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4 de out. de 2022

Qual o Futuro do Brasil se Um ou Outro for Eleito

 

Nas previsões para setembro e outubro eu trouxe uma coletânea das previsões para o futuro próximo do Brasil, tanto no período das eleições até o final do ano (entre outubro e dezembro) como nos próximos anos, entre 2023 e 2026, compilando informações de textos trazidos em 11 de julho e 19 de agosto. Aconselho fortemente que o leitor desse post releia essas informações para compreender o que será descrito nesse post. 

Texto sobre o Brasil (confusão pré e pós eleições) publicado ao final do post com as previsões de setembro e outubro:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=678684506948187


Texto publicado em agosto sobre os próximos anos do Brasil e a previsão feita anos atrás sobre a Argentina:

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2022/08/o-brasil-de-amanha-sera-argentina-de.html


Daquele texto publicado em agosto destaco o trecho final: 

"Seja com a vitória do ex presidiário nas urnas ou com as eleições meladas por algum golpe (que tente adiar as eleições ou dar continuidade ao atual mandato) o cenário econômico mostrado no mapa do Brasil não mostra um futuro tenebroso nos próximos 4 anos mas também não mostra qualquer recuperação pujante (como no período do boom das comodities para a China) sendo algo mais próximo a continuidade do atual cenário (inflação ainda persistente, descontrole fiscal, baixo crescimento econômico e alto desemprego) assim como mostra a continuidade e agravamento da polarização política entre petistas e bolsonaristas que vai desembocar em um acúmulo de tensos para 2026, um acúmulo que eu espero que definitivamente faça o povo acordar da polarização através de uma nova alternativa política pois caso contrário (se ainda tivermos alguma democracia) ela correrá ainda mais risco." 

Analisando o mapa ruim de Bolsonaro durante as eleições e ao mesmo tempo um forte trânsito de rupturas sobre o mapa natal do Brasil a chance de eleição de Bolsonaro nas urnas parece remota pois essas posições combinadas apontam muito mais para alguém derrotado, ainda que com uma força politica relevante buscando uma tentativa de contestação do resultado das urnas (algo ainda mais intenso do que aconteceu na derrota de Trump) até porque em caso de vitória nas urnas Bolsonaro não precisaria ativar um golpe clássico mas sim algo mais gradual como Chavez fez na Venezuela (e explicarei isso ao longo desse post), portanto pelo desenho do mapa tanto de Bolsonaro como do mapa natal do Brasil é remota a chance de uma eleição nas urnas de Bolsonaro, o que não inviabiliza a tentativa de uma forte contestação e convulsão social como descrevi também no texto de agosto: 

"Outro ponto relevante é que no mapa do Brasil sempre que a casa 12 (exílio, fim de ciclo) é fortemente ativada com a entrada de Saturno em trânsito na casa 01 do Brasil grandes rupturas inesperadas acontecem (isso aconteceu em 1964 e depois ao final de 1992 no primeiro impeachment). Ao final de 1992 no impeachment de Collor, Saturno estava entrando na casa 01 do Brasil ao mesmo tempo que Urano e Netuno conjuntos adentravam a casa 12. 

Na época das eleições teremos não apenas Plutão em trânsito na casa 12 do Brasil como Saturno entrando na casa 01 do Brasil em fortíssima quadratura com Urano em trânsito (que não apenas estará quadraturando com o Ascendente do Brasil como também com o topo do mapa/Meio Céu do Brasil) e ao mesmo tempo Júpiter em trânsito entrando em Áries estará ativando a enorme quadratura natal do mapa do Brasil (Plutão natal quadraturando com Urano e Netuno natais do Brasil). É um bombardeio típico de rupturas profundas, seja por morte, atentado violento, golpe de Estado ou adiamento de eleições, uma combinação que nos meus estudos eu nunca vi no mapa do Brasil. 

Esse fortalecimento do Sol natal de Bolsonaro, especialmente entre 2024 e 2025 por conta do trânsito de Urano e Plutão é característico de um amplo fortalecimento da imagem (Sol) de Bolsonaro o que no contexto atual só aconteceria de duas formas: ele virar mártir por conta de morte nas eleições ou um golpe de Estado para evitar eleições e postergar o atual governo." (texto publicado dia 19 de agosto, linkado no início desse post) 

Considerando que ainda permaneceremos na polarização política pelos próximos 4 anos o que podemos esperar no caso da eleição de Lula ou de Bolsonaro? É isso que descreverei a seguir ainda que, repito, o cenário mais provável seja a vitória de Lula nas urnas com uma revolta popular do eleitor mais fidelizado de Bolsonaro, o cenário de perigo de conflagração civil com risco de ruptura democrática para 2022 que foi descrito lá em 2014 no livro "Brasil o Lírio das Américas" e que pode ser revisto nesse post aqui do dia 20 de abril:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=572066687609970


Todo o cenário contextualizado, vamos lá:

 

BOLSONARO ELEITO NAS URNAS 

Tanto Lula como Bolsonaro contam cada um não apenas com metade dos votos do Brasil mas sobretudo com uma forte divisão entre antipetistas e antibolsonaristas, ainda que seja importante considerar que o eleitorado de Bolsonaro é mais engajado/fidelizado, enquanto a rejeição ao bolsonarismo é numericamente maior (ou seja, gente que não é petista mas prefere qualquer coisa que não seja o bolsonarismo). 

Na prática, se eleito, Bolsonaro não precisará dar um golpe clássico de tomada de poder (fechamento do Congresso e STF), pois teria não apenas tempo (todo um mandato) como também maioria no Congresso e nas ruas para realizar as medidas políticas semelhantes aquelas que Chavez realizou na Venezuela. A primeira delas seria passar no Congresso uma lei aumentando o número de ministros do STF permitindo que ele conquistasse maioria dos nomes indicados na Suprema Corte e assim ao longo do mandato conseguisse mudar a Constituição para permitir um terceiro mandato consecutivo e gradualmente formar uma maioria eleita de um Congresso Centrão-bolsonarista completamente fiel permitindo que todo esse grupo politico se perpetue no poder e após um terceiro mandato colocasse algum "poste" (como Putin fez com Medvdev) para um mandato tampão antes que ele retornasse para mais dois mandatos. Com uma boa força politica no Congresso (Câmara e Senado), redes sociais fortes (um gado fidelizado) com engajamento e com os principais centros econômicos do país com governadores ou alinhados ao bolsonarismo ou neutros esse seria o plano de perpetuação no poder de Bolsonaro. A única barreira poderia vir do Alto Comando, mas com um mandato de 4 anos Bolsonaro teria tempo de angariar apoio político de patentes altas do Exército a semelhança do que fez no primeiro mandato, dando vários cargos para os militares, o que na prática diminuiria a força de vozes contrárias no Alto Comando pois não apenas tal projeto impediria a volta dos vermelhos como igualmente manteria prestigio politico e financeiro para muitos membros de patentes altas. Esse é o plano de perpetuação do bolsonarismo. 

 

LULA ELEITO NAS URNAS 

Ainda que eleito presidente, Lula terá um Congresso com forte presença bolsonarista, tanto na Câmara como no Senado, além da maioria das capitais do Sul, Sudeste e Centro Oeste serem governadas por governadores mais alinhados ao bolsonarismo o que na prática representa que Lula terá muitas dificuldades para implementar uma agenda de grande descontrole fiscal ou excessivamente desenvolvimentista, como ficou marcado no final do seu segundo mandato e ao longo do governo Dilma. Com o país polarizado e ele Lula dependendo do crescimento economico pra segurar a pressão politica do bolsonarismo tanto dos eleitores como do Congresso é certo que terá que fazer muitas concessões, tanto na parte economica (já que Sul, Sudeste e Centro Oeste sao o motor da economia) como em questões de costumes para conseguir governar, especialmente considerando que o Centrão e, sobretudo o Centrão bolsonarista saiu fortalecido das eleições. Ao mesmo tempo Lula não pretende governar sendo controlado pelo Centrão como foi Bolsonaro (que precisou se curvar ao Centrão para não sofrer um processo de impeachment) e um dos seus objetivos principais é acabar com o orçamento secreto, não por qualquer nobre objetivo republicano, mas simplesmente para voltar ao velho modelo dos governos petistas nos quais caciques partidários só tinham direito à grandes cargos ministeriais e porcentagens em negociatas com empreiteiras e grandes estatais caso votassem junto com o governo. 

Politicamente o principal objetivo de Lula será cooptar o Centrão e ao mesmo tempo retirar o excessivo poder que o Centrão possui hoje com o orçamento secreto (como expliquei no parágrafo anterior). O segundo objetivo será sepultar o bolsonarismo algo que é prioritário para a agenda petista, visto que o projeto de perpetuação do petismo não comporta uma oposição com tamanha capacidade de reunir multidões nas ruas então o mais provável é que Lula busque apoio estratégico do PP e União Brasil que desejam formar o maior bloco partidário do Congresso (superando o PL) oferecendo o comando da Câmara e ao mesmo tempo evitando que esses dois partidos se unam ao PL (pois nesse caso se formaria um enorme bloco bolsonarista no Congresso). 

O principal argumento de Lula para "conquistar" o Centrão (além obviamente dos cargos e negociatas como era no tempo do governo vermelho do passado) é ainda mais forte: com um STF majoritariamente indicado pelo governo petista (e terá ainda mais duas indicações) Lula pode garantir o fim dos direitos politicos de Bolsonaro (que após findo o seu mandato será investigado por diversos crimes comuns) pois um dos temores do Centrão é que junto aos militares Bolsonaro tomasse o poder de forma total criando um Congresso meramente decorativo (o que obviamente não interessa de forma alguma ao Centrão). Garantindo que Bolsonaro não possa buscar um mandato futuro e que ele próprio Lula já não possui muito mais tempo na politica, Lula ofereceria assim como fez ao colocar Alckmin como vice, uma transição para 2026 apoiando um candidato ligado ao Centrão e a esquerda, mais ou menos nos moldes do que aconteceu na indicação de Dilma como sucessora.

 

MORO NO SENADO E 2026 

Não precisa ser nenhum gênio da estratégia ou profeta para antever que Lula terá um mandato difícil do ponto de vista político e que ao mesmo tempo buscará anular o bolsonarismo o que na prática só é possível, ao menos em parte, mandando o líder do bolsonarismo para a prisão. Nesse cenário, do ponto de vista estratégico e político a decisão de Moro de apoiar a candidatura de Bolsonaro é acertada: se adotasse neutralidade (não apoiando qualquer um dos dois candidatos no segundo turno) não apenas seria perseguido durante o governo Lula como ainda teria todo o grupo bolsonarista contra ele. Ao mesmo tempo sabendo que uma eventual prisão de Bolsonaro ou no mínimo que a retirada dos direitos políticos vai acontecer durante o mandato de Lula, então Moro acaba se cacifando como o principal nome de oposição para 2026 capaz de receber os votos bolsonaristas. 

