11 de jan. de 2020

O Xadrez Geopolítico Explosivo do Oriente Médio




Vamos entender os fatores determinantes que estão motivando o recente conflito no Oriente Médio

Há um universo de 1 bilhão e meio de pessoas no mundo islâmico

Sunitas representam a maioria do mundo islâmico, entorno de 80%

Xiitas, o segundo maior grupo, entorno de 20%

Irã e Iraque são os dois países com maioria xiita.

Irã - 95% xiita

Iraque - 65% xiitas

Xiitas e curdos foram perseguidos pelo regime de Sadam Hussein (que era um ditador sunita em um país de maioria xiita)

Curdos - totalizam 30 milhões (14 milhões na Turquia e o restante dos 16 milhões espalhados pela Síria, Irã e Iraque)

Temos ainda os wahabitas ou salafistas que são um ramo radicalizado fundamentalista dentro dos sunitas que corresponde a 30 milhões de muçulmanos e a 25% da população da Arábia Saudita. Sua ideologia radicalizada tem como alvos principais os EUA e Israel. Dentro desse ramo radicalizado estão grupos como a Al Qaeda e o Estado Islâmico, este último contando com o seu efetivo na Síria e no Iraque.

É importante compreender esse ponto, pois Al Qaeda e Estado Islâmico (ISIS) chegaram a trabalhar de forma cooperada e depois se separaram devido a divergências, em especial do objetivo principal do Estado Islâmico em formar um território autônomo e posteriormente entraram em rota de colisão, muito devido ao apoio do Irã e da Rússia ao regime sírio.

O regime dos aiatolás através da guarda revolucionária iraniana começou a financiar nos últimos dois anos a Al Qaeda para que retirassem o ISIS do Iraque (devido a maioria da população iraquiana ser xiita) ao mesmo tempo que a Rússia (aliada do regime de Assad na Síria) pavimentou o acordo de ajuda mútua entre o regime de Assad com os curdos para que expulsassem o Estado Islâmico da Síria, em troca de um apoio formal de Assad (e da Rússia obviamente) a criação de um estado curdo dentro da Turquia (que tem atacado duramente os curdos dentro da fronteira do território turco com a Síria)

Em algumas regiões do Iraque, Síria e Turquia os curdos reivindicam territórios autônomos (o que já conseguiram em uma região do Iraque conhecida como Curdistão Iraquiano) e exatamente por isso o ditador turco Erdogan luta ferozmente para eliminar os curdos da Turquia.

O regime de Assad (Síria), Irã e Rússia se uniram na luta contra o Estado Islâmico por conta de objetivos muito mais amplos no Oriente Médio. Para os iranianos interessa fortalecer um governo xiita no Iraque e pra isso sabem que é fundamental a ajuda dos curdos dentro do Iraque para evitar que o Estado Islâmico se reorganize.

A Rússia por sua vez quer aumentar sua esfera de atuação no Oriente Médio e pra isso busca um acordo com Erdogan para estabelecer um território curdo dentro da fronteira da Turquia com a Síria em troca de um acordo mútuo de paz entre curdos, turcos e sírios. Putin comercializou recentemente com Erdogan um moderníssimo sistema de defesa antiaérea e uma grande rede de gasoduto, ao mesmo tempo que Erdogan sabe que não é uma boa idéia ficar contra os russos e iranianos.

Diante de todo esse movimento na região está a Arábia Saudita que nos últimos anos deixou de financiar o Estado Islâmico e constitui a maior esperança americana (e de Israel) para evitar que um confronto exploda (literalmente na região). A Arábia Saudita sempre contou com a hegemonia política do mundo islâmico no Oriente Médio enquanto Sadam Hussein (sunita) controlava o Iraque. Com a morte do ditador iraquiano, os xiitas (que sempre foram maioria no Iraque) estabeleceram governo e uma natural aproximação com o Irã aconteceu (e vem acontecendo). Para complicar um pouco mais as coisas o Irã e sua guarda revolucionária começaram a apoiar nos últimos anos grupos políticos (e armados) contrários aos sauditas, especialmente os Houthi no Iêmen e o Hezzbolah no Líbano.

Se olharmos o mapa da região abaixo veremos que a Arábia Saudita assim como Israel estão isolados. Tanto Putin como os aiatolás iranianos viram no surgimento do Estado Islâmico uma enorme oportunidade para tomarem conta do Oriente Médio e conseguiram aproveitar essa oportunidade. Mas não há nada que esteja ruim que não possa ficar pior ainda (para a paz na região).


