Lilith
em um significado mais amplo representa a harmonização entre as polaridades
masculina-feminina na energia kundalini e chi que circula por todo o corpo (yin
e yang, ida e pingala)
O
problema é que como a humanidade em sua maioria, desde tempos imemoriais,
utiliza o livre arbítrio mais para obedecer aos próprios instintos do que para
desenvolver um senso de fraternidade e reforma moral, o mesmo ocorre com a
utilização dessa energia sexual, mais usada para impulsos instintivos do que
para a manifestação do amor, explicando assim toda a metáfora sobre a primitiva
serpente, ou seja, o intelecto refém dos instintos e por conseqüência a energia
vital/sexual refém dos impulsos primitivos, associando dessa forma Lilith a uma
"primitiva serpente" ou uma "sucubus" que "ataca"
homens e mulheres em desequilíbrio sexual.
O
texto de Ben Sirach fala exatamente sobre isso, associando o poder de Lilith
sobre o masculino e o feminino por 28 dias, exatamente o período médio de uma
lunação e de um ciclo feminino para uma nova menstruação. Foi exatamente em
virtude da utilização negativa da energia sexual, por parte de algumas sacerdotisas
no passado, que foram criadas as lendas a respeito de Lilith, tanto que o
próprio texto cita os "filhos de Lilith" em alusão aos abortos
realizados por aquelas que não desejavam ter filhos e usavam em excesso da
sexualidade como manifestação
instintiva.
Em
essência Lilith não possui um aspecto negativo sendo apenas uma representação
da energia vital através da união de um homem e uma mulher, representada no
caduceu e representada também na simbologia da Árvore das Vidas.
A
união entre “aquela que dá a vida” (Eva, polaridade feminina) e a manifestação
do intelecto, livre arbítrio sobre a energia vital, sexual, criativa que
percorre toda a coluna (serpente, Lilith, o equilíbrio das duas polaridades e
de todas as sephirot da Árvore das Vidas através de Daat, separar a realidade
da ilusão, conhecer as próprias sombras e despertar a própria luz) e “o filho
da terra” (Adam, polaridade masculina) é mostrada no terceiro capítulo da
Gênesis:
"A mulher, vendo que o fruto da árvore era bom
para comer, de agradável aspecto e mui apropriado para abrir a inteligência,
tomou dele, comeu, e o apresentou também ao seu marido, que comeu
igualmente." (Gn 3:6)
Esse “separar da ilusão” exatamente em Daat está
exatamente na intercessão dos planos atziluth e beriyah que representam
respectivamente a “emanação” e “o mundo da criação”, da mesma forma que
correspondem a intercessão da raiz (espírito) e do tronco (manifestação mental)
equivalente nos chacras da coluna ao laríngeo que demonstra claramente pelo ato
de falar a emanação criativa do espírito através do físico verbalizando seu
pensamento (agora podemos compreender um pouco melhor o que significa “Verbo de
Deus” através de Daat e como é possível dar poder as palavras).
E um nível ainda mais profundo Daat simboliza a
conexão entre o plano mental e o plano espiritual pela intercessão dos planos atziluth
e beriyah, pois Daat está exatamente
dentro desse “olho” formado pela intercessão desses dois planos. A outra
intercessão equivalente que acontece na Arvore das Vidas e forma outro “olho”
está em Tiferet que engloba os planos Asiyah, Yezirah e Beriyah unindo físico,
etérico e astral e muitas vezes simbolizando a manifestação mediúnica, semelhante
ao desenho de um “peixe” formado pela intercessão dos círculos/planos criando
um símbolo conhecido no Cristianismo, que representa a mediunidade sendo
conhecido como Vésica Pisces
A diferença é que em Tiferet ela está mais atrelada
ao astral e em Daat está atrelada ao plano mental. O “olho que tudo vê” é,
portanto, um símbolo com significados bem profundos e antigos.
Podemos ainda associar Adam, Lilith e Chava aos 3
pilares da Árvore das Vidas, por onde fluem energias interligadas ao corpo
humano. No pilar esquerdo está o lado direito do corpo humano e no pilar
direito está o lado esquerdo, sendo o pilar central equivalente a coluna que
modula o intercâmbio dessas energias.
Essas energias fluem como um grande círculo envolta
do corpo, sendo que as mais sutis adentram por cima (topo da cabeça) e as mais
telúricas adentram por baixo (planta dos pés) e formam um movimento contínuo de
subida e descida, dos pés a cabeça, da cabeça aos pés, da sola dos pés até a
pineal (fluxo yang) da hipófise ou pituitária até a sola dos pés (fluxo yin).
Sabemos que o hemisfério cerebral direito está mais
ligado ao pensamento criativo, simbólico, enquanto que o hemisfério cerebral
esquerdo está mais ligado ao pensamento racional e lógico. Da mesma maneira, existem dois tipos de
energias com tais características: a yin ou ida, mais feminina, lunar,
introspectiva, criativa, ligada ao pólo negativo, com maiores capacidade de
absorção, recolhimento, movimento de descida (cima pra baixo), pulsação mais
suave, passiva enquanto que a yang ou pingala é mais masculina, solar,
extropectiva, racional, ligada ao pólo positivo, com maior capacidade de
expansão, movimento de subida( baixo pra cima), pulsação mais intensa, ativa.
