12 de jan. de 2023

Brasil e o Caminho até 2026

 


Desde 2014 tanto o livro "Brasil o Lírio das Américas" como vários textos aqui da página previram com exatidão e com vários meses de antecedência acontecimentos que se concretizaram tempos depois e que, na época das previsões, pareciam impossíveis, como por exemplo, a previsão em 2014 que até 2018 teríamos os militares no poder através de um governo eleito, que Dilma seria impichada e que Lula seria preso. 

Previsões mais recentes, como a trazida em julho de 2022 apontavam que entre setembro de 2022 e janeiro de 2023 teríamos um cenário de confronto e conflagração civil por conta da derrota de Bolsonaro nas eleições, já que apesar de ter previsto que conseguiríamos construir uma terceira via deixei claro já em janeiro de 2022 que Bolsonaro não tinha chance alguma de se reeleger (isso dito lá em janeiro). Sem terceira via e no embate do bolsopetismo aconteceu o que previ: Bolsonaro perdeu. Esse material pode ser conferido aqui (clique no link a seguir):

https://www.facebook.com/photo?fbid=783739156442721&set=pb.100044199317841.-2207520000. 

Como também apontei em previsões recentes sobre o futuro (deixarei o link desse texto também a seguir) Lula passará todo o mandato com um trânsito bem tenso sobre o seu mapa natal que pega também ponto importante do mapa do Brasil e corre sim risco de não terminar o mandato. Essa ampla análise astrológica está detalhada aqui (clique no link a seguir):

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=732387494911221&set=pb.100044199317841.-2207520000.&type=3


BASTIDORES DE UMA MISSÃO 

Mas e o futuro Zé? Qual o caminho para 2026? Pra entendermos isso precisamos voltar um pouco no tempo, lá pelos idos de 2012 quando eu estava na fase final de elaboração do livro "A Bíblia no 3º Milênio" e já recebendo as primeiras informações (textos e experiências projetivas) do material que seria compilado no livro "Brasil o Lírio das Américas" (lançado em 2014). O projeto do livro "Brasil o Lírio das Américas" segundo o guardião Jeremias foi definido pelos amigos espirituais lá pelos idos de 2010, quando em palestra pública aqui em Porto Alegre dentro de um grupo espiritualista apontei que a Espiritualidade trabalhava para colocar fim ao período petista no poder e que uma enorme corrupção viria a tona. Falar isso, em 2010, quando Lula tinha quase 90% de aprovação e a maioria dos espíritas e espiritualistas se identificavam com o petismo (inclusive muitos dos que hoje se vestem de "patriotas" bolsonaristas) e se acreditava ser um absurdo falar qualquer coisa da Espiritualidade em relação à política causou um misto de espanto e irritação em muitas pessoas que estavam ali. 

O grande ponto é que desde um pouco antes de 2010 a Espiritualidade Superior tentava transmitir algumas informações sobre o futuro do Brasil do ponto de vista geopolítico, mas não encontrava medianeiros para fazer isso. Primeiro pelos motivos óbvios: se a maioria se identificava com o petismo é óbvio que truncariam qualquer manifestação mediúnica apontando que um desastre enorme de corrupção estar instalado no governo, enquanto que os poucos que estavam abertos para receber tal informação simplesmente não tinham coragem. 

Entre 2013 e 2014 quando começaram as primeiras manifestações de vulto nas ruas contra o governo petista e contra a corrupção as pessoas que já me acompanhavam desde 2010 atestaram que aquilo que eu havia trazido 3, 4 anos antes era verdade. Mesmo quando o livro foi lançado em 2014 e com muitas coisas vindo a tona ainda assim as manifestações da maioria dos médiuns eram bastante tímidas, pra não dizer praticamente nulas sobre o tema. Por isso o livro "Brasil o Lírio das Américas" foi pioneiro, todas as tentativas de outras obras espiritualistas de falarem sobre política e espiritualidade vieram somente quando a queda (impeachment Dilma e condenação de Lula) já estava sacramentada, aí é moleza querer dizer que tem contato com "espíritos que comandam o destino do país" mas nunca trazer informações realmente em primeira mão. 

O grande ponto é que desde antes da eleição do candidato dos militares (e é bom lembrar que não apenas no livro em 2014 como mais de um ano antes da eleição, antes de qualquer astrólogo ou astróloga, previ que Bolsonaro ganharia) os amigos espirituais já haviam informado (e isso consta no livro) de um grande trabalho da Espiritualidade Superior para fazer uma grande higienização na América do Sul e Central, mostrando os graves casos de corrupção (especialmente e notoriamente no Brasil) ligados a governos de esquerda e ao mesmo tempo impedindo que um projeto de radicalização (aos moldes de Cuba e Venezuela) se instalasse nas Américas do Sul e Central.  Apesar de muitos países nos últimos anos terem retornado à governos de esquerda após a "onda azul" (prevista no livro) o que vemos hoje é um cenário no qual governos aos moldes do que Chavez-Maduro ou Fidel implantaram não tem mais espaço na América do Sul e Central, ou seja, mesmo com a volta do petismo ao poder e do kirchnerismo na Argentina, o sonho de uma América bolivariana-marxista foi ralo a baixo e nisso o projeto dos guardiões superiores (aqueles que realmente trazem informações sobre o futuro em primeira mão) foi um sucesso. 

Dentro desse grande trabalho os amigos espirituais identificaram, segundo esclareceu o guardião Jeremias, de que os militares no Brasil estavam muito preocupados com o avanço do petismo e de um projeto marxista não apenas no Brasil, mas em toda América do Sul e por isso decidiram planejar uma candidatura que realmente se posicionasse contra o petismo (já que é bom lembrar que nas eleições anteriores, tanto contra Lula como Dilma não existia uma real oposição ao petismo, mesmo Aécio na campanha de 2014 tinha medo da popularidade de Lula e não se colocava como um candidato antipetismo). Quando veio a LavaJato e as manifestações de rua a janela de oportunidade estava aberta e os militares decidiram que o nome seria alguém que já estava no Congresso, ou seja, Bolsonaro. 

O projeto original, tanto dos militares como da Espiritualidade Superior era exatamente o cumprimento do que foi prometido em campanha (e levou o capitão a ser eleito): fortalecer a LavaJato e intensificar o apoio da população por reformas que combatessem os privilégios e a corrupção dentro do núcleo político de Brasília (Centrão) o que levaria a um profundo processo de renovação e higienização nos três poderes. Porém havia um perigo e isso foi alertado meses antes da eleição de Bolsonaro aqui nesse espaço: o olavismo. As idéias de tentar transformar o capitão em um novo Hugo Chavez (só que da "direita") provinham de alguém que ensinava em seus cursos que, segundo ele, o período mais maravilhoso da historia do mundo foi na Idade Média quando reis e a Igreja com seus exércitos dominavam toda a população e tudo funcionava bem, ou seja, acreditava que deveríamos criar uma monarquia absolutista com uma santa inquisição política. Eu avisei que isso não daria certo, que os métodos do olavismo eram tão ou mais piores do que o marxismo, cujo objetivo sempre foi acabar com o pluripartidarismo e centralizar o poder em um único líder e partido (como está amplamente descrito no Manifesto Comunista de Engels e Marx como o real objetivo do marxismo e não a falácia de justiça social para o proletariado) o que levou a criação por mim do termo "petistas de direita" (para definir os olavistas), isso meses antes da eleição de Bolsonaro, termo que depois foi adotado pela mídia como "bolsopetistas". 

