Diariamente todos nós somos bombardeados com uma
enxurrada de informações (corretas e equivocadas) e opiniões pelos diversos
meios de mídia (internet, redes sociais, televisão) desde os assuntos mais
simples, até questões de maior relevância. Mas antes de entrar no mérito do
texto (crer ou analisar), precisamos antes de qualquer coisa compreender a
diferença entre informação e opinião.
Imagine a seguinte cena: um jornalista vê um homem
com os braços para o alto em frente a uma casa, uma criança acima do homem 1
metro pairando no ar enquanto um cachorro late para o homem. Essa é a
informação, a cena descrita com alguns detalhes e que poderia ter ainda maiores
detalhes, como a expressão do homem, da criança e etc. Agora, vamos supor que o
jornalista não divulgasse essa informação, mas sim as possíveis chamadas
abaixo:
“Pai arremessa filho perigosamente para o alto
enquanto cachorro enfurecido tenta amedrontá-lo”
“Homem brinca alegremente com criança e cachorro em
um dia de Sol”
Repararam a diferença entre informação e opinião? A
opinião é somente uma análise pessoal sobre o fato e não o fato em si e é aqui
que começa a questão central do texto: crer ou analisar?
Justamente pelo grande volume de informações e
opiniões que circulam pela internet (isso sem entrar no mérito de informações
falsas ou factóides divulgados na mídia) muitas pessoas desenvolveram um
curioso método para lidar com o grande volume de material que aparece a cada
minuto em todas as mídias: acreditar ou desacreditar completamente uma pessoa
ou um veículo de mídia. E aqui começa um grande problema: a gradual perda de
analisar informações e opiniões.
Desacreditar um meio de comunicação ou uma pessoa
que é fonte de informação e opinião é algo compreensível por diversos motivos,
seja por discordâncias ideológicas (tendência do meio de comunicação ou da
fonte pessoal desse meio em apoiar determinada opinião, visão dos fatos), seja
por seguidos equívocos comprovados ao opinar sobre determinada informação.
Acontece que o contrário, ou seja, acreditar
piamente em um meio de comunicação ou uma pessoa que é fonte de informação e
opinião sobre determinada assunto é um grande perigo, ainda mais quando tal
fenômeno acontece em larga escala em uma sociedade ou grupo determinado de
pessoas, pois permite que aquele grupo seja manipulado quando perde a
capacidade de analisar e refletir constantemente.
O excesso de opiniões e informações disseminadas nas
mídias atualmente trouxe exatamente esse problema para uma grande parte da
sociedade, independente do nível financeiro, social ou cultural: a perda na
capacidade de refletir, sobretudo as informações e opiniões vindas daqueles
(mídia e formadores de opinião) que determinado grupo, grande ou pequeno de
pessoas dentro da sociedade, consideram infalíveis.
Já dizia um famoso escritor: “As pessoas não querem
conhecimento, elas querem a certeza” (Bertrand Russel).
Conhecer, conhecimento, significa receber uma
opinião ou uma informação, analisá-la com a lógica e a razão para atestar a
possibilidade de ser verdadeira ou não, compará-la com outras fontes
semelhantes sobre o mesmo assunto e a própria experiência pessoal de quem
recebeu a opinião ou informação para aí sim fazer um juízo sobre tal opinião ou
informação, pois é através desse processo que a pessoa vai sentir a veracidade
ou não da informação.
Acontece que para algumas pessoas é mais fácil, ao invés
de realizar todo esse processo sobre o conhecimento, simplesmente serem
convencidas, compelidas ou manipuladas a ter certeza sobre determinada
narrativa, elas não desejam pensar ou refletir por si próprias, querem receber “verdades
absolutas” ou certezas das fontes ou pessoas as quais elegeram como infalíveis.
É exatamente isso que Kardec abordou na Codificação
quando falou da fé raciocinada, de utilizar a razão e o sentir, lado a lado,
para formular uma compreensão sobre determinada informação ou opinião. Acreditar
por acreditar, ou crer simplesmente porque fulano que tem alguma credibilidade disse,
ou crer porque a maioria acredita em tal idéia, informação ou opinião é o que
Kardec classifica como fé cega, a crença das mais perigosas, pois torna a
pessoa facilmente manipulável.
Mesmo que uma pessoa acredite e confie nas boas
intenções e no conhecimento de alguém, seja o seu pastor da Igreja, seja o
dirigente da casa espírita, o pai de santo da casa de Umbanda, o escritor que
domina determinado assunto, ela nunca deve abrir mão da capacidade de refletir,
analisar e formar assim uma fé raciocinada sobre qualquer informação ou opinião
que receber, de quem quer que seja, tendo em mente e no coração que existem sim
fontes confiáveis, mas não fontes infalíveis e justamente por isso o ato de
crer por crer sem maiores critérios comparativos e analíticos poderá abrir brechas
que a levará, em situações futuras ao absorver informações e opiniões de outras
fontes sem realizar qualquer análise ou reflexão, a ser facilmente
manipulada ou alienada.
