9 de mai. de 2019

Bolsonaro, Moro, Militares e Olavetes – “Generais Ultimato” o Filme de 2019


Olavo deseja controlar o governo, por isso insiste nos constantes ataques aos generais que pertencem à cúpula do governo com as desculpas mais esfarrapadas (porque general deu entrevista pra Globo, porque general tirou foto com alguém da esquerda, porque general discordou de algo do presidente, tudo que ele próprio tem feito, sobretudo a se negar a cumprir o que Bolsonaro pediu de parar com as brigas, além de dar entrevista pra Bial e dizer que trabalharia junto com o Suplicy) 

E não, não existe essa história de imprensa jogando Olavo contra os militares e militares contra Olavo, os ataques são gratuitos, debaixo calão (palavrões ad hominem) e asquerosos (como o feito sobre o general Villas Boas) e sempre iniciados pelo Olavo. E não, o governo Bolsonaro não depende de Olavo pra existir, depende sim dos militares e da ala econômica liberal que trabalham em uníssono e que comungam de boa parte da pauta de costumes ou conservadora. Não adianta tentarem criar teorias conspiratórias que não existem, a verdade é que hoje o grande problema do governo chama-se Olavo de Carvalho

Olavo sabe que a presença dos militares no núcleo duro do governo, na cúpula impede que ele tenha a ascendência que gostaria de ter. Por isso os ataques de Olavo não vão parar, os militares respondam ou não, pois o pretexto ou desculpa esfarrapada para os ataques pouco importa

Olavo tem duas características que demonstrou de forma reiterada nos últimos anos e, sobretudo nos últimos dias: uma personalidade narcisista e pouco apreço pela democracia (instituições estabelecidas) o que expliquei amplamente no texto sobre o que deseja Olavo (link ao final). Olavo acredita que os constantes ataques e “argumentos” esfarrapados (na verdade xingamentos ad hominem) reunirão pressão popular para a saída dos militares do governo, inclusive do próprio vice, permitindo que assim Bolsonaro escolha uma nova equipe de governo, a dedo pela sugestão de Olavo e com esse apoio popular consiga uma revolução anárquica do povo sobre o Congresso para uma definitiva tomada de poder do povo resgatando a monarquia (só que absolutista) com rei e Igreja mandando no país, as forças armadas obedientes à vontade popular pois o “golpe” da República seria assim desfeito. Pena, para Olavo, que esse enredo jamais, jamé, nunquinha da silva vai se concretizar.

Bolsonaro sinceramente tem apreço por Olavo. Igualmente o presidente tem apreço pelos militares. Mas não entendeu (ou não quer entender) que só há uma saída para a crise: o rompimento total e irrevogável com o olavismo.

O olavismo não aceita os militares no poder, não aceita qualquer pensamento dentro da direita que não seja 100% alinhado com Olavo (acreditam que um milímetro discordante já é globalista fabiano), são em suma os petistas de direita, ou seja é impossível formar uma força ou partido político de direita realmente forte no país com o olavismo. Olavismo e olavetes são petistas de direita, são a extrema direita, não representam os valores conservadores de respeito a democracia e ao diálogo (não existe dialogo quando você já começa atacando alguém com palavrões), quando não apresentam o mínimo de respeito pela alta cúpula do governo escolhida pelo presidente eleito, quando pouco se importam com o momento do país na busca por aprovar uma reforma fundamental e focam em objetivos meramente pessoais de poder. O olavismo hoje é o verdadeiro inimigo do governo

A saída para a crise é óbvia. Não existe a opção de Olavo parar com os ataques contra a cúpula militar do governo. A partir desse ponto só existem dois caminhos: ou os militares permanecem no governo (e teremos o resto do mandato presidencial com fortes turbulências, sobretudo pela desconfiança dos parlamentares que avaliarão fraqueza no comando do presidente e, sobretudo falta de fidelidade para defender os comandados que ele mesmo escolheu diante dos ataques) ou os militares retirando apoio do governo e nesse caso, leia-se “retirar o apoio ao governo” a perda de total apoio político, pois Guedes e Moro jamais permaneceriam em um governo sem a base dos militares e pior ainda, com estes substituídos por indicados do olavismo. Pior ainda: o Congresso não negociaria com o novo governo, já tivemos uma pequena amostra do que foi o embate Carlos e Maia, parou tudo. Com Olavo e companhia pior ainda.

É importante ressaltar (e desculpem pelo texto longo) que o argumento de militares positivistas comunistas ou traidores no seio do governo é outra falácia do olavismo. Olavo, como ele mesmo reconheceu, só percebeu que existia uma guerra cultural nos anos 90 enquanto que os militares lutaram de forma árdua contra o comunismo esse tempo todo nos anos do governo militar. Em 1989 Olavo não fazia a menor idéia do que estava acontecendo, tanto que reconhece isso publicamente ao dizer que votou no Lula. O mérito de Olavo ter percebido, ainda que tardiamente, a guerra cultural (ver link ao final) não concede a ele o direito de desmerecer ou julgar os militares como fracos na luta contra o comunismo, pois ele mesmo durante o regime militar nada fez contra o comunismo. Da mesma maneira tal mérito não permite que tente inventar argumentos que não existem, como por exemplo, de traidores na alta cúpula do governo, sendo que o próprio pt reconheceu que não conseguiu aparelhar as forças armadas. Se a alta cúpula do exercito tivesse comunas já seriamos uma Venezuela faz tempo. Então por mais que existam méritos na análise sobre o marxismo cultural, a guerra cultural, isso não dá o direito a Olavo de tentar reescrever a história, desmerecer o papel dos militares e menos ainda utilizar de vocabulário chulo. Olavo definitivamente não tem razão, tanto não tem razão no julgamento que fez e faz dos militares que disse antes da eleição do Lula que o Brasil estava fadado a virar um país comunista de forma irreversível, analise totalmente míope exatamente porque ele não entende o papel fundamental que as forças armadas tiveram e tem no combate ao comunismo.  

Outro ponto é que não foi Olavo que elegeu Bolsonaro. Quem elegeu Bolsonaro foi o sentimento antipetista que se acentuou a medida que as negociatas foram expostas pela Lava Jato, iniciada em 2014 e a partir dai as grandes manifestações começaram. Sem Moro e sem Lava Jato não teria discurso de guerra cultural, pois não haveria a prova. Se há um responsável por mostrar as vísceras da corrupção petista esse responsável se chama Sérgio Moro. Bolsonaro inclusive somente começou a decolar nas pesquisas lá pelos idos de final de 2016-começo de 2017 quando adotou de forma clara a meta de uma economia mais liberal, atraindo boa parte do eleitorado tucano antipetista. Ao se posicionar claramente contra Lula (o que nenhum outro candidato fez), sendo um político livre de casos de corrupção e com um proposta econômica diametralmente oposta ao petismo e, sobretudo favorável a Lava Jato e aos militares é que Bolsonaro reuniu os votos para ser eleito. O petismo destruiu a segurança pública e a economia então obviamente que um discurso que não defendesse bandido vitima da sociedade e ao mesmo tempo enaltecesse a policia e novas leis para a posse de arma traria votos. Ao mesmo tempo a pauta contrária ao aborto trouxe votos, não porque Olavo tenha disseminado essa pauta, mas porque boa parte da população católica, evangélica e espírita é contra o aborto. Se muitos vloggers e blogs de direita prosperaram divulgando a questão da guerra cultural, prosperaram porque o sentimento antipetista foi fermentado por outras condições (descritas nesse parágrafo), ou seja, a divulgação da guerra cultural não foi o motivo para as pessoas votarem no Bolsonaro, foi o antipetismo e a identificação do povo do antipetismo em Bolsonaro que permitiu que essas mesmas pessoas começassem a ouvir sobre o tema da guerra cultural. Foi o antipetismo que permtiu que o assunto da guerra cultural viesse a tona e não o assunto da guerra cultural que fermentou o antipetismo. Por isso que é uma imensa falácia acreditar que sem Olavo o governo não sobrevive ou que sem Olavo o governo perderia as redes. Falácia!!! Bolsonaro, os militares e Moro são muito maiores do que Olavo que naturalmente pelo próprio narcisismo superestima o próprio papel que tem na política do país      

SEM MILITARES, IMPEACHMENT NO HORIZONTE

Postas as peças no grande tabuleiro e com as primeiras jogadas já vislumbradas pelos jogadores o cenário é simples. Para todos interessa a aprovação da reforma da previdência, pois sem ela não tem governo futuro, o país quebra. No cenário político a esquerda está morta: Lula não pode ser candidato, o petismo não tem um sucessor e aquele que seria o principal nome da esquerda (Ciro) briga com o petismo. E o antipetismo é muito mais forte do que os votos da esquerda.  A única saída para a esquerda ressuscitar seria o STF soltar Lula, mas isso somente seria feito caso o governo perdesse o apoio dos militares

Sobra a centro esquerda/centro (tucanos e dem) e a direita. Tucanos e democratas já estão enxergando o cenário que descreverei a seguir e planejam unir os partidos para conquistar a presidência (Dória) e os governos do RJ (Maia) e SP (Alckmin) tentando se apresentar como opção moderada entre as pautas da esquerda (bem estar social) e direita (economia liberal, privatização, fortalecimento da segurança e algumas pautas conservadoras) no vácuo do racha entre Bolsonaro/olavismo e os militares, pois nesse cenário um impeachment seria inevitável, mesmo sem qualquer motivo sustentável para impichar o presidente. O resultado disso? Dois possíveis: Mourão assumiria (caso não tivesse entregue o cargo de vice na retirada dos militares do governo) e ficaria até 2022 com a direita dividida entre militares e olavistas pulverizando votos e assim permitindo alguma chance para a aliança tucanos-dem. No outro cenário um impeachment a partir de janeiro de 2021 levaria Maia a presidência (caso Mourão renunciasse junto com a cúpula militar) o que levaria uma agitação ainda maior a população e que igualmente dividiria votos nas eleições de 2022 dentro da direita.

Mas Zé o que você acha que vai acontecer?

Acredito que Olavo não vai parar com os ataques aos militares e em breve Moro será o próximo alvo. Acredito que Bolsonaro vai continuar na estratégia de colocar panos quentes elogiando Olavo e os militares. Acredito que isso será um sinal de fraqueza política de Bolsonaro, pois o Congresso enxergará que ao não defender os militares que ele mesmo colocou no governo Bolsonaro não mostra liderança e fidelidade aos membros do governo e pior, se permite que xinguem desse jeito membros da Alta Cúpula sem rejeitar tais xingamentos de forma enérgica o que então permitirá no diálogo com membros da política que não são do governo. Por fim e o mais importante: os militares já deram o ultimato para o capitão e deixaram isso claro com a fala de Sérgio Moro hoje defendendo o general Villas Boas: ou Olavo é afastado do governo até o final do ano ou nós, os militares, ficaremos somente até o final do mandato (2022) apoiando um outro nome (Moro) para o próximo pleito presidencial e lavando as mãos no caso de um processo de impeachment. 


Mas Zé? Você acha que pode acontecer processo de impeachment?


Se Maia e o Congresso perceberem esse racha dentro do governo é fácil construir, infelizmente, um cenário de impeachment, mesmo com a aprovação da reforma da previdência. E esse cenário pode ser construído em 2019 (creio que não), mas em 2020 sem maiores problema. E infelizmente isso pode acontecer. O problema técnico está descrito nesse texto aqui:


E também no vídeo nos primeiros 09 minutos:


Qualquer um dos cenários com a saída dos militares do governo ou a manutenção dos militares sem o afastamento completo do olavismo será extremamente danoso para o governo. Torço sinceramente para que Bolsonaro tenha bom senso e compreenda que muitas vezes ser presidente é tomar decisões difíceis pelo bem maior da nação, decisões que muitas vezes são muito difíceis como ter que se indispor com um filho por conta de posicionamento político ou ter que romper com alguém que já foi um grande aliado político. O governo Bolsonaro não se sustenta sem os militares e não se sustenta se não romper com o olavismo. Quanto mais cedo Bolsonaro entender isso melhor para o governo e melhor para o país.

Alias sobre 2020 o livro “Brasil o Lírio das Américas” lançado em 2014 e que previu a queda do petismo e ascensão dos militares ao poder até 2018 traz informações relevante sobre o ano que vem em duas passagens (a informação foi reiterada):

"Conseguem compreender o significado de Saturno e Plutão, entre 2018 e final de 2020 no signo regido por Saturno e no grande período de 36 anos de Saturno? Resumo em uma palavra: Revolução." (página 284)

“De forma serena e ao mesmo tempo resoluta, Jeremias prosseguiu:

– Em 1820 ocorreu a revolução constitucionalista que expulsou a família real portuguesa do Brasil o que culminou com a Independência do Brasil em 1822. Lembra o que o homem da túnica azul Royal falou sobre os anos de Saturno, entre 2020 e 2022?

– Sim – respondi – Ele resumiu em uma palavra: revolução

O gigante guardião ponderou alguns segundos, sob o olhar atento de Anik e então continuou com o seu raciocínio:

– Revolução é a mudança do estado das coisas a partir da vontade da maioria da população. Se a mudança do status quo é realizada por uma minoria, sem apoio da maioria, então não é uma revolução e sim um golpe. Estamos, portanto, transmitindo para você, que a partir de 2020 teremos a aceleração de um processo, um anseio coletivo da maioria, pela implementação, de forma prática, de mudanças necessárias com o objetivo de trazer uma verdadeira e positiva mudança a nível político e social no país, fortalecendo a democracia, a fraternidade e combatendo chagas como a corrupção e a má distribuição de renda.” (página 294)

O filme “Generais Ultimato” já está em cartaz no Brasil. E é bom lembrar quem colocou o Thanos tupiniquim atrás das grades...   
      
Texto sobre Olavo e os militares (aconselho quem ler esse texto também assistir o restante do vídeo que deixei ao longo desse texto entre os minutos 09 e minuto 20):


As previsões que se cumpriram desde 2014 e como adquirir as obras que previram todo o atual cenário geopolítico brasileiro e mundial:



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