Politicamente Moro mostrou força ao se eleger para o Senado, inclusive superando o candidato bolsonarista. Acredito que o apoio dele à candidatura de Bolsonaro é muito mais uma mensagem firme contra o petismo (pra ele um inimigo maior) e ao mesmo tempo um aceno de trégua, já que ele sabe que em um cenário polarizado como o atual e com as aspirações que ele tem pra 2026 não dá simplesmente para ficar contra os dois lados. De forma bem prática, e entendo a leitura dele, não há como construir uma terceira via sem os votos do bolsonarismo: o eleitor antipetismo e antibolsonarismo chega no máximo a 30%, ao mesmo tempo que um posicionamento contrário ao petismo mas sem atacar o bolsonarismo permite que ele consiga força politica para 2026, sobretudo em um cenário no qual Bolsonaro não possa concorrer (prisão e/ou perda dos direitos politicos com a eleição de Lula, algo certo de acontecer). Não há outro caminho para uma força fora da polarização bolsopetista emergir com chances em 2026. Moro sabe que a polarização vai se intensificar com a eleição de Lula e que até 2026 não há tempo pro povo sair desse maniqueísmo, essa é a realidade: sem os votos do bolsonarismo não há como viabilizar uma candidatura em 2026. É triste, mas é realidade do povo do Brasil. 

Afinal o que é democracia:

https://www.facebook.com/photo?fbid=5244231569039328


11 de mar. de 2021

Os Anos Revolucionários e o Futuro do Brasil 2022 - Como Seremos o Coração do Mundo e Pátria do Evangelho

 

A partir de 2014 nos textos do blog e principalmente no livro “Brasil o Lírio das Américas” lançado naquele ano foi descrito como seria o processo de transformação que estava sendo estruturado para o Brasil, sustentado basicamente na queda do petismo e no combate a corrupção com a organização de um grande projeto que deveria ser consumado entre 2018 e 2022.

Muitos de nós, espíritas e espiritualistas, crescemos ouvindo que o Brasil era o “Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho” e na maioria das ocasiões nunca ficou muito claro, especialmente para espíritas e espiritualistas o motivo dessa designação pois fazendo uma autoanálise sincera e sem ufanismos, precisamos reconhecer que aqui sempre foi o paraíso da corrupção, sobretudo nas esferas governamentais. Então o que essa terra teria de especial para ser escolhida para um relevante papel no futuro próximo da humanidade.

A resposta obviamente eu já trouxe no livro lá em 2014 mas é importante relembrar: com os acontecimentos que ocorrerão até o ápice da Transição Planetária (que não foi em 2019 e será sim em 2036) o mundo passará por uma enorme transformação física a nível global e muitas regiões planetárias serão atingidas enormemente (no canal do youtube tem dois vídeos sobre isso) especialmente no hemisfério norte fazendo com que não apenas as regiões mais ao sul sejam mais seguras como também as principais fontes de alimento e água para o novo mundo. Por isso o Brasil, com o seu formato geográfico em forma de coração será o “motor” da vida planetária, pois será a fonte de alimentos e água, o celeiro do Novo Mundo que se desenhará após os eventos de 2036.

Da mesma forma os eventos impactantes do ponto de vista geológico trarão grandes questões emocionais para o mundo que terá de lidar não apenas com uma enorme dor por conta dos sofrimentos e mortes que acontecerão mas igualmente com a constatação de que tudo aquilo que foi profetizado pelo Cristo se concretizou. Exatamente por tudo isso estar programado há vários éons para acontecer exatamente em 2036 e por conta da posição geográfica privilegiada do Brasil nesse contexto apocalíptico é que a Espiritualidade decidiu potencializar o crescimento do conhecimento da realidade da reencarnação e da mediunidade exatamente no solo brasileiro.

A vinda no início do século passado de João Evangelista reencarnado como um dos maiores médiuns da história em solo brasileiro dando continuidade ao trabalho de Kardec através da assistência espiritual de Emanuel e de uma plêiade de espíritos reunidos na égregora da cidade astral de Nosso Lar teve como objetivo exatamente difundir a realidade da reencarnação e da mediunidade dentro das bases do Evangelho do Cristo para tornar o Brasil a Pátria espiritual do Evangelho, pois nesse cenário do futuro próximo a humanidade que procurar o Brasil com sede e fome também terá sede e fome do alimento espiritual, da compreensão e esperança sobre a realidade do Novo Mundo.

Por tudo isso o Mundo Maior escolheu o Brasil, não porque sejamos seres especiais ou escolhidos, da mesma forma que o Rabi da Galiléia não escolheu Israel porque lá existiria um povo especial, diferenciado ou “escolhido”, mas simplesmente porque na época era uma região próxima a maior cidade do mundo ocidental (Alexandria) com diversas rotas comerciais que se intercomunicam com várias outras nações do planeta, permitindo que as impressionantes curas ou ‘milagres” feitos por Jesus mas especialmente as materializações ocorridas após a sua morte física no madeiro trouxessem a certeza a milhares de pessoas da imortalidade do espírito, inspirando a grande resistência dos primeiros cristãos a tirania do império romano, levando aquela certeza para a Europa e para o Oriente Médio onde serviria de inspiração para o florescimento de religiões que espalhariam, ao menos em parte, a mensagem do Cristo. A programação dos amigos espirituais é muito mais ampla e sobretudo trabalha com o material humano disponível o que muitas vezes significa que os objetivos programados muitas vezes passam por ajustes, pois muitas vezes precisam ser mais dolorosos ou acelerados para que aquele objetivo principal seja alcançado. No Brasil estamos vivendo situação semelhante.

Mais do que a queda do petismo (destruindo assim um projeto de perpetuação no poder) e o ostensivo combate a corrupção, um dos principais objetivos de toda a movimentação feita pelos amigos espirituais especialmente a partir de 2014 foi ajudar no despertar da população para um maior sentido de Nação e de amadurecimento político: parar de pensar só em futebol e olhar mais para a realidade política, lutar por valores acima de ideologias partidárias que supostamente teriam o monopólio da virtude (como se colocou o petismo desde a sua criação). Valores como o combate a corrupção e aos privilégios acima de qualquer político ou partido. Em boa medida isso foi conseguido entre 2014 e 2018. E todos esses acontecimentos que eram impensáveis foram previstos e concretizados.

Dilma teve seu impeachment desencadeado a partir de dezembro de 2015, sendo que no começo daquele ano era impensável que ela pudesse ser impichada. Eis a previsão que foi feita:

 "A partir de setembro de 2015 se inicia o novo ano do Brasil nos arcanos maiores, que será regido pelo arcano 13 (a morte) mostrando o início de algo muito diferente ou, a nível literal, a morte de algum partido ou grande força política do governo. O fim de um ciclo, o início de uma nova situação, claramente pelos idos de setembro de 2015 até setembro de 2016."

Texto completo:

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2015/01/previsoes-para-2015.html

Lula foi condenado em julho de 2017. Em janeiro de 2016 tanto a previsão sobre a queda de Dilma foi ratificada como a previsão sobre a prisão de Lula, que é escorpiano, foi feita:

"Todos esses ingredientes já seriam o suficiente pra dizer que algo grande vai acontecer nessa época (além obviamente das Olimpíadas) e que terá um impacto coletivo no Brasil e também a nível mundial, desde uma tentativa de algum atentado ou até mesmo a queda da presidente ou a prisão/morte de alguma figura histórica do país que tenha forte influência do signo de Escorpião."

Texto completo:

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2016/01/previsoes-2016-parte-ii-astrologia-e.html

A "onda" antipetista portanto já era bem clara em meados de 2017, tanto pelo apoio maciço da população a Lava Jato e contra a corrupção petista como pela própria postura do Congresso e STF permitindo que um presidente petista fosse impichado e o outro preso. Portanto "prever", em meados de 2017, que Bolsonaro seria eleito no pleito de 2018 não era algo tão improvável assim, improvável seria prever em 2014 com a popularidade petista em alta que os militares subiriam ao poder até 2018 como aconteceu, previsão que foi feita no livro "Brasil o Lírio das Américas":

"Quando a violência estiver numa crescente, diante da insatisfação de alguns ramos da população interessados na volta da concentração do poder político nas forças que antes utilizavam cargos políticos e comissionados como moeda de troca, surgirá um movimento dentro do Exército, de apoio às manifestações e reformas políticas populares e democráticas. O mundo passará, nessa época, por um cenário de lutas e conflitos e o país sentirá o anseio de valorizar sua força militar ao mesmo tempo a própria segurança interna, em virtude dos problemas com violência e drogas" (livro "Brasil o Lírio das Américas, página 302)

Mourão foi exonerado em outubro de 2015 após duras críticas ao governo Dilma abrindo caminho definitivo para a formação de uma chapa presidencial com os militares em 2018, já que ele foi eleito vice presidente. Prever isso em 2014 para acontecer em 2018 era altamente improvável.

Sobre a eleição de Bolsonaro deixei claro não apenas em um, mas em vários posts, que sua candidatura só existia por se basear no antipetismo, no apoio a Lava Jato e na figura dos militares (como Mourão e Villas Boas) que tiveram coragem de agir contra o projeto de perpetuação petista que tentou cooptar o Exército. Igualmente deixei claro, como exposto no texto a seguir de março de 2017 o desastre que seria dar as costas para essas forças em troca de se alinhar com as idéias olavetes (infelizmente o que Bolsonaro preferiu fazer):

https://www.facebook.com/360490373972933/photos/pb.100044199317841.-2207520000../1360217714000189/?type=3

Todos esses acontecimentos improváveis e que se cumpriram atestam e comprovam o projeto dos amigos espirituais descrito no início desse texto: impedir que um projeto de perpetuação no poder e de gigantesca corrupção se mantivesse no Brasil, mas sobretudo despertar um maior senso de Nação e de fiscalização da vida política em toda a população colocando valores como o combate a corrupção acima de ideologias partidárias ou simpatias pessoais por políticos.

