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4 de out. de 2022

Qual o Futuro do Brasil se Um ou Outro for Eleito

 

Nas previsões para setembro e outubro eu trouxe uma coletânea das previsões para o futuro próximo do Brasil, tanto no período das eleições até o final do ano (entre outubro e dezembro) como nos próximos anos, entre 2023 e 2026, compilando informações de textos trazidos em 11 de julho e 19 de agosto. Aconselho fortemente que o leitor desse post releia essas informações para compreender o que será descrito nesse post. 

Texto sobre o Brasil (confusão pré e pós eleições) publicado ao final do post com as previsões de setembro e outubro:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=678684506948187


Texto publicado em agosto sobre os próximos anos do Brasil e a previsão feita anos atrás sobre a Argentina:

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2022/08/o-brasil-de-amanha-sera-argentina-de.html


Daquele texto publicado em agosto destaco o trecho final: 

"Seja com a vitória do ex presidiário nas urnas ou com as eleições meladas por algum golpe (que tente adiar as eleições ou dar continuidade ao atual mandato) o cenário econômico mostrado no mapa do Brasil não mostra um futuro tenebroso nos próximos 4 anos mas também não mostra qualquer recuperação pujante (como no período do boom das comodities para a China) sendo algo mais próximo a continuidade do atual cenário (inflação ainda persistente, descontrole fiscal, baixo crescimento econômico e alto desemprego) assim como mostra a continuidade e agravamento da polarização política entre petistas e bolsonaristas que vai desembocar em um acúmulo de tensos para 2026, um acúmulo que eu espero que definitivamente faça o povo acordar da polarização através de uma nova alternativa política pois caso contrário (se ainda tivermos alguma democracia) ela correrá ainda mais risco." 

Analisando o mapa ruim de Bolsonaro durante as eleições e ao mesmo tempo um forte trânsito de rupturas sobre o mapa natal do Brasil a chance de eleição de Bolsonaro nas urnas parece remota pois essas posições combinadas apontam muito mais para alguém derrotado, ainda que com uma força politica relevante buscando uma tentativa de contestação do resultado das urnas (algo ainda mais intenso do que aconteceu na derrota de Trump) até porque em caso de vitória nas urnas Bolsonaro não precisaria ativar um golpe clássico mas sim algo mais gradual como Chavez fez na Venezuela (e explicarei isso ao longo desse post), portanto pelo desenho do mapa tanto de Bolsonaro como do mapa natal do Brasil é remota a chance de uma eleição nas urnas de Bolsonaro, o que não inviabiliza a tentativa de uma forte contestação e convulsão social como descrevi também no texto de agosto: 

"Outro ponto relevante é que no mapa do Brasil sempre que a casa 12 (exílio, fim de ciclo) é fortemente ativada com a entrada de Saturno em trânsito na casa 01 do Brasil grandes rupturas inesperadas acontecem (isso aconteceu em 1964 e depois ao final de 1992 no primeiro impeachment). Ao final de 1992 no impeachment de Collor, Saturno estava entrando na casa 01 do Brasil ao mesmo tempo que Urano e Netuno conjuntos adentravam a casa 12. 

Na época das eleições teremos não apenas Plutão em trânsito na casa 12 do Brasil como Saturno entrando na casa 01 do Brasil em fortíssima quadratura com Urano em trânsito (que não apenas estará quadraturando com o Ascendente do Brasil como também com o topo do mapa/Meio Céu do Brasil) e ao mesmo tempo Júpiter em trânsito entrando em Áries estará ativando a enorme quadratura natal do mapa do Brasil (Plutão natal quadraturando com Urano e Netuno natais do Brasil). É um bombardeio típico de rupturas profundas, seja por morte, atentado violento, golpe de Estado ou adiamento de eleições, uma combinação que nos meus estudos eu nunca vi no mapa do Brasil. 

Esse fortalecimento do Sol natal de Bolsonaro, especialmente entre 2024 e 2025 por conta do trânsito de Urano e Plutão é característico de um amplo fortalecimento da imagem (Sol) de Bolsonaro o que no contexto atual só aconteceria de duas formas: ele virar mártir por conta de morte nas eleições ou um golpe de Estado para evitar eleições e postergar o atual governo." (texto publicado dia 19 de agosto, linkado no início desse post) 

Considerando que ainda permaneceremos na polarização política pelos próximos 4 anos o que podemos esperar no caso da eleição de Lula ou de Bolsonaro? É isso que descreverei a seguir ainda que, repito, o cenário mais provável seja a vitória de Lula nas urnas com uma revolta popular do eleitor mais fidelizado de Bolsonaro, o cenário de perigo de conflagração civil com risco de ruptura democrática para 2022 que foi descrito lá em 2014 no livro "Brasil o Lírio das Américas" e que pode ser revisto nesse post aqui do dia 20 de abril:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=572066687609970


Todo o cenário contextualizado, vamos lá:

 

BOLSONARO ELEITO NAS URNAS 

Tanto Lula como Bolsonaro contam cada um não apenas com metade dos votos do Brasil mas sobretudo com uma forte divisão entre antipetistas e antibolsonaristas, ainda que seja importante considerar que o eleitorado de Bolsonaro é mais engajado/fidelizado, enquanto a rejeição ao bolsonarismo é numericamente maior (ou seja, gente que não é petista mas prefere qualquer coisa que não seja o bolsonarismo). 