A Arábia Saudita resolveu vender parte da sua estatal petrolífera, a Saudi Aramco na maior oferta pública inicial (IPO) de ações da história levantando 26 bilhões de dólares vendendo entorno de 2% do capital da empresa avaliada em 1 trilhão e 700 bilhões de dólares. Em 11 de dezembro do ano passado após o IPO as ações subiram 10% e adivinhem quem foi o maior comprador das ações: China. O Silk Road Fund (Fundo da Rota da Seda) que conta com 50 bilhões de dólares e deseja fomentar a construção completa da nova rota da seda comprou maciçamente as ações da petrolífera com o objetivo claro de aumentar a influência chinesa no Oriente Médio, uma negociação tão forte entre as duas nações que os sauditas se recusaram a fazer a oferta na bolsa americana e japonesa.

Os Estados Unidos então se depararam com o seguinte cenário ao final de 2019 no Oriente Médio: Israel isolado (como sempre), Arábia Saudita que antes equilibrava forças na região com o Irã agora igualmente isolado tendo que iniciar uma aliança financeira com a China (interessada na região para instalar sua nova rota da seda) e o resto do Oriente Médio aliado com os russos. Vendo esse cenário desfavorável na região os americanos decidiram tomar a atitude que tomaram: matar o principal líder da guarda revolucionária iraniana, pois sabiam que isso desencadearia a fúria do regime dos aiatolás contra seus adversários na região, especialmente a Arábia Saudita (há poucos meses os iranianos foram acusados de atacar e danificar algumas instalações da Aramco).

O objetivo dos americanos foi criar no resto do mundo uma expectativa real de novos ataques e confrontos entre iranianos e sauditas na região com o claro objetivo de desvalorizar o valor da empresa petrolífera saudita (enfraquecendo o poderio dos sauditas na sua recém embrionária aliança com os chineses) ao mesmo tempo fomentar uma dura resposta do regime iraniano (atacar bases americanas no Iraque e publicamente anunciar que vai enriquecer urânio sem limites) permitindo que os EUA tenham um argumento para mobilizar forças na região que em última instância tem um objetivo claro: impedir que Putin e China pacifiquem as divergência entre seus aliados.

Putin deseja unir turcos, curdos e o regime de Assad em um grande acordo de paz que envolva os xiitas do Irã e Iraque o que permitiria o ambiente ideal para o comércio de gás na região para a Europa (tanto pelo gasoduto recém inaugurado em parceria com os turcos , o Turk Stream, como pelo outro gasoduto que está sendo construído para aumentar a venda de gás para a Alemanha, o Nord Stream, que inclusive tem sido alvo de sanções do governo Trump sobre os participantes do empreendimento.

Turk Stream inaugurado recentemente por Putin e Erdogan:



Gasoduto Nord Stream (que envolve Alemanha e Rússia) em construção - sanções de Trump:


Já os chineses desejam construir a nova rota da Seda que passa por Teerã e pra isso precisam conseguir pacificar os conflitos entre sauditas e iranianos, sobretudo os impulsos do jovem sheik saudita que deseja abrir guerra com os iranianos. Pra isso chineses e russos entrariam em um grande acordão pacificando as diversas tretas dentro do mundo islâmico, permitindo assim que os chineses criem a maior rota comercial do planeta e os russos a maior rede de gasodutos para fornecimento da Europa enfraquecendo fortemente o comércio americano de gás com os europeus. China e Rússia pretendem dominar dessa forma o Oriente Médio, um cenário apocalíptico para Israel que ficaria isolada no meio de todos os grupos muçulmanos unidos em um mesmo objetivo: destruir Israel



Como os americanos não pretendem deixar que esse cenário aconteça, tanto de domínio russo e chinês no Oriente Médio e especialmente de união dos grupos islâmicos contra Israel é que decidiram mover essa peça no xadrez geopolítico da região, ou seja, usar a morte do general iraniano como estopim para desequilíbrios na região que impeçam o avanço dos interesses chineses e sobretudo russos na região.