Ser um livre pensador, sobretudo em questões
filosóficas e espirituais como as que são abordadas aqui no blog, requer
exatamente o desenvolvimento constante dessa fé raciocinada e mais ainda, sobre
aquelas fontes que naturalmente tendemos a confiar cegamente como verdades
absolutas. Vou citar um exemplo prático, já que muitos leitores do blog são
espíritas por formação ou conhecem a doutrina.
Kardec e Chico foram e são, sem sombra de dúvida, os
maiores expoentes e as fontes mais confiáveis do Espiritismo. Mas isso
significa que ambos foram infalíveis nos relatos mediúnicos e informações
filosóficas que trouxeram? E mais ainda: e quando a opinião de ambos, sobre um
mesmo assunto, mostrou-se conflitante, o que fazer? Dizer que as obras do Chico
não eram espíritas?
Na Codificação, Kardec criou um método comparativo
de análise das comunicações mediúnicas, o chamado controle universal do ensino
dos espíritos e ao comparar as inúmeras mensagens recebidas para a Codificação
dos médiuns franceses que conhecia, descartou quase 90%, deixando apenas algo
próximo de 10% que entrou na Codificação e mais alguns textos que ainda seriam
analisados e que foram divulgados na Revista Espírita e posteriormente na
Gênese. E mesmo com um filtro valoroso como esse, foi publicada uma informação
que décadas depois seria contradita por Chico Xavier: a de que Marte era um
mundo menos evoluído que a Terra. Chico, através do irmão X (Humberto de
Campos) trouxe informação exatamente oposta: de que a civilização de Marte
seria mais avançada do que a humanidade terrícola. O que um espírita, que
porventura acredite piamente em Kardec e em Chico faria numa situação dessas?
Descartaria por completo o trabalho de um em detrimento do outro?
Discordância semelhante ocorre na questão das almas
gêmeas. Kardec é claro nas questões 298 e 299 do Livro dos Espíritos em afirmar
textualmente que as almas não são criadas aos pares e que não existem metades
eternas ansiosas por se encontrarem, enquanto que o espírito de Emmanuel no
livro O Consolador pela mediunidade de Chico Xavier, páginas 323 e 327, afirma
que as almas gêmeas foram criadas umas para as outras, tendo como aspiração
suprema a união entre si, desejando a integração eterna.
Em ambos os casos, um livre pensador que acredite ou
simpatize, no caso, com a filosofia espírita, buscaria refletir, comparar as
informações, analisar a lógica e racionalidade das explicações para somente
então formular uma opinião, sentir o que parece mais adequado à sua consciência,
ao invés de dizer “Se Kardec e a codificação disse, então está certo e o
contrário está errado” ou então “Se Chico falou ele está certo e todo o que
disser o contrário está errado”.
Acredito que essa seja a postura de um livre pensador,
alguém que dificilmente será alienado ou manipulado mas, acima de tudo, evitará
uma visão maniqueísta ou polarizada das coisas.
No meu próprio caso pessoal,
admiro a obra de Ramatís e do Robson Pinheiro, o que não significa que terei em
mente que tudo aquilo dito por Ramatís ou pelo Robson é verdadeiro ou
infalível.
Ramatis, por exemplo, fala sobre a diferença entre o Cristo planetário
e Jesus, já o Róbson acredita que Jesus e o Cristo são a mesma entidade, crendo
inclusive que Jesus foi o criador da Terra, isso dito pelo próprio em recente
palestra no Lar de Frei Luiz.
Acredito que o livre pensador encontra um meio
termo entre o “extremo do crítico” e o “extremo do fã”, sendo esse meio termo
exatamente uma fé raciocinada com critério: crer não apenas por crer, mas crer
ou sentir veracidade em algo apenas após um criterioso exame racional e
comparativo de informações e da própria experiência vivenciada e que sirva de
base para uma comparação.
Por todos esses motivos eu acredito na fé
raciocinada e na sua importância para formar livres pensadores e justamente por
perceber isso e entender a condição falível do médium é que formulei o método
comparativo de estudo das profecias, para evitar ao máximo que minhas próprias limitações e erros mediúnicos influenciassem o estudo das profecias, pois ao comparar
as profecias mais confiáveis do mundo, dos profetas que tiveram vários acertos
em previsões e ao encontrar um foco comum entre vários deles para o mesmo ano,
2036, para o auge dos eventos da transição planetária ou ápice do Apocalipse,
eu encontrei um caminho alicerçado na lógica e com bases de reconhecida comprovação
pelos acertos proféticos, que impediriam que meus eventuais erros de análise
atrapalhassem a trajetória do estudo, pois o caminho bem alicerçado já estava
traçado e bem embasado.
Dito isso é importante relembrar o que foi escrito
linhas atrás: “Ser um livre pensador, sobretudo em questões filosóficas e
espirituais como as que são abordadas aqui no blog, requer exatamente o
desenvolvimento constante dessa fé raciocinada e mais ainda, sobre aquelas
fontes que naturalmente tendemos a confiar cegamente como verdades absolutas.”
Algumas
pessoas podem confiar cegamente, por exemplo, nas profecias bíblicas e na
interpretação que alguém fez delas (alguns dizendo inclusive terem feito através do Espírito
Santo), porque esse alguém parece confiável ou tem boa oratória, bom poder de
persuasão, mas isso é pouco para desenvolver fé, crença ou sentimento de veracidade no que é dito por esse alguém,
por isso mesmo é uma confiança ou uma certeza cega.
Entretanto, ao utilizar um
método comparativo, unindo em um foco comum diversos profetas com vários
acertos comprovados (profecias cumpridas) que falaram de um mesmo tema (um
grande evento de mudança no planeta) e apontaram, todos, em um mesmo ano, aí já
deixa de ser uma fé cega, passa a ser uma fé racional, pois está alicerçada em
um método lógico e científico e não apenas em deduções pessoais, dando maiores
subsídios para que a pessoa possa acreditar em determinada análise, não por
causa da opinião da pessoa que divulga aquela análise, mas pela lógica,
critério e ciência que o método reúne as informações sobre aquele assunto. Crer
em algo simplesmente porque alguém supostamente confiável disse ou porque
várias pessoas acreditam é fé cega, que facilmente pode levar a manipulação e a
alienação.
Sem um caminho e sem um método, como o desenvolvido
por Kardec na Codificação, ou ainda o método que desenvolvi no estudo das
profecias (sem que com isso faça qualquer comparação de valor com o nobre
codificador, apenas buscando o mesmo caminho da fé raciocinada), sem um caminho
ou método o médium está fadado a cometer graves equívocos de análise, sobretudo
quando dispensa conhecimentos científicos, astronômicos e matemáticos em prol
de uma idéia pessoal. Matemáticos podem errar, os números não. Astrônomos podem
errar, as leis de Newton não. Cientistas podem errar, os átomos não.
Que possamos refletir e não sermos meras marionetes
que “engolem” informações e opiniões de outrem sem maiores reflexões, seja qual
tema for. É realmente possível, por exemplo, pessoas em corpos
físicos sendo arrebatadas aos milhares para o céu para serem salvas durante a “Grande
Tribulação”? É realmente possível que o Sistema Solar orbite uma estrela que é
muito mais nova do que o próprio Sol e a maioria dos planetas do próprio
Sistema Solar? Se você parou para pensar nessas duas perguntas ao invés de
dizer “sim” para a possibilidade real levantada nas duas perguntas, parabéns,
você já está apto para tomar a pílula vermelha...
Fanpage Profecias o Ápice em 2036 no Facebook:
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Fórum Profecias 2036:
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3 comentários:
Ser um livre pensador é um grande desafio. Mas não há outro caminho útil ao crescimento espiritual. Estou a ler seu livro "A Bíblia no 3º Milênio" e a comparar com as informações que tenho. Em alguns momentos há choque de opiniões mas estou aberto as suas argumentações contundentes e ao mesmo tempo cauteloso para que eu não seja subtraído de meu poder analítico pela sua ampla e valiosa pesquisa. Muito grato pelos seus estudos que estão servindo de base para os meus, que estavam estagnados, até eu te encontrar aqui.
Olá Paulo, fico feliz que esteja estudando o livro e exercendo uma comparação com os seus estudos e que toda essa dinâmica esteja servindo para o progresso dos seus estudos, independente se com alguns pontos concordantes ou discordante sobre aquilo que é exposto no livro. Abraço
Bom dia José, às vezes me arrependo de ter tomada a pílula vermelha mas outras vezes acho não vou suportar a verdade, mas como disse Jesus: "Conheceis a Verdade e Ela vos libertará! ". Quero estar no meio termo entre crítico e fã, as vezes coloco algo até em um tom provocativo , mas não é para criticar é para com sua resposta realçar o que você nos passa... Não é tentativa de ação e reação simples...
Enquanto aos ensinos de Kardec , ele informou que se a Ciência explicasse coisas que ele não explicou antes que ficássemos com a explicação e provas da Ciência e isso sim é fé raciocinada e que me conquistou para seguir o Espiritismo.
No Livro Lírios de Esperança as atividades do Hospital Aliança dirigido por Eurípedes Barsanulfo no Plano Astral Acima da cidade mineira de Sacramento, tem um pavilhão "Judas Escariotes", e oi que dão mais trabalho são os antigos Diretores de Casas Espíritas que quando chegam do lado de lá acha que tudo o que veem está ferindo a "pureza doutrinária" Por isso a dificuldade de se entender os mecanismos da Apometria e do preconceito com a Umbanda...
Mas o que dizem por aí , hoje em dia principalmente a mídia é muito manipulada e as pessoas usam somente uma forma de se informar e tomam aquilo como se fosse a verdade... Não tem senso crítico e aceitam tudo o que ouvem e vem sem reflexão...
Não percebem que papel e internet aceita tudo, e que devemos ver os dois lados da história e conhecer melhor após reflexão antes de sair espalhando opiniões...
Um exemplo do dia a dia no meu trabalho, no banheiro tem uma placa dizendo não jogue papel no vaso sanitário e no banheiro do shopping pertinho tem uma placa dizendo jogue o papel no vaso. Em quais as informações acredita? Analisando o caso, é que cada banheiro tem uma tecnologia diferente e estão certos no final das contas...
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