9 de mai. de 2019

Bolsonaro, Moro, Militares e Olavetes – “Generais Ultimato” o Filme de 2019


Olavo deseja controlar o governo, por isso insiste nos constantes ataques aos generais que pertencem à cúpula do governo com as desculpas mais esfarrapadas (porque general deu entrevista pra Globo, porque general tirou foto com alguém da esquerda, porque general discordou de algo do presidente, tudo que ele próprio tem feito, sobretudo a se negar a cumprir o que Bolsonaro pediu de parar com as brigas, além de dar entrevista pra Bial e dizer que trabalharia junto com o Suplicy) 

E não, não existe essa história de imprensa jogando Olavo contra os militares e militares contra Olavo, os ataques são gratuitos, debaixo calão (palavrões ad hominem) e asquerosos (como o feito sobre o general Villas Boas) e sempre iniciados pelo Olavo. E não, o governo Bolsonaro não depende de Olavo pra existir, depende sim dos militares e da ala econômica liberal que trabalham em uníssono e que comungam de boa parte da pauta de costumes ou conservadora. Não adianta tentarem criar teorias conspiratórias que não existem, a verdade é que hoje o grande problema do governo chama-se Olavo de Carvalho

Olavo sabe que a presença dos militares no núcleo duro do governo, na cúpula impede que ele tenha a ascendência que gostaria de ter. Por isso os ataques de Olavo não vão parar, os militares respondam ou não, pois o pretexto ou desculpa esfarrapada para os ataques pouco importa

Olavo tem duas características que demonstrou de forma reiterada nos últimos anos e, sobretudo nos últimos dias: uma personalidade narcisista e pouco apreço pela democracia (instituições estabelecidas) o que expliquei amplamente no texto sobre o que deseja Olavo (link ao final). Olavo acredita que os constantes ataques e “argumentos” esfarrapados (na verdade xingamentos ad hominem) reunirão pressão popular para a saída dos militares do governo, inclusive do próprio vice, permitindo que assim Bolsonaro escolha uma nova equipe de governo, a dedo pela sugestão de Olavo e com esse apoio popular consiga uma revolução anárquica do povo sobre o Congresso para uma definitiva tomada de poder do povo resgatando a monarquia (só que absolutista) com rei e Igreja mandando no país, as forças armadas obedientes à vontade popular pois o “golpe” da República seria assim desfeito. Pena, para Olavo, que esse enredo jamais, jamé, nunquinha da silva vai se concretizar.

Bolsonaro sinceramente tem apreço por Olavo. Igualmente o presidente tem apreço pelos militares. Mas não entendeu (ou não quer entender) que só há uma saída para a crise: o rompimento total e irrevogável com o olavismo.

O olavismo não aceita os militares no poder, não aceita qualquer pensamento dentro da direita que não seja 100% alinhado com Olavo (acreditam que um milímetro discordante já é globalista fabiano), são em suma os petistas de direita, ou seja é impossível formar uma força ou partido político de direita realmente forte no país com o olavismo. Olavismo e olavetes são petistas de direita, são a extrema direita, não representam os valores conservadores de respeito a democracia e ao diálogo (não existe dialogo quando você já começa atacando alguém com palavrões), quando não apresentam o mínimo de respeito pela alta cúpula do governo escolhida pelo presidente eleito, quando pouco se importam com o momento do país na busca por aprovar uma reforma fundamental e focam em objetivos meramente pessoais de poder. O olavismo hoje é o verdadeiro inimigo do governo

A saída para a crise é óbvia. Não existe a opção de Olavo parar com os ataques contra a cúpula militar do governo. A partir desse ponto só existem dois caminhos: ou os militares permanecem no governo (e teremos o resto do mandato presidencial com fortes turbulências, sobretudo pela desconfiança dos parlamentares que avaliarão fraqueza no comando do presidente e, sobretudo falta de fidelidade para defender os comandados que ele mesmo escolheu diante dos ataques) ou os militares retirando apoio do governo e nesse caso, leia-se “retirar o apoio ao governo” a perda de total apoio político, pois Guedes e Moro jamais permaneceriam em um governo sem a base dos militares e pior ainda, com estes substituídos por indicados do olavismo. Pior ainda: o Congresso não negociaria com o novo governo, já tivemos uma pequena amostra do que foi o embate Carlos e Maia, parou tudo. Com Olavo e companhia pior ainda.

É importante ressaltar (e desculpem pelo texto longo) que o argumento de militares positivistas comunistas ou traidores no seio do governo é outra falácia do olavismo. Olavo, como ele mesmo reconheceu, só percebeu que existia uma guerra cultural nos anos 90 enquanto que os militares lutaram de forma árdua contra o comunismo esse tempo todo nos anos do governo militar. Em 1989 Olavo não fazia a menor idéia do que estava acontecendo, tanto que reconhece isso publicamente ao dizer que votou no Lula. O mérito de Olavo ter percebido, ainda que tardiamente, a guerra cultural (ver link ao final) não concede a ele o direito de desmerecer ou julgar os militares como fracos na luta contra o comunismo, pois ele mesmo durante o regime militar nada fez contra o comunismo. Da mesma maneira tal mérito não permite que tente inventar argumentos que não existem, como por exemplo, de traidores na alta cúpula do governo, sendo que o próprio pt reconheceu que não conseguiu aparelhar as forças armadas. Se a alta cúpula do exercito tivesse comunas já seriamos uma Venezuela faz tempo. Então por mais que existam méritos na análise sobre o marxismo cultural, a guerra cultural, isso não dá o direito a Olavo de tentar reescrever a história, desmerecer o papel dos militares e menos ainda utilizar de vocabulário chulo. Olavo definitivamente não tem razão, tanto não tem razão no julgamento que fez e faz dos militares que disse antes da eleição do Lula que o Brasil estava fadado a virar um país comunista de forma irreversível, analise totalmente míope exatamente porque ele não entende o papel fundamental que as forças armadas tiveram e tem no combate ao comunismo.  