Na prática, se eleito, Bolsonaro não precisará dar um golpe clássico de tomada de poder (fechamento do Congresso e STF), pois teria não apenas tempo (todo um mandato) como também maioria no Congresso e nas ruas para realizar as medidas políticas semelhantes aquelas que Chavez realizou na Venezuela. A primeira delas seria passar no Congresso uma lei aumentando o número de ministros do STF permitindo que ele conquistasse maioria dos nomes indicados na Suprema Corte e assim ao longo do mandato conseguisse mudar a Constituição para permitir um terceiro mandato consecutivo e gradualmente formar uma maioria eleita de um Congresso Centrão-bolsonarista completamente fiel permitindo que todo esse grupo politico se perpetue no poder e após um terceiro mandato colocasse algum "poste" (como Putin fez com Medvdev) para um mandato tampão antes que ele retornasse para mais dois mandatos. Com uma boa força politica no Congresso (Câmara e Senado), redes sociais fortes (um gado fidelizado) com engajamento e com os principais centros econômicos do país com governadores ou alinhados ao bolsonarismo ou neutros esse seria o plano de perpetuação no poder de Bolsonaro. A única barreira poderia vir do Alto Comando, mas com um mandato de 4 anos Bolsonaro teria tempo de angariar apoio político de patentes altas do Exército a semelhança do que fez no primeiro mandato, dando vários cargos para os militares, o que na prática diminuiria a força de vozes contrárias no Alto Comando pois não apenas tal projeto impediria a volta dos vermelhos como igualmente manteria prestigio politico e financeiro para muitos membros de patentes altas. Esse é o plano de perpetuação do bolsonarismo. 

 

LULA ELEITO NAS URNAS 

Ainda que eleito presidente, Lula terá um Congresso com forte presença bolsonarista, tanto na Câmara como no Senado, além da maioria das capitais do Sul, Sudeste e Centro Oeste serem governadas por governadores mais alinhados ao bolsonarismo o que na prática representa que Lula terá muitas dificuldades para implementar uma agenda de grande descontrole fiscal ou excessivamente desenvolvimentista, como ficou marcado no final do seu segundo mandato e ao longo do governo Dilma. Com o país polarizado e ele Lula dependendo do crescimento economico pra segurar a pressão politica do bolsonarismo tanto dos eleitores como do Congresso é certo que terá que fazer muitas concessões, tanto na parte economica (já que Sul, Sudeste e Centro Oeste sao o motor da economia) como em questões de costumes para conseguir governar, especialmente considerando que o Centrão e, sobretudo o Centrão bolsonarista saiu fortalecido das eleições. Ao mesmo tempo Lula não pretende governar sendo controlado pelo Centrão como foi Bolsonaro (que precisou se curvar ao Centrão para não sofrer um processo de impeachment) e um dos seus objetivos principais é acabar com o orçamento secreto, não por qualquer nobre objetivo republicano, mas simplesmente para voltar ao velho modelo dos governos petistas nos quais caciques partidários só tinham direito à grandes cargos ministeriais e porcentagens em negociatas com empreiteiras e grandes estatais caso votassem junto com o governo. 

Politicamente o principal objetivo de Lula será cooptar o Centrão e ao mesmo tempo retirar o excessivo poder que o Centrão possui hoje com o orçamento secreto (como expliquei no parágrafo anterior). O segundo objetivo será sepultar o bolsonarismo algo que é prioritário para a agenda petista, visto que o projeto de perpetuação do petismo não comporta uma oposição com tamanha capacidade de reunir multidões nas ruas então o mais provável é que Lula busque apoio estratégico do PP e União Brasil que desejam formar o maior bloco partidário do Congresso (superando o PL) oferecendo o comando da Câmara e ao mesmo tempo evitando que esses dois partidos se unam ao PL (pois nesse caso se formaria um enorme bloco bolsonarista no Congresso). 

