30 de mar. de 2023

O Novo Arcabouço Fiscal

 


Os rumos da economia estão sendo decididos hoje e nos próximos dias. Na prática a proposta do novo arcabouço fiscal vem para substituir o antigo teto de gastos, que começou a valer em 2017 (governo Temer) e limitava o crescimento das despesas do governo à inflação de 12 meses até junho do ano anterior, dessa forma buscando manter as contas públicas sob controle, ou seja, impedindo que o governo aumentasse a seu bel prazer tantos os gastos com privilégios como despesas sociais (especialmente em anos de eleição) o que na prática não aconteceu pois com o tempo pecs, pecs emergenciais e exceções foram gradualmente furando o teto e ao mesmo tempo contornando possíveis punições legais, já que na teoria o desrespeito ao teto levaria ao impeachment. Gradualmente o teto foi sendo furado e gradualmente a irresponsabilidade fiscal foi sendo legalizada, especialmente no último ano de governo Bolsonaro. 

Qualquer novo regime fiscal ou "âncora fiscal" precisa prever claramente como os gastos com privilégios na máquina pública serão reduzidos (diminuir o tamanho do Estado), como a arrecadação vai aumentar e quais as penas automáticas caso o governo não cumpra  o regime. Nenhum desses três itens foi explicado no plano petista, o que significa que apesar da idéia do arcabouço fiscal ser boa (no papel tão lindo como o teto de gastos) na prática não prevê os mecanismos ou ações práticas para chegar ao objetivo do arcabouço. 

O mercado respirou aliviado pois apesar do novo arcabouço prever gastos do governo um pouco maiores do que era no teto de gastos ao menos não foi um "liberou geral" que era o grande medo do mercado. Ainda assim o regime de bandas traz problemas práticos, pois ao limitar (corretamente) em 70% das receitas os gastos do governo cria a necessidade de responder a pergunta: como vai gerar mais receitas? (afinal os gastos, sobretudo em um Estado cheio de privilégios, crescem em um ritmo próprio e portanto dependem de uma geração adequada de receitas). 

A resposta para essa pergunta ou "sonho" do governo é a pior das saídas possíveis: mais impostos. Taxar big techs, jogos de azar, dividendos (que seria uma bitributação), importações da China parece ser o caminho escolhido, o que na prática não traz uma solução adequada para o problema, já que qualquer pessoa (desde que não seja um keynesiano) que entende de crescimento econômico sabe que você precisa incentivar a produção, pois ela gera emprego que por sua vez gera mais consumo e mais impostos na quantidade e não no tamanho da taxação.  E não é o aumento (assim como a falta de diminuição dos impostos) que motiva a produtividade. 

O Brasil tem, há décadas, um baixo crescimento econômico crônico e quando cresceu de forma pujante foi normalmente estourando contas públicas (ou seja, imprimindo dinheiro para bancar altos gastos com a máquina pública, o que gerou os voos de galinha com inflação explosiva corroendo o crescimento sem base de anos anteriores). Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que entre 1980 e 2022 o Brasil cresceu ao ritmo médio de 2,3% ao ano, apenas a 92.ª taxa de expansão do PIB entre 135 países com dados completos. No mesmo intervalo, a economia mundial avançou 3,4% ao ano, em média. Nesses 43 anos, o crescimento anual do PIB brasileiro foi inferior ao mundial em 31 ocasiões, e superior apenas em 12.

Qualquer plano de crescimento de médio e longo prazo precisa atacar frontalmente o gasto excessivo da máquina pública e ao mesmo tempo reduzir drasticamente os impostos, tanto em cascata daqueles que geram riqueza como da renda de quem ganha menos de 5 salários fazendo com que a arrecadação aumente proporcionalmente ao tamanho maior de riqueza e serviços produzidos, diferente do regime atual (e do arcabouço) que continua visando o tamanho percentual do imposto (extremamente alto).

Na prática o arcabouço fiscal sinaliza para o mercado que o governo não pretende levar o Brasil ao desastre econômico de uma Argentina ou Venezuela, mas ao mesmo tempo não traz base para um crescimento econômico razoável para os próximos anos e muito menos resolver os principais problemas fiscais do Brasil: gasto demasiado com privilégios, impostos altos e ausência total de um plano que impulsione a produção econômica (que está diretamente ligado à redução de impostos que por sua vez só pode existir se a "gordura" dos privilégios públicos for cortada). 

Além desses problemas básicos (que o novo arcabouço não resolve e que foram piorados nos dois anos finais de governo Bolsonaro que explodiram os gastos populistas da máquina pública) temos ainda outros entravas que sequer foram mencionados no plano econômico petista: educação de baixa qualidade, economia fechada, muita incerteza jurídica, baixa taxa de investimento na produção e pouca atratividade para os investidores.  Isso pra não mencionar a falta de incentivo às parcerias publico privadas, falta de medidas claras contra corrupção.  

Em suma: não é um horror, mas também não vai trazer o crescimento econômico que o país precisa. 

A matéria a seguir traz um bom resumo do tema:

https://www.infomoney.com.br/economia/arcabouco-acerta-em-vincular-gastos-com-evolucao-da-receita-mas-analistas-questionam-projecao-de-superavit/



23 de mar. de 2023

Previsões Abril e Maio - O Início do Ano Novo Astrológico e Um Mistério Iniciático

 


Hoje, além das previsões, vamos conhecer algumas simbologias iniciáticas que envolvem o início do ano novo astrológico. 

Cada uma das 4 estações possui um ciclo de 13 semanas sendo que cada uma delas demarca quatro fenômenos importantes: os equinócios de primavera e outono (que demarcam o início dessas estações) ocorrem apenas em dois dias do ano, quando a luz solar incide de forma igual sobre cada um dos dois hemisférios, ou seja, nesses dias os dias e noites têm duração igual de 12 horas. Já nos solstícios de inverno e verão (que demarcam o início dessas estações) temos dois dias específicos que demarcam a noite mais longa do ano (solstício de inverno) e o dia mais longo do ano (solstício de verão). 

Todos os 4 fenômenos, que demarcam o início de cada estação a cada 13 semanas, estão relacionados ao movimento de translação da Terra ao redor do Sol, movimento esse que acontece no chamado plano da eclíptica que representa o plano orbital da Terra em relação ao movimento aparente do Sol entre as constelações, fazendo com que ao longo do ano o Sol seja vista no céu da Terra passando por 13 constelações diferentes (não confundir constelação com signos: constelações são representações arquetípicas de grupos de estrelas agrupadas em determinada área do céu enquanto que signos são representação arquetípicas de 12 áreas de 30 graus que englobam os 360 graus da órbita celeste, por isso são 12 signos e 13 constelações no plano da eclíptica). Falei mais sobre esse tema nesse post:

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2016/01/especial-astrologia-parte-i-de-iii.html

No livro Armagedoom 2036 (lançado em 2015) esse fenômeno é amplamente explicado no contexto do solstício de inverno (no hemisfério norte) e como ele representa a mitologia do Sol Invictus e todas as profecias quanto à vinda de Jesus. Não por acaso Jesus é amplamente associado na narrativa profética como o Sol, o portador da Luz, o filho da luz (segundo os essênios) desempenhando a sua missão na companhia de 12 apóstolos levando a mensagem da vida eterna (a vitória da vida sobre a morte no ciclo dos sucessivos retornos/reencarnação). 

Também era aos 13 anos que segundo a tradição judaica os meninos se tornavam homens através dos rituais simbolizados no Bar Mitzvah, assim como era essa a idade da iniciação espiritual dos essênios (o que explica os "anos ocultos" de Jesus a partir dos 13 anos, outro tema que é aprofundado no livro A Bíblia no 3º Milênio de 2013. Por toda essa simbologia os círculos iniciáticos sempre associaram o número 13 à morte, não no sentido literal, mas no sentido de transmutação (como o significado mais profundo do arcano maior Morte) quando um ciclo chega ao fim e outro se inicia, sendo que tradicionalmente os ciclos temporais estão representados no número 7 e no número 12 (assim como seus múltiplos). Uma estação, 13 semanas. Uma semana, 7 dias. 7 o número de astros na Astrologia Antiga. Um ano, 13 constelações. 13 constelações dentro de 12 signos associados aos 12 meses do ano.   

Nesse movimento da Terra ao redor do Sol (translação) e do movimento aparente do Sol em relação às constelações visto a partir da Terra acontece outro fenômeno interessante: a cada 33 anos o Sol retorna ao exato ponto no céu que estava 33 anos antes, o que explica toda a simbologia do número 33 associado à morte e ressurreição de Jesus, representando sua volta, renascido em corpo luminoso 33 anos após o seu nascimento em corpo físico. Toda essa simbologia (que é amplamente mais aprofundada nas duas obras citadas até aqui) explica o sentido iniciático dos arquétipos astrológicos que eram estudados e utilizados pelos profetas como também pode ser observado nesse outro texto:

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2016/02/especial-astrologia-parte-ii-de-iii-o.html

Agora que já conhecemos um pouquinho da belíssima simbologia que envolve o ano novo astrológico, Astrologia e o estudo das profecias, vamos finalmente às previsões para as próximas semanas. No dia 20 de abril teremos um importante evento que será o eclipse solar e ao final desse post deixarei o link que analisa os efeitos mundiais que esse eclipse vai ativar.

 

UMA CRISE NO HORIZONTE 

No post publicado no dia 03 de março (que deixarei linkado nos comentários) eu trouxe uma ampla análise sobre a crise financeira de 2023, previsão que foi feita lá em maio de 2022. Naquele texto uma previsão se cumpriu a risca: "então o caminho até os 100 mil pontos pode ser ainda mais rápido (pois confirmou a perda no canal de fibo no gráfico semanal como mostrado na imagem), podendo entre 13 de março e 20 de março tocar ou perder os 100 mil pontos. O mais provável até 20 de março é perder os 100 mil e buscar os 96 mil pontos" (no dia 03 de março quando essa previsão foi feita a Bolsa fechou em alta nos 103.800 pontos e exatamente no dia 20 de março chegou a 100.680 e hoje dia 23 chegou nos 96.996 pontos cumprindo com exatidão o que foi previsto, tocando a região dos 100 mil e depois perdendo os 100 mil). 

A quebradeira de vários grandes bancos somadas à determinação do FED (banco central americano) de manter a alta na curva de juros para combater a inflação deve intensificar a crise de liquidez e o estouro da bolha de muitas empresas e instituições bancárias que estavam bastante alavancadas e se garantindo apenas na euforia do mercado e não na realidade (produtividade e valor patrimonial) em um movimento corretivo que deve se intensificar cada vez mais até maio/junho de 2023 como foi previsto nas previsões de maio e depois novembro de 2022. Os trânsitos astrológicos que serão analisados a seguir, especialmente relativos ao mês de maio, apontam que realmente algo muito grande está se desenhando no horizonte com desdobramento que irão até 2026 (tema abordado em outro texto que também deixarei linkado nos comentários).



TRÂNSITOS INCENDIÁRIOS, ECLIPSE E GRANDE QUADRATURA 

Sol e Júpiter conjuntos no signo de Áries (07 de abril a 15 de abril). Ao longo de abril e maio teremos várias quadraturas bem tensas de natureza incendiária/ignífera, ou seja, envolvendo tensão entre os elementos ar e fogo que somadas a outras características desse trânsito normalmente demarcam fortes eventos com fogo e explosão, seja através de um grande incêndio como também de intensa erupção vulcânica que caso ocorra tende a acontecer na região próxima a Nova Zelândia ou nas áreas geladas da Islândia ou Alaska. Sol e Júpiter apresentam uma natureza arquetípica de amplificação e quando essa combinação acontece no signo de Áries ela normalmente potencializa rivalidades e guerras (devido a natureza bélico-marciana do signo de Áries quando tensionado), o que no atual cenário envolvendo o confronto sino-russo-americano nas portas da Europa pode se alastrar para novos problemas no Oriente, especialmente nas questões que envolvem o mar do Sul da China que receberá o eclipse solar de abril. Alguma explosão, incêndio, choque (proposital ou não) pode acontecer nesses dias. É importante relembrar que essa conjunção Sol-Júpiter em Áries demarcou na sua última passagem o início da guerra da Síria e na passagem anterior o conflito no Kosovo, todos esses eventos somados a atual guerra na Ucrânia pontos de confronto circundando o Mar Negro. 

Sol em Áries quadraturando com Plutão em Aquário (17 a 20 de abril). Outro trânsito de natureza ignífera e que complementa as questões trazidas no trânsito anterior. O problema principal aqui é a questão do uso de armas táticas de natureza nuclear ou confrontos motivados pela questão nuclear, envolvendo submarianos, porta aviões ou mísseis que possuam alguma tecnologia relacionada à energia nuclear. Novos problemas na usina ucraniana também podem acontecer ao longo desses dias. 

Sol em Touro quadraturando com Plutão em Aquário (20 a 23 de abril). Essa é uma combinação clássica para terremotos e acidentes que envolvam desabamentos e estruturas em lugares profundos (metrô, túneis, submarianos, cabos e tubulações subterrâneas). Algum problema específico com alta tecnologia pode acontecer ao longo desses dias, algo de grandes proporções, ainda que isso possa ocorrer ao longo do mês de maio quando Plutão em Aquário estará sob forte tensão, o que pode ser algo relacionado por exemplo a apagões inesperados, quedas de comunicação de forma muito ampla ou ainda de forma ainda mais específica problemas que envolvam tecnologias do mercado financeiro (algum falha sistêmica ou circuit breaker), algo nessa linha acredito que vá acontecer entre o final de abril e o mês de maio e terá grande repercussão. 

Júpiter em Áries quadraturando com Plutão em Aquário e ao mesmo tempo Sol e Urano conjuntos em Touro (05 de maio a 13 de maio). Depois desse período Júpiter e Plutão continuarão quadraturando até 31 de maio. Júpiter em Áries quando sob tensão é classicamente associado à invasões e guerras por territórios e normalmente sustentando as motivações bélicas em uma retórica ideológica-filosófica que tente justificar a ação e quando isso é associado à Plutão há uma clara busca por uso de massiva tecnologia bélica. Por isso eu acredito que esse trânsito poderá acelerar a incursão do poderio da OTAN no confronto dentro da Ucrânia e realmente poderemos ver problemas sérios, pois também teremos Sol e Urano juntos em um signo de terra, o que potencializa ainda mais as lutas por território e fronteiras. Além de tudo isso outras regiões tensas de fronteira do planeta podem apresentar novos problemas, como as fronteiras da Índia/Paquistão e a região de Israel, além obviamente da região do mar do Sul da China que recebe o eclipse solar ao final de abril. 

Grande quadratura envolvendo Júpiter saindo de Áries e entrando em Touro, Marte nos graus finais de Câncer e Plutão no grau zero de Aquário ao mesmo tempo que o Sol estará sobre Algol (16 a 18 de maio). Depois desse trânsito megatenso teremos Júpiter quadraturando com Marte até 31 de maio mantendo essa grande quadratura ativa até o final do mês. Primeiro ponto é que essa grande quadratura perfaz todos os requisitos para um super terremoto, tema que eu detalhei amplamente em post de julho de 2022 (linkado a seguir para quem deseja se aprofundar no tema):

https://www.facebook.com/photo/?fbid=5069814549814365 

Acredito que na janela dessa quadratura (16-31 de maio) especialmente se não tivermos um grande sismo entre 20-23 de abril ou 05-13 de maio, a chance de um enorme sismo no Japão ou Indonésia é bastante elevada (sismo com capacidade de gerar tsunami) e de forma menos provável um sismo menos intenso, na casa dos 7 graus na falha da costa oeste americana. Como essa grande quadratura principalmente no final de maio vai juntar Marte em Leão, Plutão em Aquário (natureza ingnífera, fogo + ar) e Júpiter em Touro há também chance de forte evento vulcânico especialmente se a partir do eclipse em 20 de abril ainda não tivermos visto a eclosão de uma erupção vulcânica. Grandes quadraturas como essa que ocorrerá também costumam demarcar algum grande acidente e como envolve Júpiter (viagens) e ao mesmo tempo Plutão em Aquário (tecnologia) há maior probabilidade de grande acidente com avião. Normalmente combinações tensas com Marte+Leão+Aquário também costumam demarcar desencarne ou problema grave de acidente esportivo ou desencarne de personalidade importante (político, apresentador televisivo). 

Outro ponto relevante dessa grande quadratura é que ela deve demarcar algum aprofundamento das tensões ou início claro de conflito na região do mar do Sul da China, envolvendo a questão de Taiwan ou os conflitos já existentes entre Coréia do Norte e Japão, pois o eclipse de final de abril acontecerá ativando essa região. Além de tudo isso eu acredito que será nessa janela, entre final de maio e começo de junho que teremos o movimento mais significativo da questão envolvendo o estouro da bolha americana e início da parte mais clara da correção econômica ligada ao processo recessivo que acredito teremos em 2023 pegando principalmente os Estados Unidos, mas influenciando os demais mercados do mundo. 

De toda forma o que se desenha no horizonte é que entre final de abril e o mês de maio vivenciaremos talvez o acontecimento mais importante do ano de 2023, algo que de alguma forma está relacionado aos arquétipos aqui analisados. 

Eclipse em abril de 2023 - os efeitos mundiais:

https://www.facebook.com/photo/?fbid=739931260823511


3 de mar. de 2023

A Recessão Global em 2023 - O Eclipse de Abril está Chegando

 


Michael Burry ficou famoso por ser o único a prever o estouro da crise de 2008 (a crise imobiliária que ninguém acreditava que poderia acontecer) e que inspirou o filme "A Grande Aposta". Há alguns meses ele vem alertando para o comportamento da Bolsa Americana que segundo ele está repetindo nos últimos meses o mesmo padrão da crise das empresas ponto com entre 2000 e 2002.  

Os maiores hedge funds (fundos multi mercado) dos EUA tiveram um 2022 desastroso e não a toa estão esperando a grande "promoção" das ações (ou seja, uma queda forte para comprar). A realidade é que a bolha das ações das grandes empresas da Bolsa americana (aquelas com valor acima de 1 bilhão de dólares) ainda não estourou: como o próprio Michael Burry esclareceu recentemente, mais de 200 dessas empresas bilionárias tiveram perda anual na casa dos 100 milhões de dólares e por conta disso a correção ocorrida em 2022 (perda de 23% de valor do S&P em relação a 2021) era apenas a primeira parte da correção que deveria ser, segundo ele, de mais 48% em 2023. Ou seja, Burry não espera que em 2023 o S&P despenque para os níveis de outubro de 2022 ou fevereiro 2020 (pré coronga) que estavam na casa dos 3.600 pontos, mas sim para o fundo de final de março de 2020 na casa dos 2 mil pontos. Mesmo que a grande "promoção" seja metade disso (algo como um mergulho aos 3 mil pontos ou 30% de queda em relação ao S&P atual) a maioria dos fundos quer recuperar o grande prejuízo de 2022.


Graficamente o cálculo do Michael Burry é até simples como podemos ver na imagem acima: pegando o último topo no finalzinho de dezembro 2021 até o fundo de outubro de 2022 projetando esse mesmo spread a partir do fundo de outubro de 2022 chegamos exatamente ao mesmo valor do final de março de 2022. Pessoalmente eu acho que essa projeção deveria partir da atual zona de 0,786 da Fibo (4.100) o que daria numa queda até os 3.200 pontos no S&P podendo chegar no fundo dessa projeção de Fibo a 2.700 pontos, ou seja, pelo menos uma queda aos 3 mil pontos seria bem razoável diante do cenário de inflação ainda forte e muitas grandes empresas ainda sobreavaliadas no mercado americano. 

Michael Burry ainda compara os últimos meses do S&P ao que aconteceu no estouro da bolha ponto com entre os anos de 2001 e 2002. Há uma série de correlações interessantes envolvendo aquela crise com os últimos meses da Bolsa Americana. O primeiro paralelo é que na crise das ponto com a Bolsa americana ficou "lateralizada" por mais de um ano, entre janeiro de 2000 e maio de 2001, enquanto que entre junho de 2021 e fevereiro de 2022 se observou o mesmo movimento na Bolsa Americana. Entre maio e setembro de 2001 aconteceu o primeiro estouro da bolha, com uma queda de 30% do S&P, logo em seguida mesmo com muitas empresas ainda sobrevalorizadas aconteceu uma recuperação de 25% entre setembro de 2001 e março de 2002 para que então finalmente viesse uma queda definitiva entre abril e setembro de 2002 de 22%, o que gerou uma perda final entre inicio de 2000 e final de 2002 de 30% para a Bolsa Americana.



Entre janeiro e setembro de 2022 (4 meses a mais do que aquela primeira pernada de queda em 2001) a Bolsa americana caiu 23% e entre outubro e dezembro de 2022 recuperou 20% e desde então vem em uma discreta subida com alguma lateralização. Se seguir o mesmo padrão de recuperação ocorrido em 2001 antes de uma nova queda, essa pequena recuperação iria até maio ou junho de 2023 para que então se iniciasse a pernada final de queda durante todo o segundo semestre de 2023, com uma queda de 20% a 22% o que nesse caso representaria uma queda entre inicio de 2022 e inicio de 2024 na ordem de 30% fazendo praticamente o mesmo movimento da crise das empresas ponto com entre 2000 e 2002. 




Caso realmente tenhamos uma crise de recessão nos EUA em 2023 e ela repita o padrão da crise de 2000-2002 se iniciando portanto entre maio e junho de 2023 então isso vai não apenas  vai confirmar as previsões de Michael Burry como também a previsão que eu fiz aqui meses atrás de que exatamente pelos idos de maio-junho teríamos uma grande crise econômica (mais precisamente em maio de 2022 quando previ a queda brutal do bitcoin quando ele estava na casa dos 30 mil pontos). Caso todas essas previsões estejam certas, então o mergulho da Bolsa americana deve começar até junho de 2023, confirmando também a análise que eu fiz em novembro sobre o eclipse de abril de 2023 que deverá trazer essa crise/recessão no primeiro semestre de 2023. O texto está linkado a seguir:

Link previsão eclipse 


BOLSA BRASILEIRA 

Apesar de muitos analistas de mercado acreditarem que a Bolsa vai aos 126 mil pontos (alguns até falaram em 150 mil!!!) eu não acredito que ao longo de 2023 a Bolsa consiga superar os 121 mil pontos. Nas últimas 8 semanas o gráfico semanal da Bolsa brasileira vem testando o canal central da Fibo (0,618/0,5) traçada entre o topo de março 2022 e o fundo de julho de 2022, sendo que na atual semana esse canal foi perdido, assim como as médias móveis de 9 e 29 períodos apontam tendência de venda no gráfico semanal, então caso a Bolsa perca os 105 mil pontos ao longo da semana e mantenha essa perda até o final da semana (dia 03 de março) a tendência é ir com força testar os 100 mil pontos. 

Reversão da tendência de queda é se nas próximas semanas superar os 108 mil pontos e ai nesse caso deve buscar 121 mil pontos. De toda forma vejo no gráfico muito mais tendência para a queda, inclusive a movimentação do gráfico semanal desde 18 de julho de 2022 faz um desenho praticamente igual, apenas com um pouco mais de candles, daquele do período semanal de 10 de janeiro a 11 de julho (como é possível ver no gráfico abaixo com as flechas e os topos/fundos com a fibo). 

 

Como a Bolsa brasileira já abriu a semana (dia 27) abaixo dos 106 mil pontos e confirmou essa queda no pregão de terça feira (dia 28) então o caminho até os 100 mil pontos pode ser ainda mais rápido (pois confirmou a perda no canal de fibo no gráfico semanal como mostrado na imagem), podendo entre 13 de março e 20 de março tocar ou perder os 100 mil pontos. 

Curioso observar que no gráfico diário a bolsa brasileira completou de forma exata a evening star (candle) que surgiu entre 25 e 27 de janeiro, um doji (estrela) poderoso que por exemplo demarcou (antecipou) o começo do megatombo no gráfico semanal entre 13 e 27 de janeiro de 2020 (crise do coronga) quando a bolsa perdeu 40% (espelhando na forma de queda/LTB a alta/LTA que vinha desde setembro de 2018). Para o azar da bolsa há ainda um OCO no gráfico semanal que começou no dia 18 de julho prenunciando que o mais provável até 20 de março é perder os 100 mil e buscar os 96 mil pontos. Esses são os dois principais suportes a serem testados: 102.200 e 96 mil pontos, por tudo isso enquanto não chegar próximo de 108 mil pontos não há menor sinal de reversão de tendência. 

Caso todo esse cenário de baixa se confirme e caso a recessão EUA-Europa venha mesmo entre maio e junho (com perdas de pelo menos 25%) então estamos falando em uma repercussão na bolsa brasileira que pode levar até os 80 mil pontos que seria no pior e mais pessimista cenário o maior fundo que a bolsa poderia pegar em 2023. De toda forma acredito que em 2023 e 2024 estaremos em um forte movimento corretivo da bolsa, não apenas brasileira mas também americana e européia, antes de iniciar um ciclo de alta.

 

PREVISÕES FEITAS PARA DOW JONES, BITCOIN E MGLU 

As previsões trazidas em 27 de maio de 2022 sobre o longo prazo de Dow Jones, Bitcoin e MGLU se concretizaram quase que de forma exata. Vejamos o que foi publicado naquele texto: 

"Está "sambando" há dias em um suporte enorme e já conhecido dos 29/28 mil dólares sem tendência no gráfico diário e mantendo tendência no semanal, portanto dependendo de uma definição mais clara de direção: se embicar pra baixo vai buscar 19 mil dólares rapidamente, se virar pra cima vai aos 42 mil. No momento está com muito mais cara que vai buscar 19 mil. Ainda complemento: se na próxima segunda fechar abaixo dos 30 mil e pior ainda, se na quarta se mantiver nos 28 mil e especialmente abaixo disso por dois dias seguidos é altíssima a chance de ir buscar os 19 mil de alvo e dependendo da intensidade do movimento das próximas semanas (especialmente se fechar o mês de junho mais próximo de 19 mil do que 27 mil) pode buscar 12 mil dólares." 

Comentário: Realmente após perder os 29/28 mil o bitcoin buscou rapidamente os 19 mil ainda em junho, exatamente como o previsto, apenas não chegou ao alvo final de 12 mil, ja que o fundo foi em 15.500 (meados de novembro). 

"O movimento gráfico das últimas semanas, inclusive observando um inédito cruzamento pra baixo da media de 29 períodos que NUNCA aconteceu no gráfico mensal do bitcoin é muito semelhante ao desenho da queda de quase 80% da MGLU (Magazine Luiza) que inclusive eu comentei em um vídeo do Tiago Nigro há seis meses, que a ação ia pra 4 reias (na época estava 6 reais e ja vinha de uma queda de 75% ao longo de 2021) pois o gráfico semanal não mostrava  qualquer sinal de mudança de tendência, o que alias vem desde julho de 2021, ou seja, nenhum indicativo para um investimento de longo prazo)." 

Comentário: Ao longo de todo o ano de 2022 e até agora em 2023 nada de sequer voltar aos 6 reais, cumprindo exatamente o que disse o gráfico. 

"De toda forma tanto o gráfico do bitcoin a longo prazo como do Dow Jones apontam daqui 8-12 meses o cenário não estará bom, pois ambos apontam para queda nesse período o que é um indicativo de que alguma quebradeira grande está se desenhando no horizonte de médio prazo." 

Comentário: Se compararmos o valor atual tanto do Dow Jones como do Bitcoin em relação ao final de maio quando a previsão foi feita veremos que realmente o cenário não está bom: ao final de maio de 2022 o DJ estava a 33.200 pontos praticamente o mesmo valor atual quase 9 meses depois e nesse período amargou uma queda de quase 20% (em setembro perdeu os 29 mil pontos). O bitcoin por sua vez ainda está longe de pelo menos recuperar os 30 mil dólares que valia 9 meses atrás ao final de maio de 2022, isso depois de ter chegado a um fundo de 15.500 dólares. Considerando a alta inflação global o desempenho tanto do Dow Jones como do Bitcoin nos últimos 9 meses definitivamente não é bom.