Os amigos espirituais sabiam desse risco, ou seja, de Bolsonaro seguir a linha olavista de tentar pavimentar o caminho para ser um novo Chavez no Brasil e dentro desse contexto trabalharam com aquilo que era possível para retirar o petismo do ciclo de poder. Se Bolsonaro não fosse eleito em 2018 ele voltaria muito mais forte em 2022 e nós teríamos perdido mais 4 anos (2022-2026), pois tudo aquilo que ele tentou fazer entre 2018 e 2022 para se perpetuar no poder seria feito com 4 anos de atraso após mais 4 anos de governo petista (Hadad), ao mesmo tempo, ainda que a eleição de Bolsonaro tivesse esse perigo se seguir a linha olavista ao invés das pautas de campanha lavajatistas, existia a esperança dos amigos espirituais de que o mesmo engajamento mostrado entre 2013 e 2018 pela cobrança de políticos permaneceria, ou seja, as pessoas iria cobrar Bolsonaro pelas suas promessas de campanha e isso, infelizmente, não aconteceu. E foi exatamente por isso que Lula foi solto e Bolsonaro não foi impichado: pelas mãos de um dos ministros colocados na Corte (Nunes Marques) é que Lula se tornou elegível, inclusive a sua soltura foi comemorada pelo filho de Bolsonaro, pois o clã acreditava que a soltura de Lula uniria a "direita" entorno do combate a volta do expresidiario ao poder. E ao invés de combater o Centrão, Bolsonaro se aliou ao Centrão para evitar seu impeachment. 

Porém, mesmo nesse caminho tortuoso aconteceu o menos pior (dentro daquilo que era possível): o projeto olavista-chavista de Bolsonaro ruiu, a coesão dos militares contra o petismo se fortaleceu, o próprio antipetismo se fortaleceu na maioria do país (a exceção do nordeste quase todas as regiões do país se posicionaram contra o petismo) o que vai unir as pessoas na cobrança do atual governo, trazendo novamente as pautas anticorrupção a tona. Ao mesmo tempo, como já previ meses atrás, Bolsonaro perderá seus direitos políticos e muito provavelmente será preso, ou seja, não estará elegível para 2026. Lula por sua vez não tem sucessor (ainda que tenha a esperança de emplacar Hadad como seu sucessor na corrida presidencial de 2026) e sabe que o Centrão se movimenta há meses para emplacar o semipresidencialismo, que na prática daria ainda mais poderes ao Centrão. Essa matéria fala mais sobre a questão (clique no link a seguir):

https://www.gazetadopovo.com.br/republica/camara-aguarda-o-segundo-turno-para-avancar-com-a-proposta-do-semipresidencialismo/

Para Lula e o PT, que não possuem um sucessor político a idéia de criar a figura de um primeiro ministro a partir de 2030 em um Congresso majoritariamente dominado pelo Centrão não é de todo ruim, pois ainda permitiria que partidos fortes na Câmara (como o próprio PT) garantam uma boa fatia de poder e ao mesmo tempo facilitaria a aprovação de medidas/leis que perpetuassem o enfraquecimento do combate à corrupção e a manutenção dos privilégios e gastos astronômicos da classe política brasileira. 

Em um Congresso dominado pelo Centrão, com o petismo e um ex presidiário na cadeira presidencial e com uma Corte que vem anulando as sentenças da LavaJato é altamente improvável que um plebiscito para o semipresidencialismo passe no voto popular. Ao mesmo tempo, apesar de todo o radicalismo do bolsonarismo ele serviu pra expor a existência de um grupo numeroso, tanto na classe política como na população que não aceita mais a doutrinação ideológica da esquerda de que a esquerda representaria o monopólio da virtude, contra as opressões e em favor da democracia e especialmente não aceitando o discurso muito disseminado na esquerda de que o conservadorismo quer apenas conservar as desigualdades. Muita gente que votou em Bolsonaro em 2018 e não votou em 2022 não aceitam a idéia que boa parte da esquerda tenta defender de que seriam os defensores dos direitos sociais e ao mesmo tempo não reconhece em Bolsonaro as verdadeiras pautas de combate a corrupção e por uma economia mais liberal. 

É exatamente esse grupo que vai se tornar cada vez mais numeroso (sobretudo depois da condenação de Bolsonaro nos próximos meses) e que vai tomar pra si novamente a bandeira do combate a corrupção, do fim dos privilégios e do enfraquecimento do Centrão. E nesse cenário, segundo as informações mais recentes que eu recebi durante a elaboração do meu próximo livro, novamente os militares observam e aguardam uma nova janela de oportunidade: um novo escândalo se desenhando no horizonte ou a própria saída de Lula do poder (por impeachment ou falecimento) para que novamente as ruas se mobilizem por um caminho fora do bolsopetismo com ambos, Lula e Bolsonaro impedidos de concorrer em 2026, um caminho que resgate os ideais de combate à corrupção, combate aos privilégios, combate ao Centrao e fortalecimento de uma economia liberal e responsável do ponto de vista fiscal (pois é dessa forma que se gera riqueza, impostos e dinheiro para investir nas áreas sociais e, sobretudo geração de emprego, que é o que realmente tira as pessoas da pobreza e enriquece um país) na figura de dois políticos que os militares enxergam como representantes dessas políticas, os senadores Moro e Mourão, que naturalmente atraem o eleitorado antipetista mais moderado e uma parcela expressiva do eleitorado bolsonarista órfão do seu "mito" 

O projeto da Espiritualidade Superior para 2026 passa primeiramente por impedir a continuação do bolsopetismo e ao mesmo tempo construir um caminho que resgate as pautas de 2013 a 2018 que foram clamadas nas ruas. Se conseguiremos construir esse caminho, já é uma outra história mas o que veremos, nos próximos meses e anos até 2026 é a construção de um cenário que possa levar a esse caminho, pois ele depende essencialmente da escolha da maioria da população. 

Para os corajosos que leram o textão até aqui, inclusive todo o material linkado até aqui aconselho fortemente a releitura do texto "o que é a democracia", que vai muito além de tentativas de golpe ou de três poderes funcionando (clique no link a seguir):

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2022/10/democracia.html


4 de out. de 2022

Qual o Futuro do Brasil se Um ou Outro for Eleito

 

Nas previsões para setembro e outubro eu trouxe uma coletânea das previsões para o futuro próximo do Brasil, tanto no período das eleições até o final do ano (entre outubro e dezembro) como nos próximos anos, entre 2023 e 2026, compilando informações de textos trazidos em 11 de julho e 19 de agosto. Aconselho fortemente que o leitor desse post releia essas informações para compreender o que será descrito nesse post. 

Texto sobre o Brasil (confusão pré e pós eleições) publicado ao final do post com as previsões de setembro e outubro:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=678684506948187


Texto publicado em agosto sobre os próximos anos do Brasil e a previsão feita anos atrás sobre a Argentina:

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2022/08/o-brasil-de-amanha-sera-argentina-de.html


Daquele texto publicado em agosto destaco o trecho final: 

"Seja com a vitória do ex presidiário nas urnas ou com as eleições meladas por algum golpe (que tente adiar as eleições ou dar continuidade ao atual mandato) o cenário econômico mostrado no mapa do Brasil não mostra um futuro tenebroso nos próximos 4 anos mas também não mostra qualquer recuperação pujante (como no período do boom das comodities para a China) sendo algo mais próximo a continuidade do atual cenário (inflação ainda persistente, descontrole fiscal, baixo crescimento econômico e alto desemprego) assim como mostra a continuidade e agravamento da polarização política entre petistas e bolsonaristas que vai desembocar em um acúmulo de tensos para 2026, um acúmulo que eu espero que definitivamente faça o povo acordar da polarização através de uma nova alternativa política pois caso contrário (se ainda tivermos alguma democracia) ela correrá ainda mais risco." 

Analisando o mapa ruim de Bolsonaro durante as eleições e ao mesmo tempo um forte trânsito de rupturas sobre o mapa natal do Brasil a chance de eleição de Bolsonaro nas urnas parece remota pois essas posições combinadas apontam muito mais para alguém derrotado, ainda que com uma força politica relevante buscando uma tentativa de contestação do resultado das urnas (algo ainda mais intenso do que aconteceu na derrota de Trump) até porque em caso de vitória nas urnas Bolsonaro não precisaria ativar um golpe clássico mas sim algo mais gradual como Chavez fez na Venezuela (e explicarei isso ao longo desse post), portanto pelo desenho do mapa tanto de Bolsonaro como do mapa natal do Brasil é remota a chance de uma eleição nas urnas de Bolsonaro, o que não inviabiliza a tentativa de uma forte contestação e convulsão social como descrevi também no texto de agosto: 

"Outro ponto relevante é que no mapa do Brasil sempre que a casa 12 (exílio, fim de ciclo) é fortemente ativada com a entrada de Saturno em trânsito na casa 01 do Brasil grandes rupturas inesperadas acontecem (isso aconteceu em 1964 e depois ao final de 1992 no primeiro impeachment). Ao final de 1992 no impeachment de Collor, Saturno estava entrando na casa 01 do Brasil ao mesmo tempo que Urano e Netuno conjuntos adentravam a casa 12. 

Na época das eleições teremos não apenas Plutão em trânsito na casa 12 do Brasil como Saturno entrando na casa 01 do Brasil em fortíssima quadratura com Urano em trânsito (que não apenas estará quadraturando com o Ascendente do Brasil como também com o topo do mapa/Meio Céu do Brasil) e ao mesmo tempo Júpiter em trânsito entrando em Áries estará ativando a enorme quadratura natal do mapa do Brasil (Plutão natal quadraturando com Urano e Netuno natais do Brasil). É um bombardeio típico de rupturas profundas, seja por morte, atentado violento, golpe de Estado ou adiamento de eleições, uma combinação que nos meus estudos eu nunca vi no mapa do Brasil. 

Esse fortalecimento do Sol natal de Bolsonaro, especialmente entre 2024 e 2025 por conta do trânsito de Urano e Plutão é característico de um amplo fortalecimento da imagem (Sol) de Bolsonaro o que no contexto atual só aconteceria de duas formas: ele virar mártir por conta de morte nas eleições ou um golpe de Estado para evitar eleições e postergar o atual governo." (texto publicado dia 19 de agosto, linkado no início desse post) 

Considerando que ainda permaneceremos na polarização política pelos próximos 4 anos o que podemos esperar no caso da eleição de Lula ou de Bolsonaro? É isso que descreverei a seguir ainda que, repito, o cenário mais provável seja a vitória de Lula nas urnas com uma revolta popular do eleitor mais fidelizado de Bolsonaro, o cenário de perigo de conflagração civil com risco de ruptura democrática para 2022 que foi descrito lá em 2014 no livro "Brasil o Lírio das Américas" e que pode ser revisto nesse post aqui do dia 20 de abril:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=572066687609970


Todo o cenário contextualizado, vamos lá:

 

BOLSONARO ELEITO NAS URNAS 

Tanto Lula como Bolsonaro contam cada um não apenas com metade dos votos do Brasil mas sobretudo com uma forte divisão entre antipetistas e antibolsonaristas, ainda que seja importante considerar que o eleitorado de Bolsonaro é mais engajado/fidelizado, enquanto a rejeição ao bolsonarismo é numericamente maior (ou seja, gente que não é petista mas prefere qualquer coisa que não seja o bolsonarismo). 

Na prática, se eleito, Bolsonaro não precisará dar um golpe clássico de tomada de poder (fechamento do Congresso e STF), pois teria não apenas tempo (todo um mandato) como também maioria no Congresso e nas ruas para realizar as medidas políticas semelhantes aquelas que Chavez realizou na Venezuela. A primeira delas seria passar no Congresso uma lei aumentando o número de ministros do STF permitindo que ele conquistasse maioria dos nomes indicados na Suprema Corte e assim ao longo do mandato conseguisse mudar a Constituição para permitir um terceiro mandato consecutivo e gradualmente formar uma maioria eleita de um Congresso Centrão-bolsonarista completamente fiel permitindo que todo esse grupo politico se perpetue no poder e após um terceiro mandato colocasse algum "poste" (como Putin fez com Medvdev) para um mandato tampão antes que ele retornasse para mais dois mandatos. Com uma boa força politica no Congresso (Câmara e Senado), redes sociais fortes (um gado fidelizado) com engajamento e com os principais centros econômicos do país com governadores ou alinhados ao bolsonarismo ou neutros esse seria o plano de perpetuação no poder de Bolsonaro. A única barreira poderia vir do Alto Comando, mas com um mandato de 4 anos Bolsonaro teria tempo de angariar apoio político de patentes altas do Exército a semelhança do que fez no primeiro mandato, dando vários cargos para os militares, o que na prática diminuiria a força de vozes contrárias no Alto Comando pois não apenas tal projeto impediria a volta dos vermelhos como igualmente manteria prestigio politico e financeiro para muitos membros de patentes altas. Esse é o plano de perpetuação do bolsonarismo. 

 

LULA ELEITO NAS URNAS 

Ainda que eleito presidente, Lula terá um Congresso com forte presença bolsonarista, tanto na Câmara como no Senado, além da maioria das capitais do Sul, Sudeste e Centro Oeste serem governadas por governadores mais alinhados ao bolsonarismo o que na prática representa que Lula terá muitas dificuldades para implementar uma agenda de grande descontrole fiscal ou excessivamente desenvolvimentista, como ficou marcado no final do seu segundo mandato e ao longo do governo Dilma. Com o país polarizado e ele Lula dependendo do crescimento economico pra segurar a pressão politica do bolsonarismo tanto dos eleitores como do Congresso é certo que terá que fazer muitas concessões, tanto na parte economica (já que Sul, Sudeste e Centro Oeste sao o motor da economia) como em questões de costumes para conseguir governar, especialmente considerando que o Centrão e, sobretudo o Centrão bolsonarista saiu fortalecido das eleições. Ao mesmo tempo Lula não pretende governar sendo controlado pelo Centrão como foi Bolsonaro (que precisou se curvar ao Centrão para não sofrer um processo de impeachment) e um dos seus objetivos principais é acabar com o orçamento secreto, não por qualquer nobre objetivo republicano, mas simplesmente para voltar ao velho modelo dos governos petistas nos quais caciques partidários só tinham direito à grandes cargos ministeriais e porcentagens em negociatas com empreiteiras e grandes estatais caso votassem junto com o governo. 

Politicamente o principal objetivo de Lula será cooptar o Centrão e ao mesmo tempo retirar o excessivo poder que o Centrão possui hoje com o orçamento secreto (como expliquei no parágrafo anterior). O segundo objetivo será sepultar o bolsonarismo algo que é prioritário para a agenda petista, visto que o projeto de perpetuação do petismo não comporta uma oposição com tamanha capacidade de reunir multidões nas ruas então o mais provável é que Lula busque apoio estratégico do PP e União Brasil que desejam formar o maior bloco partidário do Congresso (superando o PL) oferecendo o comando da Câmara e ao mesmo tempo evitando que esses dois partidos se unam ao PL (pois nesse caso se formaria um enorme bloco bolsonarista no Congresso). 

O principal argumento de Lula para "conquistar" o Centrão (além obviamente dos cargos e negociatas como era no tempo do governo vermelho do passado) é ainda mais forte: com um STF majoritariamente indicado pelo governo petista (e terá ainda mais duas indicações) Lula pode garantir o fim dos direitos politicos de Bolsonaro (que após findo o seu mandato será investigado por diversos crimes comuns) pois um dos temores do Centrão é que junto aos militares Bolsonaro tomasse o poder de forma total criando um Congresso meramente decorativo (o que obviamente não interessa de forma alguma ao Centrão). Garantindo que Bolsonaro não possa buscar um mandato futuro e que ele próprio Lula já não possui muito mais tempo na politica, Lula ofereceria assim como fez ao colocar Alckmin como vice, uma transição para 2026 apoiando um candidato ligado ao Centrão e a esquerda, mais ou menos nos moldes do que aconteceu na indicação de Dilma como sucessora.

 

MORO NO SENADO E 2026 

Não precisa ser nenhum gênio da estratégia ou profeta para antever que Lula terá um mandato difícil do ponto de vista político e que ao mesmo tempo buscará anular o bolsonarismo o que na prática só é possível, ao menos em parte, mandando o líder do bolsonarismo para a prisão. Nesse cenário, do ponto de vista estratégico e político a decisão de Moro de apoiar a candidatura de Bolsonaro é acertada: se adotasse neutralidade (não apoiando qualquer um dos dois candidatos no segundo turno) não apenas seria perseguido durante o governo Lula como ainda teria todo o grupo bolsonarista contra ele. Ao mesmo tempo sabendo que uma eventual prisão de Bolsonaro ou no mínimo que a retirada dos direitos políticos vai acontecer durante o mandato de Lula, então Moro acaba se cacifando como o principal nome de oposição para 2026 capaz de receber os votos bolsonaristas. 

Politicamente Moro mostrou força ao se eleger para o Senado, inclusive superando o candidato bolsonarista. Acredito que o apoio dele à candidatura de Bolsonaro é muito mais uma mensagem firme contra o petismo (pra ele um inimigo maior) e ao mesmo tempo um aceno de trégua, já que ele sabe que em um cenário polarizado como o atual e com as aspirações que ele tem pra 2026 não dá simplesmente para ficar contra os dois lados. De forma bem prática, e entendo a leitura dele, não há como construir uma terceira via sem os votos do bolsonarismo: o eleitor antipetismo e antibolsonarismo chega no máximo a 30%, ao mesmo tempo que um posicionamento contrário ao petismo mas sem atacar o bolsonarismo permite que ele consiga força politica para 2026, sobretudo em um cenário no qual Bolsonaro não possa concorrer (prisão e/ou perda dos direitos politicos com a eleição de Lula, algo certo de acontecer). Não há outro caminho para uma força fora da polarização bolsopetista emergir com chances em 2026. Moro sabe que a polarização vai se intensificar com a eleição de Lula e que até 2026 não há tempo pro povo sair desse maniqueísmo, essa é a realidade: sem os votos do bolsonarismo não há como viabilizar uma candidatura em 2026. É triste, mas é realidade do povo do Brasil. 

Afinal o que é democracia:

https://www.facebook.com/photo?fbid=5244231569039328


1 de out. de 2022

Democracia

 


No texto a seguir vamos compreender, afinal, o que é democracia e porque nem com um e nem com o outro teremos uma democracia de verdade no país nos próximos 4 anos. 

Nesses tempos que um presidente sonha em dar um golpe de Estado e um ex-presidente (e ex-presidiário) sonha em voltar ao poder após chancela da Suprema Corte que sepultou todo o trabalho da Lava Jato (que prendeu dezenas de corruptos e devolveu bilhões aos cofres públicos, bilhões que foram afanados pela quadrilha vermelha em conluio com o Centrão que hoje governa o país com o atual presidente) precisamos compreender o perigo que a nossa democracia vivencia. 

Tecnicamente democracia existe não apenas quando os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) trabalham em harmonia mas sim quando todos eles e as demais instituições da República trabalham na busca do bem comum, do aperfeiçoamento das instituições tendo por objetivo primordial a eficiência no bom uso do dinheiro do pagador de impostos. 

Ameaçar a democracia não é apenas quando um protoditador ou um autocrata no comando de um país tenta fechar o Congresso e a Suprema Corte, essa é apenas a forma mais clara. Na verdade a ameaça mais perigosa é quando setores políticos e das forças armadas, ainda que não na sua totalidade, se deixam corromper (normalmente por dinheiro e poder de mando) e começam a trabalhar em conluio por um determinado projeto ou agenda que não apenas beneficie o seu grupo como, igualmente, garanta a sua perpetuação no poder. 

Se olharmos exemplos como o governo Putin ou o governo do falecido Chavez na Venezuela veremos exatamente essa dinâmica: uma maioria de politicos (Congresso) em conjunto com uma maioria de militares se uniu em um projeto de perpetuação no poder. O Congresso permaneceu aberto, com vários partidos (pluripartidarismo), porém as leis que eram criadas não visavam mais o bem comum, mas sim fortalecer os setores civis que serviam como sustentação da perpetuação do regime. Inevitavelmente nesse ambiente a corrupção se alastra pois nesses casos os órgãos de investigação, controle e o próprio poder de força (julgar e prender) não condenam e não punem aqueles que compõe o núcleo de poder, ao mesmo tempo que os adversários do regime são duramente perseguidos e condenados. 

Normalmente nesse tipo de projeto de poder que cria uma democracia de fachada já há dois fatores pré estabelecidos que favorecem a criação desse tipo de regime: o primeiro deles é uma corrupção já alastrada em boa medida nas instituições, política e forças armadas e o segundo fator é a baixa capacidade de engajamento popular contra corrupção e aqui entramos em um ponto crucial para entender a democracia e ao mesmo tempo como grupos políticos tentam desmobilizar o engajamento popular contra a corrupção. 

O primeiro ponto a ser compreendido é que as pessoas, o povão no geral, não está preocupado com a corrupção em si mas sim se as condições econômicas e sociais que o governo oferece ao grupo do qual essa pessoa faz parte serão boas ou não. Um exemplo prático é o agronegócio: na época do petismo, por conta das bases estratégicas e doutrinárias do partido, as invasões de terra (propriedades privadas) eram permitidas e até mesmo estimuladas ao mesmo tempo que a defesa legítima dos proprietários das terras era em boa medida combatida, ao mesmo tempo que uma série de órgãos reguladores aparelhados pelo governo vermelho dificultavam a produtividade de muitas terras por questões ambientais. Percebendo isso o atual governo mudou essa política e atraiu fortemente o apoio de produtores e grandes empresas ligadas ao agro. A mesma dinâmica aconteceu com a busca do atual governo pelo apoio dos evangélicos: como a agenda petista visava fortalecer o apoio de setores sociais mais progressistas nos costumes (agenda identitária) isso criou abertura para que um candidato com um discurso mais conservador nos costumes atraísse o apoio desse setor da sociedade. E o que isso significa? 

Significa que a maioria das pessoas, seja evangélica, ligada ao agronegócio ou a setores mais progressistas nos costumes na verdade não se importam, em sua maioria, com o tema corrupção, mas sim se o governo eleito vai favorecer o grupo majoritário ao qual fazem parte. 

A defesa, muitas vezes cega, de pessoas tanto em favor de Lula como Bolsonaro, fechando os olhos para evidências claras de corrupção e conluio com politicas corruptas e populistas se explica exatamente por isso: as pessoas não estão preocupadas se o governo vai combater a corrupção, se o governo vai combater os privilégios, mas sim se o grupo ao qual fazem parte será beneficiado pelo governo. 

Compreendendo isso percebemos que hoje as duas grandes forças populistas e corruptas que lutam pelo poder bebem exatamente da mesma fonte: enfraquecer o combate à corrupção e fortalecer os privilégios de Brasília e dos setores políticos federais, estaduais e municipais. Apesar de ambas as forças populistas lutarem pelo "controle do cofre", ambas governam juntas, mesmo com os derrotados nas urnas tendo menos poder. Recebem uma secrataria aqui, outra acolá, uma emenda secreta maior ou menor, mas continuam permitindo que o ambiente de corrupção se perpetue. E nesse ambiente o que mais interessa é manter a população dividida, pois se não é possível um grupo congregar um amplo apoio popular (como aconteceu com Putin e Chavez) ao menos, para esses dois grupos, a polarização favorece que as pessoas não se unam para combater o que realmente importa que é combater a corrupção e combater os privilégios. 

O movimento que vemos hoje, na verdade já no primeiro ano do governo Bolsonaro é de toda uma classe de políticos e poderosos de Brasília fazendo uma grande operação abafa contra a Lava Jato. A Lava Jato foi uma janela de oportunidade que surgiu, ironicamente, por uma falha estratégica do petismo: após os primeiros anos do governo Lula, que ele manteve o tripé macroeconomico do plano real (controle da inflação, dólar controlado pelo cambio flutuante e respeito ao teto de gastos) e ao mesmo tempo foi favorecido pelo crescimento enorme da China (boom das comodities) e o dólar barato (estratégia americana para favorecer as exportações americanas o que favoreceu o aumento do poder de compra interno do país sem comprometer as exportações que já estavam a pleno vapor pra China), tudo isso gerou não apenas pleno emprego no país e grande crescimento econômico como atiçou a gula dos corruptos criando o maior esquema de corrupção da história da humanidade (petrolão), só que ele só veio a tona devido a adoção, do mesmo governo petista, da fracassada politica desenvolvimentista keynesiana, que se iniciou nos últimos dois anos do governo Lula e seguiu no mandato da Dilma, só que nesse cenário com o dólar subindo e a China não comprando como comprava antes: já não havia mais dinheiro nem para os esquemas bilionários e sede de corrupção de vários entes políticos e nem para as bondades sociais, que poderiam ter continuado se o governo Lula tivesse aproveitado os anos de bonança para fazer as reformas necessárias (que não foram feitas) ao invés de acreditar que a farra das comodities seria eterna, assim como o dólar barato e todos poderiam manter os esquemas bilionários e distribuir benesses sociais sem qualquer preocupação. O dinheiro faltou e o “amor” acabou, tanto dos eleitores petistas acostumados com os avanços sociais e economicos do boom das comodities como dos corruptos, com a goela cada vez mais funda e que não aceitavam mais qualquer mixaria de propina. Começaram as reclamações, começaram a abrir o bico. 

A queda do padrão social e econômico é que permitiu a eclosão das manifestações, pois a maioria dos jovens dinâmicos (os primeiros a irem para as ruas) não estava cobrando contra a corrupção mas sim a falta dos benefícios sociais que eles não tinha mais de forma tão abundante (por conta do fim do dólar barato e do fim da explosão das comodities), o que gerou o enfraquecimento politico do petismo e abriu brecha para ampliar as investigações contra os esquemas de corrupção, pois a governanta diferentemente da raposa barbuda não tinha o traquejo politico para apaziguar a fome dos corruptos e resolveu, a época, abrir guerra contra o maior partido aliado do governo (o MDB) por conta do comando da Câmara o que gerou a oportunidade do impeachment. 

A maioria dos milhões que foram as ruas pela queda do governo petista e bradavam não ter políticos de estimação não estavam defendendo a democracia, nem combatendo corrupção e nem combatendo privilégios, na verdade a maioria estava ali apenas porque queria uma economia melhor e a volta de benefícios sociais. Bolsonaro teve a sagacidade de identificar que a maioria daqueles que estavam nas ruas contra o petismo eram, de alguma forma, ligados a grupos mais conservadores nos costumes (ou ao menos não simpatizante da excessiva lacração), ligados a grupos do agro em algum nível econômico e também as pessoas ligadas aos militares e policias tão demonizadas no governo petista e exatamente por essa sagacidade assumiu um discurso de antipetismo, como se a corrupção estivesse apenas no governo petista e ao mesmo tempo tomando pra si o mesmo manto da "virtude inquestionável" (que o petismo criou nos anos 80 como o partido diferente, o único contra a corrupção) e exatamente por isso mesmo quando logo nos primeiros seis meses de mandato se viu que Bolsonaro queria apenas salvar a pele da família de investigações de corrupção e ao mesmo tempo se manter no poder é que a maioria do povão que foi pra rua lutar pela queda do governo petista se tornou o mesmo povão ao defender o novo populista. 

É exatamente por isso que pessoas como Moro ou grupos como os procuradores de Curitiba são duramente atacados pelo sistema ou establishment. O Sistema é uma máquina poderosa demais pra ser vencida apenas por um homem ou um pequeno grupo de homens honestos, somente isso não basta. Ao mesmo tempo é preciso um amplo trabalho dos influenciadores e formadores de opinião para esclarecer as pessoas que a luta é contra a corrupção e contra os privilégios e não por eleger o politico ou governo que vai beneficiar mais o setor ao qual a pessoa faz parte, pois enquanto a corrupção e os privilégios não forem duramente combatidos pela população (exigindo leis claras e cobrando de forma ampla e coletiva) o que veremos é exatamente a manutenção e ampliação desse Sistema chancelado majoritariamente pelo Centrão, petistas e bolsonaristas. É esse Sistema descrito aqui que ameaça a democracia, não apenas uma tentativa clássica de golpe de Estado ou de ruptura institucional, a ameaça existe, pois já estamos em boa medida em uma democracia de fachada, contaminada por uma corrupção sistêmica e falta não apenas de engajamento da população na luta contra a corrupção e privilégios, mas especialmente pela falta da compreensão desse cenário por parte da maioria da população. 

Sem o aumento dessa conscientização da população não haverá como proteger a democracia do avanço cada vez maior da corrupção e dos privilégios. Os influenciadores e formadores de opinião que estão fora dessa polarização bolsopetista precisam se unir em um amplo trabalho de esclarecimento do povão, esclarecimento de que o verdadeiro mal, a verdadeira chaga que gera desigualdade social, pib fraco, crescimento da inflação e falta de investimento para melhorias sociais é exatamente a corrupção e os privilégios e que a única saída é cobrar de forma dura e constante qualquer governo eleito, seja de qual espectro for, por leis e ações claras contra a corrupção e contra os privilégios, sem politico de estimação, sem partido de estimação, sem ideologia de estimação. Preferências políticas e ideológicas todos temos mas elas não podem se converter em idolatria, voto de confiança não pode se tornar “cheque em branco” e nada pode estar acima da cobrança dos políticos pelo combate aos privilégios e combate a corrupção.  

Aconselho como complemento a leitura desse textão o texto que publiquei semanas atrás intitulado "A encruzilhada da República" (linkado a seguir):

https://www.facebook.com/photo?fbid=625045572312081


24 de set. de 2022

A Profecia Nibiruta para 24 de Setembro de 2022

 


E lá vamos nós mais uma vez. Muitas perguntas chegaram sobre o que seria a tal "profecia" para 24 de setembro: alguns falando em dias de escuridão, outros em início de uma guerra atômica, outros falando em "restart mundial"/evento, outros em uma reação de Putin contra os "globalistas" e sempre com o mesmo roteiro: pessoas "tendo visões", algum texto inventado ou fora de contexto de Nostradamus ou de algum versículo bíblico isolado e pronto: está feita mais uma profecia esquisotérica-nibiruta. 

O dia 24 de setembro é tão somente mais uma das incontáveis datas que os conspiracionistas nibiróticos criaram nos últimos anos e que tem um único propósito: movimentar uma rede de pessoas que foi cooptada por grupos ligados ao qanon (Steve Bannon), grupos evangélicos olavistas e boçalnaristas que utilizam dessa agenda esquisotérica para incutir teorias políticas que exaltam Putin, Trump e Bolsonaro como "líderes da luz" lutando contra um "deep state malvadão", malvados a serviço do globalismo que supostamente deseja escravizar o mundo. Nessa salada temos terra plana, gesara/nesara, grupos antivacina, igreja do bitcoin e vários outros grupos que no geral acabam adotando a mesma agenda política (que é o objetivo final dos organizadores desses grupos). Inclusive no meio espírita e espiritualista tem muitos nibirutas que aderem a parte dessa agenda tão somente para "surfar" na capilaridade que foi criada nesse grande balaio esquisotérico que se alastrou de forma ordenada com o objetivo de, repito, exaltar políticos e ações da extrema direita e autocratas a nível mundial. Deixarei alguns links ao final para que o leitor mais interessado em se aprofundar no tema compreenda de forma mais ampla o que foi resumido nesse parágrafo.  

O que está por trás da mais nova data "profética" criada pelos nibirutas? Um importante parlamentar alemão Friedrich Merz em discurso proferido no parlamento alemão disse que "24 de setembro será um dia que ficará nas nossas memórias como um dia que diremos, lembro-me exatamente onde estava". 

O problema é que a nova marmotagem dos nibirutas esqueceu de mencionar que a fala do parlamentar alemão aconteceu no dia 27 de fevereiro, 3 dias após a invasão russa sobre a Ucrânia (em 24 de fevereiro), ou seja, ele claramente estava falando sobre 24 de fevereiro e a invasão russa como um acontecimento para ficar na memórias das pessoas, tanto que a fala completa do discurso é: " O dia 24 de setembro de 2022 ficará na nossa memória como um dia sobre o qual diremos mais tarde: lembro-me exatamente onde estava quando ouvi as primeiras notícias da guerra na Ucrânia e vi as primeiras fotos dela." Inclusive na própria ata daquele dia o discurso foi corrigido para 24 de fevereiro, tanto que de forma marota as redes do qanon e dos conspiracionistas propositalmente corta o trecho do vídeo que cita claramente a fala relacionada a invasão russa sobre a Ucrânia. O vídeo original (sem o corte maroto) pode ser visto aqui:

Os nibirutas estão requentando desde 1970 a teoria amalucada de Nibiru que se baseia em uma ficção criada por Zecharia Sitchin baseada em traduções erradas das tábuas sumérias nas quais ele afirmou que "neberu" seria um astro extra solar que a cada 3300 anos visitaria o sistema solar nas imediações da órbita de Marte, o que foi categoricamente desmentido pela maioria dos especialistas em línguas semíticas apontando que na verdade o termo "neberu" diz respeito ao astro Júpiter e que toda a história criada por Sitchin é tão somente uma enorme ficção que infelizmente muitos espiritualistas tentam vender como algo verdadeiro, quando na verdade o Nibiru criado por Sitchin nunca existiu. Qualquer médium ou canalizador que citar Nibiru como algo verdadeiro com certeza está viajando na mariola astral, pois não existe embasamento nem astronômico e nem nas tábuas sumérias para a fantasia nibiruana criada por Sitchin. 

Ocorre que dentro dessa fantasia, Nibiru seria o mensageiro do apocalipse que viria cumprir a profecia dos sinais do apocalipse (o terceiro link que deixo ao final explica a profecia dos sinais em detalhes) o que aconteceria quando o Sol estivesse passando pela constelação de Virgem e a Lua aos pés da constelação, passagem do Sol pela constelação de Virgem que ocorre todos os anos por volta do final de setembro e inicio de outubro e apenas em alguns anos (como em 2035) coincide com o inicio do ano novo judaico e com a Lua "aos pés" da constelação. Por isso que em alguns anos, como 2017, os nibirutas falam que Nibiru vai chegar ao final de setembro trazendo o apocalipse, o problema é que eles não têm um estudo comparativo das profecias bíblicas, usam versículos isolados e nunca acertaram previsão algum, o combo perfeito para o fracasso completo da análise das profecias bíblicas. 

Querer falar de datas proféticas (como vinda de Nibiru em 2017 ou "ápice da transição em 2019") sem um estudo amplo e comparativo das profecias do Apocalipse, Sermão Profético e Daniel capitulo 09 é o caminho para o fracasso, sobretudo quando nesse balaio entram médiuns e canalizadores que nunca previram nada ou possuem baixíssima porcentagem de acertos na previsão do futuro e depois querem dizer que estão prevendo o futuro em nome de famosos profetas que assinam suas mensagens. Obviamente que não fazem a menor idéia do que vai acontecer, basta observar o que "previram" nos últimos 5 anos (normalmente “previsões” bem genéricas, sem detalhes ou datas, depois querem dizer o ano e mês do ápice da transição planetária)  

Esclarecida a farsa profética nibiruta de 24 de setembro deixo três textos para entender a fundo o que está por trás da salada esquisotérica dos grupos conspiracionistas que exaltam os líderes autocráticos/antidemocracia: 

Qanon, olavetes e nibirutas: as teorias esquisotéricas conspiracionistas criadas para exaltar os líderes antidemocráticos do mundo (dentro desse textão tem a análise completa e embasada da profecia de 2036):

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2021/11/a-farsa-profetica-sobre-2027.html


Alexander Dugin e a farsa da teoria do globalismo - a "nova ordem mundial" que China e Rússia desejam criar:

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2022/08/os-tres-grandes-grupos-que-buscam-uma.html


A verdadeira profecia bíblica da Virgem com a Lua nos pés e porque isso nao acontecerá em setembro de 2022 (assim como não aconteceu em 2017 e outros anos "chutados" pelos nibirutas):

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2014/03/apocalipse-e-nostradamus-os-3-sinais-da.html







31 de ago. de 2022

A Entrevista (Parte II/Final) - Lula e Ciro

 


Após analisar as falácias trazidas pelo rei do gado na primeira parte dessa série de dois textos na qual analiso as entrevistas concedidas na plim plim pelos três principais candidatos nas pesquisas, decidi fazer um único post para compilar as falácias populistas do molusco e do cangaciro pois ambos focam em um ponto em comum pra tentar ganhar votos: a questão econômica. Justamente por isso temos uma excelente oportunidade pra entender as falácias e fantasias do plano econômico de governo construído pelo Ciro (que inevitavelmente dos três populistas ao menos possui um plano de governo) assim como a grande fantasia construída por Lula de que com ele os tempos de cerveja e picanha voltariam (na tentativa de fazer o povão esquecer as picardias antirepublicanas dele e da quadrilha vermelha desbaratadas pela LavaJato)

 

OS PRINCÍPIOS DA ECONOMIA 

O grande sonho de Ciro era ser o sucessor de Lula como líder da esquerda, porém tudo começou a azedar quando nas eleições de 2018 o então presidiário decidiu apoiar o poste Andrade como o candidato petista ao Planalto. Naquela época Ciro bradava contra a Lava Jato e inclusive sugeriu fugir com Lula para uma embaixada antes que ele fosse preso por conta das investigações. Magoado e rompido com Lula, Ciro decidiu ir para Paris no segundo turno daquelas eleições e não declarou apoio a nenhum dos candidatos. Agora nas eleições de 2022 Ciro tenta se vender como bastião da nova política, aquele que possui a solução política para pacificar o Brasil e a solução econômica para resolver os péssimos indicadores do país, sobretudo nos últimos 10 anos (tudo amplamente analisado na primeira parte desses dois posts).  

O problema é que apesar de apresentar um programa de governo, as soluções políticas e econômicas trazidas por Ciro (explicadas por alto na entrevista no JN e em maiores detalhes em recente entrevista no Flow) além de populistas são inviáveis. Politicamente são inviáveis, pois necessitam, como ele mesmo deixou claro, da construção de uma maioria no Congresso, algo que necessitaria de uma grande mobilização nacional, ainda maior que a ocorrida entre 2016 e 2018 pois como eu mesmo já expliquei aqui várias vezes não basta ter uma votação expressiva ou eleger vários deputados e governadores alinhados com o novo presidente, é fundamental uma mobilização constante contra a corrupção que fiscalize o Congresso, caso contrário não existe governabilidade, pois mesmo com novos nomes eleitos a base do Centrão, sobretudo seus caciques ainda permanece lá. O país está dividido e não surgiu um novo nome claramente sintonizado com o combate a corrupção e claramente antagônico ao bolsopetismo (aliás, até surgiu, mas obviamente que por ser odiado por petistas, boçalnaristas e boa parte da suprema corte além de praticamente todo o Centrão sua candidatura foi combatida e anulada). 

Portanto construir maioria no Congresso, unir amplo apoio popular no combate a corrupção ter um histórico claro contra a corrupção e em favor da LavaJato são premissas que nenhum dos três candidatos possuem. Sem isso, a maioria das reformas (tributária e política especialmente) fica inviável de serem realizadas. Acreditar que basta oferecer o fim da reeleição para passar isso nos primeiros seis meses é uma completa ilusão. 

Da mesma forma sem amplo apoio e engajamento popular não há como passar reformas fundamentais no sistema financeiro, especialmente para retirar o quase monopólio que o grupo pequeno de bancos tem na economia. Estimular maior concorrência no crédito, diminuir drasticamente os juros draconianos desproporcionais às taxas de juro (que já são altíssimas), diminuir o spread dos bancos, tudo isso depende de muito engajamento popular, pois a maioria dos políticos e grandes empresários ligados ao núcleo de poder lucram com esse sistema. Também é ingenuidade achar que taxar grandes fortunas pra dar mil reais de bolsa pras famílias vai resolver algo, alias essa é uma proposta bem populista que o Ciro sabe que não vai ajudar em nada a economia, alias vai apenas pressionar ainda mais a inflação. 

A economia real depende de geração de empregos, pois são eles que geram os bens e serviços que serão consumidos proporcionais ao dinheiro injetado na economia para o consumo e consequentemente a retirada de impostos das riquezas produzidas. A partir do momento que se estimula cada vez mais bolsa daquilo e bolsa daquilo outro você está apenas jogando dinheiro para o consumo, mas não está produzindo riqueza, ou seja, há uma massa humana que não produz mas pode consumir, o que encarece o preço dos bens e serviços (maior procura sem aumento da oferta) ao mesmo tempo que a injeção de dinheiro sem valor agregado à produtividade gera desvalorização do papel moeda o que também pressiona a inflação. Essa política desenvolvimentista foi tentada nos últimos dois anos do governo Lula e depois no governo Dilma, foi tentada na Argentina, foi tentada no governo Chavez e o resultado é sempre o mesmo: o desastre keynesiano que também foi utilizado no governo Bolsonaro especialmente ao longo de 2022. 

Estimular a construção de obras e desenvolvimento da indústria é certamente algo fundamental, mas não sem teto de gastos, senão caímos na mesma armadilha do milagre econômico: impressora produzindo dinheiro a rodo, uma rápida explosão de empregos e aparente riqueza da população, porém com um surto inflacionário incontrolável nos anos seguintes, especialmente se boa parte da economia mundial está atrelada ao dólar. Fortalecer a indústria passa essencialmente por manter a moeda forte e gerar um ambiente econômico menos burocrático e mais seguro (menos corrupção) para atrair investimentos e nenhum dos candidatos tem um plano claro sobre esse sentido, todos os três desejam seguir o mesmo caminho do “milagre econômico”: furar o teto de gastos, imprimir dinheiro a rodo e dar mais um voo de galinha. 

É inegável que precisamos de um plano de médio e longo prazo (próximos 10 e 30 anos), só que não estamos numa China que apesar de ser uma das economias de mercado mais capitalistas do mundo é politicamente um regime socialista nacionalista ultra fechado. Talvez pelo fato do partido chinês apoiar o seu partido há anos, Ciro acha que dá pra fazer algo parecido com aquilo que a China fez aqui no Brasil, mas isso é também um erro, pois sem apoio amplo popular não há como pressionar o Congresso por mudanças, inclusive através de plebiscitos que também dependem de aprovação do Congresso. 

Conquistar independência no refino do petróleo, aumentar a produtividade no campo, fortalecer o real, respeitar o teto de gastos, ter um plano focado no controle da inflação e combate a desemprego, fortalecer a legislação de combate a corrupção e simplificar as leis (especialmente para negócios e transações que envolvam empresas e geração de empregos), simplificar e diminuir impostos, aumentar a concorrência entre os bancos limitando o spread e as taxas de juros, tudo isso é fundamental e passa essencialmente por várias reformas que são difíceis de passar, especialmente enxugar altos salários no funcionalismo público (quem ganha acima de 20 mil reais), enxugar gastos com privilégios e penduricalhos e sobretudo estabelecer metas claras dos programas sociais para entrada e saída, pois definitivamente criar bolsa de mil reais para mais e mais famílias ad eternum vai afundar a economia e não resolver o problema principal que é gerar empregos e um ambiente econômico mais pujante e competitivo com o resto do mundo. Nenhum dos três candidatos tem propostas quanto a esses pontos e ainda que o Ciro tenha exposto algumas dessas questões há ainda muito populismo barato no programa econômico dele e ao mesmo tempo não há um caminho político claro e viável para fazer essas mudanças, especialmente no combate à corrupção. 

Aconselho fortemente que o leitor conheça um resumo das propostas e do histórico do Ciro nesse vídeo colocado pelo Nando Moura, definitivamente Ciro assim como Lula e Bolsonaro não são a solução política e econômica para os graves problemas que o Brasil vem enfrentando na última década.

Visualize o vídeo a seguir a partir do minuto 10:15

 


LULA E O MILAGRE ECONÔMICO 

No JN Lula contou as bravatas de sempre: que sofreu uma perseguição política da Lava Jato e que no seu governo o povo comia três vezes ao dia e que com ele voltando os tempos de bonança vão voltar. Esses dois pontos precisam ficar bem esclarecidos. O primeiro deles, a prisão por corrupção, aconteceu por sucessivas condenações em primeira e segunda instância confirmadas nas instâncias superiores (ou seja, não foi uma perseguição de Moro ou dos procuradores de Curitiba) que resultaram na prisão por quase dois anos não apenas de Lula, mas de vários políticos ligados ao governo petista e ao Centrão (mesmo núcleo que governa hoje com Bolsonaro) além do fato de que somente com um grande malabarismo na segunda turma do STF é que os processos de Lula acabaram prescrevendo, ou seja, ele não foi inocentado. Da mesma forma boa parte dos condenados pela Lava Jato estão, hoje, de mãos dadas com o governo Bolsonaro, como é o caso de Ciro Nogueira (ministro do primeiro escalão do boçal) e Valdemar Costa Neto condenado e presidente do partido de Bolsonaro. 

Já do ponto de vista econômico tem muita gente, inclusive no mercado, achando que o Lula vai adotar as mesmas medidas dos primeiros 6 anos de mandato quando ele seguiu em boa medida o tripé macroeconômico do plano real deixado pelo FHC (cambio flutuante sem disparar, meta de inflação e respeito ao teto fiscal) muito desses primeiros anos de mandato favorecidos pelo boom das comodities (China crescendo a 12% ao ano comprando tudo do Brasil) e ao mesmo tempo o dólar barato no mundo (estratégia americana para combater o crescimento chinês, pois o dólar barato favorecia as exportações americanas) ou seja, um cenário de paraíso pro Brasil no qual qualquer presidente teria colhido excelentes frutos de crescimento, ou seja, não foi qualquer plano do Lula ou do PT, mas sim um cenário exterior altamente favorável ao Brasil e ao mesmo tempo a manutenção de uma política macroeconômica do governo anterior (FHC) que controlava a inflação e gastos excessivos. 

Dinheiro entrando a rodo no país, suficiente pra quadrilha vermelha financiar vários programas populistas e aumentar a margem das propinas com empreiteiras e campeãs nacionais em negociatas sem fim. O povão tem essa lembrança afetiva desses anos de crescimento econômico do governo do molusco, mas a verdade é que isso só aconteceu pela situação internacional (China crescendo muito e dólar barato) ao mesmo tempo que ele seguiu o plano econômico (equilíbrio fiscal) deixado pelo governo do Real, mas isso tudo começou a degringolar nos últimos dois anos do governo do molusco, começou a faltar o dinheiro da China que importava menos, o dólar voltou a subir e a pressão de setores políticos acostumados com esquemas bilionários de corrupção que não podiam continuar se pagando vieram a tona ao mesmo tempo que a ala tradicional do petismo insistia por uma guinada mais desenvolvimentista (e desastrosa da economia) o que se somou a impossibilidade do petismo seguir com o projeto original de endurecimento ideológico depois da condenação do Dirceu (que seria o substituto de Lula) o que acabou levando Lula a botar uma pessoa sem traquejo político (Dilma) como sucessora. 

Aqueles últimos dois anos de governo Lula (que foram repetidos no mandato dilmistico) aconteceram em um ambiente muito melhor do ponto de vista fiscal e econômico do que agora, então tem muita gente do mercado e do povão sonhando com um novo governo Lula dos primeiros seis anos de mandato, mas levarão na verdade um governo ainda pior do que foram os últimos dois anos do governo Lula seguidos pelos anos apocalípticos do governo Dilma. A situação fiscal do país está um caos (furo de 200 bilhões no teto que ambos os candidatos populistas pretendem repetir caso eleitos), a situação econômica idem (alto desemprego, inflação alta, pib muito baixo e abaixo da media mundial há anos, ausência de reformas, excessiva burocracia, altos impostos e muita corrupção, tudo que afasta investidores do país e gera ainda mais pressão na economia, tudo isso resumido no primeiro texto sobre as entrevistas) e a situação política ainda pior (centrão corrupto dominando a aprovação de leis e em conluio com os dois candidatos populistas, STF contra a lava jato e nenhum interesse em uma reforma política). 

As promessas de Lula são, assim como as promessas de Bolsonaro uma grande ilusão: ambos (e também Ciro) prometem bolsas de 600, mil reais, prometem zerar a dívida dos pobres, prometem reduzir o imposto de renda, prometem um Brasil dos sonhos mas que na prática, economicamente e politicamente falando é inviável, pois os três querem furar o teto de gastos o que somente vai gerar mais inflação ao mesmo tempo que a política dominada pelas negociatas e propinas em conluio com o centrão vai tão somente afastar investidores, potencializar os gastos com privilégios (orçamento secreto bilionário, fundão eleitoral bilionário, cartão corporativo sem limites) criando ainda mais caos econômico onde as medidas populistas para conseguir votos (incentivos artificiais para favorecer determinados setores temporariamente e estourando o teto econômico) vão deixar o pais no mesmo cenário dos últimos 10 anos: baixo crescimento comparado ao resto do mundo e alto desemprego e com maior pressão inflacionária. 

A solução dos grandes problemas políticos e econômicos que afligem o Brasil passa necessariamente pela união da população contra a corrupção e contra os privilégios, pois sem essa cobrança firme (que aconteceu entre 2013 e 2018) a maioria corrupta de Brasília se sentirá a vontade para afanar cada vez mais o dinheiro do pagador de impostos. 

Somente com engajamento popular amplo, como ocorrido entre 2013 e 2018, pela mudança de leis que fortaleçam o combate a corrupção e fortaleçam a diminuição de privilégios assim como uma economia comprometida com o teto de gastos, geração de empregos, combate a inflação, diminuição da carga tributária, diminuição da burocracia, diminuição do custo do crédito, somente com tudo isso poderemos avançar em importantes reformas econômicas e políticas rompendo com a polarização ideológica de mentirinha onde nenhum dos lados está preocupado com ideologia, mas sim se vai ter acesso a dinheiro e cargos no governo que vier, seja do lado da situação ou da oposição. As pessoas precisam compreender isso, que não existe salvador da pátria, não existem seres de luz que farão o trabalho por nós, nós é que precisamos trabalhar em parceria com eles, pois de nada adianta eles ajudarem a criar situações que impulsionem mudança (como aconteceu entre 2013 e 2018) e depois as pessoas voltarem, em grande número, à idolatria política esquecendo-se da verdadeira luta contra a corrupção e os privilégios. 

A primeira parte dessa série de dois textos sobre as entrevistas dos três candidatos populistas pode ser acessada no link a seguir:

https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2022/08/a-entrevista-parte-i-bolsonaro.html


24 de ago. de 2022

A Entrevista (Parte I) - Bolsonaro

 


A entrevista dada pelo líder do desgoverno foi um show de horrores, uma mentira em cima da outra como deixarei linkado em dois vídeos ao final onde todos os vídeos com entrevistas dadas pelo próprio líder do gado desmentem o que ele negou na entrevista. 

Pior do que a chuva de mentiras trazidas pelo presidente foi a defesa do gado. Boa parte desse eleitorado gado que na época das manifestações defendia o combate à corrupção e zombava do petismo com os seus políticos de estimação hoje adota uma postura muito pior, defendendo as mentiras e a parceria corrupta com o centrão exatamente como os petistas defendiam e ainda defendem o líder da quadrilha vermelha. 

Além de deixar claro que não vai aceitar o resultado das eleições e planeja melar as eleições caso o resultado não seja favorável, o rei do gado também negou que tenha xingado ministros do Supremo acusando o entrevistador de fake news quando na verdade os xingamentos aconteceram várias vezes (filmados). Esses, porém, não foram os piores pontos do show de horrores.

 

CENTRÃO 

Durante a campanha de 2018 Bolsonaro se comprometeu a não governar na base do toma lá da cá, a não se curvar ao clientelismo de ala expressiva do Congresso conhecida como Centrão, inclusive com o seu núcleo mais próximo associando claramente o Centrão a um grupo de ladrões na famosa paródia musical cantada pelo general Heleno: "se gritar pega centrão (ladrão) não fica um meu irmão". O que vimos meses depois foi o presidente lutando arduamente para eleger um presidente da Câmara líder do Centrão oferecendo milhões em emendas secretas para quem fechasse com o governo e não apenas na base do clientelismo mais rasteiro como foi o mensalão (agora repaginado de orçamento secreto), mas pior ainda: para aprovar medidas que enfraquecessem o combate à corrupção e aumentassem o fundo eleitoral. A cereja do bolo foi se filiar ao partido de um dos líderes do Centrão (Valdemar Costa Neto, condenado pela Lava Jato) e depois em entrevista dizer que foi sempre do Centrão. Mais triste do que isso foi gente que foi às ruas lutar contra a corrupção e contra político de estimação e que ainda continua defendendo a autoproclamada cria do Centrão que esqueceu todos os compromissos de campanha. Bolsonaro hoje governa com o mesmo Centrão condenado pela LavaJato por esquemas e propinas junto ao governo petista, não a toa vários líderes do governo atual, como Ciro Nogueira estiveram no governo petista. 

 

ECONOMIA 

Falar que a economia vai bem é uma piada de péssimo gosto. Nos 3 anos de desgoverno ao compararmos com os outros países (que passaram pela pandemia entre 2020 e 2022) o desempenho econômico do Brasil foi um dos piores: o real foi uma das 4 moedas que mais se desvalorizaram em relação ao dólar ao longo desse período (apenas Rússia, Turquia, Venezuela e Argentina tiveram desempenho pior). Se compararmos ao tenebroso governo Dilma, o pico do dólar (já com o ajuste da inflação) chegou a 4,67 (ajustado à inflação acumulada) em setembro de 2015 enquanto no governo Bolsonaro atingiu 5,70 no segundo semestre de 2021 (quando a economia havia recuperado as perdas de 2020 para a pandemia), ou seja, praticamente 20% pior do que o tenebroso desempenho da governanta. 

Em 2019 (antes da pandemia) o desgoverno fechou o ano com um pib de 1,1% bem abaixo da média mundial (3%). As estimativas mais recentes de crescimento para 2022 são de 1,5% a 2% também abaixo da média mundial que deve ficar entre 3% e 3,5% e as previsões para 2023 de organizações econômicas como a OCDE projetam um crescimento de 0,7% devido ao forte aumento da taxa de juros que coloca o Brasil como a terceira maior taxa de juros do mundo (a previsão do pib mundial para 2023 é de 3,1% ou seja, quase 3 vezes mais do que o Brasil deve herdar do desgoverno para 2023). 

Na inflação o desastre é nítido: somente na inflação de alimentos os preços praticamente dobraram nos últimos 3 anos e ainda que a pandemia tenha aumentado a inflação global, se pegarmos as 20 maiores economias do mundo veremos uma inflação de 8,8% em 12 meses enquanto o Brasil está em 11,7% (praticamente 40% a mais do que a média das 20 maiores economias do mundo). 

Apesar da melhoria na taxa de desempregados (que ainda permanece alta, na casa dos 9%) há um enorme contingente de subempregados (entorno de 22% da força de trabalho que ganha menos que um salário) isso pra não mencionar que o ganho médio dos empregados caiu entorno de 5% nos últimos 12 meses (em um período com inflação acima de 10%). Não é a toa que tanta bolsa está sendo distribuída por ai.     

 

TRATAMENTO PRECOCE 

A defesa de um tratamento ineficaz mesmo meses após os principais órgãos de saúde do mundo terem atestado que o tratamento precoce não funcionava, campanha pessoal contra a vacinação, contra o uso de máscara, péssimo gerenciamento da pandemia (atraso na compra das vacinas, atuação temerária na crise de Manaus) formam o conjunto da obra por um dos maiores desastres sanitários do país que poderia ter sido bastante minimizado com um mínimo gerenciamento da crise. 

Bolsonaro não apenas descumpriu os compromissos de campanha, tanto no combate a corrupção (se aliou ao Centrão e enfraqueceu o combate a corrupção) como também na economia liberal, pois não bastasse ter deixado de privatizar as principais empresas que disse que iria privatizar ainda pior: adotou práticas populistas como aumentar medidas assistencialistas furando o teto fiscal, não conseguiu controlar minimamente o valor da moeda e nem de longe conseguiu melhorar a concorrência bancária (a maioria dos recursos financeiros da pandemia que deveriam ter sido usados para fomentar crédito a pequenos empresários foram usados pelos bancos para encarecer o crédito durante a pandemia e ainda pior, a área econômica do governo deu carta branca para o BC comprar bilhões em títulos podres dos bancos, ou seja, para evitar que bancões tivessem prejuízo e isso com o dinheiro do pagador de impostos. Um governo que nunca foi liberal na economia, furou em mais de 200 bilhões em dois anos o teto fiscal e separou bilhões em emendas secretas para estreitar a parceria clientelista com o Centrão, as mesmas práticas que a quadrilha vermelha adotou nos governos anteriores. 

Para conferir as mentiras do rei do gado mostradas com suas próprias falas em vídeos divulgados nos últimos meses vejam os dois vídeos abaixo:


VIDEO 01:



VIDEO 02: