12 de jan. de 2023

Brasil e o Caminho até 2026

 


Desde 2014 tanto o livro "Brasil o Lírio das Américas" como vários textos aqui da página previram com exatidão e com vários meses de antecedência acontecimentos que se concretizaram tempos depois e que, na época das previsões, pareciam impossíveis, como por exemplo, a previsão em 2014 que até 2018 teríamos os militares no poder através de um governo eleito, que Dilma seria impichada e que Lula seria preso. 

Previsões mais recentes, como a trazida em julho de 2022 apontavam que entre setembro de 2022 e janeiro de 2023 teríamos um cenário de confronto e conflagração civil por conta da derrota de Bolsonaro nas eleições, já que apesar de ter previsto que conseguiríamos construir uma terceira via deixei claro já em janeiro de 2022 que Bolsonaro não tinha chance alguma de se reeleger (isso dito lá em janeiro). Sem terceira via e no embate do bolsopetismo aconteceu o que previ: Bolsonaro perdeu. Esse material pode ser conferido aqui (clique no link a seguir):

https://www.facebook.com/photo?fbid=783739156442721&set=pb.100044199317841.-2207520000. 

Como também apontei em previsões recentes sobre o futuro (deixarei o link desse texto também a seguir) Lula passará todo o mandato com um trânsito bem tenso sobre o seu mapa natal que pega também ponto importante do mapa do Brasil e corre sim risco de não terminar o mandato. Essa ampla análise astrológica está detalhada aqui (clique no link a seguir):

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=732387494911221&set=pb.100044199317841.-2207520000.&type=3


BASTIDORES DE UMA MISSÃO 

Mas e o futuro Zé? Qual o caminho para 2026? Pra entendermos isso precisamos voltar um pouco no tempo, lá pelos idos de 2012 quando eu estava na fase final de elaboração do livro "A Bíblia no 3º Milênio" e já recebendo as primeiras informações (textos e experiências projetivas) do material que seria compilado no livro "Brasil o Lírio das Américas" (lançado em 2014). O projeto do livro "Brasil o Lírio das Américas" segundo o guardião Jeremias foi definido pelos amigos espirituais lá pelos idos de 2010, quando em palestra pública aqui em Porto Alegre dentro de um grupo espiritualista apontei que a Espiritualidade trabalhava para colocar fim ao período petista no poder e que uma enorme corrupção viria a tona. Falar isso, em 2010, quando Lula tinha quase 90% de aprovação e a maioria dos espíritas e espiritualistas se identificavam com o petismo (inclusive muitos dos que hoje se vestem de "patriotas" bolsonaristas) e se acreditava ser um absurdo falar qualquer coisa da Espiritualidade em relação à política causou um misto de espanto e irritação em muitas pessoas que estavam ali. 

O grande ponto é que desde um pouco antes de 2010 a Espiritualidade Superior tentava transmitir algumas informações sobre o futuro do Brasil do ponto de vista geopolítico, mas não encontrava medianeiros para fazer isso. Primeiro pelos motivos óbvios: se a maioria se identificava com o petismo é óbvio que truncariam qualquer manifestação mediúnica apontando que um desastre enorme de corrupção estar instalado no governo, enquanto que os poucos que estavam abertos para receber tal informação simplesmente não tinham coragem. 

Entre 2013 e 2014 quando começaram as primeiras manifestações de vulto nas ruas contra o governo petista e contra a corrupção as pessoas que já me acompanhavam desde 2010 atestaram que aquilo que eu havia trazido 3, 4 anos antes era verdade. Mesmo quando o livro foi lançado em 2014 e com muitas coisas vindo a tona ainda assim as manifestações da maioria dos médiuns eram bastante tímidas, pra não dizer praticamente nulas sobre o tema. Por isso o livro "Brasil o Lírio das Américas" foi pioneiro, todas as tentativas de outras obras espiritualistas de falarem sobre política e espiritualidade vieram somente quando a queda (impeachment Dilma e condenação de Lula) já estava sacramentada, aí é moleza querer dizer que tem contato com "espíritos que comandam o destino do país" mas nunca trazer informações realmente em primeira mão. 

O grande ponto é que desde antes da eleição do candidato dos militares (e é bom lembrar que não apenas no livro em 2014 como mais de um ano antes da eleição, antes de qualquer astrólogo ou astróloga, previ que Bolsonaro ganharia) os amigos espirituais já haviam informado (e isso consta no livro) de um grande trabalho da Espiritualidade Superior para fazer uma grande higienização na América do Sul e Central, mostrando os graves casos de corrupção (especialmente e notoriamente no Brasil) ligados a governos de esquerda e ao mesmo tempo impedindo que um projeto de radicalização (aos moldes de Cuba e Venezuela) se instalasse nas Américas do Sul e Central.  Apesar de muitos países nos últimos anos terem retornado à governos de esquerda após a "onda azul" (prevista no livro) o que vemos hoje é um cenário no qual governos aos moldes do que Chavez-Maduro ou Fidel implantaram não tem mais espaço na América do Sul e Central, ou seja, mesmo com a volta do petismo ao poder e do kirchnerismo na Argentina, o sonho de uma América bolivariana-marxista foi ralo a baixo e nisso o projeto dos guardiões superiores (aqueles que realmente trazem informações sobre o futuro em primeira mão) foi um sucesso. 

Dentro desse grande trabalho os amigos espirituais identificaram, segundo esclareceu o guardião Jeremias, de que os militares no Brasil estavam muito preocupados com o avanço do petismo e de um projeto marxista não apenas no Brasil, mas em toda América do Sul e por isso decidiram planejar uma candidatura que realmente se posicionasse contra o petismo (já que é bom lembrar que nas eleições anteriores, tanto contra Lula como Dilma não existia uma real oposição ao petismo, mesmo Aécio na campanha de 2014 tinha medo da popularidade de Lula e não se colocava como um candidato antipetismo). Quando veio a LavaJato e as manifestações de rua a janela de oportunidade estava aberta e os militares decidiram que o nome seria alguém que já estava no Congresso, ou seja, Bolsonaro. 

O projeto original, tanto dos militares como da Espiritualidade Superior era exatamente o cumprimento do que foi prometido em campanha (e levou o capitão a ser eleito): fortalecer a LavaJato e intensificar o apoio da população por reformas que combatessem os privilégios e a corrupção dentro do núcleo político de Brasília (Centrão) o que levaria a um profundo processo de renovação e higienização nos três poderes. Porém havia um perigo e isso foi alertado meses antes da eleição de Bolsonaro aqui nesse espaço: o olavismo. As idéias de tentar transformar o capitão em um novo Hugo Chavez (só que da "direita") provinham de alguém que ensinava em seus cursos que, segundo ele, o período mais maravilhoso da historia do mundo foi na Idade Média quando reis e a Igreja com seus exércitos dominavam toda a população e tudo funcionava bem, ou seja, acreditava que deveríamos criar uma monarquia absolutista com uma santa inquisição política. Eu avisei que isso não daria certo, que os métodos do olavismo eram tão ou mais piores do que o marxismo, cujo objetivo sempre foi acabar com o pluripartidarismo e centralizar o poder em um único líder e partido (como está amplamente descrito no Manifesto Comunista de Engels e Marx como o real objetivo do marxismo e não a falácia de justiça social para o proletariado) o que levou a criação por mim do termo "petistas de direita" (para definir os olavistas), isso meses antes da eleição de Bolsonaro, termo que depois foi adotado pela mídia como "bolsopetistas". 

Os amigos espirituais sabiam desse risco, ou seja, de Bolsonaro seguir a linha olavista de tentar pavimentar o caminho para ser um novo Chavez no Brasil e dentro desse contexto trabalharam com aquilo que era possível para retirar o petismo do ciclo de poder. Se Bolsonaro não fosse eleito em 2018 ele voltaria muito mais forte em 2022 e nós teríamos perdido mais 4 anos (2022-2026), pois tudo aquilo que ele tentou fazer entre 2018 e 2022 para se perpetuar no poder seria feito com 4 anos de atraso após mais 4 anos de governo petista (Hadad), ao mesmo tempo, ainda que a eleição de Bolsonaro tivesse esse perigo se seguir a linha olavista ao invés das pautas de campanha lavajatistas, existia a esperança dos amigos espirituais de que o mesmo engajamento mostrado entre 2013 e 2018 pela cobrança de políticos permaneceria, ou seja, as pessoas iria cobrar Bolsonaro pelas suas promessas de campanha e isso, infelizmente, não aconteceu. E foi exatamente por isso que Lula foi solto e Bolsonaro não foi impichado: pelas mãos de um dos ministros colocados na Corte (Nunes Marques) é que Lula se tornou elegível, inclusive a sua soltura foi comemorada pelo filho de Bolsonaro, pois o clã acreditava que a soltura de Lula uniria a "direita" entorno do combate a volta do expresidiario ao poder. E ao invés de combater o Centrão, Bolsonaro se aliou ao Centrão para evitar seu impeachment. 