Outro ponto é que não foi Olavo que elegeu Bolsonaro. Quem elegeu Bolsonaro foi o sentimento antipetista que se acentuou a medida que as negociatas foram expostas pela Lava Jato, iniciada em 2014 e a partir dai as grandes manifestações começaram. Sem Moro e sem Lava Jato não teria discurso de guerra cultural, pois não haveria a prova. Se há um responsável por mostrar as vísceras da corrupção petista esse responsável se chama Sérgio Moro. Bolsonaro inclusive somente começou a decolar nas pesquisas lá pelos idos de final de 2016-começo de 2017 quando adotou de forma clara a meta de uma economia mais liberal, atraindo boa parte do eleitorado tucano antipetista. Ao se posicionar claramente contra Lula (o que nenhum outro candidato fez), sendo um político livre de casos de corrupção e com um proposta econômica diametralmente oposta ao petismo e, sobretudo favorável a Lava Jato e aos militares é que Bolsonaro reuniu os votos para ser eleito. O petismo destruiu a segurança pública e a economia então obviamente que um discurso que não defendesse bandido vitima da sociedade e ao mesmo tempo enaltecesse a policia e novas leis para a posse de arma traria votos. Ao mesmo tempo a pauta contrária ao aborto trouxe votos, não porque Olavo tenha disseminado essa pauta, mas porque boa parte da população católica, evangélica e espírita é contra o aborto. Se muitos vloggers e blogs de direita prosperaram divulgando a questão da guerra cultural, prosperaram porque o sentimento antipetista foi fermentado por outras condições (descritas nesse parágrafo), ou seja, a divulgação da guerra cultural não foi o motivo para as pessoas votarem no Bolsonaro, foi o antipetismo e a identificação do povo do antipetismo em Bolsonaro que permitiu que essas mesmas pessoas começassem a ouvir sobre o tema da guerra cultural. Foi o antipetismo que permtiu que o assunto da guerra cultural viesse a tona e não o assunto da guerra cultural que fermentou o antipetismo. Por isso que é uma imensa falácia acreditar que sem Olavo o governo não sobrevive ou que sem Olavo o governo perderia as redes. Falácia!!! Bolsonaro, os militares e Moro são muito maiores do que Olavo que naturalmente pelo próprio narcisismo superestima o próprio papel que tem na política do país      

SEM MILITARES, IMPEACHMENT NO HORIZONTE

Postas as peças no grande tabuleiro e com as primeiras jogadas já vislumbradas pelos jogadores o cenário é simples. Para todos interessa a aprovação da reforma da previdência, pois sem ela não tem governo futuro, o país quebra. No cenário político a esquerda está morta: Lula não pode ser candidato, o petismo não tem um sucessor e aquele que seria o principal nome da esquerda (Ciro) briga com o petismo. E o antipetismo é muito mais forte do que os votos da esquerda.  A única saída para a esquerda ressuscitar seria o STF soltar Lula, mas isso somente seria feito caso o governo perdesse o apoio dos militares

Sobra a centro esquerda/centro (tucanos e dem) e a direita. Tucanos e democratas já estão enxergando o cenário que descreverei a seguir e planejam unir os partidos para conquistar a presidência (Dória) e os governos do RJ (Maia) e SP (Alckmin) tentando se apresentar como opção moderada entre as pautas da esquerda (bem estar social) e direita (economia liberal, privatização, fortalecimento da segurança e algumas pautas conservadoras) no vácuo do racha entre Bolsonaro/olavismo e os militares, pois nesse cenário um impeachment seria inevitável, mesmo sem qualquer motivo sustentável para impichar o presidente. O resultado disso? Dois possíveis: Mourão assumiria (caso não tivesse entregue o cargo de vice na retirada dos militares do governo) e ficaria até 2022 com a direita dividida entre militares e olavistas pulverizando votos e assim permitindo alguma chance para a aliança tucanos-dem. No outro cenário um impeachment a partir de janeiro de 2021 levaria Maia a presidência (caso Mourão renunciasse junto com a cúpula militar) o que levaria uma agitação ainda maior a população e que igualmente dividiria votos nas eleições de 2022 dentro da direita.

Mas Zé o que você acha que vai acontecer?

Acredito que Olavo não vai parar com os ataques aos militares e em breve Moro será o próximo alvo. Acredito que Bolsonaro vai continuar na estratégia de colocar panos quentes elogiando Olavo e os militares. Acredito que isso será um sinal de fraqueza política de Bolsonaro, pois o Congresso enxergará que ao não defender os militares que ele mesmo colocou no governo Bolsonaro não mostra liderança e fidelidade aos membros do governo e pior, se permite que xinguem desse jeito membros da Alta Cúpula sem rejeitar tais xingamentos de forma enérgica o que então permitirá no diálogo com membros da política que não são do governo. Por fim e o mais importante: os militares já deram o ultimato para o capitão e deixaram isso claro com a fala de Sérgio Moro hoje defendendo o general Villas Boas: ou Olavo é afastado do governo até o final do ano ou nós, os militares, ficaremos somente até o final do mandato (2022) apoiando um outro nome (Moro) para o próximo pleito presidencial e lavando as mãos no caso de um processo de impeachment. 


Mas Zé? Você acha que pode acontecer processo de impeachment?


Se Maia e o Congresso perceberem esse racha dentro do governo é fácil construir, infelizmente, um cenário de impeachment, mesmo com a aprovação da reforma da previdência. E esse cenário pode ser construído em 2019 (creio que não), mas em 2020 sem maiores problema. E infelizmente isso pode acontecer. O problema técnico está descrito nesse texto aqui:


E também no vídeo nos primeiros 09 minutos:


Qualquer um dos cenários com a saída dos militares do governo ou a manutenção dos militares sem o afastamento completo do olavismo será extremamente danoso para o governo. Torço sinceramente para que Bolsonaro tenha bom senso e compreenda que muitas vezes ser presidente é tomar decisões difíceis pelo bem maior da nação, decisões que muitas vezes são muito difíceis como ter que se indispor com um filho por conta de posicionamento político ou ter que romper com alguém que já foi um grande aliado político. O governo Bolsonaro não se sustenta sem os militares e não se sustenta se não romper com o olavismo. Quanto mais cedo Bolsonaro entender isso melhor para o governo e melhor para o país.

Alias sobre 2020 o livro “Brasil o Lírio das Américas” lançado em 2014 e que previu a queda do petismo e ascensão dos militares ao poder até 2018 traz informações relevante sobre o ano que vem em duas passagens (a informação foi reiterada):

"Conseguem compreender o significado de Saturno e Plutão, entre 2018 e final de 2020 no signo regido por Saturno e no grande período de 36 anos de Saturno? Resumo em uma palavra: Revolução." (página 284)

“De forma serena e ao mesmo tempo resoluta, Jeremias prosseguiu:

– Em 1820 ocorreu a revolução constitucionalista que expulsou a família real portuguesa do Brasil o que culminou com a Independência do Brasil em 1822. Lembra o que o homem da túnica azul Royal falou sobre os anos de Saturno, entre 2020 e 2022?

– Sim – respondi – Ele resumiu em uma palavra: revolução

O gigante guardião ponderou alguns segundos, sob o olhar atento de Anik e então continuou com o seu raciocínio:

– Revolução é a mudança do estado das coisas a partir da vontade da maioria da população. Se a mudança do status quo é realizada por uma minoria, sem apoio da maioria, então não é uma revolução e sim um golpe. Estamos, portanto, transmitindo para você, que a partir de 2020 teremos a aceleração de um processo, um anseio coletivo da maioria, pela implementação, de forma prática, de mudanças necessárias com o objetivo de trazer uma verdadeira e positiva mudança a nível político e social no país, fortalecendo a democracia, a fraternidade e combatendo chagas como a corrupção e a má distribuição de renda.” (página 294)

O filme “Generais Ultimato” já está em cartaz no Brasil. E é bom lembrar quem colocou o Thanos tupiniquim atrás das grades...   
      
Texto sobre Olavo e os militares (aconselho quem ler esse texto também assistir o restante do vídeo que deixei ao longo desse texto entre os minutos 09 e minuto 20):


As previsões que se cumpriram desde 2014 e como adquirir as obras que previram todo o atual cenário geopolítico brasileiro e mundial:



27 de abr. de 2019

Olavo versus Militares - Vamos Entender o que Realmente está Acontecendo




Pequeno texto que resume o textão que deixarei em seguida após resumi-lo nas perguntas e respostas abaixo

Os militares são traidores? Mourão é um traidor?

Resposta: Não, se fossem bastaria Bolsonaro demitir toda a cúpula militar ou mostrar descontentamento com Mourão ou simplesmente renunciar por não aceitar um golpe militar. Bolsonaro não fez nada disso e, ao contrário, tem mostrado firme apoio aos militares, apoio a Mourão e criticado a postura de Olavo de Carvalho por tentar jogar o eleitorado da direita contra os militares tentando criar uma cizânia que não existe.   

Os militares são culpados pela ascensão do socialismo no Brasil durante o regime militar como tem dito Olavo?

Resposta: No início do regime militar Olavo pertencia ao partido comunista, ou seja, enquanto os militares lutavam para impedir a ditadura do proletariado, Olavo lutava por sua implantação. Enquanto a estratégia da guerra cultural (Gramsci, escola de Frankfurt) era fermentada para substituir a fracassada luta armada dos comunas Olavo nem sabia o que estava acontecendo, pois confessou que somente a partir dos anos 90 compreendeu que o socialismo havia adotado a luta cultural (gramscismo, marxismo cultural) no Brasil, tanto isso é verdade que em 89 Olavo votou em Lula (o que um conhecedor da luta cultural jamais faria). Ou seja, Olavo tomou consciência da guerra cultural marxista somente nos anos 90 (como ele mesmo afirma) enquanto que nesse período todo, os militares já estavam lutando contra o comunismo. Portanto querer acusar os militares de fomentar o comunismo ou de não terem agido corretamente no âmbito político para evitar o comunismo é muito fácil DEPOIS que todo o cenário aconteceu e quando ele próprio (Olavo) sequer sabia o que estava acontecendo (1964-1985). Os militares combateram o comunismo nos 20 anos de regime militar com as armas e informações que eles dispunham, repito, nem Olavo fazia idéia naquela época do que estava acontecendo, portanto é uma grande hipocrisia acusar os militares de não terem fomentado o crescimento de partidos políticos de direita no Brasil

A quem interessa tirar Mourão da vice presidência?

Resposta: Interessa a oposição petista que deseja o fracasso do governo Bolsonaro, pois caso consigam que Mourão se demita ou consigam criar um movimento na direita para forçar a saída de Mourão quem fica de vice é Rodrigo Maia que em caso de impeachment de Bolsonaro em 2021 assumiria a presidência. Como presidente da Câmara eleito por ampla maioria um processo de impeachment contra Bolsonaro mesmo sem provas mais contundentes passaria rapidamente, pois o Congresso (sobretudo a ala corrupta) entenderia que a demissão de Mourão seria Bolsonaro abrir mão do apoio do Exército

Afinal o que deseja Olavo para combater o marxismo?

Resposta: Olavo não luta pela democracia (pluripartidarismo, três poderes, instituições republicanas fortalecidas) na sua visão de mundo é a cultura que deve organizar a sociedade e controlar os desequilíbrios da economia, o ponto é que essa "cultura" é, na verdade, a volta ao poder que Igreja Católica tinha na Idade Média, quando o poder executivo era o rei absoluto, não existia legislativo e o judiciário era a própria Igreja (Inquisição) com as forças armadas subservientes ao monarca e esse á Igreja que controlaria culturalmente a sociedade. Não a toa Olavo condena Isaac Newton, Einstein, Darwin e Galileu pois todos construíram VERDADES CIENTÍFICAS  contrárias a doutrina da Igreja e não a toa Olavo acha que o enfraquecimento do poder católico,  o Iluminismo e o Renascimento  foram acontecimentos ruins para a humanidade.  Esse é o caminho que Olavo enxerga como solução para o Brasil e como os militares jamais serão subservientes à Igreja e sempre lutarão pelo fortalecimento da democracia é óbvio que eles (militares) são uma considerável barreira para o avanço das doutrinas de Olavo dentro do governo Bolsonaro.

Todas as provas comprobatórias dos argumentos e fatos que citei acima estão no textão abaixo:

Muitos amigos enviaram perguntas ao longo da semana sobre a situação da crise envolvendo novamente o filho de Bolsonaro (Carlos) atacando o vice presidente Mourão, motivado pelo discurso de Olavo de Carvalho que o governo militar é um governo golpista que supostamente estaria tramando um golpe para tirar Bolsonaro e colocar Mourão.

É importante analisarmos primeiramente os fatos que envolvem a situação para depois, somente depois, analisarmos as motivações dos ataques de Olavo contra os militares, algo que não é de agora, mas pelo menos desde 2008 (o vídeo estará no decorrer desse texto)

FATOS

1) Bolsonaro escolheu Mourão como vice (e não, não foi escolha do Bebiano como alguns que acreditam em Ciro Gomes andam dizendo por aí) e não apenas Mourão, deixou claro na campanha que desejava um monte de militares nos ministérios como por exemplo nessa entrevista de agosto de 2018:





Alguém que estivesse sendo pressionado a contra gosto por militares em troca de apoio não defenderia em tantas oportunidades e com tanto entusiasmo a presença dos militares na cúpula do governo

2) Se os militares quisessem tomar o poder já teriam feito, oportunidades não faltaram como por exemplo quando Dilma, durante o processo de impeachment quis que o general Villas Boas decretasse estado de defesa para conter as manifestações populares e melar a tramitação do impeachment no Congresso. Ou ainda nos episódios dos pedidos de impeachment de Temer e na votação do HC de Lula. Apoio popular não faltou. Ficou clara a escolha dos militares de chegar ao poder pela via democrática

3) A posição dos militares é confortável no governo: comandam junto com Bolsonaro e ao mesmo tempo não são alvos das críticas e das encrencas políticas que Bolsonaro precisa lidar no Congresso

4) Bolsonaro sem dúvida escuta os militares e age em harmonia com a cúpula militar: reorganizou as relações com Maia, escutou os militares e passou a receber mais congressistas para conversar e sobretudo deu um recado claro a Olavo ao dizer que "suas recentes declarações contra integrantes dos poderes da República não contribuem para a unicidade de esforços" (22 de abril de 2019). Ainda foi mais claro três dias depois ao dizer que nem sempre o vice segue as mesmas diretrizes do presidente e que a parceria é no mínimo até 2022:




Portanto pelos fatos não existe treta de Bolsonaro com Mourão ou com os militares, mas um recado claro a Olavo de que a aliança com os militares é inegociável. Mas há ainda outros fatos:

5) Quem derruba o presidente é o Congresso. Mesmo que Mourão sonhasse com a presidência seria necessário algum crime para que Bolsonaro fosse impichado e mais ainda, a permissão ou anuência dos militares, o que também não é o caso, pois todos os esforços estão sendo feitos para aprovar a reforma da Previdência dentro dos ritos democráticos de negociação com o Congresso. Bolsonaro ainda goza de forte popularidade, tudo que os militares não gostariam é de um golpe para colocar Mourão no poder, travar a reforma da Previdência e colocar a opinião pública contra os militares. Portanto a teoria de Mourão golpista é tão esdrúxula que mesmo Eduardo Bolsonaro não acredita que ela seja verídica discordando do próprio irmão (hoje mesmo falou em público que é hora de colocar um basta na situação, ou seja, para Carlos parar de atacar Mourão).

6) Talvez um dos fatos mais importantes: a renúncia ou impeachment de Mourão levaria Rodrigo Maia a sucessão direta com possibilidade de assumir em 2021. Ou seja, do ponto de vista estratégico para a estabilidade do governo Bolsonaro, a retirada de Mourão apenas traria desequilíbrio e uma sombra muito maior sobre a cadeira da presidência.

7) Seja pelo motivo que for, ou por vaidade, deslumbramento ou meramente por uma movimentação estratégica para medir a temperatura dos ânimos políticos em Brasilia, o fato é que pouco importa a motivação de Mourão: no cenário político e dentro do núcleo militar não há a menor condição dele ser alçado ao posto de presidente   


AS MOTIVAÇÕES

Agora que conhecemos os fatos precisamos compreender quais as motivações de Olavo para desestabilizar o governo e tentar jogar a opinião pública conservadora/de direita contra os militares como sistematicamente ele tem tentado nas últimas semanas.

O primeiro ponto a considerarmos é que as críticas de Olavo a estratégia militar são críticas sem sustentação. Segundo palavras do próprio Olavo (que é bom lembrar era comunista membro do partido comunista no início do regime militar nos anos 60) ele apenas foi tomar conhecimento da estratégia gramsciana da guerra cultural (como substituta da luta armada) no começo dos anos 90 (ver vídeo abaixo)





Segundo palavras do próprio Olavo:

10:00 - 10:30 - Somente na década de 90 é que Olavo começa a falar do marxismo e da guerra cultural (no vídeo ele mesmo reconhece o próprio atraso colossal para compreender o que estava acontecendo na movimentação comunista durante o regime militar)

04:00 - 04:10 - Publicação do livro em 1993 "A Nova Era da Revolução Cultural"

Ora, como Olavo pode condenar os militares pela falta de alguma estratégia mais articulada nos anos 60 e 70 que não fosse combater a luta armada e a ameaça do comunismo/marxismo se foi exatamente nesse período que começou a surgir a estratégia da guerra cultural de Gramsci e da escola de Frankfurt?

Como condenar os militares se o próprio Olavo (autoproclamado o maior estrategista da direita do Brasil) foi compreender tal estratégia apenas nos anos 90, ao ponto de ter votado em Lula na eleição de 89!!! (vídeo abaixo de menos de 30 segundos) mostrando que até os anos 90 Olavo, segundo ele próprio, não fazia a menor idéia da estratégia marxista da guerra cultural no Brasil.

Olavo e o voto em Lula:


Como diria Olavo “ora porra!!” enquanto Olavo ainda acreditava no comunismo e depois levou décadas para entender o que estava acontecendo (apenas nos anos 90) nesse período todo os militares já estavam lutando contra os comunas!!!


Condenar os militares por não terem criado nos anos 60 -70 uma força de direita ou condenar os militares por não terem neutralizado a luta cultural feita pelos comunas depois de tudo acontecido é muito fácil, o duro é que tal crítica parte de alguém (que se autoproclama o maior filósofo da direita) que no início do regime militar era comuna e praticamente até as eleições de 89 (quando votou em Lula) não sabia lhufas do que estava acontecendo, enquanto que os militares já estavam a 30 anos combatendo os comunistas!!!

Por isso que as críticas de Olavo aos militares são insustentáveis e obviamente os militares que já estavam na peleja há mais de 30 anos não dariam ouvidos a um cidadão que não apenas era comuna como havia confessado ter votado em Lula em 1989.

NÃO HAVIA COMO PREVER NOS ANOS 60-70 A VITÓRIA DA GUERRA CULTURAL  

Como expliquei no recente texto sobre a história da rede globo e do regime militar o erro estratégico dos militares foi o corte dos benefícios fiscais (que existiam desde o governo Vargas) para a classe artística e mídia em geral na época (jornalistas, editores, professores), pois esse pessoal não pagava imposto de renda e ajudou maciçamente (via apoio da mídia) as manifestações contrárias ao comunismo e pedindo a entrada dos militares (que desde a segunda guerra já contavam com uma parceria com os Estados Unidos, sobretudo na região nordeste brasileira).

Foi exatamente o corte desses benefícios que jogou os formadores de opinião da mídia na oposição ao governo militar e fez com que os comunistas percebessem que ali havia uma janela de oportunidade para implantar a guerra cultural, visto que a luta armada contra o Exército se mostrava infrutífera.

Certamente os militares que devido ao forte apoio popular e por conta da maioria da nação brasileira ser conservadora e cristã naquela época e ainda hoje, acreditavam que a oposição da mídia não seria suficiente para diminuir o apoio da população aos militares, sobretudo quando a economia brasileira começou a decolar (o milagre econômico). Ou seja, os militares acreditavam que uma sociedade conservadora cristã e feliz com o crescimento econômico jamais seria doutrinada culturalmente pelo discurso gramscista, tanto que os militares tão somente focaram na censura de jornalistas apoiadores do comunismo. Em um cenário desses era tão altamente improvável que a guerra cultural funcionasse, tanto que o próprio Olavo, estudioso do assunto há décadas somente percebeu o problema nos anos 90.