Infelizmente após a sua eleição Bolsonaro deu as costas para os compromissos de campanha assumidos e se perdeu completamente, o que para o Mundo Espiritual não é novidade, pois igualmente incontáveis médiuns se perderam e se perdem pelo caminho abandonando por diversos motivos o seu mandato mediúnico. Mas isso não seria o maior problema, já que Bolsonaro ao menos com sua eleição havia servido para evitar a manutenção do petismo e inicialmente, nos primeiros meses, havia levado a Lava Jato para o governo. Porém ao sucumbir as vaidades pessoais e sobretudo ao compactuar com a corrupção de políticos ligados ao centrão e ao petismo, o que a Espiritualidade Superior aguardava era uma reação contundente da população que meses antes combatia a corrupção petista apoiando a Lava Jato e por certo não deveria tolerar o descumprimento das promessas de campanha pelo novo presidente. O que vimos não foi isso e com um presidente fraco associado a políticos corruptos ao mesmo tempo com uma população apática, o caminho para soltar Lula e trazê-lo novamente ao jogo político com a anulação teratológica dos seus processos (considerado culpado em todas as instâncias superiores).

A exceção da soltura de Lula, todo o resto do cenário político foi previsto com exatidão e sobretudo antecedência, pois uma coisa era "prever" acontecimentos relativamente previsíveis em meados de 2017, outra coisa é prever tudo que aconteceu entre 2014 e 2015 quando era altamente improvável acontecer.

Em qualquer nação mais amadurecida politicamente Bolsonaro e Lula já estariam afastados da vida política, não apenas por medidas judiciais mas pela própria desaprovação popular. Entretanto, o que vemos hoje é entorno de metade da população apoiando Bolsonaro ou Lula, ambos dividindo 20, 25% da aprovação popular e talvez uns 50% apoiando a Lava Jato.

Nessa situação e com a necessidade de estruturar uma mínima organização em solo brasileiro antes dos eventos de 2036 (não pelos belos olhos da nossa população mas sim pela contingência do karma planetário que os eventos apocalípticos trarão ao mundo) temos dois caminhos bem definidos descritos também lá no livro de 2014 (Brasil o Lírio das Américas): ou despertamos novamente o sentido cívico de combate a corrupção defendendo a Lava Jato e nos colocando como nação frontalmente contra Bolsonaro e Lula, símbolos do centrão e contrários a Lava Jato ou assistiremos passivamente como nação a destruição econômica e sanitária do país o que poderá levar a uma guerra civil dentro do país, basta olhar o exemplo não muito distante da Venezuela que saiu de economia petrolífera rica para nação miserável tudo por conta de um coronel esquerdista com delírio de grandeza, o que aconteceu justamente pela falta de manifestação popular e falta de ação republicana dos atores políticos e militares venezuelanos 

As mudanças programadas para o Brasil antes de 2036 e até o final da década de 20 acontecerão de uma forma ou de outra. Podemos como nação evitar o caminho mais doloroso, mas pra isso o Alto Comando do Exército precisa refletir sobre o que aconteceu na Venezuela durante a ascensão de Chavez, os atores políticos antibolsonaristas e antilulistas como Dória, Huck, Mandetta, Amoedo precisam abandonar projetos pessoais e compreenderem que somente a união entorno de Moro e da Lava Jato será capaz de enterrar de uma vez por todas o petismo e o bolsonarismo permitindo o começo de uma reformulação política e verdadeiro combate a corrupção institucionalizada e, sobretudo, metade do povo tomar vergonha na cara e parar de defender político e partido como time de futebol depois de todo o lodaçal exposto através da LavaJato.

Ainda há tempo, continuo vendo no horizonte, especialmente em julho o impeachment e em 2022 a eleição de Moro. Ainda há tempo, mas se não acordarmos e nos unirmos como nação, então infelizmente virá o caminho mais doloroso previsto lá em 2014.

Brasil o Lírio das Américas:

https://clubedeautores.com.br/livro/brasil-o-lirio-das-americas


24 de mai. de 2019

Não Seja um Olavete - Porque a Manifestação do dia 26 vai Afundar o Presidente


Quando a miopia política atinge parcela expressiva da população, mas, sobretudo o próprio presidente, normalmente é quando as emoções falam mais do que o senso estratégico, então se faz necessário pontuar de forma clara e detalhada não apenas o atual cenário político como também os desdobramentos, no futuro, de determinadas atitudes. Sem modéstia alguma afirmo que não teve analista ou "guru" algum que previu nos últimos 5 anos o cenário da política como eu previ (com alta porcentagem de acerto) e exatamente por isso me sinto na obrigação de alertar, de forma ainda mais clara, porque as manifestações do dia 26 serão um desastre político para o presidente. 

Ao leitor que acompanha o que escrevo há alguns anos ou o que está conhecendo minhas análises políticas pela primeira vez preciso informar, brevemente, que desejo o sucesso do governo Bolsonaro, não apenas pelo político honesto sem condenações ou inquéritos por corrupção que ele é como pelo time que ele montou no governo com um economista de viés liberal (Paulo Guedes), um estrategista para combater a corrupção (Moro) e uma cúpula ministerial de base militar com os quadros mais moderados que a direita poderia produzir. Previ no início de 2014 que teríamos um escândalo maior que o mensalão (poucos meses depois veio a Lava Jato) previ que gente graúda seria presa, que Dilma cairia, que Lula seria preso e outras previsões que soaram surreais na época. Previ que os militares ascenderiam ao poder até 2018 ainda durante o ano de 2014. Lutei com afinco desde essa época contra o petismo e soube, desde 2014, que o caminho do Brasil para tirar o petismo do poder e colocar os militares estava traçado. Enquanto alguns "analistas" previam que o Brasil estava fadado ao comunismo eterno após a eleição de Lula e que os militares não impediriam a ascensão total da esquerda como ocorrera na Venezuela eu sempre expus exatamente o contrário, mostrando que o guru da Virgínia não tinha razão. Então (desculpem pelo longo parágrafo) sinto a obrigação de compartilhar o que se desenha para o futuro próximo, mais uma vez transmitindo sob o auxilio dos guardiões superiores que desde 2014 tem ajudado de forma mais próxima esse trabalho de tentar desvelar com a maior clareza possível o que se desenha no horizonte da geopolítica brasileira

O primeiro ponto que devemos considerar quanto a essa manifestação é que ela não foi espontânea. Quando o presidente soltou a mensagem no whatsapp falando da incapacidade de conseguir governar o país e de um Congresso dominado por interesses escusos os grupos ideologicamente mais próximos do olavismo (os olavetes, a ala radical da direita) já estava avisada e pronta para começar a mobilização. O segundo ponto é que essa mobilização, motivada exatamente por esse texto do presidente não foi a pauta das reformas ou pacote anticrime mas sim contra o centrão, contra o Congresso corrupto. Os principais grupos organizadores, que se reconhecem claramente como olavetes e os principais influenciadores do youtube ideologicamente ligado ao olavismo deixaram isso bem claro, em vídeos, nos banners e tweets ainda que exista um pequeno verniz para tentar transmitir a imagem de que é uma manifestação pelas reformas. Não, essa é uma manifestação organizada por olavetes e com a pauta principal se manifestar contra o centrão. Esse é o motivo pelo qual, muitos membros moderados da direita como os generais Santos Cruz e Paulo Chagas, Janaina Paschoal, Joice Hasselman, parte da bancada do PSL, Lobão, Rodrigo Constantino, Arthur e demais membros do MBL e do Vem Pra Rua, além de parte expressiva do empresariado que apoiou Bolsonaro e os liberais da direita, como Marcel Von Hattten colocaram posição de não comparar a manifestação

A ala olavete é a verdadeira responsável pela crise de governabilidade que o presidente vem passando, exatamente pela total falta de senso estratégico e de articulação política, que começou exatamente no caso da comitiva do PSL que foi pra China e que foi achincalhada pelo guru da Virgínia (que poderia ter conservado de forma privada ou se manifestado de forma educada), isso sem falar no ataque direto a cúpula de militares escolhida pelo próprio presidente de forma anticristã, anticonservadora, com vocabulário que nem um filósofo de botequim usaria  e por motivos dos mais pueris como entrevista para o Bial (que o próprio guru também concedeu) ou fotos com membros da esquerda (sendo que o próprio Olavo afirmou que trabalharia com Suplicy e já tirou foto sorridente com Gilmar Mendes) tudo isso culminando com ataques das hostes olavistas contra outros membros da direita que lutaram de forma ostensiva para derrubar o petismo e pela divulgação das idéias da direita, como o caso da Janaina e do Arthur entre tantos outros.

Enquanto a ala olavete e os discípulos olavetanos não forem formalmente afastados e rechaçados pelo presidente (que ao contrário tem se aliado cada vez mais a esse grupo) será impossível formar qualquer aliança política mais sólida dentro do Congresso, pois os olavetanos enxergam os parlamentares do centrão (e alguns até mesmo o Congresso inteiro) como ilegítimo, corrupto. Como esperar que o governo firme uma aliança, uma base de votos dentro do Congresso e dentro da própria direita com uma ala histriônica que ataca todo mundo da própria direita porque acreditam que direita é apenas quem segue de joelhos o que Olavo diz ou ensina? É claro que não tem como dar certo. Por esses primeiros pontos a manifestação em si já seria um desastre do ponto de vista político, pois automaticamente dificulta ainda mais que o governo forme uma base política dentro do Congresso e dentro da direita, pois transmite a mensagem que o presidente pretende continuar alimentando a aliança pessoal com o olavismo.

Mas calma, ainda estamos no começo. Tem mais. Só existem três situações de mobilização popular que causam movimentação ou apreensão no Congresso.   