Porém, mesmo nesse caminho tortuoso aconteceu o menos pior (dentro daquilo que era possível): o projeto olavista-chavista de Bolsonaro ruiu, a coesão dos militares contra o petismo se fortaleceu, o próprio antipetismo se fortaleceu na maioria do país (a exceção do nordeste quase todas as regiões do país se posicionaram contra o petismo) o que vai unir as pessoas na cobrança do atual governo, trazendo novamente as pautas anticorrupção a tona. Ao mesmo tempo, como já previ meses atrás, Bolsonaro perderá seus direitos políticos e muito provavelmente será preso, ou seja, não estará elegível para 2026. Lula por sua vez não tem sucessor (ainda que tenha a esperança de emplacar Hadad como seu sucessor na corrida presidencial de 2026) e sabe que o Centrão se movimenta há meses para emplacar o semipresidencialismo, que na prática daria ainda mais poderes ao Centrão. Essa matéria fala mais sobre a questão (clique no link a seguir):

https://www.gazetadopovo.com.br/republica/camara-aguarda-o-segundo-turno-para-avancar-com-a-proposta-do-semipresidencialismo/

Para Lula e o PT, que não possuem um sucessor político a idéia de criar a figura de um primeiro ministro a partir de 2030 em um Congresso majoritariamente dominado pelo Centrão não é de todo ruim, pois ainda permitiria que partidos fortes na Câmara (como o próprio PT) garantam uma boa fatia de poder e ao mesmo tempo facilitaria a aprovação de medidas/leis que perpetuassem o enfraquecimento do combate à corrupção e a manutenção dos privilégios e gastos astronômicos da classe política brasileira. 

Em um Congresso dominado pelo Centrão, com o petismo e um ex presidiário na cadeira presidencial e com uma Corte que vem anulando as sentenças da LavaJato é altamente improvável que um plebiscito para o semipresidencialismo passe no voto popular. Ao mesmo tempo, apesar de todo o radicalismo do bolsonarismo ele serviu pra expor a existência de um grupo numeroso, tanto na classe política como na população que não aceita mais a doutrinação ideológica da esquerda de que a esquerda representaria o monopólio da virtude, contra as opressões e em favor da democracia e especialmente não aceitando o discurso muito disseminado na esquerda de que o conservadorismo quer apenas conservar as desigualdades. Muita gente que votou em Bolsonaro em 2018 e não votou em 2022 não aceitam a idéia que boa parte da esquerda tenta defender de que seriam os defensores dos direitos sociais e ao mesmo tempo não reconhece em Bolsonaro as verdadeiras pautas de combate a corrupção e por uma economia mais liberal. 

É exatamente esse grupo que vai se tornar cada vez mais numeroso (sobretudo depois da condenação de Bolsonaro nos próximos meses) e que vai tomar pra si novamente a bandeira do combate a corrupção, do fim dos privilégios e do enfraquecimento do Centrão. E nesse cenário, segundo as informações mais recentes que eu recebi durante a elaboração do meu próximo livro, novamente os militares observam e aguardam uma nova janela de oportunidade: um novo escândalo se desenhando no horizonte ou a própria saída de Lula do poder (por impeachment ou falecimento) para que novamente as ruas se mobilizem por um caminho fora do bolsopetismo com ambos, Lula e Bolsonaro impedidos de concorrer em 2026, um caminho que resgate os ideais de combate à corrupção, combate aos privilégios, combate ao Centrao e fortalecimento de uma economia liberal e responsável do ponto de vista fiscal (pois é dessa forma que se gera riqueza, impostos e dinheiro para investir nas áreas sociais e, sobretudo geração de emprego, que é o que realmente tira as pessoas da pobreza e enriquece um país) na figura de dois políticos que os militares enxergam como representantes dessas políticas, os senadores Moro e Mourão, que naturalmente atraem o eleitorado antipetista mais moderado e uma parcela expressiva do eleitorado bolsonarista órfão do seu "mito" 

O projeto da Espiritualidade Superior para 2026 passa primeiramente por impedir a continuação do bolsopetismo e ao mesmo tempo construir um caminho que resgate as pautas de 2013 a 2018 que foram clamadas nas ruas. Se conseguiremos construir esse caminho, já é uma outra história mas o que veremos, nos próximos meses e anos até 2026 é a construção de um cenário que possa levar a esse caminho, pois ele depende essencialmente da escolha da maioria da população. 

Para os corajosos que leram o textão até aqui, inclusive todo o material linkado até aqui aconselho fortemente a releitura do texto "o que é a democracia", que vai muito além de tentativas de golpe ou de três poderes funcionando (clique no link a seguir):

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2022/10/democracia.html


4 de out. de 2022

Qual o Futuro do Brasil se Um ou Outro for Eleito

 

Nas previsões para setembro e outubro eu trouxe uma coletânea das previsões para o futuro próximo do Brasil, tanto no período das eleições até o final do ano (entre outubro e dezembro) como nos próximos anos, entre 2023 e 2026, compilando informações de textos trazidos em 11 de julho e 19 de agosto. Aconselho fortemente que o leitor desse post releia essas informações para compreender o que será descrito nesse post. 

Texto sobre o Brasil (confusão pré e pós eleições) publicado ao final do post com as previsões de setembro e outubro:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=678684506948187


Texto publicado em agosto sobre os próximos anos do Brasil e a previsão feita anos atrás sobre a Argentina:

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2022/08/o-brasil-de-amanha-sera-argentina-de.html


Daquele texto publicado em agosto destaco o trecho final: 

"Seja com a vitória do ex presidiário nas urnas ou com as eleições meladas por algum golpe (que tente adiar as eleições ou dar continuidade ao atual mandato) o cenário econômico mostrado no mapa do Brasil não mostra um futuro tenebroso nos próximos 4 anos mas também não mostra qualquer recuperação pujante (como no período do boom das comodities para a China) sendo algo mais próximo a continuidade do atual cenário (inflação ainda persistente, descontrole fiscal, baixo crescimento econômico e alto desemprego) assim como mostra a continuidade e agravamento da polarização política entre petistas e bolsonaristas que vai desembocar em um acúmulo de tensos para 2026, um acúmulo que eu espero que definitivamente faça o povo acordar da polarização através de uma nova alternativa política pois caso contrário (se ainda tivermos alguma democracia) ela correrá ainda mais risco." 

Analisando o mapa ruim de Bolsonaro durante as eleições e ao mesmo tempo um forte trânsito de rupturas sobre o mapa natal do Brasil a chance de eleição de Bolsonaro nas urnas parece remota pois essas posições combinadas apontam muito mais para alguém derrotado, ainda que com uma força politica relevante buscando uma tentativa de contestação do resultado das urnas (algo ainda mais intenso do que aconteceu na derrota de Trump) até porque em caso de vitória nas urnas Bolsonaro não precisaria ativar um golpe clássico mas sim algo mais gradual como Chavez fez na Venezuela (e explicarei isso ao longo desse post), portanto pelo desenho do mapa tanto de Bolsonaro como do mapa natal do Brasil é remota a chance de uma eleição nas urnas de Bolsonaro, o que não inviabiliza a tentativa de uma forte contestação e convulsão social como descrevi também no texto de agosto: 

"Outro ponto relevante é que no mapa do Brasil sempre que a casa 12 (exílio, fim de ciclo) é fortemente ativada com a entrada de Saturno em trânsito na casa 01 do Brasil grandes rupturas inesperadas acontecem (isso aconteceu em 1964 e depois ao final de 1992 no primeiro impeachment). Ao final de 1992 no impeachment de Collor, Saturno estava entrando na casa 01 do Brasil ao mesmo tempo que Urano e Netuno conjuntos adentravam a casa 12. 

Na época das eleições teremos não apenas Plutão em trânsito na casa 12 do Brasil como Saturno entrando na casa 01 do Brasil em fortíssima quadratura com Urano em trânsito (que não apenas estará quadraturando com o Ascendente do Brasil como também com o topo do mapa/Meio Céu do Brasil) e ao mesmo tempo Júpiter em trânsito entrando em Áries estará ativando a enorme quadratura natal do mapa do Brasil (Plutão natal quadraturando com Urano e Netuno natais do Brasil). É um bombardeio típico de rupturas profundas, seja por morte, atentado violento, golpe de Estado ou adiamento de eleições, uma combinação que nos meus estudos eu nunca vi no mapa do Brasil. 

Esse fortalecimento do Sol natal de Bolsonaro, especialmente entre 2024 e 2025 por conta do trânsito de Urano e Plutão é característico de um amplo fortalecimento da imagem (Sol) de Bolsonaro o que no contexto atual só aconteceria de duas formas: ele virar mártir por conta de morte nas eleições ou um golpe de Estado para evitar eleições e postergar o atual governo." (texto publicado dia 19 de agosto, linkado no início desse post) 

Considerando que ainda permaneceremos na polarização política pelos próximos 4 anos o que podemos esperar no caso da eleição de Lula ou de Bolsonaro? É isso que descreverei a seguir ainda que, repito, o cenário mais provável seja a vitória de Lula nas urnas com uma revolta popular do eleitor mais fidelizado de Bolsonaro, o cenário de perigo de conflagração civil com risco de ruptura democrática para 2022 que foi descrito lá em 2014 no livro "Brasil o Lírio das Américas" e que pode ser revisto nesse post aqui do dia 20 de abril:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=572066687609970


Todo o cenário contextualizado, vamos lá:

 

BOLSONARO ELEITO NAS URNAS 

Tanto Lula como Bolsonaro contam cada um não apenas com metade dos votos do Brasil mas sobretudo com uma forte divisão entre antipetistas e antibolsonaristas, ainda que seja importante considerar que o eleitorado de Bolsonaro é mais engajado/fidelizado, enquanto a rejeição ao bolsonarismo é numericamente maior (ou seja, gente que não é petista mas prefere qualquer coisa que não seja o bolsonarismo). 

Na prática, se eleito, Bolsonaro não precisará dar um golpe clássico de tomada de poder (fechamento do Congresso e STF), pois teria não apenas tempo (todo um mandato) como também maioria no Congresso e nas ruas para realizar as medidas políticas semelhantes aquelas que Chavez realizou na Venezuela. A primeira delas seria passar no Congresso uma lei aumentando o número de ministros do STF permitindo que ele conquistasse maioria dos nomes indicados na Suprema Corte e assim ao longo do mandato conseguisse mudar a Constituição para permitir um terceiro mandato consecutivo e gradualmente formar uma maioria eleita de um Congresso Centrão-bolsonarista completamente fiel permitindo que todo esse grupo politico se perpetue no poder e após um terceiro mandato colocasse algum "poste" (como Putin fez com Medvdev) para um mandato tampão antes que ele retornasse para mais dois mandatos. Com uma boa força politica no Congresso (Câmara e Senado), redes sociais fortes (um gado fidelizado) com engajamento e com os principais centros econômicos do país com governadores ou alinhados ao bolsonarismo ou neutros esse seria o plano de perpetuação no poder de Bolsonaro. A única barreira poderia vir do Alto Comando, mas com um mandato de 4 anos Bolsonaro teria tempo de angariar apoio político de patentes altas do Exército a semelhança do que fez no primeiro mandato, dando vários cargos para os militares, o que na prática diminuiria a força de vozes contrárias no Alto Comando pois não apenas tal projeto impediria a volta dos vermelhos como igualmente manteria prestigio politico e financeiro para muitos membros de patentes altas. Esse é o plano de perpetuação do bolsonarismo. 

 

LULA ELEITO NAS URNAS 

Ainda que eleito presidente, Lula terá um Congresso com forte presença bolsonarista, tanto na Câmara como no Senado, além da maioria das capitais do Sul, Sudeste e Centro Oeste serem governadas por governadores mais alinhados ao bolsonarismo o que na prática representa que Lula terá muitas dificuldades para implementar uma agenda de grande descontrole fiscal ou excessivamente desenvolvimentista, como ficou marcado no final do seu segundo mandato e ao longo do governo Dilma. Com o país polarizado e ele Lula dependendo do crescimento economico pra segurar a pressão politica do bolsonarismo tanto dos eleitores como do Congresso é certo que terá que fazer muitas concessões, tanto na parte economica (já que Sul, Sudeste e Centro Oeste sao o motor da economia) como em questões de costumes para conseguir governar, especialmente considerando que o Centrão e, sobretudo o Centrão bolsonarista saiu fortalecido das eleições. Ao mesmo tempo Lula não pretende governar sendo controlado pelo Centrão como foi Bolsonaro (que precisou se curvar ao Centrão para não sofrer um processo de impeachment) e um dos seus objetivos principais é acabar com o orçamento secreto, não por qualquer nobre objetivo republicano, mas simplesmente para voltar ao velho modelo dos governos petistas nos quais caciques partidários só tinham direito à grandes cargos ministeriais e porcentagens em negociatas com empreiteiras e grandes estatais caso votassem junto com o governo. 

Politicamente o principal objetivo de Lula será cooptar o Centrão e ao mesmo tempo retirar o excessivo poder que o Centrão possui hoje com o orçamento secreto (como expliquei no parágrafo anterior). O segundo objetivo será sepultar o bolsonarismo algo que é prioritário para a agenda petista, visto que o projeto de perpetuação do petismo não comporta uma oposição com tamanha capacidade de reunir multidões nas ruas então o mais provável é que Lula busque apoio estratégico do PP e União Brasil que desejam formar o maior bloco partidário do Congresso (superando o PL) oferecendo o comando da Câmara e ao mesmo tempo evitando que esses dois partidos se unam ao PL (pois nesse caso se formaria um enorme bloco bolsonarista no Congresso). 

O principal argumento de Lula para "conquistar" o Centrão (além obviamente dos cargos e negociatas como era no tempo do governo vermelho do passado) é ainda mais forte: com um STF majoritariamente indicado pelo governo petista (e terá ainda mais duas indicações) Lula pode garantir o fim dos direitos politicos de Bolsonaro (que após findo o seu mandato será investigado por diversos crimes comuns) pois um dos temores do Centrão é que junto aos militares Bolsonaro tomasse o poder de forma total criando um Congresso meramente decorativo (o que obviamente não interessa de forma alguma ao Centrão). Garantindo que Bolsonaro não possa buscar um mandato futuro e que ele próprio Lula já não possui muito mais tempo na politica, Lula ofereceria assim como fez ao colocar Alckmin como vice, uma transição para 2026 apoiando um candidato ligado ao Centrão e a esquerda, mais ou menos nos moldes do que aconteceu na indicação de Dilma como sucessora.

 

MORO NO SENADO E 2026 

Não precisa ser nenhum gênio da estratégia ou profeta para antever que Lula terá um mandato difícil do ponto de vista político e que ao mesmo tempo buscará anular o bolsonarismo o que na prática só é possível, ao menos em parte, mandando o líder do bolsonarismo para a prisão. Nesse cenário, do ponto de vista estratégico e político a decisão de Moro de apoiar a candidatura de Bolsonaro é acertada: se adotasse neutralidade (não apoiando qualquer um dos dois candidatos no segundo turno) não apenas seria perseguido durante o governo Lula como ainda teria todo o grupo bolsonarista contra ele. Ao mesmo tempo sabendo que uma eventual prisão de Bolsonaro ou no mínimo que a retirada dos direitos políticos vai acontecer durante o mandato de Lula, então Moro acaba se cacifando como o principal nome de oposição para 2026 capaz de receber os votos bolsonaristas. 

Politicamente Moro mostrou força ao se eleger para o Senado, inclusive superando o candidato bolsonarista. Acredito que o apoio dele à candidatura de Bolsonaro é muito mais uma mensagem firme contra o petismo (pra ele um inimigo maior) e ao mesmo tempo um aceno de trégua, já que ele sabe que em um cenário polarizado como o atual e com as aspirações que ele tem pra 2026 não dá simplesmente para ficar contra os dois lados. De forma bem prática, e entendo a leitura dele, não há como construir uma terceira via sem os votos do bolsonarismo: o eleitor antipetismo e antibolsonarismo chega no máximo a 30%, ao mesmo tempo que um posicionamento contrário ao petismo mas sem atacar o bolsonarismo permite que ele consiga força politica para 2026, sobretudo em um cenário no qual Bolsonaro não possa concorrer (prisão e/ou perda dos direitos politicos com a eleição de Lula, algo certo de acontecer). Não há outro caminho para uma força fora da polarização bolsopetista emergir com chances em 2026. Moro sabe que a polarização vai se intensificar com a eleição de Lula e que até 2026 não há tempo pro povo sair desse maniqueísmo, essa é a realidade: sem os votos do bolsonarismo não há como viabilizar uma candidatura em 2026. É triste, mas é realidade do povo do Brasil. 

Afinal o que é democracia:

https://www.facebook.com/photo?fbid=5244231569039328