Por tudo isso as tensões no Oriente Médio estão longe de diminuírem, pois na atual composição do xadrez geopolítico interessa aos americanos que as tensões no Oriente Médio, sobretudo entre Irã e Arábia Saudita aumentem, em especial pelo fato de que os sauditas estarão mais temerosos de novos ataques iranianos sobre sua petrolífera e sobretudo na questão de um desenvolvimento de arma nuclear. Diante desse cenário o movimento mais óbvio que os sauditas devem realizar e voltar a financiar os ISIS que está se reagrupando nas montanhas e cavernas do Iraque e usar os terroristas como ponta de lança para atacar o governo xiita no Iraque e enfraquecer a ligação entre os xiitas do Irã e Iraque.

Ao mesmo tempo os americanos farão sanções contra os iranianos, russos e demais envolvidos no projeto do gasoduto Nord Stream ao mesmo tempo que devem pressionar a Turquia. Se as relações com os curdos não estiverem totalmente azedadas depois dos últimos anos eu não duvidaria se os americanos tentassem uma aproximação com os curdos, não apenas com a desculpa de combater o ISIS no Iraque, mas sobretudo para enfraquecer Erdogan e assim tentar melar todo o avanço de Putin com os gasodutos na região.

Particularmente vejo Trump aceitando esse movimento estratégico (certamente a pedido do Exército americano e serviços de Inteligência americanos) como uma prova de lealdade as forças de defesa americanas já desconfiadas do envolvimento do presidente americano com Putin desde sua eleição em 2016. Essa é a única explicação lógica, pois apesar do movimento tirar um pouco o foco do processo de impeachment ele é altamente arriscado para as aspirações de eleição de Trump: se por um lado ele se fortalece com o seu eleitorado mais conservador e patriótico por outro se enfraquece profundamente nos "estados pêndulo" (que tradicionalmente são aqueles que não votam sempre com os republicanos ou com os democratas) que normalmente tem altos índices de reprovação quanto a incursão americana em conflitos externos e teme profundamente o terrorismo em solo americano (e exatamente por conta desse eleitorado é que Trump buscou ao longo do seu mandato não entrar em nenhum grande confronto externo).

O regime dos aiatolás sabe disso e sabem que a maior derrota que podem impor a Trump é evitar sua reeleição então com certeza já está sendo articulado para as próximas semanas um atentado terrorista em solo americano através das células adormecidas que existem no país tendo por claro objetivo estimular a reprovação da população americana sobre o presidente.

Em experiência projetiva ocorrida durante a tarde de ontem vi que uma dessas células já foi contatada e o plano envolve prioritariamente uma das seguintes cidades; Chicago, Oklahoma, Nova York ou Los Angeles, prioritariamente uma de maioria democrata (pois motivaria maiores manifestações contrárias ao presidente) e de maioria iraniana (no caso Los Angeles onde a comunidade persa é grande) para motivar ainda mais o acirramento do governo americano e o mundo islâmico na América. O que vi na projeção foi uma mulher de cabelos escuros e três homens que compõe uma dessas células.

Como bem destacou uma leitora no post de ontem "uma rede social ligada ao Irã, postou um trecho da música de Jennifer Lopez chamada “Waiting for tonight” que significa: esperando pela noite/ pelo anoitecer. Ocorre que J.Lo e Shakira são as artistas que irão performar no show de enceramento do super bowl."

É sabido que os terroristas sempre atacam em locais com grande aglomeração de pessoas (estádios, entrada de estádios, boates, eventos na rua como maratonas e também metrô e demais locais de aglomeração) portanto é importante estar atento, sobretudo nos locais citados nesse parágrafo mas sobretudo nas cidades citadas, observando atitudes suspeitas como por exemplo mochilas muito volumosas ou pessoas com casaco muito fechado de rosto magro mas aparentando um corpo muito cheio na região do tórax (normalmente são coletes explosivos)

2020 reserva muito trabalho para os amigos espirituais, assim como os próximos 16 anos até o ápice da grande tribulação. Que possamos manter a serenidade diante desses conflitos que envolvem governos e organizações no início do grande confronto entre Ocidente e Oriente previsto nos textos proféticos do passado. Ao leitor interessado em conhecer todo o contexto profético do conflito apocalíptico entre Oriente e Ocidente no ápice da grande tribulação envolvendo Gog, Magog, o falso profeta tendo o Oriente Médio como palco central na década de 30 aconselho a leitura detalhada de todo o capítulo 23 do livro “A Bíblia no 3º Milênio” (lançada em 2013).

As previsões sobre o eclipse e o Oriente Médio:


As previsões para janeiro e fevereiro de 2020:


O que vai acontecer em 2036:


28 de dez. de 2019

Orixá Regente 2020 - Omulu (Obaluaye) e Oxalá





Todo o final de ano a confusão acontece, quando muitos espiritualistas que insistem em não compreender como funciona a contagem dos ciclos maiores e menores da Astrologia (associado aos 7 astros da Astrologia tradicional e as 7 linhas da Umbanda) insistem erroneamente em associar o primeiro dia do ano a regência do orixá, o que não existe. NON ECSISTE.

Quarta feira tradicionalmente é associada aos orixás Xangô e Iansã por isso que muitos espiritualistas estão dizendo que esses serão os orixás regentes do ano. Porém a verificação de qual orixá (na verdade qual linha de orixá) vai reger o ano obedece a três pontos fundamentais: ciclo maior, ciclo menor e associação de cada uma das sete linhas com os 7 astros regentes de ciclo. Fora disso é achismo puro e comprovarei os motivos com esse longo (mas necessário) texto.

Pra entender tudo isso precisamos entender como funciona o relógio dos magos ou estrela de 7 pontas  que é a imagem inicial desse texto lá no topo. A partir dela podemos vislumbrar que existem 3 ciclos dentro desse relógio.

CICLO MENOR E ÓRBITA PLANETÁRIA



O ciclo menor respeita a ordem decrescente, a partir de Saturno, dos astros com maior órbita em relação a Terra. Temos, portanto:

Saturno – 29,5 anos
Júpiter – 12 anos
Marte – 2 anos
Sol – 1 ano (movimento aparente em relação à Terra, durante a translação, pois a Terra é o centro do disco zodiacal)
Vênus – 7 meses e meio
Mercúrio – 88 dias
Lua – 29 dias

O ciclo menor aponta o regente de cada ano. Em 2019 tivemos Marte (simbolizado nos orixás por Ogum), portanto seguindo a ordem desse ciclo o astro seguinte, de 2020, é o Sol (simbolizado nos orixás por Oxalá).

Agora, para entendermos como todo o simbolismo e mitologia dos arquétipos começou (afinal estamos associando mitologia greco-romana com astros e dias da semana), por sua vez associados a arquétipos da Astrologia e esses ao estudo dos orixás (em especial na excelente obra de W.W. Matta e Silva "A Umbanda de Todos Nós" a qual comentarei ainda nesse texto). Para entender como tudo começou (o simbolismo dos arquétipos dentro da mitologia) precisamos entender como foi estruturado o ciclo maior

CICLO MAIOR E O MITO DE CRONOS



O ciclo maior aponta o regente de cada 36 anos. O ciclo maior conta a história da mitologia greco-romana a partir de Cronos e a partir dela entenderemos o básico de alguns símbolos astrológicos. Cronos na mitologia representa o tempo que rege os destinos e era filho de Urano (que representava o céu estrelado) e Gaia (a Terra). A pedido de Gaia, Cronos usou uma foice para castrar seu pai (Urano).

A partir dos restos castrados que caíram na água, surgiu Afrodite (Vênus). Somente depois disso é que Cronos teve o seu filho Zeus (Júpiter), que por sua vez deu origem aos outros deuses: Hermes (Mercúrio), Ares (Marte), Artemis (Lua) e Apolo (Sol). Ou seja, o ciclo maior conta a história mitológica dos deuses gregos a partir de Cronos (Saturno) na construção do Monte Olimpo que arquetipicamente representa o sistema solar e na Astrologia o disco zodiacal tendo a Terra (Gaia) como centro no lugar do Sol (Apolo)

Por esse motivo o ciclo maior começa com o senhor do tempo, que rege o primeiro período de 36 anos, logo após vem o ciclo de 36 anos de Vênus (Afrodite), depois Júpiter (Zeus) até que se reinicie novamente com Saturno, como aconteceu em 2017, após os 36 anos do ciclo maior do Sol (1981-2016)

Em cada ciclo maior de 36 anos teremos um ciclo menor, anual. No primeiro e no último ano de cada grande ciclo o regente anual será o mesmo do regente maior. Por isso que em 2016 tivemos a regência anual do Sol (último ano do ciclo maior do Sol) e em 2017 Saturno como regente anual, pois naquele ano se iniciava o grande ciclo de 36 anos de Saturno (como podemos ver na tabela abaixo).


Por isso que depois de 2016 (ano do Sol) não tivemos Vênus como regente anual, pois apesar de corresponder a ordem dos astros no ciclo menor em 2017 se iniciava um grande ciclo, ou seja, tanto no ciclo maior como menor em Saturno, que na sequência dos ciclos menores é seguido como já exposto aqui por Júpiter, Marte e o Sol.

Curiosamente no início de cada grande ciclo (ano 1, ano 37, 1909, 1945, 1981, 2017) se nos basearmos no estudo da Numerologia, que reduz números maiores que 9 sempre a um número entre 01 e 09, encontraremos sempre o número 1 como o regente do inicio de um grande ciclo. 3+7= 10 = 1+0 = 1, 1+9+0+9 = 19 = 1+9 = 10 +1+0 = 1. Sendo assim além do estudo solidificado dos arquétipos planetários (base da Astrologia) ao longo da história, temos ainda com base na Numerologia um motivo para entender porque a cada 36 anos temos um novo ciclo.

Mas fica a pergunta: porque 36 anos como tempo de um ciclo maior? Cada Era Astrológica engloba 2160 anos (período no qual o pólo celeste sai de um signo de entra em outro).

Pois bem, 2160 anos equivale exatamente a 60 períodos de 36 anos. O ciclo de 36 anos de um astro representa tão somente um segundo na escala cósmica, sendo que um minuto equivale exatamente à passagem de uma era para a outra.

(1 minuto = 60 segundos, 60 períodos de 36 anos = 2160 anos).

Uma Era Astrológica = 2160 anos

Um ciclo Astrológico = 36 anos

Uma Era Astrológica ( 1 minuto cósmico) = 60 ciclos astrológicos (1 ciclo astrológico = 1 segundo cósmico)

Sendo assim uma Grande Era ou a Precessão dos Equinócios equivale a 25.920 anos ou 12 minutos na escala cósmica.

Esse é o motivo porque os antigos "dividiram" o céu em 12 áreas com 30 graus cada (signos), 12 meses ao ano, pois toda a interligação desses números e arquétipos está baseada no movimento da Terra e dos astros em relação ao Sol em uma Grande Era, sendo a Astrologia "apenas" a interpretação dos arquétipos dessa interligação.

Não bastasse todo esse ajuste perfeito dos ciclos planetários temos a órbita de Urano (na mitologia representando o céu estrelado) passando exatamente 7 anos em cada signo (84 anos no total), ou seja, dentro de cada ciclo maior de 36 anos são necessários 7 anos para um transcurso completo entre os 7 astros no ciclo menor, exatamente o tempo de Urano em um signo.

Dito isso toda a estrutura que compõe a contagem dos ciclos maiores e menores que marcam a passagem dos anos e Eras não tem qualquer ligação com a contagem cíclica semanal que mostraremos a seguir.

CICLO SEMANAL E O CULTO A APOLO



O ciclo semanal nada mais é do que os 7 dias da semana que conhecemos hoje cada um desses dias associado ao panteão mitológico greco-romano. “Monday” ou “dia da lua” como segunda feira, “Saturday” ou “dia de saturno” como sábado e por ai vai:

Domingo – Apolo (Sol)
Segunda – Artemis (Lua) irmã gêmea por isso considerada luminar junto com o Sol
Terça – Ares (Marte) irmão
Quarta – Hermes (Mercúrio) irmão
Quinta – Zeus (Júpiter) Pai
Sexta – Afrodite (Vênus) Tia-Avó (irmã de Cronos ambos nascidos de Urano, Urano bisavô de Apolo)*
Sábado – Cronos (Saturno) Avô

*O mito mais popular, de Afrodite Urânia contado por Hesíodo

A ordem desses dias foi construída pela crença popular na importância de Apolo, que representava (e representa) o Sol na mitologia. Nada mais natural que o astro que traz o calor, a luz, proporciona o alimento fosse alçado como a divindade mais popular na mitologia greco-romana e por isso mesmo demarcasse o ciclo mais comum e constante que cada pessoa vivia ao longo do ano, o ciclo de uma semana. A estruturação desse ciclo parte exatamente da genealogia familiar de Apolo que é seguido por sua irmã gêmea na mitologia (Artemis-Lua, tanto que na Astrologia Sol e Lua são os único luminares), em seguida seus irmãos filhos de Zeus (Ares e Hermes ou Marte e Mercúrio), seu pai Zeus, sua tia-avó Afrodite e por fim seu avô Cronos.

O ciclo semanal ou ciclo de Apolo é, portanto um ciclo de curta duração associado a um ciclo semanal que não foi feito para marcar ciclos de um ano (ciclo menor) ou de 36 anos (ciclo maior) ou de 252 anos (grande ciclo) ou 2160 anos (Era) ou 25.920 anos (grande Era). Dito isso não faz qualquer sentido querer utilizar um ciclo semanal para demarcar astros associados a entrada de um ano pois a função do ciclo semanal não é essa dentro dos 3 ciclos marcados na estrela de 7 pontas ou “relógio dos magos”, dentro do relógio há o caminho correto (mostrado aqui respeitando toda a mitologia e arquétipos associados a Astrologia) tanto para contar uma semana, contar a regência de um ano (ciclo menor) e contar a regência de 36 anos (ciclo maior) que estão associadas ao calendário maior de Eras e Grande Era Astrológica.

Por tudo isso não, em hipótese alguma, você pode associar um orixá do ano ao dia da semana, isso não existe   

AS SETE LINHAS DA UMBANDA E OS 7 ASTROS DA ASTROLOGIA QUE COMPÕE O RELÓGIO DOS MAGOS

W.W. Matta e Silva foi um dos maiores expoentes da Umbanda no Brasil e trouxe em uma de suas obras o melhor esquema de associação das sete linhas da Umbanda (as sete linhas dos orixás) com os sete astros da Astrologia tradicional que compõe o “relógio dos magos” e toda ampla associação com os arquétipos e símbolos da mitologia grego-romana.

Sendo assim, o esquema fica com base na obra "A Umbanda de todos nós" (página 89):

Linha de Orixalá
Linha de Yemanjá
Linha de Xangô
Linha de Ogum
Linha de Oxossi
Linha de Yori
Linha de Yorimá

Na obra cada linha está associada a um astro e um dia da semana:

Linha de Orixalá - Sol e domingo
Linha de Yemanjá - Lua e segunda feira
Linha de Xangô - Júpiter e quinta feira
Linha de Ogum - Marte e terça feira
Linha de Oxossi - Vênus e sexta feira
Linha de Yori - Mercúrio e quarta feira
Linha de Yorimá - Saturno e sábado

A partir desse esquema trazido por Matta e Silva temos a clara associação de cada uma das 7 linhas da Umbanda com os 7 astros que compõe o relógio dos magos ou estrela de 7 pontas utilizada para fazer todo o cálculo de ciclos e Eras e a partir desse estudo trago uma breve associação dos arquétipos:

Marte/linha de Ogum - expande a capacidade de enfrentamento práticos das situações, em suma expande a ação, a decisão

Saturno/ linha de Omulu - Obaluaye- expande as restrições, provações, tudo aquilo que foi plantado mal "floresce" mais claramente pela lei do retorno, o karma

Júpiter /linha de Xangô- expande as realizações, mostra os caminhos abertos, tudo aquilo que foi plantado no bem "floresce" mais claramente pela lei do retorno, o karma

Mercúrio/linha de Yori - expande as comunicações e o aprendizado, em suma expande o aprendizado teórico, a indecisão, pois se reflete mentalmente sobre várias direções.

Sol/linha de Oxalá - expande a visão das situações, coloca tudo às claras, potencializa a percepção intelectual, realça situações: a calmaria fica ainda mais visível, assim como o conflito também fica ainda mais claro

Lua/ linha das mães ou linha das águas, popularmente conhecida como linha de Iemanjá (Iemanjá, Nanã, Oxum, Iansã) - expande o sentimento em relação às situações, potencializa a percepção emocional, torna as situações mais suscetíveis ao emocional dos envolvidos

Vênus/linha de Oxóssi - expande a socialização, motiva as trocas intelectuais e emocionais entre as pessoas, uma preocupação maior com as aparências, a sexualidade

Dito isso, se fossemos calcular o orixá do ano com base no primeiro dia da semana (no caso de 2020 uma quarta feira) teríamos que associar a Mercúrio e a linha de Yori, sem qualquer ligação possível com Xangô ou Iansã. O orixá Xangô (a linha de Xangô) está claramente associado com o arquétipo de Júpiter (regente da quinta feira) então mesmo que quiséssemos utilizar o ciclo semanal para apontar o regente do ano, Xangô só poderia reger o ano se começasse em uma quinta feira. Mesmo usando o ciclo semanal para tentar apontar o regente do ano (o que já seria errado) mesmo assim o ciclo semanal jamais apontaria Xangô como regente de 2020, mas sim a linha de Yori.

E obviamente utilizando o ciclo correto, a regência do ano fica associada ao Sol e, portanto a Oxalá como o orixá regente do ano juntamente com Omulu/Obaluaye da linha de Yorimá regente do ciclo de 36 anos

Em hipótese alguma se usa o ciclo semanal do relógio dos magos para apontar o astro/orixá regente do ano, esse apontamento cabe ao ciclo menor do ano mostrado pelo relógio dos magos. E mesmo se o ciclo semanal fosse usado (o que seria errado) ele não mostraria Xangô como o regente, pois pelo relógio dos magos Xangô (Júpiter) é regido pela quinta feira e não quarta feira

OS CICLOS MAIS RECENTES DE 36 ANOS

No capítulo XI livro “Brasil o Lírio das Américas” analisei os últimos ciclos de 36 anos que a humanidade passou respeitando obviamente todas as associações aqui mostradas mostrando como cada um deles está perfeitamente encaixado a cada um dos períodos temporais de 36 anos:

"No último grande período de 36 anos em Marte (1909 – 1945) conhecido como “o deus da guerra” tivemos exatamente as duas grandes guerras, sendo que a última delas terminou exatamente ao fim desse período astrológico.

No último grande período de 36 anos da Lua (1945 – 1981) conhecida como “a grande mãe”, a sustentação emocional, tivemos exatamente o processo de liberação feminina e o “baby boom” com um espantoso crescimento da população mundial

Estamos atualmente no grande período de 36 anos do Sol (1981-2017) conhecido como “o senhor do palco”, o rei, o líder, que marcou a ampla disseminação das artes em geral com a internet (livros, vídeos, músicas) e durante um período de 20 anos (1988-2008) a existência de uma única superpotência mundial como “o líder do mundo”.

Em 2017 até 2052 entraremos em um período de 36 anos regidos por Saturno conhecido como “o pai severo”, “o senhor do karma”, “a foice de chumbo”.

Tanto nos anos regidos por Saturno (como por exemplo, 2013 e 2017) como nos grandes períodos regidos por esse planeta (2017-2052) tudo aquilo que precisa ser destruído para uma nova e melhor reconstrução é, literalmente, arrancado pela foice de Saturno, o que explica o ápice da transição planetária exatamente no meio deste grande período, em 2036

Reparem que nos grandes ciclos de Marte (1909-1945), Lua (1945-1981) e Sol (1981-2017) tivemos acontecimentos perfeitamente alinhados com a natureza principal de cada um desses astros, considerando os arquétipos astrológicos, da mitologia greco-romana e dos orixás todos associados entre si. O “baby boom” ocorreu sobre a regência do ciclo maior da “linha das mães”, as duas grandes guerras no ciclo maior regido pela “linha das demandas” (ogum) o mediador dos choques que envolvem questões kármicas e assim por diante.

Ou seja, existe todo uma base de estudo que se comprova pelos fatos, tanto na regência dos ciclos maiores (36 anos) como nos ciclos menores (um ano) e um motivo para toda a mitologia de cada um desses ciclos, associada a Astrologia, Numerologia e ao estudo dos Orixás. Não adianta a pessoa ou estudioso querer “encaixar” o orixá do ano com base no primeiro dia da semana, pois tal esquema não vai se sustentar se comparado com todos os ciclos aqui mostrados (maior de 36 anos e menor, anual).

Deixarei a seguir alguns exemplos de regência anual nos últimos anos para que os leitores percebessem a perfeita associação com as características do orixá regente daquele determinado ano.

ALGUNS EXEMPLOS DA REGÊNCIA ANUAL (CICLO MENOR)

Nos anos regidos por Mercúrio, por exemplo, a linha regente é Yori que está associada às crianças, ao aprendizado, disseminação do conhecimento como foi explicado até aqui, não a toa entre 1990 e 1997 tivemos o boom mundial da internet, sendo que o protocolo padrão que usamos hoje e permite a rede global (IP) foi lançado exatamente em 1983 (outro ano de Mercúrio). Quando falamos que um orixá (uma linha de orixá) rege o ano estamos falando que os assuntos ligados aquela linha e por sua vez ao astro regente serão aqueles de maior destaque no ano.

Vejamos alguns anos:

1989 – Queda do muro de Berlim, foi regido por Vênus (Oxóssi): expande a socialização, motiva as trocas intelectuais e emocionais entre as pessoas

1998 – Impeachment de Bill Clinton, foi regido pela Lua (linha das mães): expande o sentimento em relação às situações, potencializa a percepção emocional, torna as situações mais suscetíveis ao emocional dos envolvidos (exatamente o motivo do processo de impeachment)

2001 – Torres Gêmeas, ano regido por Marte (linha de ogum ou linha das demandas): expande a capacidade de enfrentamento práticos das situações, em suma expande a ação, a decisão (exatamente o que aconteceu com o início da guerra ao terror)

Reparem que há ainda situações que ativam a energia do orixá de forma destrutiva: o mesmo Oxóssi (Vênus) foi o regente do ano de 2003 (o grande tsunami que aconteceu em uma região e época que recebia turistas do mundo inteiro) e motivou toda uma ação global e fraterna sobre as vítimas do tsunami. Igualmente o tsunami de 2011 em Fukushima aconteceu ainda sobre a regência de Oxóssi (pois a regência do ano se inicia apenas a partir de 20 de março e o sismo aconteceu dia 11)


ANO DE 2020 COM OMULU (OBALUAYE) E OXALÁ


O que podemos esperar de um ano regido por Oxalá na companhia de Omulu? Como expliquei anteriormente em outros textos sobre o grande ciclo de Saturno e o próprio arquétipo astrológico e mitológico de Saturno, esse astro representa o limite, superação de barreiras e superação do medo, desenvolvimento através do esforço e persistência, o resgate kármico, o aprendizado através do desapego e da destruição de situações que precisam ser renovadas. 

Saturno é a foice que ceifa a terra, por isso que simbolicamente representa processos revolucionários. Exatamente por essas características é que pude apontar com tranqüilidade que todo o processo de queda do marxismo na América do Sul e fortalecimento da direita no mundo seria confirmado com a entrada do grande ciclo de 36 anos de Saturno, como realmente vimos nos últimos anos e em especialmente em 2019, quando a América do Sul resistiu a ofensiva marxista e a exceção de Argentina e Venezuela, todos os demais governos marxistas caíram. Saturno regeu pela última vez o período que englobou a Revolução Francesa e a Revolução Americana, ou seja, nos seus grandes ciclos a foice de Saturno vem romper com situações de estruturas sociais e governamentais que precisam ser renovadas.

Dentro desse processo temos a ação do Sol que expande a visão das situações, coloca tudo às claras, potencializa a percepção intelectual, realça situações: a calmaria fica ainda mais visível, assim como o conflito também fica ainda mais claro. Ou seja, todas as situações no âmbito social ou governamental que já estiverem "maduras" para serem transformadas (potencializando uma calmaria ou conflito já existente) receberão uma "luz extra" para que seja possível erguer uma nova estrutura. Casos como Venezuela, problemas no Oriente Médio como aqueles envolvendo Síria e Turquia (em 2016 que foi um ano do Sol aconteceu a tentativa de derrubar Erdogan do poder), a questão entre Israel e Irã (vejo como praticamente certa a queda de Netanyahu para a ascensão de uma liderança mais conciliadora na região) além da própria questão envolvendo China, Rússia e EUA. De alguma forma a aliança camarada entre Trump e Putin virá a tona  

Outro ponto relevante é que Omulu assim como o arquétipo de Saturno age como um verdadeiro senhor do karma, então muita coisa que foi plantada “mal” desde o último ano do Sol (2016) será resgatada de forma impressionante agora em 2020. Quando Omulu vem como regente maior de um ano solar, sobretudo um ano do Imperador (arcano 04) a colheita daqueles que exerceram mal o poder virá de forma muito clara, seja na forma de restrições ou de perda total

Será um ano para aprendermos as lições da prudência, persistência, contenção de exageros e disciplina na construção de novos hábitos ao longo do tempo pela constância da força de vontade.

Ação dos eclipses ao longo de 2020 no mundo:





Previsões para o esporte no ano de 2020:





O ano do Sol no Brasil: