24 de ago. de 2022

A Entrevista (Parte I) - Bolsonaro

 


A entrevista dada pelo líder do desgoverno foi um show de horrores, uma mentira em cima da outra como deixarei linkado em dois vídeos ao final onde todos os vídeos com entrevistas dadas pelo próprio líder do gado desmentem o que ele negou na entrevista. 

Pior do que a chuva de mentiras trazidas pelo presidente foi a defesa do gado. Boa parte desse eleitorado gado que na época das manifestações defendia o combate à corrupção e zombava do petismo com os seus políticos de estimação hoje adota uma postura muito pior, defendendo as mentiras e a parceria corrupta com o centrão exatamente como os petistas defendiam e ainda defendem o líder da quadrilha vermelha. 

Além de deixar claro que não vai aceitar o resultado das eleições e planeja melar as eleições caso o resultado não seja favorável, o rei do gado também negou que tenha xingado ministros do Supremo acusando o entrevistador de fake news quando na verdade os xingamentos aconteceram várias vezes (filmados). Esses, porém, não foram os piores pontos do show de horrores.

 

CENTRÃO 

Durante a campanha de 2018 Bolsonaro se comprometeu a não governar na base do toma lá da cá, a não se curvar ao clientelismo de ala expressiva do Congresso conhecida como Centrão, inclusive com o seu núcleo mais próximo associando claramente o Centrão a um grupo de ladrões na famosa paródia musical cantada pelo general Heleno: "se gritar pega centrão (ladrão) não fica um meu irmão". O que vimos meses depois foi o presidente lutando arduamente para eleger um presidente da Câmara líder do Centrão oferecendo milhões em emendas secretas para quem fechasse com o governo e não apenas na base do clientelismo mais rasteiro como foi o mensalão (agora repaginado de orçamento secreto), mas pior ainda: para aprovar medidas que enfraquecessem o combate à corrupção e aumentassem o fundo eleitoral. A cereja do bolo foi se filiar ao partido de um dos líderes do Centrão (Valdemar Costa Neto, condenado pela Lava Jato) e depois em entrevista dizer que foi sempre do Centrão. Mais triste do que isso foi gente que foi às ruas lutar contra a corrupção e contra político de estimação e que ainda continua defendendo a autoproclamada cria do Centrão que esqueceu todos os compromissos de campanha. Bolsonaro hoje governa com o mesmo Centrão condenado pela LavaJato por esquemas e propinas junto ao governo petista, não a toa vários líderes do governo atual, como Ciro Nogueira estiveram no governo petista. 

 

ECONOMIA 

Falar que a economia vai bem é uma piada de péssimo gosto. Nos 3 anos de desgoverno ao compararmos com os outros países (que passaram pela pandemia entre 2020 e 2022) o desempenho econômico do Brasil foi um dos piores: o real foi uma das 4 moedas que mais se desvalorizaram em relação ao dólar ao longo desse período (apenas Rússia, Turquia, Venezuela e Argentina tiveram desempenho pior). Se compararmos ao tenebroso governo Dilma, o pico do dólar (já com o ajuste da inflação) chegou a 4,67 (ajustado à inflação acumulada) em setembro de 2015 enquanto no governo Bolsonaro atingiu 5,70 no segundo semestre de 2021 (quando a economia havia recuperado as perdas de 2020 para a pandemia), ou seja, praticamente 20% pior do que o tenebroso desempenho da governanta. 

Em 2019 (antes da pandemia) o desgoverno fechou o ano com um pib de 1,1% bem abaixo da média mundial (3%). As estimativas mais recentes de crescimento para 2022 são de 1,5% a 2% também abaixo da média mundial que deve ficar entre 3% e 3,5% e as previsões para 2023 de organizações econômicas como a OCDE projetam um crescimento de 0,7% devido ao forte aumento da taxa de juros que coloca o Brasil como a terceira maior taxa de juros do mundo (a previsão do pib mundial para 2023 é de 3,1% ou seja, quase 3 vezes mais do que o Brasil deve herdar do desgoverno para 2023). 

Na inflação o desastre é nítido: somente na inflação de alimentos os preços praticamente dobraram nos últimos 3 anos e ainda que a pandemia tenha aumentado a inflação global, se pegarmos as 20 maiores economias do mundo veremos uma inflação de 8,8% em 12 meses enquanto o Brasil está em 11,7% (praticamente 40% a mais do que a média das 20 maiores economias do mundo). 

Apesar da melhoria na taxa de desempregados (que ainda permanece alta, na casa dos 9%) há um enorme contingente de subempregados (entorno de 22% da força de trabalho que ganha menos que um salário) isso pra não mencionar que o ganho médio dos empregados caiu entorno de 5% nos últimos 12 meses (em um período com inflação acima de 10%). Não é a toa que tanta bolsa está sendo distribuída por ai.     

 

TRATAMENTO PRECOCE 

A defesa de um tratamento ineficaz mesmo meses após os principais órgãos de saúde do mundo terem atestado que o tratamento precoce não funcionava, campanha pessoal contra a vacinação, contra o uso de máscara, péssimo gerenciamento da pandemia (atraso na compra das vacinas, atuação temerária na crise de Manaus) formam o conjunto da obra por um dos maiores desastres sanitários do país que poderia ter sido bastante minimizado com um mínimo gerenciamento da crise. 

Bolsonaro não apenas descumpriu os compromissos de campanha, tanto no combate a corrupção (se aliou ao Centrão e enfraqueceu o combate a corrupção) como também na economia liberal, pois não bastasse ter deixado de privatizar as principais empresas que disse que iria privatizar ainda pior: adotou práticas populistas como aumentar medidas assistencialistas furando o teto fiscal, não conseguiu controlar minimamente o valor da moeda e nem de longe conseguiu melhorar a concorrência bancária (a maioria dos recursos financeiros da pandemia que deveriam ter sido usados para fomentar crédito a pequenos empresários foram usados pelos bancos para encarecer o crédito durante a pandemia e ainda pior, a área econômica do governo deu carta branca para o BC comprar bilhões em títulos podres dos bancos, ou seja, para evitar que bancões tivessem prejuízo e isso com o dinheiro do pagador de impostos. Um governo que nunca foi liberal na economia, furou em mais de 200 bilhões em dois anos o teto fiscal e separou bilhões em emendas secretas para estreitar a parceria clientelista com o Centrão, as mesmas práticas que a quadrilha vermelha adotou nos governos anteriores. 

Para conferir as mentiras do rei do gado mostradas com suas próprias falas em vídeos divulgados nos últimos meses vejam os dois vídeos abaixo:


VIDEO 01:



VIDEO 02: 



19 de ago. de 2022

O Brasil de Amanhã será a Argentina de Hoje?

 


Quase três anos atrás, após errar a previsão sobre o futuro presidente da Argentina eu fiz um post explicando o motivo do erro e o argumento dessa explicação não apenas se mostrou exato como profético. Eis o que foi publicado em outubro de 2019: 

"Astrologicamente absolutamente nada embasa a eleição do poste, nem do Macri. Simples assim, dois mapas abarrotados de trânsitos explosivos que refletem o atual momento desastroso da Argentina por responsabilidade tanto do atual presidente como do peronismo kirschnerista. Nada, absolutamente nada em nenhum dos mapas daria qualquer base para eleição de um ou de outro, nem considerando a Cristina como a principal da chapa. Se mesmo com tudo isso a população ainda insistiu em um dos dois é um movimento sem qualquer base na Astrologia. 

O erro de análise que eu cometi (e obviamente aconteceu um erro, pois a previsão com base na Astrologia falhou) foi não ter considerado os próximos 4 anos do mapa da Argentina, em especial o Marte do mapa da Argentina já que estamos em um ano de Marte. O mapa utilizado é o mapa da Independência (09 de julho de 1816 ao meio dia em San Miguel de Tucuman). 

Entre final de 2019 e primeiro trimestre de 2020 Júpiter vai se opor ao topo do mapa da Argentina (Meio Céu e Sol). Quando esse trânsito bem ruim passar Saturno vai entrar, Saturno estará em trânsito de março até julho quadraturando com o Júpiter natal do mapa argentino, depois até quase o final do ano com o Ascendente do mapa argentino e depois até o começo de 2021 novamente com o Júpiter do mapa argentino. Mas esses trânsitos (que já seriam péssimos para qualquer país) são apenas um aperitivo do que está por vir. 

Urano em trânsito a 10 graus de Touro no início de 2021 já começa a quadraturar com o Urano do poste eleito (12 graus de Leão) ao mesmo tempo que Saturno em trânsito estará oposto ao Sol e Meio Céu do mapa argentino (posições que no mapa político simbolizam exatamente o presidente). Esses dois trânsitos impactarão o presidente poste e o mapa da Argentina por praticamente todo 2021. 

A partir de maio de 2022 Urano em trânsito vai quadraturar com o Marte da Argentina (17 graus de Leão) trânsito que vai até julho de 2023 e exatamente quando esse trânsito estiver acabando (e se ainda tiver sobrado algo da Argentina) Plutão começará a transitar em quadratura com o Jupiter natal da Argentina. Poucas vezes vi um mapa tão tenebroso para 4 anos, são simplesmente 4 anos sem trégua com um bombardeio constante e pesado sobre o mapa da Argentina e no período mais agudo desse bombardeio (entre primeiro trimestre e final de 2021) sobre o presidente poste eleito. 

Um mapa de um país com esses trânsitos para o período do futuro presidente (2020 – 2024) poderia indicar tão somente que a pior opção seria a escolhida com os piores trânsitos e não o melhor candidato do ponto de vista astrológico que seria o Lavagna." (outubro de 2019)

 

A ARGENTINA HOJE 

Hoje a Argentina, sem qualquer exagero, é quase economicamente uma Venezuela. Quatro em cada dez argentinos vivem abaixo da linha da pobreza (40% da população), descontrole fiscal total, economia estagnada há quase 11 anos (déficit com muito mais gastos do que arrecadação nesse período ano após ano), inflação de 70% nos últimos 12 meses e deve fechar o ano com uma inflação beirando os 100% ao longo de todo 2022 isso sem falar no valor do peso frente ao dólar no mercado paralelo: são necessários 300 pesos pra comprar 1 dólar. 

 

BRASIL – UMA RUPTURA NAS ELEIÇÕES, POLARIZAÇÃO NOS ANOS SEGUINTES 

A partir de 2023 Plutão entrará no signo de Aquário (ainda que não definitivamente) e automaticamente fará uma quadratura com o Marte natal do Brasil que está no topo do mapa da Independência, um trânsito que apesar de ruim e prolongado será atenuado pelo sextil que esse mesmo Plutão em trânsito fará com o Plutão natal do Brasil. Então ao menos o trânsito de Plutão não será tão devastador sobre o mapa do Brasil, porém tende a manter aceso um forte clima de confrontação política entre o bolsonarismo e o petismo pois o Marte natal do mapa do Brasil está no topo do céu da Independência e sempre que Marte e Plutão ficam sob tensão essa ativação atinge bastante a presidência que está ligada ao topo do mapa. Especialmente com a eleição de Lula pois ele possui o Sol natal exatamente no mesmo signo e grau do Marte natal do Brasil. Essa quadratura de Plutão em trânsito sobre o Marte natal do Brasil e sobre o Sol natal de Lula permanecerá de 2023 até o final de 2026 então tende a ser um período bem tenso de enfrentamento político inclusive com manifestações nas ruas ostensivas contra o petismo. 

Já Netuno que é um astro de órbita longa estará no grau final de Peixes em 2024 se preparando para entrar em Áries, o que acontecerá em 2026. Essa posição de Netuno a partir de 2024 é ruim pois fica exatamente sobre o Plutão natal do Brasil que está em forte quadratura com Netuno e Urano natais do Brasil, esse sim será um trânsito demorado e ruim para o país pois ativa ilusões, manipulações e todo tipo de escapismo, um sinal ruim a nível coletivo pois aponta que a alienação coletiva deve permanecer, ou seja, devemos continuar vendo a polarização entre bolsonarismo e petismo acirrada. Ao longo de 2025 esse trânsito de Netuno será potencializado pelo trânsito de Saturno. 

Urano em trânsito por sua vez, entre 2024 e 2028 estará em sextil com o Plutão natal do Brasil. 

Então no geral nos próximos anos há um equilíbrio entre posições boas e posições ruins no mapa do Brasil, ainda que entre meados de 2024 e 2026 (sobretudo 2025) o mapa esteja mais difícil. O indicativo perigoso que esses trânsitos mostram é um fortalecimento do Sol natal de Bolsonaro (grau zero de Áries que receberá um sextil do trânsito de Plutão e de Urano) o que eu interpreto de duas formas: uma delas é o fortalecimento do bolsonarismo através de um discurso de radicalização contra as instituições especialmente se após a derrota nas urnas para o petismo o governo petista não conseguir melhorar os índices econômicos e sociais. 

A segunda interpretação possível é a eclosão de um novo escândalo político envolvendo o governo petista fazendo com que a mobilização dos grupos mais radicalizados volte com força às ruas e seja turbinada pela parcela descontente da população com a economia sem que necessariamente sejam bolsonaristas mas que por conta dessa insatisfação podem acabar ajudando a causa bolsonarista.

 

O TRÂNSITO DAS RUPTURAS 

Outro ponto relevante é que no mapa do Brasil sempre que a casa 12 (exílio, fim de ciclo) é fortemente ativada com a entrada de Saturno em trânsito na casa 01 do Brasil grandes rupturas inesperadas acontecem (isso aconteceu em 1964 e depois ao final de 1992 no primeiro impeachment). Ao final de 1992 no impeachment de Collor, Saturno estava entrando na casa 01 do Brasil ao mesmo tempo que Urano e Netuno conjuntos adentravam a casa 12. 

Na época das eleições teremos não apenas Plutão em trânsito na casa 12 do Brasil como Saturno entrando na casa 01 do Brasil em fortíssima quadratura com Urano em trânsito (que não apenas estará quadraturando com o Ascendente do Brasil como também com o topo do mapa/Meio Céu do Brasil) e ao mesmo tempo Júpiter em trânsito entrando em Áries estará ativando a enorme quadratura natal do mapa do Brasil (Plutão natal quadraturando com Urano e Netuno natais do Brasil). É um bombardeio típico de rupturas profundas, seja por morte, atentado violento, golpe de Estado ou adiamento de eleições, uma combinação que nos meus estudos eu nunca vi no mapa do Brasil. 

Esse fortalecimento do Sol natal de Bolsonaro, especialmente entre 2024 e 2025 por conta do trânsito de Urano e Plutão é característico de um amplo fortalecimento da imagem (Sol) de Bolsonaro o que no contexto atual só aconteceria de duas formas: ele virar mártir por conta de morte nas eleições ou um golpe de Estado para evitar eleições e postergar o atual governo. De toda forma o que os anos futuros mostram é que a população permanecerá aceitando a manipulação da polarização o que aprofundarei em texto futuro sobre a democracia. 

De toda forma como também já foi explicado, nós como nação perdemos a oportunidade de apoiar uma grande higienização na política contra a corrupção e preferimos, como maioria, continuar apoiando o populismo que apenas mudou de cor. Nossa única esperança é que essa escalada de polarização por mais 4 anos ajude a despertar a maioria da população para o fato de que nenhum dos dois lados populistas, seja o petismo ou o bolsonarismo (ambos aliados com a corrupção do Centrão), nenhum dos dois serão a solução para tirar o Brasil da corrupção e da estagnação econômica. 

Seja com a vitória do ex presidiário nas urnas ou com as eleições meladas por algum golpe (que tente adiar as eleições ou dar continuidade ao atual mandato) o cenário econômico mostrado no mapa do Brasil não mostra um futuro tenebroso nos próximos 4 anos mas também não mostra qualquer recuperação pujante (como no período do boom das comodities para a China) sendo algo mais próximo a continuidade do atual cenário (inflação ainda persistente, descontrole fiscal, baixo crescimento econômico e alto desemprego) assim como mostra a continuidade e agravamento da polarização política entre petistas e bolsonaristas que vai desembocar em um acúmulo de tensos para 2026, um acúmulo que eu espero que definitivamente faça o povo acordar da polarização através de uma nova alternativa politica pois caso contrário (se ainda tivermos alguma democracia) ela correrá ainda mais risco. 

A encruzilhada da República (texto publicado anteriormente que aconselho a todos lerem):

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=625045572312081