15 de dez. de 2017

Orixás Regentes em 2018, Conflitos Mundiais, Política no Brasil e Copa do Mundo


Vamos descobrir qual será ou quais serão os orixás regentes de 2018, mas, sobretudo como se calcula ou estuda, com base nos conhecimentos da Umbanda e da Astrologia para chegar a essa conclusão. Primeiramente e o mais importante é que não estudamos qual orixá vai reger o ano, mas sim qual a linha de orixás que vai reger o ano, com base nas famosas 7 linhas que abarcam os orixás e especificamente com base nos estudos de W.W. da Matta e Silva para desenvolver o esquema que será apresentado aqui. 

Existem incontáveis visões e formas de compreender as 7 linhas. Diferentemente do Espiritismo, a Umbanda não possui um "papa" ou um codificador, ou ainda um livro sagrado que compile a essência da Umbanda que seja unanimidade entre todos os umbandistas, isso sem mencionar as claras diferenças ritualísticas entre a Umbanda e o Candomblé que também estuda os orixás..

Dito isso, o esquema que eu apresentei está em consonância com o estudo daquele que é considerado por mim (e pela maioria dos principais umbandistas) como o médium de maior destaque da Umbanda e que trouxe os conhecimentos mais avançados da Umbanda em sua obra: W.W. Matta e Silva. Com todo o respeito a Sarraceni (autor do excelente O Guardião da Meia Noite) e Norberto Peixoto (a quem considero o médium de maior destaque e relevância da Umbanda atualmente) entre outros expoentes, como por exemplo Feraudy ligado à Umbanda Esotérica, acredito que o esquema das 7 linhas trazido por Matta e Silva seja o mais adequado, sobretudo para aqueles que estudam ocultismo e mais ainda para os que possuem conhecimento dos arquétipos da Astrologia.

Sendo assim, o esquema fica com base na obra "A Umbanda de todos nós" (página 89):

1ª Vibração Original ou Linha de Orixalá
2ª Vibração Original ou Linha de Yemanjá
3ª Vibração Original ou Linha de Xangô
4ª Vibração Original ou Linha de Ogum
5ª Vibração Original ou Linha de Oxossi
6ª Vibração Original ou Linha de Yori
7ª Vibração Original ou Linha de Yorimá

É a partir dessa linha que associamos os clássicos arquétipos desses orixás aos arquétipos astrológicos consagrados dos 7 astros, respectivamente segundo a lista: Sol, Lua, Júpiter, Marte, Vênus, Mercúrio e Saturno (Yorimá equivalente a Omulu).

Marte/linha de Ogum - expande a capacidade de enfrentamento práticos das situações, em suma expande a ação, a decisão

Saturno/ linha de Omulu - Obaluaye- expande as restrições, provações, tudo aquilo que foi plantado mal "floresce" mais claramente pela lei do retorno, o karma

Júpiter /linha de Xangô- expande as realizações, mostra os caminhos abertos, tudo aquilo que foi plantado no bem "floresce" mais claramente pela lei do retorno, o karma

Mercúrio/linha de Yori - expande as comunicações e o aprendizado, em suma expande o aprendizado teórico, a indecisão, pois se reflete mentalmente sobre várias direções.

Sol/linha de Oxalá - expande a visão das situações, coloca tudo às claras, potencializa a percepção intelectual, realça situações: a calmaria fica ainda mais visível, assim como o conflito também fica ainda mais claro

Lua/ linha das mães ou linha das águas, popularmente conhecida como linha de Iemanjá (Iemanjá, Nanã, Oxum, Iansã) - expande o sentimento em relação às situações, potencializa a percepção emocional, torna as situações mais suscetíveis ao emocional dos envolvidos

Vênus/linha de Oxóssi - expande a socialização, motiva as trocas intelectuais e emocionais entre as pessoas, uma preocupação maior com as aparências, a sexualidade

Agora que sabemos como as 7 linhas da Umbanda estão associadas aos 7 astros tradicionais da Astrologia (os astros Netuno, Urano e Plutão com longas órbitas em cada signo não são considerados) vamos entender os ciclos maior e menor.

Cada um dos sete astros (e sua respectiva linha de orixá) rege, ciclicamente, um grande ciclo de 36 anos, como se iniciou agora em 2017 com o grande ciclo de Saturno (deixarei um link ao final explicando porque cada grande ciclo tem 36 anos). A cada 252 anos (praticamente o tempo da órbita de Plutão) o grande ciclo de um planeta se repete, por isso que a última vez que tivemos um grande ciclo de Saturno ele aconteceu na época da Revolução Francesa e Americana.

Ao mesmo tempo temos a regência anual do planeta, conhecida como ciclo menor: a cada ano um astro (e sua respectiva linha de orixá) é o regente do ano

Agora que compreendemos como as linhas de orixás estão associadas aos planetas e como estes, segundo a Astrologia, regem os ciclos maiores e menores, vamos entender como é feito o cálculo para descobrir o astro regente do ciclo maior e do ciclo menor e, por conseqüência, a respectiva linha/orixá que vai reger o ciclo maior e o ciclo menor.

Os ciclos maiores são ordenados da seguinte forma: Saturno, Vênus, Júpiter, Mercúrio, Marte, Lua e Sol.

Os ciclos menores são ordenados da seguinte forma: Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio e Lua

Os ciclos maiores estão baseados nos arquétipos da mitologia grega. Se observarmos os dias da semana, cada um deles foi dedicado pelas antigas civilizações à uma divindade (que por sua vezes representa um arquétipo), porém os ciclos maiores seguem uma ordem inversa aos dias da semana:

DIAS DA SEMANA

Domingo – Apolo (Sol)
Segunda – Artemis (Lua)
Terça – Ares (Marte)
Quarta – Hermes (Mercúrio)
Quinta – Zeus (Júpiter)
Sexta – Afrodite (Vênus)
Sábado – Cronos (Saturno)


CICLOS MAIORES DE 36 ANOS

Saturno (2017-2052)
Vênus (2053-2088)
Júpiter (2089-2124)
Mercúrio (1873-1908)
Marte (1909-1944)
Lua (1945-1980)
Sol (1981-2016)


A explicação para essa inversão (ciclos maiores no sentido contrário da ordem dos dias da semana) é que o simbolismo dos ciclos maiores não está ligado aos dias da semana (e suas respectivas divindades arquetípicas), mas sim à própria mitologia das divindades: Cronos ainda jovem castrou com sua foice o seu pai, Urano. A partir dos restos castrados que caíram na água, surgiu Afrodite. Somente depois disso é que Cronos teve o seu filho Zeus, que por sua vez deu origem aos outros deuses: Hermes, Ares, Artemis e Apolo. Ou seja, os ciclos maiores contam a história mitológica dos deuses gregos a partir de Cronos (Saturno) na construção do Monte Olimpo que arquetipicamente representa o sistema solar e na Astrologia o disco zodiacal tendo a Terra como centro no lugar do Sol

Já os ciclos menores respeitam a ordem decrescente, a partir de Saturno, dos astros com maior órbita. Temos, portanto:

Saturno – 29,5 anos
Júpiter – 12 anos
Marte – 2 anos
Sol – 1 ano (movimento aparente em relação à Terra, durante a translação, pois a Terra é o centro do disco zodiacal)
Vênus – 7 meses e meio
Mercúrio – 88 dias
Lua – 29 dias

Os ciclos maiores simbolicamente representam a criação dos deuses mitológicos, arquétipos dos astros e exatamente por isso sua ordem obedece ao surgimento do primeiro entre os 7 astros/divindades/arquétipos conhecidos pela Astrologia no passado. A partir do surgimento dos 7 astros se estabeleceu a primazia daquele com a maior órbita (Saturno) até a menor órbita (Lua) para identificar o fluir dos ciclos menores. Dessa maneira o astro regente do ciclo menor sempre que um grande ciclo de 36 anos se inicia é o mesmo do ciclo maior (exemplo em 2017 que se iniciou o grande ciclo de Saturno e Saturno rege o ciclo menor do ano)

Assim está explicada a tabela abaixo e porque tivemos em 2017 um ano regido duplamente por Saturno



Considerando todo o método mostrado nesse post e exemplificado na tabela identificamos claramente o ano de 2018 regido por Saturno no ciclo maior e por Júpiter no ciclo menor, o que significa que os orixás regentes de 2018 serão Omulu (esse todos os anos até 2052) e Xangô.

Astrologicamente falando essa associação estará ainda mais claramente representada pela passagem de Júpiter ao longo de praticamente todo o 2018 pelo signo de Escorpião além de Saturno junto com Plutão por Capricórnio, intensificando a luta pelo poder, posturas extremas e rígidas (eleições Brasil, conflito na Coréia do Norte, questão de Jerusalém no Oriente Médio). Saturno é o chumbo, Plutão é átomo (plutônio) e Júpiter/Xangô/Zeus representa os raios elétricos vindo do céu, associados a rigidez de Capricórnio e a profundidade de Escorpião. Tudo isso somado a um ano que será regido pelo Arcano A Força (11=2+0+1+8) e no Brasil O Diabo (até setembro) e depois a partir de setembro A Torre.

Espero trazer notícias melhores quando trouxer as previsões de 2018, mas a princípio essas posições com muita força e profundidade prenuncia que teremos um ano, a nível mundial, ainda mais conflituoso do que foi 2017. Não a toa o ariano Bolsonaro (Marte no passado antes de Plutão regia também Escorpião) e o escorpiano Lula serão os principais personagens de 2018 e não a toa a escolha dos tucanos foi pelo também escorpiano Alckmin e não a toa o principal herdeiro dos votos do nove dedos será o também escorpiano Ciro Gomes. Como Júpiter será o regente de 2018 e naturalmente rege Sagitário, além de passar boa parte do ano de 2018 em Escorpião, esses serão os dois principais signos impactados.  

Um exemplo que gosto de mostrar quando temos muitas posições fortes, violentas ou combativas no céu, como as que teremos no Brasil e no mundo em 2018 é o exemplo do sismo de Valdívia em 1960, considerado até hoje o maior terremoto da história que gerou um enorme tsunami. Aquele foi um ano regido por Saturno e com Saturno em Capricórnio, sendo que naquele dia Marte estava em Áries, o Sol cravado sobre Algol fazendo uma quadratura com Plutão em Virgem, além de Urano estar em Leão e junto a tudo isso Júpiter em movimento retrógrado e em falência em Capricórnio, muita tensão unindo terra e fogo, placas tectônicas e magma, dando origem ao maior sismo da história.

Mas nem tudo é desgraça: uma das faces de Júpiter/Xangô/Zeus é congregar várias pessoas ao redor de si, o intercâmbio com outras culturas, as viagens (do céu a Terra, do Olimpo aos homens) ainda que com um alto grau de competitividade e busca por superioridade, o que está representado pela Copa do Mundo, levando o Ocidente ao Oriente nas terras daquele que é o homem mais rico (fortuna de 200 bilhões) e poderoso do mundo: A Rússia de Putin (que além de sagitariano tem, assim como Lula, seu Plutão cravado no Meio Céu no signo de Leão)   

Aliás sobre Lula e Putin vale ressaltar: o pior período do ano para o nove dedos será entre 26 de junho e 10 de julho, período que Marte (antigo regente de Escorpião) estará retrógrado e que Júpiter estará retrógrado também em Escorpião e fazendo uma quadratura com Plutão e o meio céu do nove dedos em Leão, ou seja, mesmo que ele seja preso e solto por algum tempo em janeiro, nesse período não vai ter escapatória, ele estará definitivamente afastado da corrida presidencial e preso.

Já para Putin esse trânsito de Júpiter e Marte de 26 de junho a 10 de julho deve ser o período mais sensível e perigoso para um ataque terrorista em solo russo, especialmente no metrô, nesse período que coincidirá com a Copa do Mundo

Recentemente os anos regidos por Júpiter/Xangô têm prenunciado anos ainda mais conflituosos (que são regidos por Marte/Ogum). Em 2000 Júpiter foi o regente e no ano seguinte ocorreu o 11 de setembro, 2007 novamente foi regido por Júpiter e no seguinte ocorreu o grande crash de 2008, em 2014 Júpiter novamente foi o regente e no seguinte tivemos os mais terríveis ataques do isis

Curiosamente no futebol, a maioria dos 5 títulos do Brasil foram obtidos em anos regidos por Marte (2) e Sol (2) além de um ano regido por Mercúrio. Após a segunda guerra, as Copas do Mundo regidas por Júpiter foram 1954 (Alemanha venceu de forma surpreendente a Hungria na final após ter tomado um 8 a 3 dos húngaros de Puskas na fase de grupos), 1986 (novamente os alemães na final, mas dessa vez havia um Maradona no meio do caminho) e 2014 (novamente hermanos e alemães na final). Pelo chaveamento Argentina e Alemanha se encontrarão na semifinal e se minhas visões estiverem corretas e considerando o histórico das Copas em Júpiter é Argentina na final (contra o Brasil)


Porque o grande ciclo astrológico tem 36 anos:


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23 de nov. de 2017

Eleições de 2018 e a Questão da Monarquia

Monarquia parlamentarista e intervenção militar


Esse texto é uma continuação dos temas abordados no texto anterior "eleições de 2018 e a questão da intervenção militar", portanto aconselho fortemente que se você não leu o referido texto leia antes de ler os parágrafos a seguir para que não fique boiando no assunto como Mark Wahlberg no filme "Mar em Fúria" :


De nada adianta parlamentarismo ou monarquia parlamentarista sem profundas mudanças (reforma política) na eleição dos parlamentares (voto distrital e demais mudanças descritas amplamente no livro "Brasil o Lírio das Américas", de 2014), assim como na questão do foro privilegiado, na estruturação da suprema corte (STF) além de mudanças profundas nas remunerações e vantagens financeiras para ser um parlamentar (pois enquanto for tão vantajoso financeiramente ser um parlamentar naturalmente as eleições atrairão candidatos interessados em se servir do Estado e não em servir à população) por isso é fundamental o fim de certas regalias, penduricalhos, aposentadorias diferenciadas, bem como a implementação de penas mais duras para corrupção e crimes cometidos por políticos, tudo isso naturalmente afastará os corruptos e maus políticos do interesse pela vida pública. Agora, apenas refletindo sobre esse parágrafo caro leitor, você acha que o atual Congresso vai realizar essas mudanças? Que a atual Suprema Corte aparelhada ideologicamente pelo petismo vai realizar essas mudanças? A resposta é claro que não! E pior ainda, mesmo com urnas auditáveis com voto impresso, ainda sim teremos por conta do atual sistema proporcional e do quociente eleitoral um Congresso que não será renovado para as próximas eleições.

Sem um Congresso renovado, menos corrupto e com fortes mecanismos de combate a corrupção fica inviável o parlamentarismo e menos ainda uma monarquia parlamentarista, pois não é um rei ou poder centralizador/moderador que vai coibir todo um sistema que precisa ser reconstruído. Antes de pensar em parlamentarismo, seja parlamentarismo ou parlamentarismo monárquico (que analisarei minuciosamente no decorrer desse texto) precisamos dessas reformas bem como outras essenciais, como a cláusula de barreira, limitando o número de partidos, permitindo uma verdadeira representação ideológica, permitindo que não apenas pelo voto distrital o eleitor saiba o seu candidato, mas também saiba o que verdadeiramente cada partido defende na sua essência. 

Vejamos por exemplo a questão do voto distrital abordada vastamente lá em 2014 no livro Brasil o Lírio das Américas: o distrital misto que talvez seja aprovado para 2018, mesmo assim só vai ajudar na renovação de metade do Congresso. Para o leitor que não leu o livro ou não conhece a essência do voto distrital, entenda como funciona no vídeo curto a seguir


Com o atual sistema apenas 36 parlamentares dos 513 foram eleitos pelo voto, o resto entrou por escolha do partido, puxadores de voto, suplentes e outras obscenidades que o atual sistema permite. Esse é o mesmo sistema que valerá para as eleições de 2018, o que deixa claro que mesmo com as urnas com voto impresso não teremos renovação alguma em 2018.

Por isso fica evidente que o sistema não vai permitir as mudanças, reformas necessárias, pois isso vai contra os próprios interesses do sistema. Sem uma interferência direta de uma instituição valorizada pelos seus ideais e disciplina que possa, em um curto espaço de tempo, realizar as reformas necessárias para que novas eleições realmente democráticas possam acontecer, de nada vai adiantar propor parlamentarismo, monarquia parlamentarista ou qualquer outro sistema de eleição, pois o sistema com as atuais regras apenas busca preservar a si mesmo e não vai realizar as mudanças necessárias que iriam contra seus próprios interesses.

Por isso a necessária interferência de uma instituição com honestidade, disciplina e amplo apoio popular (considerada por quase 80% dos brasileiros a mais honesta e menos corrupta). Sem intervenção militar não teremos como modificar em curto prazo o atual sistema e isso precisa ficar bem claro, inclusive para os defensores da monarquia, até porque entre restaurar uma monarquia com poder moderador (da época de Pedro II) que atualmente não existem em lugar nenhum do mundo (a exceção do Oriente Médio) e colocar uma junta militar temporária formada por generais que já provaram serem incorruptíveis pela filosofia vermelha para organizar o sistema democrático com as reformas necessárias eu escolho sem dúvida o general Mourão. E mesmo quem acha que a família real poderia dar conta de um monarca exercendo um poder moderador (poder que repito, não existe em monarquia alguma da Europa) mesmo assim quem colocaria o monarca lá? O Congresso? Essas reflexões iniciais são fundamentais tanto para monarquistas como quem não conhece do assunto e já comprou a idéia de que restaurar a monarquia seria a solução de tudo, pois há uma grande diferença entre as monarquias existentes nos dias de hoje, sobretudo aquelas de sucesso como na Europa, daquela que existiu na época de Pedro II, pois hoje eu repito: não existe na Europa NENHUMA monarquia, seja parlamentar ou não, que possua um poder moderador. Que isso fique bem claro para que possamos entender como funciona o sistema monárquico e em especial o sistema parlamentarista monárquico.  

O SISTEMA MONÁRQUICO

Recentemente o movimento pela volta da monarquia tem crescido bastante e muitas pessoas têm comprado a idéia de que a monarquia seria o sistema que solucionaria os problemas do país, trazendo os gloriosos tempos de Pedro II novamente (época que o país crescia de forma relevante e tinha papel destacado no cenário internacional). Mas afinal, será mesmo a monarquia a solução para os nossos problemas atuais? Vamos analisar os tipos de monarquia existentes atualmente, inclusive os exemplos de maior sucesso atualmente no mundo e analisar qual era o sistema monárquico vigente na época de Pedro II 

Tipos de Monarquia

Basicamente temos três tipos de Monarquia: Absolutista ou Despótica, Constitucional e Parlamentarista.

Monarquia Absolutista ou Despótica - O monarca (rei ou rainha) é tanto o chefe de Estado como o chefe de governo, com poderes absolutos acima das outras instituições do Estado, representando os três poderes e tendo sua autoridade superior a própria Constituição que nesse caso representa tão somente a última palavra do monarca. Atualmente somente algumas nações do Oriente Médio adotam esse modelo, como Bahrein, Omã, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. A única exceção é o Vaticano. No passado vários países europeus adotaram esse sistema de governo, como por exemplo, a França de Luis XIV ou de Napoleão (França que décadas atrás aboliu definitivamente a monarquia em prol do parlamentarismo) ou ainda a Inglaterra (até a Revolução Gloriosa e atualmente preserva a figura do monarca no sistema de parlamentarismo monárquico, sendo a Rainha Elizabeth chefe de Estado mas sem nenhum poder no Governo não podendo interferir no parlamento)

Monarquia Constitucional - É um modelo bem semelhante à Monarquia Parlamentarista com algumas pequenas diferenças: em ambas o monarca é o chefe de Estado e não o chefe de governo (que nesse caso cabe ao primeiro ministro dentro do parlamento) e ambos estão subordinados à Constituição elaborada pelo parlamento. A diferença é que na Monarquia Constitucional o monarca pode possuir alguns poderes de ação dentro do Legislativo, o que não acontece no parlamentarismo e nem na Monarquia Parlamentarista, salvo exceções como Portugal e França, que apresentam um parlamentarismo "semi presidencialista" no qual o presidente tem alguns poderes dentro do Governo além de meramente Chefe de Estado. A Espanha é um exemplo de Monarquia Constitucional onde o monarca exerce alguns poderes de chefe de governo sobre o parlamento em determinadas questões governamentais, exercendo na forma de Monarquia uma espécie de governo bem semelhante à existente no parlamentarismo francês e português, modelos de governo que presidente e primeiro ministro dividem alguns poderes e são na prática chefes de governo. Outros exemplos de Monarquia Constitucional são a Austrália, o Canadá, Japão e a Malásia.

Monarquia Parlamentarista - É basicamente um regime parlamentarista, com a diferença que o cargo presidente é substituído pelo monarca que vai exercer a chefia de Estado, enquanto que o primeiro ministro exerce a chefia do governo. Exemplo de países que adotam esse modelo: Noruega, Holanda, Dinamarca, Suécia

Atualmente temo 44 monarquias existentes no mundo, sendo a maioria delas monarquias constitucionais/parlamentaristas, nas quais o monarca não tem nenhum poder de fato, cabendo ao primeiro ministro do parlamento o papel de governador e ao monarca o papel de chefe de Estado (semelhante ao cargo de presidente eleito no sistema parlamentarista) salvo algumas exceções, nas quais o monarca apresenta algum poder na chefia do governo, mesmo assim restrito a Constituição. Apesar de a hereditariedade ser a característica mais comum das monarquias em algumas delas o monarca é eleito pela cúpula do Governo ou do parlamento, como por exemplo, no Vaticano (papa eleito pelos cardeais) ou ainda na Malásia.      

A Monarquia de Pedro I e II - de 1822 a 1889 o Brasil viveu o período do Império do Brasil. Em 1824, Pedro I estabeleceu (na verdade outorgou, impôs) a primeira Constituição do Brasil que conferia amplos poderes ao Imperador. Ao final de 1843, Pedro II assumiu ao atingir a maioridade 

Na prática, o Brasil viveu nesse período (1843-1889) uma Monarquia Constitucional, porém muito mais próxima do modelo Absolutista do que do modelo Parlamentarista. Se trouxéssemos para os dias atuais os poderes que Pedro II teve naquele período durante o seu reinado, ele teria muito mais poder do qualquer monarca possui atualmente nas monarquias constitucionais e parlamentaristas da Europa, Canadá e Austrália que são os modelos de sucesso constantemente citados pelos monarquistas como argumento para volta da Monarquia, apenas se esquecem de mencionar que nenhuma dessas atuais monarquias de sucesso possui um poder moderador, algo que atualmente somente monarquias absolutistas como as do Oriente Médio possuem.

SOBRE O PODER MODERADOR

D. Pedro II exercia não apenas o poder de Chefe de Estado dando as diretrizes do Exército como também exercia na prática a função de primeiro ministro, lidando com as crises políticas entre conservadores e liberais. Entre final de 1840 e início de 1880 o Brasil viveu seu apogeu econômico e isso se deve em boa medida ao investimento nas Forças Armadas para lidar com os conflitos na América Latina e conter as revoluções e insurgências que aconteciam dentro do Brasil, como também adotar forte investimento na infraestrutura do país (a semelhança do que aconteceu no período militar na época do milagre econômico).

Considerando tudo isso é fácil concluir que não foi o regime monárquico o responsável pelo crescimento do país, mas sim a boa estratégia de um líder forte para lidar com os desafios do cenário internacional, estratégia que seria posteriormente repetida no período militar também marcado pelo grande crescimento econômico.

Com o florescimento da democracia e exemplos de sucessos que vemos hoje (parlamentos europeus) é impensável imaginar que um herdeiro da coroa fosse coroado rei ou imperador nos mesmos moldes da época de Pedro II (chefe do poder moderador, executivo e conselho dos ministros, ou seja, na prática um monarca absoluto) até porque a única instituição que goza de amplo apoio popular, reconhecida como não corrupta e que resistiu ao aparelhamento marxista durante o governo vermelho foi exatamente o Exército, inclusive acostumado a lidar com constantes análises do cenário político.

Nesse cenário é uma temeridade cogitar uma monarquia absolutista ou um poder moderador (que, repito, não existe em lugar nenhum do mundo atualmente a exceção do Vaticano e Oriente Médio) para um monarca não-eleito (herdeiro da coroa) com amplos poderes e um governo que poderia perdurar por 30, 40 anos, poder demais para uma pessoa por mais bem intencionada que estivesse, nem no período militar isso aconteceu, pois as trocas de governo aconteciam a cada mandato.

Mesmo a idéia de uma intervenção militar é algo pontual, com um período definido, exatamente para possibilitar reformas necessárias e a restauração de bases mínimas e saneadas para o Sistema Democrático e não algo permanente como um governo militar absoluto ou um monarca com poder moderador.   

Os exemplos de sucesso que vemos hoje, como Noruega, Austrália, Inglaterra, Suécia, Dinamarca são de países que apresentam um modelo parlamentarista de sucesso, no qual ao invés de um presidente eleito como chefe de Estado com poderes quase nulos em relação ao chefe de Governo (que é o primeiro ministro) o que temos é ao invés do presidente um monarca.

Todos esses exemplos de monarquias bem sucedidas na atualidade (basicamente exemplos de parlamentarismo bem sucedido) mostraram claramente que não é a monarquia que define o sucesso desses países, mas sim o modelo parlamentarista, além de outras características que são comuns a esses países: facilidade para empreender (menos burocracia, maior segurança jurídica), gasto menor com a máquina pública e maior com o bem estar social, mas, sobretudo o ponto principal: a boa distribuição de renda: nesses países, 20% do pib está nas mãos dos 10% mais ricos, enquanto que 40% do pib está nas mãos dos 60% mais pobres

EXISTE PODER MODERADOR NA EUROPA? COMO OCORRE A DISSOLUÇÃO DE UM PARLAMENTO??

Atualmente, a exceção das monarquias absolutistas nenhuma outra monarquia possui um poder moderador nos moldes da época de Pedro II. Então como ocorre a dissolução de um parlamento? Por uma simples ordem do rei? É claro que não. Vejam como uma monarquia efetua a dissolução do parlamento:


A essência do parlamentarismo é definir claramente os espectros ideológicos e filosóficos da política dentro de poucos partidos e de um número de parlamentares que representarão os anseios do povo (por isso a necessidade de uma reforma política que adote o voto distrital, cláusula de barreira para limitar os partidos em número e a eleição mais clara de representantes do povo pelo voto, feito por máquina com recibo impresso nas urnas eletrônicas). Dito isso o parlamentarismo fortalece a articulação dos partidos que possuem maioria dos votos da população, pois é o parlamento que define quem será o primeiro ministro.

Como dito no texto anterior é preciso aparar as arestas dentro da direita, inclusive entre monarquistas e republicanos. Sem a aproximação dos apoiadores do exercito e dos monarquistas lutando pelas reformas necessárias para a reconstrução da democracia e do sistema político partidário do país será muito difícil realizar qualquer mudança efetiva no Congresso. Monarquistas e defensores dos militares precisam se unir suas forças pelo apoio popular, mas, sobretudo em prol de um sistema parlamentarista e, mesmo que monárquico, dentro dos moldes das atuais monarquias parlamentares de sucesso existentes na Europa e não tentando trazer de volta uma monarquia com poder moderador, coisa que só existe hoje em monarquias absolutistas do Oriente Médio e que não cabem mais no mundo moderno.

Sem dúvida os regimes europeus, do Canadá e Austrália que adotaram a monarquia parlamentarista/constitucional são regimes modernos e de sucesso mas nenhum deles, repito, NENHUM deles adota poder moderador como o que existiu na época de Pedro II.

Temos que lutar para fortalecer a democracia, as instituições, depurar a corrupção do sistema, aperfeiçoar o sistema e dentro de vastas reformas o parlamentarismo monárquico é uma ótima opção, desde que nos moldes europeus, do Canadá ou Austrália, mas sem essa conversa de restaurar poder moderador da época de Pedro II pois isso, repito, só existe atualmente em monarquias absolutistas do Oriente Médio.

É o parlamentarismo (seja monárquico ou não) em conjunto com as amplas reformas citadas aqui que permitirá o Brasil avançar. Só que isso só vai acontecer com forte apoio popular e intervenção militar para efetuar essas reformas, devolvendo verdadeiramente a democracia para o Brasil, democracia que em nada se alinha com poder moderador, algo que não existe nas monarquias européias. Esse é o caminho e eu espero que o tema tenha ficado bem esclarecido tanto para monarquistas como para algumas pessoas que ainda não conhecem muito bem o regime monárquico ou que compraram a idéia que supostamente algum país europeu teria um poder moderador (pois não tem)

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