Para essas energias fluírem adequadamente elas
precisam encontrar seu oposto, para ocorrer atração e um fluir equilibrado ao
invés de repulsão. O mesmo ocorre com os impulsos nervosos no corpo humano: o
hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo, enquanto o hemisfério
esquerdo controla o lado direito do corpo (tudo passando pela coluna vertebral)
De maneira bem genérica podemos então considerar a
seguinte representação:
Adam, “o filho da terra” representa o pilar do
julgamento está a esquerda na Árvore, sobre o lado direito do corpo humano (
lado controlado pelo hemisfério cerebral esquerdo) e contém Binah, Gevurah e Hod,
esse pilar representa a polaridade masculina, yang, pólo energético positivo,
ligado ao hemisfério cerebral esquerdo. No corpo humano essa energia que flui
de baixo pra cima (subida), da direita para a esquerda (sentido horário), sobe
pelo corpo pela planta dos pés para atingir o seu grau máximo de expansão na
glândula pineal, que está no meio dos dois hemisférios cerebrais.
Chava, “aquela que dá a vida” representa o pilar da
misericórdia que está à direita na Árvore, sobre o lado esquerdo do corpo
humano (controlado pelo hemisfério cerebral direito) e contém Chokmah, Chesed e
Nezah, esse pilar representa a polaridade feminina, yin, pólo energético
negativo, ligada ao hemisfério cerebral direito. No corpo humano essa energia
que flui de cima para baixo (descida), da esquerda para a direita (sentido
antihorário), desce pela glândula hipósife (conexão com o chacra coroa) que
está entre os dois hemisférios cerebrais até atingir a planta dos pés.
Por essa razão se utiliza a mão esquerda erguida ao
Alto para captar energias sutis e superiores, pois a mão esquerda é controlada
pelo hemisfério cerebral direito, de onde flui a energia yin/ida de cima pra
baixo, do chacra coroa até o chão, sendo aconselhável em qualquer ritual de
movimento circular sempre o movimento antihorário, pelos motivos descritos há
poucas linhas, potencializando o próprio campo de força. Da mesma forma nos
trabalhos de expansão da consciência (pulsos magnéticos para projeção astral,
abertura ou fechamento de chacras devemos utilizar a mão direita, em movimento
horário, pois é uma energia que responde melhor as construções mentais da
vontade, pois trabalha mais o aspecto ativo e racional sobre a espiritualidade
e as energias mais telúricas para firmar as formas pensamento realizadas em uma
atividade, favorecendo a lucidez e lógica na vivência das experiências
espirituais, que essencialmente são yin mas precisam do equilíbrio yang. (*)
(*)Vale ressaltar que nos tradicionais estudos da
Yoga, o fluxo masculino pingala está associado ao hemisfério cerebral direito e
o fluxo feminino ida ao hemisfério cerebral esquerdo, então porque eu coloquei
de forma contrária há poucas linhas? Simplesmente porque tal entendimento
tradicional diz respeito ao cérebro perispiritual e não ao cérebro físico.
No físico o lado cerebral esquerdo está
profundamente responsável pelas manifestações ligadas a lógica, ao raciocínio e
justamente por isso, no canal existente no hemisfério esquerdo do cérebro
astral é que está o canal que flui a energia ida (yin), pois da mesma forma que
um lado do cérebro físico controla o outro lado do corpo, o lado direito do
cérebro perispiritual controla o lado esquerdo do cérebro físico. Sendo assim,
no cérebro perispiritual temos o sistema tradicional das escolas orientalistas,
visto através da clarividência:
Pingala/Yang: canal no hemisfério direito do cérebro
perispiritual
Ida/Yin: canal no hemisfério esquerdo do cérebro
perispiritual
E dessa forma agem no cérebro físico da seguinte
forma (como mostrado no estudo antes do asterisco):
Pingala/Yang: atua a partir do hemisfério esquerdo
do cérebro físico
Ida/Yin: atua no hemisfério direito do cérebro
físico
É através desses dois fluxos energéticos que a
coluna energiza todo o corpo, sendo que a coluna representa o pilar da
compaixão, localizado no meio da Árvore e que realiza o encontro das duas
polaridades através da glândula pineal e da hipófise e a nível espiritual do
chacra coroa e do ajna, novamente simbolizando as duas asas no topo do caduceu.
Lilith, a energia vital que percorre a coluna como
uma serpente, o pilar central da compaixão, o caminho do meio pelo qual flui a
energia masculina e feminina tem todas essas representações
Tal
simbologia de Lilith é analisada na Astrologia também.
Na
Astrologia Lilith representa a Lua Negra, pois é no mapa astral o ponto
astronômico correspondente ao grau do apogeu (ponto orbital mais afastado em
relação à Terra) da órbita lunar projetado na eclíptica zodiacal. Como a Lua
representa a sustentação, a nutrição emocional, tal ponto representa as amarras
emocionais, os traumas do passado de situações que foram vividas em excesso e
que precisam ser transformadas, colocando dessa forma Lilith como um exercício
de desapego a amarras e vícios emocionais de encarnações passadas,
possibilitando um renascimento emocional para a pessoa, algo semelhante ao
trajeto de mudança que é mostrado no mapa astral no caminho entre a cauda do
dragão e o caput (cabeça) draconis, onde é preciso controlar ou transformar
para vencer a insatisfação, o apego ao passado e realizar um novo caminho.
Da mesma forma que muitos ainda criam confusão com a
palavra Lúcifer, o mesmo acontece com a história de Lilith, quando as
lendas e contos populares acabaram por adulterar o significado original. Sobre
a questão de Lúcifer tem esse post aqui na fanpage: A lenda de Lúcifer
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