateuco ou de alguns poucos médiuns. O próprio Chico Xavier foi muito combatido por muito espíritas quando lançou o livro “Nosso Lar” e até os dias de hoje muitos “espíritas” não aceitam as obras dele, considerando Andre Luiz e Emmanuel obsessores do saudoso médium. Esses “espíritas” são conhecidos na doutrina como os ortodoxos, por tentarem transformar o Pentateuco Espírita numa Bíblia imutável e Kardec no supremo papa infalível e "sacerdote mor" do Espiritismo.

Levando em conta o discurso de Kardec em 1868 e o sentido atual que as pessoas têm da palavra religião, podemos compreender que o Espiritismo é muito mais uma Doutrina nos dias de hoje, palavra que talvez se encaixe melhor, pois a religião no sentido original da palavra acabou por ser deturpado pelas práticas “religiosas” das Igrejas Cristãs, transformando o Cristianismo Primitivo de encontros e reuniões simples, em humildes casas (eklesia) ou ao ar livre, como os sermões de Jesus e dos apóstolos as mais diversas comunidades, transformados em cultos e cerimônias litúrgicas em templos suntuosos, com vestes especificas e uma preocupação muito maior com o culto material e cerimonial do que a busca sincera pela espiritualidade interior.

O Espiritismo em seu caráter é progressista, o progresso faz parte da sua essência filosófica, ou seja, as informações advindas do mundo espiritual estão em constante processo de evolução, ate porque o próprio mundo invisível e os espíritos que nele habitam também evoluem, progridem. Se os espíritos superiores não desejassem que novos conhecimentos da vida espiritual chegassem ao homem , não teriam dedicado um livro inteiro pra ensinar como se deveria realizar essa comunicação, entre espíritos encarnados e desencarnados. O Espiritismo deve, portanto, evoluir sempre, mantendo sua base moral alicerçada no evangelho de amor de Jesus e mantendo sua base de estudos mediúnicos alicerçados no O Livro dos Médiuns, mas jamais deve engessar o conhecimento do mundo espiritual aos 5 livros do Pentateuco Espírita ou de meia dúzia de médiuns considerados espíritas. 

Ghost do outro lado da vida: a despedida, Patrick Swayze

O Espiritismo, doutrina dos espíritos, é o conhecimento básico da vida espiritual paraa todas as pessoas, pois todos são médiuns em menor ou maior grau e assim como as pessoas devem evoluir, deve também evoluir na sua estrutura de informações e conhecimentos a cerca da vida espiritual, dos espíritos e das colônias espirituais. A codificação não detém toda a verdade a cerca do mundo dos espíritos, mas tão somente a base, o pilar fundamental, que deve ser cuidado e inclusive reparado, para que o edifício onde está alicerçada a Doutrina Espírita permanece sempre firme, forte e, sobretudo, atualizado, evoluindo constantemente.

Kardec acentua esse caráter progressista:

"O Espiritismo, caminhando com o progresso, não será jamais ultrapassado, porque se novas descobertas lhe demonstrarem que estava no erro sobre um ponto, modificar-se-á sobre esse ponto; se uma nova verdade se revela, ele a aceita." (A Gênese, página 44 ou 45 dependendo da edição)

"Os Espíritos, por força da diferença existente em suas capacidades, estão longe de estar individualmente na posse de toda a verdade" (Revista Espírita 1864)

"A doutrina não foi de forma alguma ditada integralmente." (A Gênese capítulo 1, item 13)

"Não se contentem em dizer que isso não é assim, pois seria muito fácil; provem, não pela negação, mas pelos fatos, que isso não existe que nunca foi e não pode ser; se não existe, digam, sobretudo, o que haveria em seu lugar" (O Livro dos Espíritos, conclusão, item 5)

"Qual é o homem que pode gabar-se de possuir tudo, quando o círculo dos conhecimentos cresce sem cessar, e as idéias se retificam a cada dia?" (Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 15)

"O Espiritismo não coloca como princípio absoluto senão o que está demonstrado como uma evidência, ou o que ressalta logicamente da observação.” (A Gênese, capítulo 1, item 55)

"Quem creia que tudo em nós não é só matéria, é Espiritualista, o que não implica, de nenhum modo na crença nas manifestações dos Espíritos. As manifestações espíritas são produzidas pela ação dos Espíritos sobre a matéria. – A moral espírita decorre do ensinamento dado pelos Espíritos. – Há espiritualistas que ridicularizam as crenças espíritas." ( O Livro dos Médiuns, capítulo 32, Vocabulário Espírita)

"Espiritualismo: Diz-se no sentido oposto ao do materialismo. Crença na existência do espírito, que existe outra coisa em si além da matéria. O espiritualismo é a base de todas as religiões." ( O Livro dos Médiuns, capítulo 32, Vocabulário Espírita)

Kardec em Obras Póstumas diz o que é Espírita:

"É Espírita, todo aquele que crê na;

- Pluralidade de existências;
- na pluralidade de mundos habitados;
- na transmigração das almas (espíritos);
- nas Leis de Causa e Efeito
- na reencarnação como justiça divina;
- e sob essa ótica pautar a sua reforma íntima.


Ou seja, todo aquele que crê nos itens acima e crê também  na manifestação dos Espíritos (comunicação com os desencarnados através da mediunidade) é um Espírita.

De posse dessas informações, que todo o espírita busque estudar, analisar, conhecer, comparar os diversos conhecimentos da espiritualidade que chegam através de vários médiuns, não apenas os considerados espíritas e suas obras, como o Pentateuco Espírita ou os livros de Chico Xavier, mas também as informações que chegam através da Umbanda, da Apometria, de Ramatís, pois todo médium que milita junto a espiritualidade buscando desenvolver com segurança sua mediunidade nas bases do O Livro dos Médiuns e sobretudo busca esse intercambio com nobres motivos, não pode ser considerado “não espírita”. Já está mais do que na hora da Doutrina dos Espíritos quebrar as barreiras e separatismos criados pelos homens, pois os espíritos superiores trabalham, ajudam, e utilizam os médiuns independente se alguém os nomeia “espíritas”, “apômetras” ou “umbandistas”. Já está mais na hora de cada pessoa assumir a busca pelo conhecimento espiritual, não delegando isso a entidade ou federação, pois o controle universal do ensino dos espíritos cabe única e exclusivamente a cada pessoa, na própria busca interior pela evolução intelectual e moral desejando a evolução espiritual:   

Terceiro olho iluminado, chacra ajna em luz, chakra entre os olhos

"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações" (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo 17, item 4 - Os Bons Espíritas)