Os militares somente permitiram a abertura para o voto direto no início dos anos 80 porque perceberam as grandes manifestações populares (e não mais apenas de sindicatos ou movimentos esquerdistas) pelo fim do regime militar e por isso aceitaram sair do poder, pois já não contavam mais com o apoio amplo da maioria da sociedade (muito em parte pelos problemas econômicos que foram habilmente explorados pelos formadores de opinião).

A estratégia dos militares percebendo a derrota foi, a partir desse ponto, manter a estrutura militar impermeável à invasão ou aparelhamento comunista, tanto que desde os anos 60 até os dias de hoje você pode até encontrar soldados ou militares de baixa patente simpáticos ao petismo ou ao esquerdismo, mas nenhum entre os oficiais de alta patente, pois os militares compreendiam que dessa forma mesmo controlando culturalmente a mídia, mesmo assim os comunas nunca teriam o controle da força e isso impediria a implantação completa do socialismo ou do comunismo no país, visto que assim o petismo jamais teria o controle da força (Exército). Essa estratégia de sucesso dos militares foi reconhecida em ata pelo próprio pt e mostrada durante as sessões do impeachment de Dilma pela senadora Simone Tebet, documento que o pt aponta não ter conseguido a sua intenção durante anos de tentar aparelhar as forças armadas.

Documento apresentado por Simone Tebet:


(a partir do minuto 2:05 do vídeo)


O texto completo sobre a globo e o regime militar está aqui:


Por isso é uma falácia qualquer afirmação que coloque os generais como traidores, sobretudo o general Villas Boas (um dos alvos das críticas de Olavo), pois foi não apenas o general Villas Boas que recusou a ordem da presidente Dilma para os militares fecharem o Congresso em pleno julgamento do impeachment ao mesmo tempo que foi o general um dos mais ativos para cobrar o STF pela manutenção da prisão de Lula.

Precisamos ser honestos com os fatos históricos e não é honesta qualquer afirmação que coloque os militares como responsáveis pelo crescimento do comunismo durante o regime militar, pois ao contrário os militares fizeram o que podiam para impedir o avanço do comunismo ainda que com erros estratégicos, porém erros que nem os próprios estrategistas da direita como Olavo perceberam (como ele mesmo reconheceu ter percebido apenas nos anos 90) 

COM LULA E PT O BRASIL VIRARIA COMUNISTA

"O total domínio do Brasil pelo comunismo é não apenas certo como absolutamente inevitável. Não há mais como pará-lo. Vale a pena dar esse aviso: para aqueles que ainda têm a ilusão de poder viver no Brasil como cidadãos livres aproveitem para sair enquanto ainda tem um pouquinho de liberdade porque isto vai acabar” Olavo de Carvalho

O comunismo no Brasil é inevitável (vídeo de 2008) a partir do minuto 06:30 a fala dita acima


Olavo errou feio porque o diagnóstico que fez do papel dos militares durante o regime militar e durante as diretas também foi errado. E mais uma vez erra ao duvidar da lealdade da cúpula militar e do vice Mourão.

Os militares estrategicamente percebendo que a guerra cultural havia sido perdida no início dos anos 80 apostaram em blindar o Exército (pois tendo o controle da força impediriam o controle total do comunismo) ao mesmo tempo que sabiam que o destino inevitável de um governo socialista (como foi o petismo) seria a sua própria ruína e perda de apoio popular, o único remédio (ainda que amargo) que era possível visto que era impensável forçar a manutenção de um governo militar fora das urnas e sem apoio popular. Essa estratégia está descrita na profética frase do general Geisel (em 1974 iniciou a distenção gradual do regime militar) e depois por Figueiredo em 1980



 .



Portanto se Olavo não entendia até o início dos anos 90 o que estava acontecendo no avanço comunista no Brasil (tanto que votou em Lula em 89 e reconheceu que somente depois começou a compreender o cenário da guerra cultural) ao contrário dele os militares já sabiam o que aconteceria e preparavam a estratégia que era possível aos militares dentro de um regime democrático que se abria: blindar o Exército de uma doutrinação comunista no alto generalato. Se as forças políticas de direita não aproveitaram o período para se organizarem (e tempo teve de sobra a partir do governo Geisel) isso não é culpa e nem era tarefa dos militares que tão somente exerciam uma função política por conta de um cenário delicado que era a ameaça comunista. A função primordial dos militares nunca foi fazer política ou organizar partidos políticos. Portanto, mais uma vez, a crítica aos militares feita por Olavo é descabida e não condiz com os fatos históricos.

Olavo previu em 2008 que o domínio comunista seria total e inevitável. Uma década depois os dois presidentes petistas foram uma impichada e o outro preso

Eu previ em 2014 quando era improvável impeachment e menos ainda ascensão dos militares que isso aconteceria até 2018 (livro Brasil o Lírio das Américas de 2014)

Os fatos mostram quem tinha e tem razão


A TENEBROSA ENTREVISTA PARA BIAL

Depois de atacar os militares da cúpula do governo, em especial os generais Heleno e Mourão por entrevistas dadas a Globo (Mourão ao jornal e Heleno a Bial) que mostrariam supostamente medo, vaidade e subserviência à grande mídia por parte dos generais, Olavo decidiu exatamente fazer o mesmo que condenava nos generais: deu uma entrevista a Bial.

O resultado foi desastroso (como o próprio leitor poderá conferir na entrevista completa) pois não apenas Olavo fez o mesmo que condenou os generais terem feito (serem entrevistados pela Globo) como ainda serviu de massa de manobra de Globo, aproveitando o momento de calor e tensão de Olavo contra os generais para usá-lo exatamente para atacar o governo dos militares (já que como mostrado até aqui pelo próprio Bolsonaro o governo é sem dúvida militar e por livre desejo do próprio Bolsonaro) e pior ainda, comparar Olavo a Jean Wyllis (um ícone do marxismo) como dois patriotas do Brasil.

Curiosamente nem Olavo e nem Carlos atacaram Bial com o mesmo entusiasmo que atacaram Mourão. É possível observar ao longo de toda a entrevista como Bial manipula Olavo para extrair o máximo de afirmações contrárias aos generais (e por tabela ao próprio governo) com o claro intuito da Globo de enfraquecer o governo e usando pra isso o suposto maior guru da direita. Seria cômico se não fosse trágico o próprio guru da direita sendo manipulado para destruir o governo de direita!!!

Entrevista completa (na entrevista inclusive Bial da uma canelada, desnecessária, mostrando o trecho no qual Olavo acusa os generais Heleno e Mourão de serem entrevistados pela Globo, exatamente o que Olavo fazia naquele momento):        


AFINAL O QUE DESEJA OLAVO?

Durante o jantar ocorrido em meados de março nos EUA que contou não apenas com Olavo como com o próprio presidente Bolsonaro e autoridades locais, Olavo expôs na coletiva para os jornalistas o que realmente deseja:

“Eu quero mudar o destino da cultura do Brasil, décadas ou séculos à frente. Esse é meu sonho, o governo que se foda, eu estou cagando para o governo. Eu sou Olavo de Carvalho, não preciso do governo, minha filha. Eu sou um escritor, falo direto com meu público, não preciso de um cargo do governo”

Será que realmente quem apóia ou deseja o sucesso do governo Bolsonaro diria que "está cagando para o governo"? Será que é cagando para o governo e o sistema político que Olavo pretende adubar uma nova cultura brasileira? Uma cultura anarquista ou apolítica, ditatorial talvez?

Pois muito bem, Olavo acredita, na visão dele de mundo (que já se mostrou bem atrasada para perceber o marxismo cultural e errada ao desacreditar dos militares para conter o comunismo no Brasil) que cultura está acima da economia e não apenas isso, que a cultura pode controlar a economia através daquilo que ele (e Gramsci) chamam de "sociedade civil organizada", só que na visão de Olavo não uma cultura como a revolução cultural de Gramsci (que desejava destruir os alicerces judaico cristãos do Ocidente) mas uma maciça influência da Igreja (católica, pois ele Olavo é católico) na formação das escolas e doutrinação da sociedade para que essa crie os freios adequados na economia como um meio termo para uma economia liberal e uma economia de burocratas. O curto vídeo que ele mesmo explana sobre isso está aqui:


O problema é que na prática o exemplo que ele Olavo citou (EUA) não seguiu esse modelo que ele preconiza como um modelo americano, primeiro porque majoritariamente o povo americano é protestante (e não católico) e segundo que o mecanismo para controlar a sociedade (sobretudo na guerra civil americana, 100 anos depois dos pais fundadores) foi o desenvolvimento maciço do Exército e da indústria através da metalurgia, armamentos e demais avanços da indústria comercial, pois os americanos perceberam que era exatamente na produção maior e na criação de um mercado maior (empregados que recebiam dinheiro e consumiam pois acabara a escravidão) que o país cresceria, o que se repetiu nas décadas seguintes onde diversas guerras alimentaram a indústria bélica americana que sempre foi o grande motor industrial americano juntamente com o incentivo ao consumismo que sempre permitiu a alta produção de serviços e riquezas e o alto padrão econômico americano, gerando a satisfação que essa sim manteve o povo apoiando o sistema e não por causa da Igreja.

O “american way of life” é alicerçado no consumismo e na liberdade algo totalmente antagônico ao controle clerical, sobretudo nos moldes da Idade Média (governo absolutista, sem democracia, Igreja no poder). Portanto o sistema que Olavo defende não tem qualquer ligação com o que aconteceu nos EUA.

Ou seja, isso não tem absolutamente nada de grande influência católica na formação da civilização americana, até porque a Igreja Católica apesar de bilionária sempre ensinou aos fiéis o desapego aos bens materiais enquanto que toda a cultura americana foi calcada no trabalho duro para conquistar em troca muito consumo de bens materiais e assim fazer a América grande. Por isso o argumento de que a Igreja é que cria um controle social que permite conter os desequilíbrios da economia é um argumento totalmente falacioso, pois discorda da realidade histórica dos fatos, sobretudo da realidade histórica americana utilizada no exemplo (equivocado) de Olavo para defender a sua teoria. O que tornou os EUA grande foi a consciência da nação que eles (através do Exército) deveriam ser os garantidores da liberdade no mundo e para isso precisariam sempre desenvolver a indústria, sobretudo a bélica, desenvolvimento esse que garantiu o amplo crescimento e consumismo da potência americana, não teve dedo nenhum da Igreja, tanto não teve que os EUA lutaram na segunda guerra contra os facistas (Itália) que haviam dado o território do Vaticano para a Igreja Católica no tratado de Latrão em 1929.

Portanto, em hipótese alguma no contexto histórico é possível apontar que o sucesso da economia americana ou da sociedade americana se deveu a uma interferência cultural católica

O grande erro da visão de Olavo sobre o que é cultura é acreditar que a MORAL depende essencialmente da religião (e mais especificamente da religião católica).

A maioria dos códigos de leis utilizados no mundo tem exatamente as mesmas bases morais ocidentais da cultura judaico cristão e nem por isso você precisa ser católico para seguir a lei ou mais ainda, ser de alguma religião para seguir os preceitos legais da moral seja um ateu, um muçulmano, um umbandista, um espírita, um maçom. Indo mais além: as leis (laicas) estão sempre acima da religião, não importe sua crença religiosa. Se alguém achar que é Abraão e tentar levar o próprio filho para um sacrifício de sangue porque ouviu Deus mandar isso, independente do que essa pessoa acredite religiosamente falando, ela será presa, pois a lei do Estado está acima da lei da Igreja ou da Bíblia.

Olavo acredita firmemente (como mostra no vídeo a seguir) que os grandes problemas do mundo surgiram exatamente a partir do enfraquecimento da Igreja (reforma protestante, iluminismo, renascimento) inclusive negando a culpa da Igreja na Inquisição, ou seja, o que Olavo acredita como solução para os dilemas da economia no Brasil (e quiçá do mundo) é a volta do controle da Igreja Católica sobre a sociedade como existia no Absolutismo da Idade Média o que também explica o seu desprezo pelo governo e instituições políticas, já que no Absolutismo das antigas era o monarca mandando e todo mundo obedecendo, com o Exército submisso ao poder do rei e este ao poder “sacrossanto” da Igreja o que nos leva a óbvia conclusão de que Olavo não luta pela democracia ou aperfeiçoamento das instituições democráticas, mas ao contrário, as despreza (literalmente cagando para elas), pois crê que somente a volta do controle da Igreja sobre a sociedade poderá salvar o Brasil. Eis o vídeo (nesse vídeo uma aula de humildade, chega a falar em nome de Jesus no minuto 04:19):


(a partir do minuto 5:30)

Nesse outro vídeo há a tentativa de mudar a história ao afirmar que a transformação da Igreja Romana em religião oficial do Império (Cristianismo Romano) teria enfraquecido a Igreja quando na realidade há farta documentação histórica, inclusive de bulas papais, afirmando que claramente ao se tornar religião oficial do Império e instaurar a Inquisição a Igreja se tornou, na prática, o poder Judiciário da época que julgava e condenava quem cometesse heresia (leia-se fosse contrário aos interesses do monarca e da Igreja). Nessa época sim, a Igreja era não apenas um poder do Estado, mas também um agente controlador da sociedade (pela via cultural) influenciando a economia, exatamente a idéia que Olavo apresenta como a solução para os problemas econômicos do Brasil e que erroneamente associa ao que foi implantado pelos pais fundadores nos EUA:


A visão romântica que Olavo tem da Idade Média e sobre o papel da Igreja é tão deturpada que ele desacredita a relatividade de Einstein, a teoria de Darwin e o próprio heliocentrismo de Galileu (procurem a vontade os vídeos que ele próprio fala sobre isso no youtube) por uma razão muito simples: os três luminares discordam frontalmente da Igreja (Galileu por pouco não foi para a fogueira pelas mãos da Inquisição) por isso Olavo desacredita de três dos maiores luminares da ciência, simplesmente porque ele Olavo acredita que a Igreja está acima de todo o resto e a solução mágica para levar o mundo a salvação como supostamente teria acontecido na “gloriosa” Idade Média.

A maioria das olavates sequer entende o que Olavo defende, seus seguidores acreditam que estão lutando contra o marxismo e pela salvação do Brasil quando na verdade estão lutando por um projeto pessoal do seu guru que literalmente está cagando para o governo e instituições e que acredita firmemente que é a cultura católica da Idade Média que pode salvar o Brasil e controlar a economia. Se você também acredita que essa é a saída, ok, sinta-se a vontade para continuar sendo uma olavete, mas pelo menos saiba o que realmente está seguindo e lutando.

Para lutar contra o marxismo, socialismo, comunismo e demais governos antidemocráticos você não precisa seguir Olavo. O fato dele ter percebido a ameaça comunista (depois dos militares diga-se de passagem) não significa que a solução trazida por ele para combater o marxismo seja a melhor e definitivamente não é, sobretudo para quem entende o que é democracia e o que representa o Exército nessa luta dede os anos 60

Meu total apoio aos militares, pilar inquebrantável da democracia e cúpula de notáveis que tem ajudado o presidente Bolsonaro a colocar o Brasil no rumo certo. Meu total repúdio aqueles que tentam enfraquecer o governo tentando jogar o presidente contra os militares. Isso sim é trair o projeto que a maioria da população, democraticamente votou, pois ao contrário do que Olavo pensa, a maioria dos eleitores do Bolsonaro votou nele pelos valores de moral e disciplina do Exército que ele sempre exaltou e não por causa do Olavo. Há anos a instituição militar é a mais respeitada e confiável entre os brasileiros e se tem alguém que acha ter mais popularidade que os militares que pague pra ver: vamos ver se os brasileiros ficarão ao lado de Bolsonaro e dos militares (já que Bolsonaro reafirmou sua total confiança na cúpula militar) ou se voltarão contra os militares e Bolsonaro em favor de Olavo.

Duvideodó.

Para conhecer as profecias cumpridas que venho trazendo desde 2014 (previsão naquele ano da queda do petismo e da ascensão dos militares ao poder até 2018) sobre o cenário político e geopolítico brasileiro e mundial acesse: