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2 de mai. de 2023

Filó e o PL das Redes

 

Dois assuntos dominaram as redes na última semana: o caso da capivara Filó devolvida ao seu dono após grande comoção das redes e o segundo assunto que é o projeto em tramitação para regulamentar as redes. Ainda que o primeiro assunto tenha tido muito mais visibilidade do que o segundo novamente essa mobilização mostra, assim como aconteceu com a mobilização das redes em relação a taxação de produtos vindos da China de que é somente com a manifestação ampla e popular através das redes que o povo é ouvido e exatamente por isso é tão importante estarmos atentos e fiscalizando o andamento desse projeto de lei, pois é exatamente por vivermos em tempos de redes sociais que estas ganharam o maior protagonismo na manifestação da liberdade e do pensamento, especialmente de forma coletiva. 

É compreensível que depois do que aconteceu nas eleições americana e brasileira, com propagação sistemática e deliberada de fake news através das redes sociais haja uma reação dos órgãos oficiais, especialmente porque uma linha foi ultrapassada em ambas as eleições: tentar controlar ou enviesar uma narrativa é uma coisa (e é do jogo político) outra coisa é criar fatos que não existem e tentar transformá-los em fatos reais, isso não pode, isso é criar fake news. 

Há sem dúvida, especialmente no Brasil, um confronto ideológico de idéias e formas diferentes de enxergar o mundo, um com uma visão mais progressista à esquerda que notoriamente sempre foi a visão majoritária dos veículos tradicionais de comunicação e uma visão mais à direita, ligada a valores econômicos mais liberais e de costumes mais tradicionais que sempre existiu, que foi a base filosófica dos "pais fundadores" da democracia americana e base da Constituição Americana até os dias de hoje, fortalecida por diversos filósofos ingleses, americanos e europeus tendo como base a defesa de valores que estruturaram a democracia ocidental e a manutenção das tradições que fortaleçam a coesão e organização da sociedade assim como das leis que organizam a sociedade e, portanto, contrárias a "modernismos" e processos revolucionários com idéias que ainda não amadureceram na coletividade. 

Em suma, a visão mais à direita ou "antiprogressista" não acredita em rupturas mágicas, em idéias ou leis disruptivas assim como em processos revolucionários que na sua maioria não passaram pelo teste do tempo (ou seja, mudanças que não foram gradualmente enraizadas e estruturadas, ainda que notoriamente alguns processos revolucionários tenham acontecido exatamente porque um número pequeno e poderoso de pessoas detentoras do poder não queriam abandonar seu status quo em prol de algumas mudanças e melhorias coletivas) 

Aqui é importante avançarmos em alguns pontos: o primeiro deles é que o bolsonarismo trouxe ao invés do conservadorismo muito mais um religiosismo político tentando potencializar a força política através da mistura de religião com política e tentando transformar o bolsonarismo em um dogma inquestionável da mesma forma que nos ideais de governo o bolsonarismo nunca foi conservador, visto que o conservadorismo sempre buscou defender o fortalecimento das leis, constituições e democracias ao invés do bolsonarismo que sempre flertou com a idéia de que seu líder precisava fechar outros poderes e ter poder total, idéia que aliás foi defendida pelo seu ideólogo, Olavo de Carvalho, que nos seus cursos (e em vários vídeos disponíveis na internet) sempre defendeu que a Idade Média foi o período de maior felicidade da humanidade, quando reis absolutos junto com a Igreja controlavam e cuidavam da paz dos Estados, ou seja, não tem nada de conservador aqui mas sim reacionarismo puro, na veia. 

Um verdadeiro conservador ou liberal conservative não é aquele que deseja conservar as desigualdades (como algumas universidades de humanas andam ensinando por ai a seus alunos) mas alguém que defende as tradições e a prudência e que portanto é preciso acompanhar de forma cuidadosa o desenrolar dos acontecimentos e suas repercussões a nível coletivo. Por exemplo, um verdadeiro conservador não é contra o metaverso, assim como não foi quando surgiram os computadores e também não é contra a inteligência artificial, mas tão somente se preocupa na forma como as mudanças avançarão de forma prática para que tragam maiores benefícios para a humanidade e causem menos problemas, compreendendo fundamentalmente que o progresso não se reduz apenas a algo novo ou inovador, mas como um processo natural de modernização de tradições já solidificadas e que esse processo deve ser feito de forma prudente. 

O conservadorismo ou a direita não é contra o progresso mas sim contra o progressismo, compreendendo que a modernização é um processo concreto e não um processo utópico e que o aperfeiçoamento/modernização de bases sólidas e tradicionais deve ser sustentado em bases sólidas, concretas, racionais e não em utopias ou ilusões ou apenas em supostas crenças e exatamente por isso questões como a ideologia de gênero não aceitas no conservadorismo. 

Feita esse longa introdução é importante que o leitor faça uma reflexão, independente se você leitor que chegou até aqui se identifica mais com progressismo (seja na forma política mais anacrônica como o petismo ou na sua forma politica mais avançada como as sociais democracias da Europa) ou com uma visão oposta ao progressismo (seja do verdadeiro conservadorismo ou liberal conservative de filosofos como Russel Kirk, Roger Scruton, Michael Oakeshott, Friedrich Hayek ou na visão anacrônica religiosista reacionária do bolsolavismo) é importante que você leitor reflita que hoje no Brasil estamos longe de ter um grupo politico que defenda valores tanto das sociais democracias européias como do verdadeiro conservadorismo ou liberal conservative, o que temos na verdade é uma maioria da classe politica que não está nem aí para essas duas formas de enxergar o mundo e que na verdade está apenas interessada em ganhar votos e “likes” com um desses dois lados em projetos de poder e perpetuação no poder exclusivamente pessoais em um caminho que visa controlar cada vez mais a opinião das pessoas e evitar interferências da população no avanço de leis que fortaleçam ainda mais os grupos que já estão se perpetuando no poder em Brasília, tanto do lado petista como do lado bolsonarista.

A reflexão principal que precisa ser feita é que o povo precisa lutar com todas as suas forças por democracia e não por ídolos políticos mas sim que cobra, assim como cobrou no caso da Filó e no caso das importações da China por ações dos políticos que verdadeiramente ajudem a fortalecer a democracia e a diminuir a concentração de poder dos poderosos em Brasília. 

Já escrevi sobre isso em post anterior, mas vale repetir que assim como a defesa da liberdade de expressão nas redes (dentro dos limites já estabelecidos que impedem propagação de fake news) é importante que o povo lute com esse mesmo afinco e engajamento por algumas questões fundamentais e necessárias para a democracia:

 

Corte dos privilégios, dos subsídios e supersalários no setor público e político (penduricalhos, bolsa creche, auxílio moradia, rachadinhas, nepotismo cruzado e etc).

 

Reforma tributária (simplificação dos impostos, fim do imposto em cascata, atualização retroativa até 1994 da tabela do IR).

 

Fim da reeleição (ao menos de mandato sucessivo) para todos os cargos executivos e também para a presidência da Câmara e Senado.

 

Mandato de 6 anos para ministros do STF com vedação automática de julgar qualquer processo ligado ao presidente ou partido que o indicou.

 

Prisão em segunda instância.

 

Plebiscito a cada 2 anos (junto com as eleições federais e municipais) para aumentar a participação da população na democracia e proposição de leis (como ocorre em países como a Suíça) e também para validar a continuidade no cargo de presidente, governadores e ministros do STF, ou seja, quem não conseguir ao menos 25% de aprovação é automaticamente defenestrado.

 

Se você acredita que essas mudanças podem colaborar com o fortalecimento da democracia, com a diminuição do excessivo poder concentrado nas mãos da classe política, com o melhor uso do dinheiro público e no combate a corrupção então compartilhe esse post, seja no face, no whats ou compartilhe o conteúdo desse texto nas mídias sociais. É importante que as pessoas compreendam que precisamos lutar pelo fortalecimento da democracia e ao mesmo tempo diminuir a concentração de poder de alguns grupos poderosos de Brasília. A mobilização de muitos, como aconteceu entre 2013-2016 e recentemente no caso das importações da China e da Filó mostrou que essa união impulsiona as mudanças.