O texto abaixo está no final do capítulo 8 da obra “A Bíblia
no 3º Milênio”, capítulo que fala sobre a fé, a graça, a caridade e a justificação
da fé:
Mas afinal como
podemos definir de forma mais ampla a caridade,
que é a graça, o dom de amar manifesto em obras, ações?
Muitas vezes a
caridade é confundida com conveniência, medo de ir pro “inferno” ou ser exilado
para outro planeta, em outros casos vaidade e orgulho. Muitas pessoas doam
altas quantias financeiras, mas em muitas ocasiões é por mera conveniência,
apenas porque outras pessoas do mesmo círculo social de amizades também o fazem
ou simplesmente porque aquele dinheiro não fará falta alguma e servirá ainda
para promover a “boa imagem” do doador. Sobre esse tipo de “caridade” Jesus explica
bem na parábola do óbulo da viúva.
Existem ainda os
“caridosos” temerosos de irem pro “inferno” (na tradicional concepção
protestante e católica) ou de serem exilados para um mundo inferior (concepção
de espíritas e espiritualistas). Os temerosos nesse caso doam como forma de
estabelecer um pacto com Deus: doam, mas querem em troca ter a “salvação” o que
obviamente não transforma a ajuda ou doação em algo sincero, mas simplesmente
um ato sem qualquer sentimento e pior ainda: eivado de segundas intenções e de
caráter egoísta por parte daquele que doa.
Por fim existe o
“caridoso” vaidoso e orgulhoso, que se vangloria demonstrando ter o poder de
“ajudar”. Esse, em verdade, pouco se importa com as necessidades de quem ajuda,
mas sim de mostrar o seu poder em ajudar. Isso demonstra que nem sempre ao ajudarmos
alguém estaremos realizando um ato de caridade.
Caridade engloba
essencialmente fraternidade e empatia, ou seja, sentir naquele necessitado e
suas necessidades como se fossem as nossas próprias necessidades, não julgando
os possíveis equívocos que levaram a pessoa a essa situação, mas sim enxergando
que esses erros podem ser os mesmos que nós já cometemos no passado ou iremos
ainda cometer, algum dia, no futuro.
Quando um mendigo
nos pede um dinheiro na rua, ou um prato de comida, ao darmos a ele, na maioria
das vezes está se prestando um ato humanitário de ajuda, mas raramente um ato
de caridade, de amor verdadeiro.
Muitas vezes uma
pessoa dentro do seu carro dá um “trocado” pra se ver logo livre das “lamúrias”
do pedinte ou até mesmo com medo de sofrer um assalto. Quantas vezes escutamos
os problemas de algum colega ou alguém próximo sem o menor desejo de buscar
ajudar esse colega a encontrar uma solução, mas sim “rezando” para que o “trololó”
acabe logo?
Jesus esclarece na
parábola do bom samaritano o que realmente é a caridade, o verdadeiro
sentimento de fraternidade e misericórdia com o próximo. Hoje em dia quantas
vezes passamos pelas ruas e vemos pessoas atiradas na sarjeta, por tristes
problemas como as drogas ou o alcoolismo, ou simplesmente porque não tiveram a
chance de um emprego ou de possuir uma melhor educação e carinho dentro do
seio familiar? Quantas vezes ao passarmos por essas pessoas agimos como o bom
samaritano? Ou simplesmente quantas vezes sentimos o mínimo de vontade
sincera para prestar ajuda, de colaborar no reerguimento desse irmão falido?
Ajudar sempre que
possível é o mínimo que todo ser humano deveria fazer, se esforçando para
aproveitar cada oportunidade colocada por Deus diariamente no caminhar de cada
um de nós. Entretanto, Ele espera muito mais; espera que consigamos a partir dessa
ação de ajuda, despertar a chama do amor
dentro de nós, a chama da verdadeira caridade, aquele sentimento libertador
que deixa o homem mais próximo de Deus.
Jesus
ensinou a caridade em todas as suas parábolas, e sendo a caridade a
exteriorização do amor ao próximo em obras, podemos definir a caridade como:
Doação
sincera, sem esperar nada em troca. Assim foi toda a vida de Jesus, uma doação
de amor a todo gênero humano, aceitando com resignação todas as limitações
daqueles que o receberam.
Perdão
do fundo do coração, buscando harmonia e reconciliação, como na parábola do
filho pródigo.
Fraternidade,
como a viúva do óbulo, doando uma parte do pouco que possuía, realmente amando
ao próximo como a si própria.
Misericórdia,
como o bom samaritano que socorreu o homem atacado pelos ladrões sem desejar
nada em troca, senão a plena recuperação daquele que apareceu em seu caminho.
Pureza,
como as criancinhas buscando se aproximar de Jesus sem medo ou desconfiança,
exemplificando o poder da fé.
Justiça,
como na parábola da adúltera, quando os acusadores viram nas limitações e erros
daquela mulher os seus próprios erros e limitações.
Confiança
na providência e justiça divina, como na parábola onde Jesus fala dos lírios
do campo e dos pássaros do céu, que vivem como manifestação da glória e amor
divino perante os olhos do mundo.
Discernimento,
para saber a hora certa de bater à porta e orar e vigiar para se lembrar sempre
de entrar pela porta estreita.
Humildade
para aceitar com coragem os desígnios de Deus, aceitar a própria cruz, se
espelhando naquele que nada devia, mas aceitou sem murmurar o desprezo e a
incompreensão daqueles que o puseram na cruz.
Nessa busca, o arrependimento é o primeiro ato na busca
do despertar da caridade: quando nos arrependemos dos atos contrários a lei de
amor ao próximo que praticamos. É o primeiro passo para tomarmos a consciência
daquilo que precisa ser mudado, melhorado, na busca da reforma moral.
Não devemos
confundir, porém, o arrependimento com o sentimento de culpa, pois a culpa
cria uma vibração envolta em depressão e baixa autoestima e nos faz pensar
muito mais no ato errado que praticamos ao invés de pensar numa nova forma de
agir, sustentada na busca da serenidade, alegria de viver e, sobretudo, uma
vontade firme de progredir moralmente, agindo melhor consigo mesmo e com o
nosso próximo.
Por isso que na
maioria das religiões cristãs o batismo do arrependimento ou simplesmente o
arrependimento é visto como base fundamental para o nascimento do novo homem,
aquele que descobriu o amor dentro de si mesmo. O caminho do despertar da caridade
passa pelos 3 batismos mencionados na Bíblia: o do fogo, arrependimento e Espírito
Santo e ao percorrer esse caminho, o caminho da iluminação que leva a
Verdade e a vida eterna (salvação), o homem finalmente encontra a divindade que
sustenta a sua vida, encontra a verdadeira paz e a verdadeira felicidade.
Fanpage Profecias o Ápice em 2036 no Facebook:
Um comentário:
Que texto magnífico!!
Postar um comentário