Olavo
deseja controlar o governo, por isso insiste nos constantes ataques aos
generais que pertencem à cúpula do governo com as desculpas mais esfarrapadas
(porque general deu entrevista pra Globo, porque general tirou foto com alguém da
esquerda, porque general discordou de algo do presidente, tudo que ele próprio
tem feito, sobretudo a se negar a cumprir o que Bolsonaro pediu de parar com as
brigas, além de dar entrevista pra Bial e dizer que trabalharia junto com o
Suplicy)
E
não, não existe essa história de imprensa jogando Olavo contra os militares e
militares contra Olavo, os ataques são gratuitos, debaixo calão (palavrões ad
hominem) e asquerosos (como o feito sobre o general Villas Boas) e sempre
iniciados pelo Olavo. E não, o governo Bolsonaro não depende de Olavo pra
existir, depende sim dos militares e da ala econômica liberal que trabalham em
uníssono e que comungam de boa parte da pauta de costumes ou conservadora. Não
adianta tentarem criar teorias conspiratórias que não existem, a verdade é que
hoje o grande problema do governo chama-se Olavo de Carvalho
Olavo
sabe que a presença dos militares no núcleo duro do governo, na cúpula impede
que ele tenha a ascendência que gostaria de ter. Por isso os ataques de Olavo
não vão parar, os militares respondam ou não, pois o pretexto ou desculpa
esfarrapada para os ataques pouco importa
Olavo
tem duas características que demonstrou de forma reiterada nos últimos anos e,
sobretudo nos últimos dias: uma personalidade narcisista e pouco apreço pela
democracia (instituições estabelecidas) o que expliquei amplamente no texto
sobre o que deseja Olavo (link ao final). Olavo acredita que os constantes
ataques e “argumentos” esfarrapados (na verdade xingamentos ad hominem)
reunirão pressão popular para a saída dos militares do governo, inclusive do
próprio vice, permitindo que assim Bolsonaro escolha uma nova equipe de
governo, a dedo pela sugestão de Olavo e com esse apoio popular consiga uma
revolução anárquica do povo sobre o Congresso para uma definitiva tomada de
poder do povo resgatando a monarquia (só que absolutista) com rei e Igreja
mandando no país, as forças armadas obedientes à vontade popular pois o “golpe”
da República seria assim desfeito. Pena, para Olavo, que esse enredo jamais,
jamé, nunquinha da silva vai se concretizar.
Bolsonaro
sinceramente tem apreço por Olavo. Igualmente o presidente tem apreço pelos
militares. Mas não entendeu (ou não quer entender) que só há uma saída para a
crise: o rompimento total e irrevogável com o olavismo.
O
olavismo não aceita os militares no poder, não aceita qualquer pensamento
dentro da direita que não seja 100% alinhado com Olavo (acreditam que um milímetro
discordante já é globalista fabiano), são em suma os petistas de direita, ou
seja é impossível formar uma força ou partido político de direita realmente
forte no país com o olavismo. Olavismo e olavetes são petistas de direita, são
a extrema direita, não representam os valores conservadores de respeito a
democracia e ao diálogo (não existe dialogo quando você já começa atacando
alguém com palavrões), quando não apresentam o mínimo de respeito pela alta
cúpula do governo escolhida pelo presidente eleito, quando pouco se importam
com o momento do país na busca por aprovar uma reforma fundamental e focam em
objetivos meramente pessoais de poder. O olavismo hoje é o verdadeiro inimigo
do governo
A
saída para a crise é óbvia. Não existe a opção de Olavo parar com os ataques
contra a cúpula militar do governo. A partir desse ponto só existem dois
caminhos: ou os militares permanecem no governo (e teremos o resto do mandato
presidencial com fortes turbulências, sobretudo pela desconfiança dos
parlamentares que avaliarão fraqueza no comando do presidente e, sobretudo
falta de fidelidade para defender os comandados que ele mesmo escolheu diante
dos ataques) ou os militares retirando apoio do governo e nesse caso, leia-se
“retirar o apoio ao governo” a perda de total apoio político, pois Guedes e
Moro jamais permaneceriam em um governo sem a base dos militares e pior ainda,
com estes substituídos por indicados do olavismo. Pior ainda: o Congresso não
negociaria com o novo governo, já tivemos uma pequena amostra do que foi o
embate Carlos e Maia, parou tudo. Com Olavo e companhia pior ainda.
É
importante ressaltar (e desculpem pelo texto longo) que o argumento de
militares positivistas comunistas ou traidores no seio do governo é outra
falácia do olavismo. Olavo, como ele mesmo reconheceu, só percebeu que existia
uma guerra cultural nos anos 90 enquanto que os militares lutaram de forma
árdua contra o comunismo esse tempo todo nos anos do governo militar. Em 1989
Olavo não fazia a menor idéia do que estava acontecendo, tanto que reconhece
isso publicamente ao dizer que votou no Lula. O mérito de Olavo ter percebido,
ainda que tardiamente, a guerra cultural (ver link ao final) não concede a ele
o direito de desmerecer ou julgar os militares como fracos na luta contra o
comunismo, pois ele mesmo durante o regime militar nada fez contra o comunismo.
Da mesma maneira tal mérito não permite que tente inventar argumentos que não
existem, como por exemplo, de traidores na alta cúpula do governo, sendo que o próprio
pt reconheceu que não conseguiu aparelhar as forças armadas. Se a alta cúpula
do exercito tivesse comunas já seriamos uma Venezuela faz tempo. Então por mais
que existam méritos na análise sobre o marxismo cultural, a guerra cultural,
isso não dá o direito a Olavo de tentar reescrever a história, desmerecer o
papel dos militares e menos ainda utilizar de vocabulário chulo. Olavo
definitivamente não tem razão, tanto não tem razão no julgamento que fez e faz
dos militares que disse antes da eleição do Lula que o Brasil estava fadado a
virar um país comunista de forma irreversível, analise totalmente míope
exatamente porque ele não entende o papel fundamental que as forças armadas
tiveram e tem no combate ao comunismo.
Outro
ponto é que não foi Olavo que elegeu Bolsonaro. Quem elegeu Bolsonaro foi o
sentimento antipetista que se acentuou a medida que as negociatas foram
expostas pela Lava Jato, iniciada em 2014 e a partir dai as grandes
manifestações começaram. Sem Moro e sem Lava Jato não teria discurso de guerra
cultural, pois não haveria a prova. Se há um responsável por mostrar as vísceras
da corrupção petista esse responsável se chama Sérgio Moro. Bolsonaro inclusive
somente começou a decolar nas pesquisas lá pelos idos de final de 2016-começo
de 2017 quando adotou de forma clara a meta de uma economia mais liberal,
atraindo boa parte do eleitorado tucano antipetista. Ao se posicionar
claramente contra Lula (o que nenhum outro candidato fez), sendo um político
livre de casos de corrupção e com um proposta econômica diametralmente oposta
ao petismo e, sobretudo favorável a Lava Jato e aos militares é que Bolsonaro
reuniu os votos para ser eleito. O petismo destruiu a segurança pública e a
economia então obviamente que um discurso que não defendesse bandido vitima da
sociedade e ao mesmo tempo enaltecesse a policia e novas leis para a posse de
arma traria votos. Ao mesmo tempo a pauta contrária ao aborto trouxe votos, não
porque Olavo tenha disseminado essa pauta, mas porque boa parte da população
católica, evangélica e espírita é contra o aborto. Se muitos vloggers e blogs
de direita prosperaram divulgando a questão da guerra cultural, prosperaram
porque o sentimento antipetista foi fermentado por outras condições (descritas
nesse parágrafo), ou seja, a divulgação da guerra cultural não foi o motivo
para as pessoas votarem no Bolsonaro, foi o antipetismo e a identificação do
povo do antipetismo em Bolsonaro que permitiu que essas mesmas pessoas
começassem a ouvir sobre o tema da guerra cultural. Foi o antipetismo que
permtiu que o assunto da guerra cultural viesse a tona e não o assunto da
guerra cultural que fermentou o antipetismo. Por isso que é uma imensa falácia
acreditar que sem Olavo o governo não sobrevive ou que sem Olavo o governo
perderia as redes. Falácia!!! Bolsonaro, os militares e Moro são muito maiores
do que Olavo que naturalmente pelo próprio narcisismo superestima o próprio
papel que tem na política do país
SEM
MILITARES, IMPEACHMENT NO HORIZONTE
Postas
as peças no grande tabuleiro e com as primeiras jogadas já vislumbradas pelos
jogadores o cenário é simples. Para todos interessa a aprovação da reforma da previdência,
pois sem ela não tem governo futuro, o país quebra. No cenário político a
esquerda está morta: Lula não pode ser candidato, o petismo não tem um sucessor
e aquele que seria o principal nome da esquerda (Ciro) briga com o petismo. E o
antipetismo é muito mais forte do que os votos da esquerda. A única saída para a esquerda ressuscitar
seria o STF soltar Lula, mas isso somente seria feito caso o governo perdesse o
apoio dos militares
Sobra
a centro esquerda/centro (tucanos e dem) e a direita. Tucanos e democratas já
estão enxergando o cenário que descreverei a seguir e planejam unir os partidos
para conquistar a presidência (Dória) e os governos do RJ (Maia) e SP (Alckmin)
tentando se apresentar como opção moderada entre as pautas da esquerda (bem
estar social) e direita (economia liberal, privatização, fortalecimento da
segurança e algumas pautas conservadoras) no vácuo do racha entre Bolsonaro/olavismo
e os militares, pois nesse cenário um impeachment seria inevitável, mesmo sem
qualquer motivo sustentável para impichar o presidente. O resultado disso? Dois
possíveis: Mourão assumiria (caso não tivesse entregue o cargo de vice na
retirada dos militares do governo) e ficaria até 2022 com a direita dividida
entre militares e olavistas pulverizando votos e assim permitindo alguma chance
para a aliança tucanos-dem. No outro cenário um impeachment a partir de janeiro
de 2021 levaria Maia a presidência (caso Mourão renunciasse junto com a cúpula
militar) o que levaria uma agitação ainda maior a população e que igualmente
dividiria votos nas eleições de 2022 dentro da direita.
Mas
Zé o que você acha que vai acontecer?
Acredito
que Olavo não vai parar com os ataques aos militares e em breve Moro será o
próximo alvo. Acredito que Bolsonaro vai continuar na estratégia de colocar
panos quentes elogiando Olavo e os militares. Acredito que isso será um sinal
de fraqueza política de Bolsonaro, pois o Congresso enxergará que ao não
defender os militares que ele mesmo colocou no governo Bolsonaro não mostra
liderança e fidelidade aos membros do governo e pior, se permite que xinguem
desse jeito membros da Alta Cúpula sem rejeitar tais xingamentos de forma enérgica
o que então permitirá no diálogo com membros da política que não são do
governo. Por fim e o mais importante: os militares já deram o ultimato para o
capitão e deixaram isso claro com a fala de Sérgio Moro hoje defendendo o
general Villas Boas: ou Olavo é afastado do governo até o final do ano ou nós,
os militares, ficaremos somente até o final do mandato (2022) apoiando um outro
nome (Moro) para o próximo pleito presidencial e lavando as mãos no caso de um
processo de impeachment.
Mas
Zé? Você acha que pode acontecer processo de impeachment?
Se
Maia e o Congresso perceberem esse racha dentro do governo é fácil construir,
infelizmente, um cenário de impeachment, mesmo com a aprovação da reforma da previdência.
E esse cenário pode ser construído em 2019 (creio que não), mas em 2020 sem
maiores problema. E infelizmente isso pode acontecer. O problema técnico está
descrito nesse texto aqui:
E
também no vídeo nos primeiros 09 minutos:
Qualquer
um dos cenários com a saída dos militares do governo ou a manutenção dos
militares sem o afastamento completo do olavismo será extremamente danoso para
o governo. Torço sinceramente para que Bolsonaro tenha bom senso e compreenda
que muitas vezes ser presidente é tomar decisões difíceis pelo bem maior da
nação, decisões que muitas vezes são muito difíceis como ter que se indispor
com um filho por conta de posicionamento político ou ter que romper com alguém
que já foi um grande aliado político. O governo Bolsonaro não se sustenta sem
os militares e não se sustenta se não romper com o olavismo. Quanto mais cedo
Bolsonaro entender isso melhor para o governo e melhor para o país.
Alias
sobre 2020 o livro “Brasil o Lírio das Américas” lançado em 2014 e que previu a
queda do petismo e ascensão dos militares ao poder até 2018 traz informações
relevante sobre o ano que vem em duas passagens (a informação foi reiterada):
"Conseguem
compreender o significado de Saturno e Plutão, entre 2018 e final de 2020 no signo
regido por Saturno e no grande período de 36 anos de Saturno? Resumo em uma
palavra: Revolução." (página 284)
“De
forma serena e ao mesmo tempo resoluta, Jeremias prosseguiu:
–
Em 1820 ocorreu a revolução constitucionalista que expulsou a família real
portuguesa do Brasil o que culminou com a Independência do Brasil em 1822.
Lembra o que o homem da túnica azul Royal falou sobre os anos de Saturno, entre
2020 e 2022?
–
Sim – respondi – Ele resumiu em uma palavra: revolução
O
gigante guardião ponderou alguns segundos, sob o olhar atento de Anik e então
continuou com o seu raciocínio:
–
Revolução é a mudança do estado das coisas a partir da vontade da maioria da
população. Se a mudança do status quo é realizada por uma minoria, sem apoio da
maioria, então não é uma revolução e sim um golpe. Estamos, portanto,
transmitindo para você, que a partir de 2020 teremos a aceleração de um
processo, um anseio coletivo da maioria, pela implementação, de forma prática,
de mudanças necessárias com o objetivo de trazer uma verdadeira e positiva
mudança a nível político e social no país, fortalecendo a democracia, a
fraternidade e combatendo chagas como a corrupção e a má distribuição de
renda.” (página 294)
O
filme “Generais Ultimato” já está em cartaz no Brasil. E é bom lembrar quem
colocou o Thanos tupiniquim atrás das grades...
Texto
sobre Olavo e os militares (aconselho quem ler esse texto também assistir o
restante do vídeo que deixei ao longo desse texto entre os minutos 09 e minuto
20):
As
previsões que se cumpriram desde 2014 e como adquirir as obras que previram
todo o atual cenário geopolítico brasileiro e mundial:
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