1) Em época próxima de eleição (os deputados ficam mais sensíveis ao clamor das ruas porque desejam a reeleição) e devemos considerar que os parlamentares estão com menos de 6 meses de mandato

2) Se a vontade popular expressa uma situação política já consolidada (exemplo: impeachment da governanta, ela já contava com alta rejeição dentro do Congresso e somado a isso o forte apoio popular pelo impeachment apenas acelerou a vontade da maioria do Congresso, inclusive porque boa parte dos parlamentares viu uma clara chance de acabar com a hegemonia petista)

3) O temor das forças armadas (o Congresso sabe que somente o Exército é capaz de mudar o sistema constituído, seja por vontade própria como foi no processo de abertura nos anos 80 ao ouvir a população ou por uma ameaça institucional, como foi nos anos 60 com a ameaça comunista)

Como o Congresso não está nem em época de eleição e muito menos há o temor que as forças armadas apóiem uma revolução popular para derrubar o poder Legislativo, não há qualquer temor por parte do Congresso, mesmo se que se coloque um milhão, três milhões de pessoas na rua, isso apenas vai aumentar a percepção do Congresso que Bolsonaro não deseja fazer política e que deseja alimentar o nós contra eles (ou seja, seus apoiadores mais radicais que são as olavetes contra o Congresso) 

Aqui é importante um adendo: como expliquei no post "Olavo versus militares" (deixarei o link ao final) Olavo não apenas lutou para derrubar o marxismo ou combater o marxismo cultural ( o que nesse ponto o colocou como aliado pontual da direita para eleger Bolsonaro) mas o seu objetivo vai além disso: ele acredita que somente um Executivo forte, na imagem de um imperador quase absolutista ou com poderes moderadores (algo que só existe hoje nas monarquias do Oriente Médio) aos moldes do absolutismo monárquico da Idade Média em estrita aliança com a Igreja Católica (a volta da Santa Inquisição funcionando como o novo STF) seria a única forma de se estabelecer um governo conservador e próspero (inclusive linkei no post todos os vídeos que ele mesmo afirma isso) o que explica não apenas a crença do guru de que a Idade Média era melhor do que a Renascença, o Iluminismo e o que veio depois (ou seja, as democracias modernas) como também explica a repulsa do "filósofo" ao heliocentrismo (óbvio, pois Galileu fora condenado pela "Santa" Inquisição) e a cientistas como Darwin, Newton e Einstein que trouxeram comprovações científicas que colocaram por terra conceitos bíblicos, o que obviamente um amante da Idade Média absolutista católica jamais toleraria. O olavismo acredita que é possível uma revolta popular que derrube os poderes constituídos e que permita a criação de um governo messiânico absolutista, acreditam inclusive que podem manobrar a população para realizar essa revolução e que conseguiriam sobrepujar até mesmo o Exército (que obviamente não permitiria a escalada de uma insanidade dessas). Por isso o esforço do olavismo em atacar os generais da cúpula do governo, pois na cabeça deles sem colocar o povão contra os militares não tem como se fazer revolução popular messiânica. 

Estão entendendo o que realmente está por trás da idéia que os olavetes têm dessa manifestação? 

Dito isso, o centrão não apenas está despreocupado com o tamanho da manifestação do dia 26 (por saber que as eleições ainda estão distantes e não há o perigo de uma intervenção militar) como já traçou a estratégia para anular o presidente Bolsonaro, independente que ele estimule mais duas, três ou dez manifestações nos próximos meses.  A estratégia é muito simples: Maia aproveitou o vácuo de poder político deixado pelo presidente para tomar conta do Congresso. Enquanto o presidente e a cúpula do governo tinha que se preocupar com crises internas desencadeadas pela cúpula olavista (contra Bebiano e depois contra os militares) deixou a articulação de lado, ou seja, não formou uma base parlamentar no Congresso.

E aqui é preciso dizer claramente: isso aconteceu porque o presidente se recusou a dialogar. O partido do presidente elegeu 55 parlamentares, a bancada liberal sempre apoiou a maioria das reformas (como vimos na votação da mp 870 e sobretudo do coaf) assim como boa parte da bancada ruralista, evangélica e da bala. Até mesmo dentro do chamado centrão (um grupo de mais ou menos 200 deputados que reúne gente de paridos pequenos do "baixo clero" bem como deputados do dem, mdb, pp e outros) o presidente contava no inicio do mandato com votos favoráveis, tanto isso é verdade que mesmo sem articulação alguma a votação do coaf rendeu 210 votos ao governo (sendo que o governo precisa de uma base de 310-320 votos) o que por si só ja anula a tese de Congresso corrupto ou centrão corrupto. A própria característica fisiológica de boa parte dos parlamentes do centrão é obter decretos e liberação do orçamento que estão perfeitamente de acordo com as regras republicanas de política. Bolsonaro simplesmente se recusou a fazer política, acreditou que bastaria ordenar e o Congresso obedeceria e que assim o país andaria, o que está longe de ser o regime presidencialista, no qual Executivo e Legislativo precisam dialogar.  

Maia se aproveitou desse vácuo político deixado pelo presidente e se elegeu com folga para presidente da Câmara em primeiro turno, conseguindo ele próprio formar maioria para votar o que quiser dentro do Congresso. O DEM, partido de Maia, conta não apenas com a presidência das duas casas, como um ministro importante no governo (Onyx) e controle do Congresso. Maia percebeu a partir desse ponto que por imprudência, Bolsonaro concedeu as ferramentas políticas necessárias para o DEM se cacifar não apenas como uma direita liberal moderada, mas também como o partido fiador das reformas econômicas. Não é segredo que DEM e PSDB planejam a fusão de forças e até mesmo dos partidos com vistas as eleições de 2022 para a presidência e governos. Então qual a estratégia adotada? Ninguém quer assumir em 2022 um país quebrado ao mesmo tempo que sangrar politicamente o presidente apenas causaria maior agitação do eleitorado (afinal ele foi eleito com quase 60 milhões de votos) então Maia decidiu que a estratégia seria isolar politicamente Bolsonaro, ou seja, impor sucessivas derrotas no Legislativo e ao mesmo tempo fazer com que o próprio Congresso proponha as leis e projetos, como aconteceu nessa semana com a reforma tributária e mesmo dentro da própria reforma da previdência. Isolar politicamente o presidente mostrando para a nação que ele não tem poder algum de gestão política e que todas as reformas pelo bem do país estão sendo criadas e conduzidas apenas pelo Legislativo. Um presidente que fique sem força política dentro do Congresso por quatro anos e um conjunto de parlamentares mostrando serviço aprovando uma série de reformas econômicas é a estratégia de Maia para cacifar o DEM para as eleições presidenciais de 2022, algo que para Maia seria mais interessante do que paralisar economicamente o governo ( o que a não aprovação do crédito suplementar de 250 bi faria), pois isso apenas atrasaria o protagonismo do Congresso na retomada do crescimento do país e ao mesmo tempo uma eventual pedalada ou processo de impeachment contra Bolsonaro apenas insuflaria agitações sociais e a subida de um general (Mourão) a cadeira presidencial)

Essa é a estratégia de Maia que sabe que mesmo não consiga derrotar Bolsonaro em 2022 através de um candidato (provavelmente Dória) mesmo assim poderá agir da mesma forma por mais 4 anos. Outro ponto nessa variável é que dificilmente os militares apoiariam a reeleição de Bolsonaro caso ele insista até 2022 em permanecer aliado do olavismo e sem formar uma base política no Congresso. Naturalmente nomes como Guedes e em especial Moro seriam os escolhidos para representar uma direita mais moderada, enquanto cada vez mais o presidente, nesse cenário, estaria isolado politicamente dentro do Congresso e cada vez mais identificado com o olavismo.

Ou seja, em todos os cenários possíveis essa manifestação e a insistência de Bolsonaro em não formar uma base política no Congresso e continuar alinhado ao grupo dos olavetes vai deixá-lo cada vez mais imobilizado na presidência, restando insistir em chamar as pessoas para as ruas o que tende a gradualmente enfraquecer, sobretudo se o Congresso conseguir passar as reformas econômicas que deseja

A única, única saída do presidente é TRABALHAR, fazer POLITICA dentro do regime presidencialista, parar de atiçar as ruas e de dizer que não pode governar, aceitar o jogo democrático como ele é, formar uma maioria simples no Congresso e começar a governar, qualquer tentativa fora disso ou que estimule algo fora disso é um tiro no pé e que só vai atrasar a capacidade política do presidente de governar

Não há como governar pelo twiter ou achar que as ruas farão a articulação política que ele não tem feito na sua base. Já falei aqui, tem que por a Joice na articulação com o Congresso, pacificar o PSL, negociar homem a homem com os elementos da bancada ruralista, da bala, dos evangélicos e procurar atender, dentro dos limites republicanos, as demandas da bancada mais fisiológica que é o centrão, visto que o único grupo que realmente não tem como o governo tirar da oposição é o grupo de 140 parlamentares do pt, psol e satélites marxistas.

Se o presidente joga o centrão todo no colo do Maia e não forma nem uma base com aqueles que ele ajudou a eleger, então como ele espera aprovar as coisas no Congresso? Na base do grito, do xingamento, com os pitbulls de twiter? Com a seita olavetana que acha comunista qualquer um que discordar uma vírgula do guru desbocado da Virginia?

Tá na hora do presidente escutar os militares e a ala sensata da direita e começar a trabalhar, parar de fazer "nós contra eles" com o Congresso e começar a unir a sua base e iniciar um grande dialogo de conciliação com o Congresso e com o povo pelas reformas como foi feito na época do plano real, sem isso o governo vai naufragar nas mãos de um parlamentarismo branco, pois se o presidente abre um vácuo de poder, o Legislativo toma conta e não adianta gritero na rua e twet malcriado ou se achar enviado de Deus que isso não vai mudar a posição dos parlamentares.

Por isso eu e vários outros da direita não apoiamos essa manifestação do dia 26, manifestação essencialmente organizada por olavetes e que em nada vai contribuir para a harmonia dos poderes e para o governo do presidente, pelo contrário, vai enfraquecer ainda mais o presidente diante do Congresso.

Bolsonaro tem tudo para fazer um bom governo, não é difícil unir uma base de 310 parlamentares, sendo que 210 já se mostraram dispostos a participar do governo. Mas isso só vai acontecer com dialogo e política dentro do Congresso e não com griteiro contra o centrão ou maluquices messiânicas antidemocráticas de gente que nunca foi cristã ou conservadora, mas essencialmente marxistas de direita.

Essa manifestação do dia 26 apenas vai ajudar a afundar politicamente o presidente dentro do Congresso. O que realmente vai fazer com que ele consiga governar é formar uma base política no parlamento, romper formalmente com a seita olavetana e começar a tomar pra si o protagonismo político para o qual foi eleito, não porque seja um messias ou um enviado para ser o imperador do Brasil, mas pelo voto de milhões para exercer um mandato dentro do regime democrático e dentro dos protocolos republicanos permitidos. Qualquer coisa fora disso é afundamento político.

Olavo versus militares - Vamos entender o que está acontecendo:



O projeto absolutista olavista versus os militares:



As previsões trazidas desde 2014 sobre a geopolítica do Brasil cumpridas nos últimos anos:



18 de mai. de 2019

Bolsonaro e o Futuro Próximo do Brasil – Como o Presidente pode Evitar o Impeachment


Hoje o tio Zé trará noticias alvissareiras para os leitores que estão em cólicas com os últimos acontecimentos. Sem panos quentes, sem dourar a pílula, mas mandando a real e mostrando que temos um bom caminho de salvação do Brasil, nem tão difícil assim e que permitirá que o presidente cumpra seu mandato. Tá curioso? Então lá vem textão 

Muita gente perguntando se Bolsonaro vai chegar ao final do mandato e como será o futuro próximo do país. Então vou recapitular exatamente o que previ (com boa medida de acerto diga-se de passagem) até aqui e quem quiser conferir busque ler os posts que serão citados

Primeiro de tudo: previ lá em 2014 que teríamos a queda definitiva e a ascensão dos militares. Está escrito em pormenores no livro "Brasil o Lírio das Américas". E mais ainda: um cenário de duas grandes possibilidades com os militares no poder: um de união pelas mudanças e outro de revolução, confrontos, em especial a partir de 2020 (essa parte inclusive eu linkei no texto com a imagem do Paulo Guedes sobre os 3 principais pilares econômicos que precisamos aprovar nas próximas semanas). Ou seja, deixei bem claro: ascensão dos militares.

Em texto de 06 de dezembro de 2018 publicado aqui na fanpage falei amplamente sobre alguns delírios das olavetes. Quando os ataques mais abertos contra os militares começaram deixei ainda mais claro que só existia governo Bolsonaro se fechado com os militares. Isso está claro em vários textos em especial a partir de 2019

Dentre esses textos mencionei também que na queda de braço entre militares e os filhos do presidente, os militares venceriam, como tem vencido, mas que ainda assim teríamos problemas até o final do ano por insistência dos filhos. Ao mesmo tempo afirmei que teríamos a aprovação da reforma da previdência (essas informações estão nos texto de 15 de fevereiro e 21 de fevereiro)

No texto de 22 de dezembro de 2018 deixei claro o caminho necessário para o desaparelhamento do Congresso e do STF: um profundo processo de união do governo com os militares e a população debatendo reformas e já preparando a população para um plebiscito (semi constituinte) em 2020 se as reformas fossem barradas no Congresso. Nada disso foi feito, nem articulação com a população, nem qualquer diálogo estratégico com o Congresso e o pior ponto: permitir que gente da direita xingasse os militares, a alta cúpula do governo sem a devida resposta do presidente. Inclusive o inicio dessa crise, com a demissão do Bebiano que iniciou todo o processo de tentativa de fritura dos militares por conta das olavetes foi previsto no post do dia 04 de fevereiro

Portanto os alertas foram feitos com antecedência, assim como as previsões dos cenários que estavam por vir caso os caminhos corretos não fossem tomados. A partir do momento que o presidente escolheu os rumos que escolheu é óbvio que ele se aproxima muito mais do cenário revolucionário de 2020 descrito no livro que lancei em 2014 (Brasil o Lírio das Américas).

Ainda dá pra salvar o governo e evitar todo esse cenário, mas como disse nos dois últimos posts: não há tempo para meias medidas. E sinceramente eu não sei se o presidente está disposto a romper com o olavismo e fechar 100% com os militares, seguindo os conselhos destes de iniciar um profundo diálogo e conciliação com o Congresso, uma profunda campanha junto a população e ao Congresso como aquela feita para o plano Real. 

Sinceramente eu não vejo essa disposição no presidente, ao contrário, ele não aproveitou o capital político dos primeiros 3 meses de governo no qual deveria ter estreitado laços com o Congresso e com a população, ao contrário, crises internas dentro da própria direita foram alimentadas assim como discursos de fechamento do Congresso. Como esperar que o Congresso trabalhe por reformas se o governo não busca diálogo e ainda estimula sua base de eleitores a achincalhar o Congresso como símbolo da "velha política", colocando todo mundo (inclusive a base aliada eleita) no mesmo balaio de corruptos da velha política contra o país? O governo conseguiu a proeza de não formar sequer a base coesa no próprio partido com mais de 50 parlamentares (e em boa parte pelas críticas intestinas do olavismo contra os deputados). Bolsonaro contava com vários parlamentares simpáticos as reformas econômicas no início do mandato, desde os liberais do novo e mbl, passando pela bancada ruralista, da bala e evangélica e ao invés de unir essa base ele simplesmente achou que ia ordenar e todo mundo iria obedecê-lo sem contestação, sem diálogo? Bolsonaro deu as costas para o diálogo com a sua própria base, sequer formou uma base no Legislativo deixou um vácuo de comando aberto que obviamente não ficaria vazio, entregou de mão beijada o controle de todo o Congresso nas mãos do presidente da Câmara. 

O QUE MAIA E O CENTRÃO DESEJAM?

Maia deseja protagonismo, se colocar como uma opção moderada contra o petismo e menos histriônica do que o olavismo, por isso tem feito questão de dizer que "vai aprovar as reformas sem o governo ou apesar dos sobressaltos internos do governo", pois ele quer ganhar tutano político junto com o Congresso em cima da briga entre governo / militares versus ala olavista. Pra isso Maia tem usado, ou melhor, manipulado a seu favor o interesse da banda podre do centrão (parlamentares de oposição e também gente suspeita ou enrolada com a justiça) juntamente com o grupo dos insatisfeitos com a postura agressiva do governo de dizer que é tudo culpa do Congresso corrupto. Maia deseja cacifar o DEM para as próximas eleições, tanto nas prefeituras como nos governos, por isso tem reafirmado que a reforma da previdência vai passar e tem dado continuidade a reforma tributária. Esse é o objetivo e estratégia de Maia: mostrar protagonismo do Congresso, que estão trabalhando e que quem está tumultuando e batendo cabeça é o governo. 

Dito isso não é muito complicado estrategicamente para o governo reverter isso, pois assentando e pacificando a própria base (sobretudo o próprio partido) o governo rapidamente retomará o controle da maioria que precisa e pode assim dividir o protagonismo com o Congresso (algo que Bolsonaro estava tentando fazer antes que a crise envolvendo o nome de Santos Cruz viesse a baila por parte da ala olavista), pois o interesse de Maia (eleito por ampla maioria do Congresso em primeiro turno) e do centrão (a maioria de bancadas simpáticas ao programa do governo e anti petista) não é ser um novo pt mas sim um grupo com protagonismo político e que exatamente por isso tem reagido impondo tantas derrotas ao governo, pois não aceita a postura do governo de condenar todo o Congresso como corrupto ou contra o Brasil e ao mesmo tempo se aproveitam da falta de coesão do governo (ataque da direita histriônica contra os militares) para ganhar musculatura dentro do Legislativo sobre o Executivo.

Por tudo isso não é difícil para o governo conciliar os interesses do Executivo com o Legislativo, o ponto central é que pra isso a ala histriônica da direita (olavismo) precisa ser afastada, pois está claro para o Legislativo que é ela que estimula o discurso mais agressivo contra o Congresso   

O TRUNFO PARA VENCER AINDA DENTRO DA DEMOCRACIA

O caminho para solucionar esse imbróglio está nos dois textos que escrevi recentemente (linkarei ao final), mas resumindo: a ÚNICA saída para Bolsonaro é fechar com os militares em prol da união com o povo e com o Congresso por um grande pacto entorno das 3 ações/reforma econômicas para reerguer a economia, pois se continuar permitindo olavistas atacando o governo (sem que de uma resposta dura) ou estimular caneladas contra o Congresso por parte dos seus eleitores, aí é que não sai apoio algum no Congresso. É preciso também pacificar o PSL, unindo os políticos da base aliada com os militares deixando claro para ambos que não será mais aceita interferência olavista no governo, um compromisso pessoal do governo que o olavismo será retirado do governo e que nenhum ataque de qualquer olavista contra o governo ficará sem uma dura resposta do presidente.

Essa é a única saída, pois sem esse apoio político e dos militares nada impedirá Bolsonaro de ser impichado, visto que sem crédito suplementar ele terá que pedalar para pagar salários e aposentadorias e outras despesas da União e não terá apoio político para escapar de um impeachment. Mais ainda: sem esse apoio ou pacto com os militares, os militares não terão motivo algum para fechar Congresso ou impedir o processo de impeachment, pois terão um vice (Mourão) muito mais alinhado com o Alto Comando e com a base política simpática as reformas pronto para assumir. Então só há esse caminho para Bolsonaro não ser impichado, união total com os militares, foco em congregar a base e o Congresso e fundamentalmente limar o olavismo do governo, um pacto formal com todos esses atores políticos.

Caso faça isso Bolsonaro e o governo terão o discurso claro de união e de apoio popular pelas reformas colocando o ônus da aprovação nas costas do Congresso, ao mesmo tempo que contarão com a simpatia daqueles que desejam as reformas mas que não desejam ser colocados no mesmo balaio de petistas e parlamentares investigados. Ou seja, o governo precisa parar de afastar os aliados em potencial e pra isso precisa mudar a postura na articulação como expus aqui.

Se mesmo assim tudo isso não der certo, Bolsonaro terá ainda o apoio dos militares e poderá tentar uma cartada no caso do crédito suplementar não ser aprovado: um plebiscito pela aprovação de algumas reformas, pois pelo art 18 da CF basta apenas metade mais um voto no Congresso para esse tipo de decreto pelo Legislativo. Por isso ele precisa se unir aos militares e criar uma mínima base coesa dentro do Congresso, pacificar os ânimos. Essa é a forma de burlar, democraticamente, um Congresso que porventura tenha um número alto de parlamentares que não deseja trabalhar pelas reformas, apenas com metade dos parlamentares o governo pode governar por  plebiscito (isso ocorre muito na Suíça e já foi até dado como exemplo por Paulo Guedes em entrevistas) nas questões que não forem passíveis de decreto presidencial.

O grande “pulo do gato” nessa questão é que, pela lei, não existe uma definição constitucional apontando se o resultado do plebiscito precisa ser cumprido imediatamente pelo Congresso ou se seria apenas uma “consulta” que ainda assim precisaria de 3/5 dos votos no parlamento para ser aprovada (o que não faz sentido, afinal o plebiscito é exatamente para mostrar a opinião direta da maioria popular acima do Legislativo, escolhido pela mesma maioria popular). O grande pulo do gato é já colocar no plebiscito uma lei que legisle sobre o tema, ou seja, o resultado da votação do plebiscito deve ser de implementação imediata. Com esse artifício o governo que conta com amplo apoio popular mas limitações de negociação com o Congresso tem uma forma mais fácil de aprovar medidas importantes sem que precise de 3/5 dos votos mas sim apenas a metade dos votos mais um, tanto do Congresso como da população

Todas essas estratégias são caminhos melhores do que uma intervenção militar pelo artigo 142. Até porque no caso da maioria do Congresso aprovar o plebiscito e a maioria da população apoiar determinada medida do governo isso facilitaria muito mais uma resposta dos militares (art 142) contra qualquer barreira colocada pela presidência da Câmara ou no STF, com uma prova clara que o Legislativo estaria se recusando a cumprir a vontade da maioria. Essa é a brecha que Bolsonaro tem para acelerar o processo de reformas. 

Com o mínimo de coesão política com sua base e os militares Bolsonaro pode plenamente governar, pois mesmo que não tenha 2 terços do Congresso ele conta com metade além do apoio da população e pode dar essa "pedalada" no Congresso, dentro da lei e dentro da democracia. O ideal seria fazer isso apenas nas eleições de 2020, mas se a coisa toda se precipitar de forma intensa como tem se desenhado no horizonte, então ainda em 2019 isso pode ser feito. É um trunfo que Bolsonaro tem para negociar positivamente com o Congresso, pois todo mundo sabe do poder que ele tem nas redes e que se entrarem em um acordo, o Congresso pode evitar a exposição ao voto popular mostrando claramente que o Legislativo agiu contra o interesse da maioria da população caso não aprove alguma das reformas.

O caminho mais uma vez está ai presidente, não é difícil, mas não há mais tempo pra erros e meias medidas 

Os três pilares econômicos:


O caminho para sair da crise:


Por fim é importante que eu retifique dois erros no meio desses acertos: a grande guerra que se aproximava não era apenas em relação ao STF e a banda podre dentro do Congresso (não o Congresso inteiro), mas em relação a própria ala olavista e apesar de ter visto essa guerra no horizonte próximo (o texto foi publicado em final de março) não vislumbrei de forma clara que a ação do olavismo seria tão daninha ao governo:


"O STF e a banda podre do Congresso sabem que Bolsonaro precisa do apoio do Congresso para aprovar a fundamental reforma da Previdência e por isso ele não pode agora governar por medida provisória ou decreto. Exatamente por isso eles estão endurecendo o jogo, tanto com o acordão para dificultar a investigação dos crimes de corrupção pela Lava Jato como dificultar a aprovação do pacote anticrime de Moro. O objetivo é testar o novo governo, testar a capacidade de reação política e saber ate onde Bolsonaro, Moro e os militares estão dispostos a ir para combater a corrupção.

O governo precisa juntar os aliados para aprovar as duas reformas juntas, Previdência e pacote anticrimes (que na prática cria uma lei e põe abaixo o acordão feito pelo STF) ao mesmo tempo que precisa anular a pec da bengala, pois só assim Bolsonaro poderá desaparelhar a corte. 

Só que para juntar os aliados, Bolsonaro precisa de ARTICULAÇÃO o que falarei a seguir"

Texto completo:


E o segundo erro foi superdimensionar a aprovação das medidas econômicas (como a Previdência que acredito sim será aprovada entre junho e julho como previsto) e minimizar a capacidade de geração de crise do governo, o que resulta numa avaliação improvável de crescimento de 5% para o final desse ano. Se fizermos os 3 pilares citados nesse texto dá pra buscar uns 3% mas realmente, os 5% está fora do horizonte para esse ano de 2019

As previsões cumpridas desde 2014 sobre o futuro próximo do Brasil (clique na imagem abaixo):



27 de abr. de 2019

Olavo versus Militares - Vamos Entender o que Realmente está Acontecendo




Pequeno texto que resume o textão que deixarei em seguida após resumi-lo nas perguntas e respostas abaixo

Os militares são traidores? Mourão é um traidor?

Resposta: Não, se fossem bastaria Bolsonaro demitir toda a cúpula militar ou mostrar descontentamento com Mourão ou simplesmente renunciar por não aceitar um golpe militar. Bolsonaro não fez nada disso e, ao contrário, tem mostrado firme apoio aos militares, apoio a Mourão e criticado a postura de Olavo de Carvalho por tentar jogar o eleitorado da direita contra os militares tentando criar uma cizânia que não existe.   

Os militares são culpados pela ascensão do socialismo no Brasil durante o regime militar como tem dito Olavo?

Resposta: No início do regime militar Olavo pertencia ao partido comunista, ou seja, enquanto os militares lutavam para impedir a ditadura do proletariado, Olavo lutava por sua implantação. Enquanto a estratégia da guerra cultural (Gramsci, escola de Frankfurt) era fermentada para substituir a fracassada luta armada dos comunas Olavo nem sabia o que estava acontecendo, pois confessou que somente a partir dos anos 90 compreendeu que o socialismo havia adotado a luta cultural (gramscismo, marxismo cultural) no Brasil, tanto isso é verdade que em 89 Olavo votou em Lula (o que um conhecedor da luta cultural jamais faria). Ou seja, Olavo tomou consciência da guerra cultural marxista somente nos anos 90 (como ele mesmo afirma) enquanto que nesse período todo, os militares já estavam lutando contra o comunismo. Portanto querer acusar os militares de fomentar o comunismo ou de não terem agido corretamente no âmbito político para evitar o comunismo é muito fácil DEPOIS que todo o cenário aconteceu e quando ele próprio (Olavo) sequer sabia o que estava acontecendo (1964-1985). Os militares combateram o comunismo nos 20 anos de regime militar com as armas e informações que eles dispunham, repito, nem Olavo fazia idéia naquela época do que estava acontecendo, portanto é uma grande hipocrisia acusar os militares de não terem fomentado o crescimento de partidos políticos de direita no Brasil

A quem interessa tirar Mourão da vice presidência?

Resposta: Interessa a oposição petista que deseja o fracasso do governo Bolsonaro, pois caso consigam que Mourão se demita ou consigam criar um movimento na direita para forçar a saída de Mourão quem fica de vice é Rodrigo Maia que em caso de impeachment de Bolsonaro em 2021 assumiria a presidência. Como presidente da Câmara eleito por ampla maioria um processo de impeachment contra Bolsonaro mesmo sem provas mais contundentes passaria rapidamente, pois o Congresso (sobretudo a ala corrupta) entenderia que a demissão de Mourão seria Bolsonaro abrir mão do apoio do Exército

Afinal o que deseja Olavo para combater o marxismo?

Resposta: Olavo não luta pela democracia (pluripartidarismo, três poderes, instituições republicanas fortalecidas) na sua visão de mundo é a cultura que deve organizar a sociedade e controlar os desequilíbrios da economia, o ponto é que essa "cultura" é, na verdade, a volta ao poder que Igreja Católica tinha na Idade Média, quando o poder executivo era o rei absoluto, não existia legislativo e o judiciário era a própria Igreja (Inquisição) com as forças armadas subservientes ao monarca e esse á Igreja que controlaria culturalmente a sociedade. Não a toa Olavo condena Isaac Newton, Einstein, Darwin e Galileu pois todos construíram VERDADES CIENTÍFICAS  contrárias a doutrina da Igreja e não a toa Olavo acha que o enfraquecimento do poder católico,  o Iluminismo e o Renascimento  foram acontecimentos ruins para a humanidade.  Esse é o caminho que Olavo enxerga como solução para o Brasil e como os militares jamais serão subservientes à Igreja e sempre lutarão pelo fortalecimento da democracia é óbvio que eles (militares) são uma considerável barreira para o avanço das doutrinas de Olavo dentro do governo Bolsonaro.

Todas as provas comprobatórias dos argumentos e fatos que citei acima estão no textão abaixo:

Muitos amigos enviaram perguntas ao longo da semana sobre a situação da crise envolvendo novamente o filho de Bolsonaro (Carlos) atacando o vice presidente Mourão, motivado pelo discurso de Olavo de Carvalho que o governo militar é um governo golpista que supostamente estaria tramando um golpe para tirar Bolsonaro e colocar Mourão.

É importante analisarmos primeiramente os fatos que envolvem a situação para depois, somente depois, analisarmos as motivações dos ataques de Olavo contra os militares, algo que não é de agora, mas pelo menos desde 2008 (o vídeo estará no decorrer desse texto)

FATOS

1) Bolsonaro escolheu Mourão como vice (e não, não foi escolha do Bebiano como alguns que acreditam em Ciro Gomes andam dizendo por aí) e não apenas Mourão, deixou claro na campanha que desejava um monte de militares nos ministérios como por exemplo nessa entrevista de agosto de 2018:





Alguém que estivesse sendo pressionado a contra gosto por militares em troca de apoio não defenderia em tantas oportunidades e com tanto entusiasmo a presença dos militares na cúpula do governo

2) Se os militares quisessem tomar o poder já teriam feito, oportunidades não faltaram como por exemplo quando Dilma, durante o processo de impeachment quis que o general Villas Boas decretasse estado de defesa para conter as manifestações populares e melar a tramitação do impeachment no Congresso. Ou ainda nos episódios dos pedidos de impeachment de Temer e na votação do HC de Lula. Apoio popular não faltou. Ficou clara a escolha dos militares de chegar ao poder pela via democrática

3) A posição dos militares é confortável no governo: comandam junto com Bolsonaro e ao mesmo tempo não são alvos das críticas e das encrencas políticas que Bolsonaro precisa lidar no Congresso

4) Bolsonaro sem dúvida escuta os militares e age em harmonia com a cúpula militar: reorganizou as relações com Maia, escutou os militares e passou a receber mais congressistas para conversar e sobretudo deu um recado claro a Olavo ao dizer que "suas recentes declarações contra integrantes dos poderes da República não contribuem para a unicidade de esforços" (22 de abril de 2019). Ainda foi mais claro três dias depois ao dizer que nem sempre o vice segue as mesmas diretrizes do presidente e que a parceria é no mínimo até 2022:




Portanto pelos fatos não existe treta de Bolsonaro com Mourão ou com os militares, mas um recado claro a Olavo de que a aliança com os militares é inegociável. Mas há ainda outros fatos:

5) Quem derruba o presidente é o Congresso. Mesmo que Mourão sonhasse com a presidência seria necessário algum crime para que Bolsonaro fosse impichado e mais ainda, a permissão ou anuência dos militares, o que também não é o caso, pois todos os esforços estão sendo feitos para aprovar a reforma da Previdência dentro dos ritos democráticos de negociação com o Congresso. Bolsonaro ainda goza de forte popularidade, tudo que os militares não gostariam é de um golpe para colocar Mourão no poder, travar a reforma da Previdência e colocar a opinião pública contra os militares. Portanto a teoria de Mourão golpista é tão esdrúxula que mesmo Eduardo Bolsonaro não acredita que ela seja verídica discordando do próprio irmão (hoje mesmo falou em público que é hora de colocar um basta na situação, ou seja, para Carlos parar de atacar Mourão).

6) Talvez um dos fatos mais importantes: a renúncia ou impeachment de Mourão levaria Rodrigo Maia a sucessão direta com possibilidade de assumir em 2021. Ou seja, do ponto de vista estratégico para a estabilidade do governo Bolsonaro, a retirada de Mourão apenas traria desequilíbrio e uma sombra muito maior sobre a cadeira da presidência.

7) Seja pelo motivo que for, ou por vaidade, deslumbramento ou meramente por uma movimentação estratégica para medir a temperatura dos ânimos políticos em Brasilia, o fato é que pouco importa a motivação de Mourão: no cenário político e dentro do núcleo militar não há a menor condição dele ser alçado ao posto de presidente   


AS MOTIVAÇÕES

Agora que conhecemos os fatos precisamos compreender quais as motivações de Olavo para desestabilizar o governo e tentar jogar a opinião pública conservadora/de direita contra os militares como sistematicamente ele tem tentado nas últimas semanas.

O primeiro ponto a considerarmos é que as críticas de Olavo a estratégia militar são críticas sem sustentação. Segundo palavras do próprio Olavo (que é bom lembrar era comunista membro do partido comunista no início do regime militar nos anos 60) ele apenas foi tomar conhecimento da estratégia gramsciana da guerra cultural (como substituta da luta armada) no começo dos anos 90 (ver vídeo abaixo)





Segundo palavras do próprio Olavo:

10:00 - 10:30 - Somente na década de 90 é que Olavo começa a falar do marxismo e da guerra cultural (no vídeo ele mesmo reconhece o próprio atraso colossal para compreender o que estava acontecendo na movimentação comunista durante o regime militar)

04:00 - 04:10 - Publicação do livro em 1993 "A Nova Era da Revolução Cultural"

Ora, como Olavo pode condenar os militares pela falta de alguma estratégia mais articulada nos anos 60 e 70 que não fosse combater a luta armada e a ameaça do comunismo/marxismo se foi exatamente nesse período que começou a surgir a estratégia da guerra cultural de Gramsci e da escola de Frankfurt?

Como condenar os militares se o próprio Olavo (autoproclamado o maior estrategista da direita do Brasil) foi compreender tal estratégia apenas nos anos 90, ao ponto de ter votado em Lula na eleição de 89!!! (vídeo abaixo de menos de 30 segundos) mostrando que até os anos 90 Olavo, segundo ele próprio, não fazia a menor idéia da estratégia marxista da guerra cultural no Brasil.

Olavo e o voto em Lula:


Como diria Olavo “ora porra!!” enquanto Olavo ainda acreditava no comunismo e depois levou décadas para entender o que estava acontecendo (apenas nos anos 90) nesse período todo os militares já estavam lutando contra os comunas!!!


Condenar os militares por não terem criado nos anos 60 -70 uma força de direita ou condenar os militares por não terem neutralizado a luta cultural feita pelos comunas depois de tudo acontecido é muito fácil, o duro é que tal crítica parte de alguém (que se autoproclama o maior filósofo da direita) que no início do regime militar era comuna e praticamente até as eleições de 89 (quando votou em Lula) não sabia lhufas do que estava acontecendo, enquanto que os militares já estavam a 30 anos combatendo os comunistas!!!

Por isso que as críticas de Olavo aos militares são insustentáveis e obviamente os militares que já estavam na peleja há mais de 30 anos não dariam ouvidos a um cidadão que não apenas era comuna como havia confessado ter votado em Lula em 1989.

NÃO HAVIA COMO PREVER NOS ANOS 60-70 A VITÓRIA DA GUERRA CULTURAL  

Como expliquei no recente texto sobre a história da rede globo e do regime militar o erro estratégico dos militares foi o corte dos benefícios fiscais (que existiam desde o governo Vargas) para a classe artística e mídia em geral na época (jornalistas, editores, professores), pois esse pessoal não pagava imposto de renda e ajudou maciçamente (via apoio da mídia) as manifestações contrárias ao comunismo e pedindo a entrada dos militares (que desde a segunda guerra já contavam com uma parceria com os Estados Unidos, sobretudo na região nordeste brasileira).

Foi exatamente o corte desses benefícios que jogou os formadores de opinião da mídia na oposição ao governo militar e fez com que os comunistas percebessem que ali havia uma janela de oportunidade para implantar a guerra cultural, visto que a luta armada contra o Exército se mostrava infrutífera.

Certamente os militares que devido ao forte apoio popular e por conta da maioria da nação brasileira ser conservadora e cristã naquela época e ainda hoje, acreditavam que a oposição da mídia não seria suficiente para diminuir o apoio da população aos militares, sobretudo quando a economia brasileira começou a decolar (o milagre econômico). Ou seja, os militares acreditavam que uma sociedade conservadora cristã e feliz com o crescimento econômico jamais seria doutrinada culturalmente pelo discurso gramscista, tanto que os militares tão somente focaram na censura de jornalistas apoiadores do comunismo. Em um cenário desses era tão altamente improvável que a guerra cultural funcionasse, tanto que o próprio Olavo, estudioso do assunto há décadas somente percebeu o problema nos anos 90.

Os militares somente permitiram a abertura para o voto direto no início dos anos 80 porque perceberam as grandes manifestações populares (e não mais apenas de sindicatos ou movimentos esquerdistas) pelo fim do regime militar e por isso aceitaram sair do poder, pois já não contavam mais com o apoio amplo da maioria da sociedade (muito em parte pelos problemas econômicos que foram habilmente explorados pelos formadores de opinião).

A estratégia dos militares percebendo a derrota foi, a partir desse ponto, manter a estrutura militar impermeável à invasão ou aparelhamento comunista, tanto que desde os anos 60 até os dias de hoje você pode até encontrar soldados ou militares de baixa patente simpáticos ao petismo ou ao esquerdismo, mas nenhum entre os oficiais de alta patente, pois os militares compreendiam que dessa forma mesmo controlando culturalmente a mídia, mesmo assim os comunas nunca teriam o controle da força e isso impediria a implantação completa do socialismo ou do comunismo no país, visto que assim o petismo jamais teria o controle da força (Exército). Essa estratégia de sucesso dos militares foi reconhecida em ata pelo próprio pt e mostrada durante as sessões do impeachment de Dilma pela senadora Simone Tebet, documento que o pt aponta não ter conseguido a sua intenção durante anos de tentar aparelhar as forças armadas.

Documento apresentado por Simone Tebet:


(a partir do minuto 2:05 do vídeo)


O texto completo sobre a globo e o regime militar está aqui:


Por isso é uma falácia qualquer afirmação que coloque os generais como traidores, sobretudo o general Villas Boas (um dos alvos das críticas de Olavo), pois foi não apenas o general Villas Boas que recusou a ordem da presidente Dilma para os militares fecharem o Congresso em pleno julgamento do impeachment ao mesmo tempo que foi o general um dos mais ativos para cobrar o STF pela manutenção da prisão de Lula.

Precisamos ser honestos com os fatos históricos e não é honesta qualquer afirmação que coloque os militares como responsáveis pelo crescimento do comunismo durante o regime militar, pois ao contrário os militares fizeram o que podiam para impedir o avanço do comunismo ainda que com erros estratégicos, porém erros que nem os próprios estrategistas da direita como Olavo perceberam (como ele mesmo reconheceu ter percebido apenas nos anos 90) 

COM LULA E PT O BRASIL VIRARIA COMUNISTA

"O total domínio do Brasil pelo comunismo é não apenas certo como absolutamente inevitável. Não há mais como pará-lo. Vale a pena dar esse aviso: para aqueles que ainda têm a ilusão de poder viver no Brasil como cidadãos livres aproveitem para sair enquanto ainda tem um pouquinho de liberdade porque isto vai acabar” Olavo de Carvalho

O comunismo no Brasil é inevitável (vídeo de 2008) a partir do minuto 06:30 a fala dita acima


Olavo errou feio porque o diagnóstico que fez do papel dos militares durante o regime militar e durante as diretas também foi errado. E mais uma vez erra ao duvidar da lealdade da cúpula militar e do vice Mourão.

Os militares estrategicamente percebendo que a guerra cultural havia sido perdida no início dos anos 80 apostaram em blindar o Exército (pois tendo o controle da força impediriam o controle total do comunismo) ao mesmo tempo que sabiam que o destino inevitável de um governo socialista (como foi o petismo) seria a sua própria ruína e perda de apoio popular, o único remédio (ainda que amargo) que era possível visto que era impensável forçar a manutenção de um governo militar fora das urnas e sem apoio popular. Essa estratégia está descrita na profética frase do general Geisel (em 1974 iniciou a distenção gradual do regime militar) e depois por Figueiredo em 1980



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Portanto se Olavo não entendia até o início dos anos 90 o que estava acontecendo no avanço comunista no Brasil (tanto que votou em Lula em 89 e reconheceu que somente depois começou a compreender o cenário da guerra cultural) ao contrário dele os militares já sabiam o que aconteceria e preparavam a estratégia que era possível aos militares dentro de um regime democrático que se abria: blindar o Exército de uma doutrinação comunista no alto generalato. Se as forças políticas de direita não aproveitaram o período para se organizarem (e tempo teve de sobra a partir do governo Geisel) isso não é culpa e nem era tarefa dos militares que tão somente exerciam uma função política por conta de um cenário delicado que era a ameaça comunista. A função primordial dos militares nunca foi fazer política ou organizar partidos políticos. Portanto, mais uma vez, a crítica aos militares feita por Olavo é descabida e não condiz com os fatos históricos.

Olavo previu em 2008 que o domínio comunista seria total e inevitável. Uma década depois os dois presidentes petistas foram uma impichada e o outro preso

Eu previ em 2014 quando era improvável impeachment e menos ainda ascensão dos militares que isso aconteceria até 2018 (livro Brasil o Lírio das Américas de 2014)

Os fatos mostram quem tinha e tem razão


A TENEBROSA ENTREVISTA PARA BIAL

Depois de atacar os militares da cúpula do governo, em especial os generais Heleno e Mourão por entrevistas dadas a Globo (Mourão ao jornal e Heleno a Bial) que mostrariam supostamente medo, vaidade e subserviência à grande mídia por parte dos generais, Olavo decidiu exatamente fazer o mesmo que condenava nos generais: deu uma entrevista a Bial.

O resultado foi desastroso (como o próprio leitor poderá conferir na entrevista completa) pois não apenas Olavo fez o mesmo que condenou os generais terem feito (serem entrevistados pela Globo) como ainda serviu de massa de manobra de Globo, aproveitando o momento de calor e tensão de Olavo contra os generais para usá-lo exatamente para atacar o governo dos militares (já que como mostrado até aqui pelo próprio Bolsonaro o governo é sem dúvida militar e por livre desejo do próprio Bolsonaro) e pior ainda, comparar Olavo a Jean Wyllis (um ícone do marxismo) como dois patriotas do Brasil.

Curiosamente nem Olavo e nem Carlos atacaram Bial com o mesmo entusiasmo que atacaram Mourão. É possível observar ao longo de toda a entrevista como Bial manipula Olavo para extrair o máximo de afirmações contrárias aos generais (e por tabela ao próprio governo) com o claro intuito da Globo de enfraquecer o governo e usando pra isso o suposto maior guru da direita. Seria cômico se não fosse trágico o próprio guru da direita sendo manipulado para destruir o governo de direita!!!

Entrevista completa (na entrevista inclusive Bial da uma canelada, desnecessária, mostrando o trecho no qual Olavo acusa os generais Heleno e Mourão de serem entrevistados pela Globo, exatamente o que Olavo fazia naquele momento):        


AFINAL O QUE DESEJA OLAVO?

Durante o jantar ocorrido em meados de março nos EUA que contou não apenas com Olavo como com o próprio presidente Bolsonaro e autoridades locais, Olavo expôs na coletiva para os jornalistas o que realmente deseja:

“Eu quero mudar o destino da cultura do Brasil, décadas ou séculos à frente. Esse é meu sonho, o governo que se foda, eu estou cagando para o governo. Eu sou Olavo de Carvalho, não preciso do governo, minha filha. Eu sou um escritor, falo direto com meu público, não preciso de um cargo do governo”

Será que realmente quem apóia ou deseja o sucesso do governo Bolsonaro diria que "está cagando para o governo"? Será que é cagando para o governo e o sistema político que Olavo pretende adubar uma nova cultura brasileira? Uma cultura anarquista ou apolítica, ditatorial talvez?

Pois muito bem, Olavo acredita, na visão dele de mundo (que já se mostrou bem atrasada para perceber o marxismo cultural e errada ao desacreditar dos militares para conter o comunismo no Brasil) que cultura está acima da economia e não apenas isso, que a cultura pode controlar a economia através daquilo que ele (e Gramsci) chamam de "sociedade civil organizada", só que na visão de Olavo não uma cultura como a revolução cultural de Gramsci (que desejava destruir os alicerces judaico cristãos do Ocidente) mas uma maciça influência da Igreja (católica, pois ele Olavo é católico) na formação das escolas e doutrinação da sociedade para que essa crie os freios adequados na economia como um meio termo para uma economia liberal e uma economia de burocratas. O curto vídeo que ele mesmo explana sobre isso está aqui:


O problema é que na prática o exemplo que ele Olavo citou (EUA) não seguiu esse modelo que ele preconiza como um modelo americano, primeiro porque majoritariamente o povo americano é protestante (e não católico) e segundo que o mecanismo para controlar a sociedade (sobretudo na guerra civil americana, 100 anos depois dos pais fundadores) foi o desenvolvimento maciço do Exército e da indústria através da metalurgia, armamentos e demais avanços da indústria comercial, pois os americanos perceberam que era exatamente na produção maior e na criação de um mercado maior (empregados que recebiam dinheiro e consumiam pois acabara a escravidão) que o país cresceria, o que se repetiu nas décadas seguintes onde diversas guerras alimentaram a indústria bélica americana que sempre foi o grande motor industrial americano juntamente com o incentivo ao consumismo que sempre permitiu a alta produção de serviços e riquezas e o alto padrão econômico americano, gerando a satisfação que essa sim manteve o povo apoiando o sistema e não por causa da Igreja.

O “american way of life” é alicerçado no consumismo e na liberdade algo totalmente antagônico ao controle clerical, sobretudo nos moldes da Idade Média (governo absolutista, sem democracia, Igreja no poder). Portanto o sistema que Olavo defende não tem qualquer ligação com o que aconteceu nos EUA.

Ou seja, isso não tem absolutamente nada de grande influência católica na formação da civilização americana, até porque a Igreja Católica apesar de bilionária sempre ensinou aos fiéis o desapego aos bens materiais enquanto que toda a cultura americana foi calcada no trabalho duro para conquistar em troca muito consumo de bens materiais e assim fazer a América grande. Por isso o argumento de que a Igreja é que cria um controle social que permite conter os desequilíbrios da economia é um argumento totalmente falacioso, pois discorda da realidade histórica dos fatos, sobretudo da realidade histórica americana utilizada no exemplo (equivocado) de Olavo para defender a sua teoria. O que tornou os EUA grande foi a consciência da nação que eles (através do Exército) deveriam ser os garantidores da liberdade no mundo e para isso precisariam sempre desenvolver a indústria, sobretudo a bélica, desenvolvimento esse que garantiu o amplo crescimento e consumismo da potência americana, não teve dedo nenhum da Igreja, tanto não teve que os EUA lutaram na segunda guerra contra os facistas (Itália) que haviam dado o território do Vaticano para a Igreja Católica no tratado de Latrão em 1929.

Portanto, em hipótese alguma no contexto histórico é possível apontar que o sucesso da economia americana ou da sociedade americana se deveu a uma interferência cultural católica

O grande erro da visão de Olavo sobre o que é cultura é acreditar que a MORAL depende essencialmente da religião (e mais especificamente da religião católica).

A maioria dos códigos de leis utilizados no mundo tem exatamente as mesmas bases morais ocidentais da cultura judaico cristão e nem por isso você precisa ser católico para seguir a lei ou mais ainda, ser de alguma religião para seguir os preceitos legais da moral seja um ateu, um muçulmano, um umbandista, um espírita, um maçom. Indo mais além: as leis (laicas) estão sempre acima da religião, não importe sua crença religiosa. Se alguém achar que é Abraão e tentar levar o próprio filho para um sacrifício de sangue porque ouviu Deus mandar isso, independente do que essa pessoa acredite religiosamente falando, ela será presa, pois a lei do Estado está acima da lei da Igreja ou da Bíblia.

Olavo acredita firmemente (como mostra no vídeo a seguir) que os grandes problemas do mundo surgiram exatamente a partir do enfraquecimento da Igreja (reforma protestante, iluminismo, renascimento) inclusive negando a culpa da Igreja na Inquisição, ou seja, o que Olavo acredita como solução para os dilemas da economia no Brasil (e quiçá do mundo) é a volta do controle da Igreja Católica sobre a sociedade como existia no Absolutismo da Idade Média o que também explica o seu desprezo pelo governo e instituições políticas, já que no Absolutismo das antigas era o monarca mandando e todo mundo obedecendo, com o Exército submisso ao poder do rei e este ao poder “sacrossanto” da Igreja o que nos leva a óbvia conclusão de que Olavo não luta pela democracia ou aperfeiçoamento das instituições democráticas, mas ao contrário, as despreza (literalmente cagando para elas), pois crê que somente a volta do controle da Igreja sobre a sociedade poderá salvar o Brasil. Eis o vídeo (nesse vídeo uma aula de humildade, chega a falar em nome de Jesus no minuto 04:19):


(a partir do minuto 5:30)

Nesse outro vídeo há a tentativa de mudar a história ao afirmar que a transformação da Igreja Romana em religião oficial do Império (Cristianismo Romano) teria enfraquecido a Igreja quando na realidade há farta documentação histórica, inclusive de bulas papais, afirmando que claramente ao se tornar religião oficial do Império e instaurar a Inquisição a Igreja se tornou, na prática, o poder Judiciário da época que julgava e condenava quem cometesse heresia (leia-se fosse contrário aos interesses do monarca e da Igreja). Nessa época sim, a Igreja era não apenas um poder do Estado, mas também um agente controlador da sociedade (pela via cultural) influenciando a economia, exatamente a idéia que Olavo apresenta como a solução para os problemas econômicos do Brasil e que erroneamente associa ao que foi implantado pelos pais fundadores nos EUA:


A visão romântica que Olavo tem da Idade Média e sobre o papel da Igreja é tão deturpada que ele desacredita a relatividade de Einstein, a teoria de Darwin e o próprio heliocentrismo de Galileu (procurem a vontade os vídeos que ele próprio fala sobre isso no youtube) por uma razão muito simples: os três luminares discordam frontalmente da Igreja (Galileu por pouco não foi para a fogueira pelas mãos da Inquisição) por isso Olavo desacredita de três dos maiores luminares da ciência, simplesmente porque ele Olavo acredita que a Igreja está acima de todo o resto e a solução mágica para levar o mundo a salvação como supostamente teria acontecido na “gloriosa” Idade Média.

A maioria das olavates sequer entende o que Olavo defende, seus seguidores acreditam que estão lutando contra o marxismo e pela salvação do Brasil quando na verdade estão lutando por um projeto pessoal do seu guru que literalmente está cagando para o governo e instituições e que acredita firmemente que é a cultura católica da Idade Média que pode salvar o Brasil e controlar a economia. Se você também acredita que essa é a saída, ok, sinta-se a vontade para continuar sendo uma olavete, mas pelo menos saiba o que realmente está seguindo e lutando.

Para lutar contra o marxismo, socialismo, comunismo e demais governos antidemocráticos você não precisa seguir Olavo. O fato dele ter percebido a ameaça comunista (depois dos militares diga-se de passagem) não significa que a solução trazida por ele para combater o marxismo seja a melhor e definitivamente não é, sobretudo para quem entende o que é democracia e o que representa o Exército nessa luta dede os anos 60

Meu total apoio aos militares, pilar inquebrantável da democracia e cúpula de notáveis que tem ajudado o presidente Bolsonaro a colocar o Brasil no rumo certo. Meu total repúdio aqueles que tentam enfraquecer o governo tentando jogar o presidente contra os militares. Isso sim é trair o projeto que a maioria da população, democraticamente votou, pois ao contrário do que Olavo pensa, a maioria dos eleitores do Bolsonaro votou nele pelos valores de moral e disciplina do Exército que ele sempre exaltou e não por causa do Olavo. Há anos a instituição militar é a mais respeitada e confiável entre os brasileiros e se tem alguém que acha ter mais popularidade que os militares que pague pra ver: vamos ver se os brasileiros ficarão ao lado de Bolsonaro e dos militares (já que Bolsonaro reafirmou sua total confiança na cúpula militar) ou se voltarão contra os militares e Bolsonaro em favor de Olavo.

Duvideodó.

Para conhecer as profecias cumpridas que venho trazendo desde 2014 (previsão naquele ano da queda do petismo e da ascensão dos militares ao poder até 2018) sobre o cenário político e geopolítico brasileiro e mundial acesse: