Aconselho fortemente que o leitor interessado nesse tema (e que terá gás pra ler esse textão e o material adicional linkado) leia primeiro o texto que deixarei linkado a seguir e que explica muito do atual processo eleitoral, tanto americano como brasileiro:
Mídias
sociais e as estratégias de massificação na política e a luta pelo poder
(clique no link a seguir):
https://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2024/06/xadrez-mundial-e-os-protocolos-do-fim.html
Infelizmente após uma longa série de vários acertos nas previsões dos últimos meses (incluindo mais de 90% de acertos em mais de uma dezena de jogos da Eurocopa e Copa América através da Astrologia preditiva) a previsão sobre a eleição americana não se concretizou: Kamala e o partido democrata foram derrotados de forma ampla e Trump conseguiu o seu retorno à presidência.
Na previsão feita há quase um ano, afirmei que não via nem Trump e nem Biden como o próximo presidente. Obviamente pra que isso se concretizasse um deles teria que abandonar a corrida presidencial e isso realmente aconteceu com a saída de Biden. Após comparar os dois mapas estava claro que o mapa de Kamala era melhor que o de Trump, então ao considerar isso e o que foi visto meses antes se concretizar (um dos candidatos abandonar a disputa) interpretei que Kamala seria favorita. Então como se explica a sua derrota (do ponto de vista da Astrologia preditiva)? Acredito que sejam dois fatores.
Uma das coisas que aprendi ao desenvolver o método de previsão para os jogos de futebol (que acertou não apenas mais de 90% dos jogos da Euro e Copa América, mas todos os jogos que foram analisados das últimas 2 Copas Américas e das últimas 3 finais de Libertadores) é que não basta o mapa de um dos times estar melhor (inclusive falo sobre isso em um texto que explica o método em si): também é considerado o peso de cada time, ou em outras palavras, não adianta o Atlético Goianiense (lanterna do BR) ter um mapa melhor que o Botafogo (líder do BR) para um eventual confronto: como a diferença é muito grande o mapa do lanterna teria que ser muito melhor dentro de determinados parâmetros para que pudesse ser prevista a sua vitória e esse fator deveria ter sido considerado também no embate entre Kamala e Trump, pois ela teve muito menos tempo de campanha e não teria tempo suficiente pra ficar tão conhecida como Trump, o que naturalmente dificultaria avançar sobre eleitores indecisos, mesmo tendo um mapa melhor.
O segundo fator, esse mais específico para o embate de eleições políticas dentro da Astrologia preditiva, é a aprovação/desaprovação do governo anterior. Uma eleição para cargo executivo (seja presidente, governador, prefeito) normalmente envolve um candidato buscando a reeleição ou representando a continuidade de determinado grupo político no poder contra um candidato adversário e inevitavelmente essa aprovação ou desaprovação influencia a candidatura. Considerando esse fator foi que acertei o resultado de duas eleições recentes: tanto a vitória de Lula sobre Bolsonaro (além de possuir um mapa melhor para a eleição, Lula contava com uma rejeição menor que Bolsonaro por conta da pandemia) como também a vitória de Biden sobre Trump (mesmo caso, Biden possuía mapa melhor e Trump contava com desaprovação maior do seu governo na época também por conta da pandemia). Eu somente percebi essa variável importante após analisar de forma errada o resultado da primeira eleição de Dilma (2010) quando ela ganhou de Serra, que na ocasião apresentava um mapa um pouco melhor: então como um político mais conhecido (inclusive na época mais conhecido pelo período como ministro da Saúde e quebra de patentes de medicamentos) perderia para uma candidata muito menos conhecida? A resposta é exatamente o que foi dito há pouco: Dilma trazia junto consigo a aprovação de um governo que em 2007-2008 cresceu o PIB em mais de 13% (boom das comodities) e mesmo pegando a rebarba em 2010 da crise que estourou ao final de 2008 ainda assim era bastante popular (Lula na época contava com mais de 80% de aprovação).
Esse segundo fator explica como Kamala, mesmo com um mapa melhor, perdeu: além de menor tempo de campanha (uma desvantagem clara por ser menos conhecida que Trump, o que não teria ocorrido por exemplo se Michele Obama fosse escolhida candidata, provavelmente foi mas não aceitou) ela representava a continuidade do atual governo (Biden, do qual é vice presidente) que possui uma desaprovação maior que aprovação e aqui, novamente, teríamos apenas o nome de Michele Obama como forma de neutralizar esse efeito de desaprovação, pois apesar de ser do mesmo partido de Biden ela possui na memória das pessoas uma imagem de continuidade de um governo de ampla aprovação (Barack Obama e não do atual, Biden). Inclusive em texto no início de julho apontei que ela, Michele, seria o nome favorito e escolhido para derrotar Trump e que outros nomes, pela falta de tempo e de imagem consolidada, não teriam chance. Acredito que faltou analisar tudo isso para que a leitura (previsão) do embate tivesse sido correta.
No texto a seguir analisarei algumas questões geopolíticas do futuro governo Trump, inclusive com base naquilo que ele já fez no primeiro mandato e que falou em campanha. É por conta dessa análise que mesmo achando fraco o projeto econômico dos democratas (tão fraco como o de Trump e exemplificarei os motivos) e não concordando em nada com a pauta woke/progressista de Kamala, ainda assim considero que um governo dela seria menos pior do que será o de Trump, pois caso Kamala fosse eleita ela teria o freio, como previ, de uma maioria eleita na Câmara e no Senado de republicanos, além da Suprema Corta de maioria trumpista, ou seja, o avanço das pautas progressistas já estaria bem limitada, inclusive na questão do aborto (lembrando que Trump lavou as mãos nessa questão, deixando para cada Estado a decisão sobre o assunto). Considero que mesmo assim o governo Kamala seria menos pior porque Trump já deixou claro que possui um projeto de perpetuação no poder (ainda quando disputava a primeira reeleição já falava em um terceiro mandato pra si), um projeto para transformar o partido republicano em uma seita trumpista (que está muito longe de valores como aqueles praticados por Reagan, inclusive na agenda econômica da direita) e utilizar a máquina pública em gastos econômicos sem freio ou responsabilidade para eleger sucessores totalmente submissos ao seu poder, já que ele não poderá concorrer a um terceiro mandato, seja o seu vice Vance ou seu filho Donald Jr. Trump tem aspirações autocráticas e já mostrou que não se importa com a democracia, seu projeto é apenas de poder e de exaltação da própria personalidade, o que com uma maioria no Congresso e na Corte Suprema será muito pior para os Estados Unidos e para o mundo.
É A ECONOMIA (FISCAL), ESTÚPIDO
Por mais que toda a pauta de costumes tenha influenciado a eleição americana (e muita gente, mesmo os não republicanos, já está de saco cheio da excessiva pauta progressista/wokismo nos EUA) o grande fator continua sendo a economia e o emprego (questão da imigração) e aqui temos uma questão prática: tanto Kamala como os democratas focaram demais na questão de costumes (progressistas) que é importante pra eles mas não é o ponto mais relevante para a maioria dos americanos, o que também aconteceu na eleição que Bush pai perdeu para Bill Clinton, quando um dos marcos de sua campanha presidencial foi usar a recessão americana de 1992 contra o então presidente George W. Bush. Em março de 1991, dias após o início da guerra no Kuwait, 90% dos americanos aprovavam o desempenho do Presidente Bush. No ano seguinte, a opinião dos americanos mudou drasticamente; 64% desaprovavam o desempenho do presidente em agosto de 1992. Foi nesse cenário que o estrategista vencedor da campanha de Bill Clinton (James Carville) criou a famosa frase para explicar a estratégia vencedora: "É a economia, estúpido."
Trump manteve os altos índices de emprego herdados do governo Obama (na casa dos 3% de desemprego) porém mantendo (de forma desnecessária) o mesmo remédio que era necessário na época da crise de 2008: continuar aumentando de forma explosiva a dívida americana (o que também continuou no governo Biden, sejamos justos). Trump ao que tudo indica (segundo já prometeu em campanha) vai continuar com a "receita de prosperidade" do seu primeiro mandato: diminuir impostos para quem produz e consome em solo americano e deportar "ticanos" ilegais, ao mesmo tempo que promete trazer mais empregos para o solo americano cobrando mais tarifas de quem produz fora do solo americano (México, China, Índia com suas fábricas e mão de obra barata), no papel seria maravilhoso: menos impostos e mais empregos, porém menor arrecadação só funciona quando o governo gasta menos com a máquina pública, o que Trump deixou claro que não pretende fazer (sobretudo com um Congresso de maioria trumpista que não colocará limites no teto da dívida fiscal que cresce 1 trilhão de dólares a cada 3 meses somente em juros, TRI não BI) pois pretende aumentar os investimentos militares.
A mesma coisa o aumento de tarifas protecionistas que gera um efeito em cascata: se cobra mais pra um produto entrar no seu país, o país parceiro também vai aumentar tarifas para produtos americanos. Da mesma forma o aumento do custo de mão de obra em solo americana será repassado para os produtos e serviços, isso sem falar que o aumento da dívida fiscal gera na prática inflação, pois a injeção de mais dinheiro no mercado nada mais é do que multiplicar o número de “notas” de dólar (dinheiro) e não o valor, ou seja, o que antes valia 1 dólar passa a valer menos, por exemplo 0,90 (mais notas em circulação no sistema financeiro) forçando à correção de valores (para que tenha o antigo valor) o que ao longo do tempo gera perda de poder aquisitivo e inflação.
Como o governo tem autonomia para aumentar o seu endividamento (leia-se gastar mais do que arrecada com impostos) ele na prática faz a "impressora” de dinheiro injetar alucinadamente quanto quiser no mercado (para "aquecer" a economia e obviamente a popularidade, como se não houvesse amanhã) e em contrapartida o banco central autônomo tem um único remédio para conter a sanha gastadora do governo: aumentar os juros, o que visa inibir o governo a gastar excessivamente (pois pagará juros maiores pelo dinheiro que toma emprestado do sistema financeiro) e inibir o crédito fácil (pois dessa forma, ao menos na teoria, fica mais difícil para empresas que não são lucrativas continuarem rolando suas dívidas) fazendo com que apenas os negócios realmente produtivos e sustentáveis economicamente falando se mantenham, gerando produção, lucro, emprego e impostos. Por isso a irresponsabilidade fiscal é a desgraça econômica de um governo, seja em governos de esquerda como os petistas, seja em governos autoproclamados de direita, como o primeiro mandato de Trump e provavelmente o segundo.
Trump também já deixou claro que deseja tirar a autonomia do banco central americano, pois no seu projeto de perpetuação ele sabe que precisa ter a chave do cofre. Com uma maioria no Congresso e Senado além de uma Suprema Corte de maioria trumpista eu não duvido que ele possa tentar essa manobra para tirar qualquer limite de gastos do seu governo, o que colocaria a dívida americana em uma rota ainda mais explosiva de crescimento do que aquela iniciada em 2008 (inclusive deixarei dois textos linkados sobre isso pra quem quiser entender mais do tema na parte econômica e porque governos populistas e de tendência autocrática são tão gastadores e não gostam da autonomia do banco central).
THE ORANGE MESSIAH
Trump tem um projeto de perpetuação no poder, inclusive deixou claro na sua campanha que talvez essa fosse a última eleição nos EUA, que depois dele os americanos não precisariam mais votar. Ele elegeu o progressismo/cultura woke como o inimigo que precisa ser derrotado, assim como todos aqueles que são contra o trumpismo, taxados como antipatriotas, inimigos internos, deepstate: o mesmo discurso batido da virtude inquestionável, do líder messiânico, do partido ou grupo político diferente de todos os outros e único capaz de salvar a nação e levá-la a glória, retórica amplamente utilizada tanto pelo marxismo como pelo bigode alemão da segunda guerra e mais recentemente com o chavismo, o petismo e o bolsonarismo além obviamente do próprio trumpismo.
Com os três poderes dominados pelo trumpismo e apoio popular (que precisa manter e por isso precisa aquecer a economia mesmo que levando a um desastre fiscal) Trump tem dois objetivos bem claros: transformar definitivamente o partido republicano em uma seita trumpista totalmente controlada por ele, fazendo com que as próximas lideranças (futuros deputados, governadores, senadores e membros do Judiciário) sejam fiéis ao seu projeto de longo prazo, inclusive ele já está preparando o próprio filho, Donald Jr, para ser o próximo presidente americano, pois além de controlar o partido republicano ele deseja criar uma dinastia de poder, que permita a ele como um Poderoso Chefão continuar nos bastidores do poder enquanto o seu filho tocaria mais 8 anos de mandato com a retórica de evitar que o deepstate woke malvadão voltasse ao poder. Caso o filho não mostre nesses próximos 4 anos o traquejo necessário, Vance será a segunda opção.
Na prática, o projeto de Trump é semelhante ao de Putin: se manter no poder (ainda que através do filho) até 2036, mantendo e alimentando uma base fiel de patriotas e gente que não simpatiza com o excessivo progressismo/wokismo na agenda de costumes. Os dois textos sobre a questão da dívida fiscal podem ser lidos nos dois links a seguir (aconselhável para quem deseja compreender a situação caótica da dívida americana e sua consequência econômica para o mundo):
O
problema da bomba fiscal americana para os EUA e o mundo (clique no link a
seguir):
https://investnews.com.br/economia/a-bomba-da-divida-americana-e-os-estilhacos-dela-no-brasil/
Uma possível saída para os governos perdulários (clique no link a seguir):
TRUMP - PACIFICADOR OU SENHOR DAS ARMAS?
Trump prometeu acabar com a guerra da Ucrânia em um dia, talvez confiando na grande amizade de longa data que possui com os russos (deixarei dois textos longos bem interessantes sobre o tema). A realidade é que o mundo passa atualmente por três grandes conflitos regionais/continentais: Oriente Médio, Europa e Ásia. Em todos eles os EUA possuem interesses e em um deles (Rússia) especialmente Trump.
A política de Trump no primeiro mandato e, segundo a campanha para o próximo mandato, será mais ou menos a mesma: priorizar as questões internas, especialmente a guerra comercial com a China e não participar ativamente de conflitos externos, a exceção da questão que envolve Israel, não apenas pela importância estratégica no Oriente Médio, mas também pela grande comunidade judaica nos EUA (a segunda maior do mundo, atrás apenas da própria Israel) e pelo grande número de investidores e pessoas influentes no território americano de origem judaica. Além de todas essas questões o apoio americano à Israel também visa manter uma aliança com algumas outras nações árabes (como Omã e Jordânia por exemplo) que visa conter o avanço de grupos radicalizados/milícias e de governos mais fechados (como o Irã) avanço que poderia dificultar o processo de lenta abertura cultural e de laços econômicos que vem sendo construído há anos entre o Ocidente e sheiks do petróleo. Ou seja, essa é a única questão política exterior que Trump não deve abrir mão.
Na Ásia não interessa iniciar uma guerra bélica com a China, isso Trump já mostrou quando tentou se aproximar do ditador norte coreano. Ao mesmo tempo o grande interesse de Trump é lucrar com a venda de armas e de segurança militar, acordos que já existem com Japão e Coréia do Sul e que deve aumentar com Taiwan. Ou seja, a idéia é não entrar no conflito político da região, mas tão somente se posicionar como um prestador de serviços militares (armamentos, bases de soldados).
Na Europa a idéia é a mesma: desde o primeiro mandato Trump já buscava enfraquecer a OTAN, especialmente por desejar receber dinheiro de países membros para manter tropas americanas na Europa e ao mesmo tempo não enviar mais o volume financeiro que vem sendo enviado para ajudar a Ucrânia. Obviamente que essa estratégia beneficia a Rússia (que se empenhou bastante na primeira eleição de Trump) e por mais que a retórica de Trump seja a de que conseguirá um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia (na prática uma rendição total dos ucranianos frente aos invasores do czar ditador), na prática isso não vai acontecer, pois a Europa e a OTAN, mesmo sem apoio americano, vai continuar ajudando a Ucrânia com dinheiro e armas, já que não desejam que a Rússia continue avançando sobre territórios de suas ex repúblicas, além do temor (amplamente descrito no livro "Protocolos do Fim do Mundo") por parte dos europeus que uma liderança autocrática possa surgir na Europa (seja na França, Alemanha) e venha a se unir com Putin, o que na prática reavivaria antigos conflitos regionais atualmente pacificados ou atenuados pelo projeto da União Européia que levou décadas para ser estabelecido e que na prática preserva as democracias do Ocidente de avanços autocráticos. A União Européia tem consciência não apenas das aspirações imperialistas de Putin sobre as ex repúblicas soviéticas como também sabe que o objetivo maior de Trump é romper a unidade da União Européia, não por acaso a Rússia tem apoiado candidaturas antibloco europeu, como a de LePen na França ou de partidos de ultradireita na Alemanha. Há um $motivo$ muito forte para Trump não ter tanto empenha na defesa das democracias da Europa e da OTAN (algo que os EUA fazem desde o fim da Segunda Guerra), $motivo$ que veremos no material linkado a seguir.
Aconselho
fortemente o eleitor que não sabe ou não acredita nas profundas e antigas
relações de Trump com a Rússia que leia os dois textos a seguir. Para ler todo
o conteúdo aconselho que acionem o speedreader (que abre alguns conteúdos
exclusivos fechados por java). No navegador Brave o botão do speedreader está
ao final da barra de endereços do site no botão em formato de uma folha de
papel escrita, clique em atualizar o site e depois clique no botão do
speedreader como exemplificado na imagem:
O esquema do Deutsche Bank e Trump - 10 bilhões de dólares em multa em um esquema com os russos (clique no link a seguir):
Trump - o empresário que perdeu 1 bilhão de dólares em menos de 10 anos e foi salvo pelos russos, a história que explica os processos fiscais contra ele, inclusive sua condenação criminal em 34 processos (clique no link a seguir):
https://veja.abril.com.br/mundo/donald-trump-perdeu-fortuna-bilionaria-que-nao-tinha
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