O principal argumento de Lula para "conquistar" o Centrão (além obviamente dos cargos e negociatas como era no tempo do governo vermelho do passado) é ainda mais forte: com um STF majoritariamente indicado pelo governo petista (e terá ainda mais duas indicações) Lula pode garantir o fim dos direitos politicos de Bolsonaro (que após findo o seu mandato será investigado por diversos crimes comuns) pois um dos temores do Centrão é que junto aos militares Bolsonaro tomasse o poder de forma total criando um Congresso meramente decorativo (o que obviamente não interessa de forma alguma ao Centrão). Garantindo que Bolsonaro não possa buscar um mandato futuro e que ele próprio Lula já não possui muito mais tempo na politica, Lula ofereceria assim como fez ao colocar Alckmin como vice, uma transição para 2026 apoiando um candidato ligado ao Centrão e a esquerda, mais ou menos nos moldes do que aconteceu na indicação de Dilma como sucessora.

 

MORO NO SENADO E 2026 

Não precisa ser nenhum gênio da estratégia ou profeta para antever que Lula terá um mandato difícil do ponto de vista político e que ao mesmo tempo buscará anular o bolsonarismo o que na prática só é possível, ao menos em parte, mandando o líder do bolsonarismo para a prisão. Nesse cenário, do ponto de vista estratégico e político a decisão de Moro de apoiar a candidatura de Bolsonaro é acertada: se adotasse neutralidade (não apoiando qualquer um dos dois candidatos no segundo turno) não apenas seria perseguido durante o governo Lula como ainda teria todo o grupo bolsonarista contra ele. Ao mesmo tempo sabendo que uma eventual prisão de Bolsonaro ou no mínimo que a retirada dos direitos políticos vai acontecer durante o mandato de Lula, então Moro acaba se cacifando como o principal nome de oposição para 2026 capaz de receber os votos bolsonaristas. 

Politicamente Moro mostrou força ao se eleger para o Senado, inclusive superando o candidato bolsonarista. Acredito que o apoio dele à candidatura de Bolsonaro é muito mais uma mensagem firme contra o petismo (pra ele um inimigo maior) e ao mesmo tempo um aceno de trégua, já que ele sabe que em um cenário polarizado como o atual e com as aspirações que ele tem pra 2026 não dá simplesmente para ficar contra os dois lados. De forma bem prática, e entendo a leitura dele, não há como construir uma terceira via sem os votos do bolsonarismo: o eleitor antipetismo e antibolsonarismo chega no máximo a 30%, ao mesmo tempo que um posicionamento contrário ao petismo mas sem atacar o bolsonarismo permite que ele consiga força politica para 2026, sobretudo em um cenário no qual Bolsonaro não possa concorrer (prisão e/ou perda dos direitos politicos com a eleição de Lula, algo certo de acontecer). Não há outro caminho para uma força fora da polarização bolsopetista emergir com chances em 2026. Moro sabe que a polarização vai se intensificar com a eleição de Lula e que até 2026 não há tempo pro povo sair desse maniqueísmo, essa é a realidade: sem os votos do bolsonarismo não há como viabilizar uma candidatura em 2026. É triste, mas é realidade do povo do Brasil. 

Afinal o que é democracia:

https://www.facebook.com/photo?fbid=5244231569039328


31 de ago. de 2022

A Entrevista (Parte II/Final) - Lula e Ciro

 


Após analisar as falácias trazidas pelo rei do gado na primeira parte dessa série de dois textos na qual analiso as entrevistas concedidas na plim plim pelos três principais candidatos nas pesquisas, decidi fazer um único post para compilar as falácias populistas do molusco e do cangaciro pois ambos focam em um ponto em comum pra tentar ganhar votos: a questão econômica. Justamente por isso temos uma excelente oportunidade pra entender as falácias e fantasias do plano econômico de governo construído pelo Ciro (que inevitavelmente dos três populistas ao menos possui um plano de governo) assim como a grande fantasia construída por Lula de que com ele os tempos de cerveja e picanha voltariam (na tentativa de fazer o povão esquecer as picardias antirepublicanas dele e da quadrilha vermelha desbaratadas pela LavaJato)

 

OS PRINCÍPIOS DA ECONOMIA 

O grande sonho de Ciro era ser o sucessor de Lula como líder da esquerda, porém tudo começou a azedar quando nas eleições de 2018 o então presidiário decidiu apoiar o poste Andrade como o candidato petista ao Planalto. Naquela época Ciro bradava contra a Lava Jato e inclusive sugeriu fugir com Lula para uma embaixada antes que ele fosse preso por conta das investigações. Magoado e rompido com Lula, Ciro decidiu ir para Paris no segundo turno daquelas eleições e não declarou apoio a nenhum dos candidatos. Agora nas eleições de 2022 Ciro tenta se vender como bastião da nova política, aquele que possui a solução política para pacificar o Brasil e a solução econômica para resolver os péssimos indicadores do país, sobretudo nos últimos 10 anos (tudo amplamente analisado na primeira parte desses dois posts).  

O problema é que apesar de apresentar um programa de governo, as soluções políticas e econômicas trazidas por Ciro (explicadas por alto na entrevista no JN e em maiores detalhes em recente entrevista no Flow) além de populistas são inviáveis. Politicamente são inviáveis, pois necessitam, como ele mesmo deixou claro, da construção de uma maioria no Congresso, algo que necessitaria de uma grande mobilização nacional, ainda maior que a ocorrida entre 2016 e 2018 pois como eu mesmo já expliquei aqui várias vezes não basta ter uma votação expressiva ou eleger vários deputados e governadores alinhados com o novo presidente, é fundamental uma mobilização constante contra a corrupção que fiscalize o Congresso, caso contrário não existe governabilidade, pois mesmo com novos nomes eleitos a base do Centrão, sobretudo seus caciques ainda permanece lá. O país está dividido e não surgiu um novo nome claramente sintonizado com o combate a corrupção e claramente antagônico ao bolsopetismo (aliás, até surgiu, mas obviamente que por ser odiado por petistas, boçalnaristas e boa parte da suprema corte além de praticamente todo o Centrão sua candidatura foi combatida e anulada). 

Portanto construir maioria no Congresso, unir amplo apoio popular no combate a corrupção ter um histórico claro contra a corrupção e em favor da LavaJato são premissas que nenhum dos três candidatos possuem. Sem isso, a maioria das reformas (tributária e política especialmente) fica inviável de serem realizadas. Acreditar que basta oferecer o fim da reeleição para passar isso nos primeiros seis meses é uma completa ilusão. 

Da mesma forma sem amplo apoio e engajamento popular não há como passar reformas fundamentais no sistema financeiro, especialmente para retirar o quase monopólio que o grupo pequeno de bancos tem na economia. Estimular maior concorrência no crédito, diminuir drasticamente os juros draconianos desproporcionais às taxas de juro (que já são altíssimas), diminuir o spread dos bancos, tudo isso depende de muito engajamento popular, pois a maioria dos políticos e grandes empresários ligados ao núcleo de poder lucram com esse sistema. Também é ingenuidade achar que taxar grandes fortunas pra dar mil reais de bolsa pras famílias vai resolver algo, alias essa é uma proposta bem populista que o Ciro sabe que não vai ajudar em nada a economia, alias vai apenas pressionar ainda mais a inflação. 

A economia real depende de geração de empregos, pois são eles que geram os bens e serviços que serão consumidos proporcionais ao dinheiro injetado na economia para o consumo e consequentemente a retirada de impostos das riquezas produzidas. A partir do momento que se estimula cada vez mais bolsa daquilo e bolsa daquilo outro você está apenas jogando dinheiro para o consumo, mas não está produzindo riqueza, ou seja, há uma massa humana que não produz mas pode consumir, o que encarece o preço dos bens e serviços (maior procura sem aumento da oferta) ao mesmo tempo que a injeção de dinheiro sem valor agregado à produtividade gera desvalorização do papel moeda o que também pressiona a inflação. Essa política desenvolvimentista foi tentada nos últimos dois anos do governo Lula e depois no governo Dilma, foi tentada na Argentina, foi tentada no governo Chavez e o resultado é sempre o mesmo: o desastre keynesiano que também foi utilizado no governo Bolsonaro especialmente ao longo de 2022. 

Estimular a construção de obras e desenvolvimento da indústria é certamente algo fundamental, mas não sem teto de gastos, senão caímos na mesma armadilha do milagre econômico: impressora produzindo dinheiro a rodo, uma rápida explosão de empregos e aparente riqueza da população, porém com um surto inflacionário incontrolável nos anos seguintes, especialmente se boa parte da economia mundial está atrelada ao dólar. Fortalecer a indústria passa essencialmente por manter a moeda forte e gerar um ambiente econômico menos burocrático e mais seguro (menos corrupção) para atrair investimentos e nenhum dos candidatos tem um plano claro sobre esse sentido, todos os três desejam seguir o mesmo caminho do “milagre econômico”: furar o teto de gastos, imprimir dinheiro a rodo e dar mais um voo de galinha. 

É inegável que precisamos de um plano de médio e longo prazo (próximos 10 e 30 anos), só que não estamos numa China que apesar de ser uma das economias de mercado mais capitalistas do mundo é politicamente um regime socialista nacionalista ultra fechado. Talvez pelo fato do partido chinês apoiar o seu partido há anos, Ciro acha que dá pra fazer algo parecido com aquilo que a China fez aqui no Brasil, mas isso é também um erro, pois sem apoio amplo popular não há como pressionar o Congresso por mudanças, inclusive através de plebiscitos que também dependem de aprovação do Congresso. 

Conquistar independência no refino do petróleo, aumentar a produtividade no campo, fortalecer o real, respeitar o teto de gastos, ter um plano focado no controle da inflação e combate a desemprego, fortalecer a legislação de combate a corrupção e simplificar as leis (especialmente para negócios e transações que envolvam empresas e geração de empregos), simplificar e diminuir impostos, aumentar a concorrência entre os bancos limitando o spread e as taxas de juros, tudo isso é fundamental e passa essencialmente por várias reformas que são difíceis de passar, especialmente enxugar altos salários no funcionalismo público (quem ganha acima de 20 mil reais), enxugar gastos com privilégios e penduricalhos e sobretudo estabelecer metas claras dos programas sociais para entrada e saída, pois definitivamente criar bolsa de mil reais para mais e mais famílias ad eternum vai afundar a economia e não resolver o problema principal que é gerar empregos e um ambiente econômico mais pujante e competitivo com o resto do mundo. Nenhum dos três candidatos tem propostas quanto a esses pontos e ainda que o Ciro tenha exposto algumas dessas questões há ainda muito populismo barato no programa econômico dele e ao mesmo tempo não há um caminho político claro e viável para fazer essas mudanças, especialmente no combate à corrupção. 

Aconselho fortemente que o leitor conheça um resumo das propostas e do histórico do Ciro nesse vídeo colocado pelo Nando Moura, definitivamente Ciro assim como Lula e Bolsonaro não são a solução política e econômica para os graves problemas que o Brasil vem enfrentando na última década.

Visualize o vídeo a seguir a partir do minuto 10:15

 


LULA E O MILAGRE ECONÔMICO 

No JN Lula contou as bravatas de sempre: que sofreu uma perseguição política da Lava Jato e que no seu governo o povo comia três vezes ao dia e que com ele voltando os tempos de bonança vão voltar. Esses dois pontos precisam ficar bem esclarecidos. O primeiro deles, a prisão por corrupção, aconteceu por sucessivas condenações em primeira e segunda instância confirmadas nas instâncias superiores (ou seja, não foi uma perseguição de Moro ou dos procuradores de Curitiba) que resultaram na prisão por quase dois anos não apenas de Lula, mas de vários políticos ligados ao governo petista e ao Centrão (mesmo núcleo que governa hoje com Bolsonaro) além do fato de que somente com um grande malabarismo na segunda turma do STF é que os processos de Lula acabaram prescrevendo, ou seja, ele não foi inocentado. Da mesma forma boa parte dos condenados pela Lava Jato estão, hoje, de mãos dadas com o governo Bolsonaro, como é o caso de Ciro Nogueira (ministro do primeiro escalão do boçal) e Valdemar Costa Neto condenado e presidente do partido de Bolsonaro. 

Já do ponto de vista econômico tem muita gente, inclusive no mercado, achando que o Lula vai adotar as mesmas medidas dos primeiros 6 anos de mandato quando ele seguiu em boa medida o tripé macroeconômico do plano real deixado pelo FHC (cambio flutuante sem disparar, meta de inflação e respeito ao teto fiscal) muito desses primeiros anos de mandato favorecidos pelo boom das comodities (China crescendo a 12% ao ano comprando tudo do Brasil) e ao mesmo tempo o dólar barato no mundo (estratégia americana para combater o crescimento chinês, pois o dólar barato favorecia as exportações americanas) ou seja, um cenário de paraíso pro Brasil no qual qualquer presidente teria colhido excelentes frutos de crescimento, ou seja, não foi qualquer plano do Lula ou do PT, mas sim um cenário exterior altamente favorável ao Brasil e ao mesmo tempo a manutenção de uma política macroeconômica do governo anterior (FHC) que controlava a inflação e gastos excessivos. 

Dinheiro entrando a rodo no país, suficiente pra quadrilha vermelha financiar vários programas populistas e aumentar a margem das propinas com empreiteiras e campeãs nacionais em negociatas sem fim. O povão tem essa lembrança afetiva desses anos de crescimento econômico do governo do molusco, mas a verdade é que isso só aconteceu pela situação internacional (China crescendo muito e dólar barato) ao mesmo tempo que ele seguiu o plano econômico (equilíbrio fiscal) deixado pelo governo do Real, mas isso tudo começou a degringolar nos últimos dois anos do governo do molusco, começou a faltar o dinheiro da China que importava menos, o dólar voltou a subir e a pressão de setores políticos acostumados com esquemas bilionários de corrupção que não podiam continuar se pagando vieram a tona ao mesmo tempo que a ala tradicional do petismo insistia por uma guinada mais desenvolvimentista (e desastrosa da economia) o que se somou a impossibilidade do petismo seguir com o projeto original de endurecimento ideológico depois da condenação do Dirceu (que seria o substituto de Lula) o que acabou levando Lula a botar uma pessoa sem traquejo político (Dilma) como sucessora. 

Aqueles últimos dois anos de governo Lula (que foram repetidos no mandato dilmistico) aconteceram em um ambiente muito melhor do ponto de vista fiscal e econômico do que agora, então tem muita gente do mercado e do povão sonhando com um novo governo Lula dos primeiros seis anos de mandato, mas levarão na verdade um governo ainda pior do que foram os últimos dois anos do governo Lula seguidos pelos anos apocalípticos do governo Dilma. A situação fiscal do país está um caos (furo de 200 bilhões no teto que ambos os candidatos populistas pretendem repetir caso eleitos), a situação econômica idem (alto desemprego, inflação alta, pib muito baixo e abaixo da media mundial há anos, ausência de reformas, excessiva burocracia, altos impostos e muita corrupção, tudo que afasta investidores do país e gera ainda mais pressão na economia, tudo isso resumido no primeiro texto sobre as entrevistas) e a situação política ainda pior (centrão corrupto dominando a aprovação de leis e em conluio com os dois candidatos populistas, STF contra a lava jato e nenhum interesse em uma reforma política). 

As promessas de Lula são, assim como as promessas de Bolsonaro uma grande ilusão: ambos (e também Ciro) prometem bolsas de 600, mil reais, prometem zerar a dívida dos pobres, prometem reduzir o imposto de renda, prometem um Brasil dos sonhos mas que na prática, economicamente e politicamente falando é inviável, pois os três querem furar o teto de gastos o que somente vai gerar mais inflação ao mesmo tempo que a política dominada pelas negociatas e propinas em conluio com o centrão vai tão somente afastar investidores, potencializar os gastos com privilégios (orçamento secreto bilionário, fundão eleitoral bilionário, cartão corporativo sem limites) criando ainda mais caos econômico onde as medidas populistas para conseguir votos (incentivos artificiais para favorecer determinados setores temporariamente e estourando o teto econômico) vão deixar o pais no mesmo cenário dos últimos 10 anos: baixo crescimento comparado ao resto do mundo e alto desemprego e com maior pressão inflacionária. 

A solução dos grandes problemas políticos e econômicos que afligem o Brasil passa necessariamente pela união da população contra a corrupção e contra os privilégios, pois sem essa cobrança firme (que aconteceu entre 2013 e 2018) a maioria corrupta de Brasília se sentirá a vontade para afanar cada vez mais o dinheiro do pagador de impostos. 

Somente com engajamento popular amplo, como ocorrido entre 2013 e 2018, pela mudança de leis que fortaleçam o combate a corrupção e fortaleçam a diminuição de privilégios assim como uma economia comprometida com o teto de gastos, geração de empregos, combate a inflação, diminuição da carga tributária, diminuição da burocracia, diminuição do custo do crédito, somente com tudo isso poderemos avançar em importantes reformas econômicas e políticas rompendo com a polarização ideológica de mentirinha onde nenhum dos lados está preocupado com ideologia, mas sim se vai ter acesso a dinheiro e cargos no governo que vier, seja do lado da situação ou da oposição. As pessoas precisam compreender isso, que não existe salvador da pátria, não existem seres de luz que farão o trabalho por nós, nós é que precisamos trabalhar em parceria com eles, pois de nada adianta eles ajudarem a criar situações que impulsionem mudança (como aconteceu entre 2013 e 2018) e depois as pessoas voltarem, em grande número, à idolatria política esquecendo-se da verdadeira luta contra a corrupção e os privilégios. 

A primeira parte dessa série de dois textos sobre as entrevistas dos três candidatos populistas pode ser acessada no link a seguir:

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2022/08/a-entrevista-parte-i-bolsonaro.html


19 de ago. de 2022

O Brasil de Amanhã será a Argentina de Hoje?

 


Quase três anos atrás, após errar a previsão sobre o futuro presidente da Argentina eu fiz um post explicando o motivo do erro e o argumento dessa explicação não apenas se mostrou exato como profético. Eis o que foi publicado em outubro de 2019: 

"Astrologicamente absolutamente nada embasa a eleição do poste, nem do Macri. Simples assim, dois mapas abarrotados de trânsitos explosivos que refletem o atual momento desastroso da Argentina por responsabilidade tanto do atual presidente como do peronismo kirschnerista. Nada, absolutamente nada em nenhum dos mapas daria qualquer base para eleição de um ou de outro, nem considerando a Cristina como a principal da chapa. Se mesmo com tudo isso a população ainda insistiu em um dos dois é um movimento sem qualquer base na Astrologia. 

O erro de análise que eu cometi (e obviamente aconteceu um erro, pois a previsão com base na Astrologia falhou) foi não ter considerado os próximos 4 anos do mapa da Argentina, em especial o Marte do mapa da Argentina já que estamos em um ano de Marte. O mapa utilizado é o mapa da Independência (09 de julho de 1816 ao meio dia em San Miguel de Tucuman). 

Entre final de 2019 e primeiro trimestre de 2020 Júpiter vai se opor ao topo do mapa da Argentina (Meio Céu e Sol). Quando esse trânsito bem ruim passar Saturno vai entrar, Saturno estará em trânsito de março até julho quadraturando com o Júpiter natal do mapa argentino, depois até quase o final do ano com o Ascendente do mapa argentino e depois até o começo de 2021 novamente com o Júpiter do mapa argentino. Mas esses trânsitos (que já seriam péssimos para qualquer país) são apenas um aperitivo do que está por vir. 

Urano em trânsito a 10 graus de Touro no início de 2021 já começa a quadraturar com o Urano do poste eleito (12 graus de Leão) ao mesmo tempo que Saturno em trânsito estará oposto ao Sol e Meio Céu do mapa argentino (posições que no mapa político simbolizam exatamente o presidente). Esses dois trânsitos impactarão o presidente poste e o mapa da Argentina por praticamente todo 2021. 

A partir de maio de 2022 Urano em trânsito vai quadraturar com o Marte da Argentina (17 graus de Leão) trânsito que vai até julho de 2023 e exatamente quando esse trânsito estiver acabando (e se ainda tiver sobrado algo da Argentina) Plutão começará a transitar em quadratura com o Jupiter natal da Argentina. Poucas vezes vi um mapa tão tenebroso para 4 anos, são simplesmente 4 anos sem trégua com um bombardeio constante e pesado sobre o mapa da Argentina e no período mais agudo desse bombardeio (entre primeiro trimestre e final de 2021) sobre o presidente poste eleito. 

Um mapa de um país com esses trânsitos para o período do futuro presidente (2020 – 2024) poderia indicar tão somente que a pior opção seria a escolhida com os piores trânsitos e não o melhor candidato do ponto de vista astrológico que seria o Lavagna." (outubro de 2019)

 

A ARGENTINA HOJE 

Hoje a Argentina, sem qualquer exagero, é quase economicamente uma Venezuela. Quatro em cada dez argentinos vivem abaixo da linha da pobreza (40% da população), descontrole fiscal total, economia estagnada há quase 11 anos (déficit com muito mais gastos do que arrecadação nesse período ano após ano), inflação de 70% nos últimos 12 meses e deve fechar o ano com uma inflação beirando os 100% ao longo de todo 2022 isso sem falar no valor do peso frente ao dólar no mercado paralelo: são necessários 300 pesos pra comprar 1 dólar. 

 

BRASIL – UMA RUPTURA NAS ELEIÇÕES, POLARIZAÇÃO NOS ANOS SEGUINTES 

A partir de 2023 Plutão entrará no signo de Aquário (ainda que não definitivamente) e automaticamente fará uma quadratura com o Marte natal do Brasil que está no topo do mapa da Independência, um trânsito que apesar de ruim e prolongado será atenuado pelo sextil que esse mesmo Plutão em trânsito fará com o Plutão natal do Brasil. Então ao menos o trânsito de Plutão não será tão devastador sobre o mapa do Brasil, porém tende a manter aceso um forte clima de confrontação política entre o bolsonarismo e o petismo pois o Marte natal do mapa do Brasil está no topo do céu da Independência e sempre que Marte e Plutão ficam sob tensão essa ativação atinge bastante a presidência que está ligada ao topo do mapa. Especialmente com a eleição de Lula pois ele possui o Sol natal exatamente no mesmo signo e grau do Marte natal do Brasil. Essa quadratura de Plutão em trânsito sobre o Marte natal do Brasil e sobre o Sol natal de Lula permanecerá de 2023 até o final de 2026 então tende a ser um período bem tenso de enfrentamento político inclusive com manifestações nas ruas ostensivas contra o petismo. 

Já Netuno que é um astro de órbita longa estará no grau final de Peixes em 2024 se preparando para entrar em Áries, o que acontecerá em 2026. Essa posição de Netuno a partir de 2024 é ruim pois fica exatamente sobre o Plutão natal do Brasil que está em forte quadratura com Netuno e Urano natais do Brasil, esse sim será um trânsito demorado e ruim para o país pois ativa ilusões, manipulações e todo tipo de escapismo, um sinal ruim a nível coletivo pois aponta que a alienação coletiva deve permanecer, ou seja, devemos continuar vendo a polarização entre bolsonarismo e petismo acirrada. Ao longo de 2025 esse trânsito de Netuno será potencializado pelo trânsito de Saturno. 

Urano em trânsito por sua vez, entre 2024 e 2028 estará em sextil com o Plutão natal do Brasil. 

Então no geral nos próximos anos há um equilíbrio entre posições boas e posições ruins no mapa do Brasil, ainda que entre meados de 2024 e 2026 (sobretudo 2025) o mapa esteja mais difícil. O indicativo perigoso que esses trânsitos mostram é um fortalecimento do Sol natal de Bolsonaro (grau zero de Áries que receberá um sextil do trânsito de Plutão e de Urano) o que eu interpreto de duas formas: uma delas é o fortalecimento do bolsonarismo através de um discurso de radicalização contra as instituições especialmente se após a derrota nas urnas para o petismo o governo petista não conseguir melhorar os índices econômicos e sociais. 

A segunda interpretação possível é a eclosão de um novo escândalo político envolvendo o governo petista fazendo com que a mobilização dos grupos mais radicalizados volte com força às ruas e seja turbinada pela parcela descontente da população com a economia sem que necessariamente sejam bolsonaristas mas que por conta dessa insatisfação podem acabar ajudando a causa bolsonarista.

 

O TRÂNSITO DAS RUPTURAS 

Outro ponto relevante é que no mapa do Brasil sempre que a casa 12 (exílio, fim de ciclo) é fortemente ativada com a entrada de Saturno em trânsito na casa 01 do Brasil grandes rupturas inesperadas acontecem (isso aconteceu em 1964 e depois ao final de 1992 no primeiro impeachment). Ao final de 1992 no impeachment de Collor, Saturno estava entrando na casa 01 do Brasil ao mesmo tempo que Urano e Netuno conjuntos adentravam a casa 12. 

Na época das eleições teremos não apenas Plutão em trânsito na casa 12 do Brasil como Saturno entrando na casa 01 do Brasil em fortíssima quadratura com Urano em trânsito (que não apenas estará quadraturando com o Ascendente do Brasil como também com o topo do mapa/Meio Céu do Brasil) e ao mesmo tempo Júpiter em trânsito entrando em Áries estará ativando a enorme quadratura natal do mapa do Brasil (Plutão natal quadraturando com Urano e Netuno natais do Brasil). É um bombardeio típico de rupturas profundas, seja por morte, atentado violento, golpe de Estado ou adiamento de eleições, uma combinação que nos meus estudos eu nunca vi no mapa do Brasil. 

Esse fortalecimento do Sol natal de Bolsonaro, especialmente entre 2024 e 2025 por conta do trânsito de Urano e Plutão é característico de um amplo fortalecimento da imagem (Sol) de Bolsonaro o que no contexto atual só aconteceria de duas formas: ele virar mártir por conta de morte nas eleições ou um golpe de Estado para evitar eleições e postergar o atual governo. De toda forma o que os anos futuros mostram é que a população permanecerá aceitando a manipulação da polarização o que aprofundarei em texto futuro sobre a democracia. 

De toda forma como também já foi explicado, nós como nação perdemos a oportunidade de apoiar uma grande higienização na política contra a corrupção e preferimos, como maioria, continuar apoiando o populismo que apenas mudou de cor. Nossa única esperança é que essa escalada de polarização por mais 4 anos ajude a despertar a maioria da população para o fato de que nenhum dos dois lados populistas, seja o petismo ou o bolsonarismo (ambos aliados com a corrupção do Centrão), nenhum dos dois serão a solução para tirar o Brasil da corrupção e da estagnação econômica. 

Seja com a vitória do ex presidiário nas urnas ou com as eleições meladas por algum golpe (que tente adiar as eleições ou dar continuidade ao atual mandato) o cenário econômico mostrado no mapa do Brasil não mostra um futuro tenebroso nos próximos 4 anos mas também não mostra qualquer recuperação pujante (como no período do boom das comodities para a China) sendo algo mais próximo a continuidade do atual cenário (inflação ainda persistente, descontrole fiscal, baixo crescimento econômico e alto desemprego) assim como mostra a continuidade e agravamento da polarização política entre petistas e bolsonaristas que vai desembocar em um acúmulo de tensos para 2026, um acúmulo que eu espero que definitivamente faça o povo acordar da polarização através de uma nova alternativa politica pois caso contrário (se ainda tivermos alguma democracia) ela correrá ainda mais risco. 

A encruzilhada da República (texto publicado anteriormente que aconselho a todos lerem):

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