Oroboro: "Abylsus Abylsum Invocat" (Um abismo chama outro abismo - Salmo 42:7) |
Pergunta que recebi no email do blog:
“Como serão processados os efeitos, segundo a Lei
do Karma quando houver violações, a partir de um espírito condenado ao exílio e
tendo como vítima um dos escolhidos para na terra regenerada prosseguir sua
jornada? Este débito poderá ser resgatado, estando ambos em mundos tão
distantes? Deverá se aguardar que este devedor possa retornar, sabe-se lá
quando, cruzar o caminho do credor aqui
ou em outro orbe novamente?
Resposta:
O karma trata-se de uma lei evolutiva e não uma lei punitiva.
Todas
as leis criadas por Deus visam a evolução dos espíritos, através da justiça e
do amor. Amor por permitir que cada um através de inúmeras encarnações aprenda
e crescer com os próprios erros, justo por permitir que cada um seja
responsável pelos atos que praticou.
Dessa
forma, o objetivo da lei do karma não é fazer com que o espírito devedor
"pague" por um mal que tenha causado a alguém, o objetivo é que o espírito
devedor tenha consciência do ato que praticou para que não o pratique mais e,
até que tenha essa consciência, provavelmente passará por muitas expiações e
provações até que amadureça a sincera vontade de não praticar o erro novamente.
Já
o espírito que recebeu o mal de outrem, em seu processo evolutivo, deve buscar
justamente o perdão, pois independente de se sentir ofendido com uma ofensa ou
perdoar uma ofensa de outrem, aquele que realizou a ofensa inevitavelmente
vivenciará uma experiência análoga até que tenha desenvolvido maturidade moral
para não repetir o erro, independente se a pessoa a qual fez o mal se sentiu
ofendida ou já o perdoou.
A
lei do karma, portanto, não é punitiva e nem pessoal, pois não se trata de
vingança ou desforra, mas sim uma lei que tem por objetivo conscientizar aquele
que cometeu o erro, algo que necessariamente não precisa ser feito sofrendo o
mesmo mal através das mãos daquele que outrora machucou.
Da
mesma maneira a vítima deve buscar cultivar o perdão ao invés do desejo de
vingança ou desforra, pois caso cultive tais sentimentos de vingança e desforra
se tornará tão devedora quando o agressor de outrora, visto que estamos na
Terra para evoluir e desenvolver nobres sentimentos e não vinganças ou
desforras.
Mesmo
que a pessoa sinta raiva por alguma ofensa que tenha recebido, ela deve buscar
o caminho do perdão e não o da vingança, por dois motivos: o primeiro é que
caso busque vingança ela também se tornará devedora e algoz na lei do karma e o
segundo motivo é que, como dito anteriormente, independente de perdoar ou ainda
cultivar raiva de quem a ofendeu, a pessoa que agiu de forma contrária a lei do
amor responderá pelo erro praticado, pois o perdão do ofendido não exime o
algoz de responder pelo ato praticado, visto que esse pagamento não é punitivo
ou pessoal, mas tão somente um mecanismo que visa despertar o desejo sincero de
não praticar mais um mal ao sentir esse mal na própria pele.
A
lei do karma tem esse objetivo, portanto a divida nunca é pessoal, mas sim para
com a lei. Um exemplo claro disso, entre tantos outros que cito no livro A
Bíblia no 3º Milênio é o do profeta
Elias, que degolou 400 sacerdotes de Baal. Caso a lei fosse pessoal e punitiva,
ele teria que voltar 400 vezes e ser degolado, mas bastou apenas uma única vez
ser degolado, quando reencarnou como João Batista, para que seu karma fosse
quitado, pois o objetivo é que ele aprendesse naquela única experiência o mal
que causou a tantas pessoas e não uma desforra para os 400 homens que sucumbiram
sob sua espada.
Deus
tenta organizar numa mesma família e numa mesma comunidade antigos desafetos,
pois através dos laços de sangue e da necessidade de ajuda mútua, certas
arestas podem ser mais rapidamente aparadas, mas isso não é uma via de regra.
Tanto
o perdão por parte do ofendido como também a conscientização do agressor do
erro que cometeu e cultivo de uma sincera vontade em não praticá-lo novamente
são as maiores ferramentas para quebrar o “círculo vicioso” de raivas, ódios e
vinganças, pois ao agredir alguém a pessoa está sempre, por desforra ou não,
agredindo a si mesma, tal qual a emblemática imagem do oroboro. A quebra desse
círculo vicioso é exatamente a LIBERTAÇÃO.
Por
todos esses motivos não há qualquer problema para a manutenção da lei do karma
diante de um exílio planetário. No livro "A Bíblia no 3º Milênio" eu
explico em detalhes essa questão, além de várias outras, tendo por base os
versículos bíblicos.
A
Tragédia de Santa Maria
Em
27 de janeiro (o dia escolhido para lembrar o holocausto em virtude da
libertação de crianças judias dos campos de Auschwitz em 27 de janeiro de 1945)
de 2013 aconteceu o incêndio na boate Kiss em Santa Maria que vitimou
fatalmente 242 jovens, a grande maioria desencarnando após aspirar a fumaça
produzida pelo incêndio, que em virtude do material produziu gás cianeto, o
mesmo utilizado nos campos de concentração durante a segunda guerra. Por esse
motivo, algumas pessoas chegaram a cogitar que esses jovens que desencarnaram
teriam ligação kármica com os soldados nazistas que participaram da segunda
guerra controlando os campos de extermínio.
Na
época muitas pessoas me perguntaram se realmente seria isso e prontamente, após
receber orientações do plano espiritual, descartei por completo qualquer
ligação dos jovens que desencarnaram com os eventos da segunda guerra. Falei na
época, no blog, no dia 31 de janeiro de 2013:
“O
que eu posso dizer pra voce, sem qualquer sombra de dúvida, é que no evento
ocorrido em Santa Maria as pessoas que ali morreram NÃO ERAM soldados nazistas
reencarnados, NÃO ERAM espiritos dos soldados alemães de segunda guerra que
compacturam com os genocidios dos campos de concentração, onde judeus eram
mortos por asfixia nos imensos fornos.
É isso que posso dizer pra você, que esse evento ocorrido em Santa Maria não
tem qualquer ligação com qualquer evento da segunda guerra ou dos campos de
extermínio.”
Post:
Quase dois anos depois, os pais das vítimas da boate
Kiss se reuniram para lançar um livro com cartas psicografadas dos filhos e, “coincidentemente”,
a carta escolhida na matéria publicada pelo G1 confirma exatamente isso que eu
falei na época do evento:
"Contudo,
de minha parte compreendo que, no último quartel do século passado, mais de
duas centenas de espíritos, desejosos de adentrar o Terceiro Milênio da Era
Cristã sem maiores comprometimentos cósmicos reuniram-se no Mundo Espiritual e
decidiram pelo resgate coletivo das faltas cometidas em séculos
anteriores."
Vejam
que interessante: o último quartel do século passado (1975-2000) demarcou a
encarnação desses espíritos e aqui o espírito comunicante fala de “faltas
cometidas em séculos anteriores” (ao século 20) colocando claramente que esses
espíritos não tinham qualquer ligação com os eventos da segunda guerra,
exatamente como comentei nos comentários do blog na época do incidente
Matéria
no G1:
Na
mesma carta, o espírito comunicante explica:
“Claro que
referidos compromissos não dizem respeito tão somente a nós outros, visto que,
em maioria, aqueles que nos acolhiam na condição de filhos igualmente se encontravam
comprometidos perante as Leis Divinas, que nos compelem as quitações de nossos
débitos para com a consciência ceitil. Em vidas que se foram, mamãe e
papai, não raro, nos transformamos em incendiários e não foram poucos os filhos
que, em nossas atitudes de violência, apartamos dos braços carinhosos de seus
genitores.”
O
espírito esclarece que os débitos se referem a atitudes incendiárias que os
filhos e genitores ligados a tragédia da boate Kiss realizaram em encarnações
passadas (vidas que se foram, ou seja, vidas passadas). Como a própria matéria
menciona, detalhes íntimos e detalhes das casas, fornecidas nas psicografias
através dos médiuns que não tinham conhecimento de tais detalhes, atestam a plena
veracidade das cartas.
No
dia 29 de janeiro de 2013, em email enviado a um amigo que pedia um
esclarecimento sobre a origem kármica do evento, eu esclareci nos seguintes
termos:
“Segundo
me informaram alguns amigos da equipe espiritual que me assiste, tanto nos
trabalhos espirituais com a Apometria como também nos textos que escrevo sobre
a espiritualidade, os eventos que ocorreram nessa tragédia tem estreita ligação
com um período de algumas semanas que precedeu a revolução francesa, período
esse que ficou conhecido como o grande medo.
Nesse
período, que durou de julho a agosto de 1789, muitos agricultores e homens do
campo se insurgiram em revoltas contra os senhores feudais e autoridades
francesas, contra os abusos dos senhores feudais e das Igrejas, sendo que a característica
dessa revolta era justamente queimar livros, documentos e locais como as residências
dos senhores feudais e igrejas.
Em
virtude dessas revoltas no campo, o governo francês no dia 4 de agosto resolveu
implementar as primeiras medidas que colocariam, 4 anos depois, o fim dos
direitos dos senhores feudais, em 1793 e antes disso o fim dos privilégios do
clero, nobreza e das cidades e províncias que se mantinham a base do trabalho
feudal quase escravo.
Naquela
época a França contava com 25 milhões de habitantes, sendo 20 milhões vivendo
na zona rural a maioria em péssimas condições enquanto que meio milhão de
pessoas entre nobreza e clero vivia as custas do governo.
A
revolução começou com a tomada da Bastilha em 14 de julho e se alastrou para o
campo com uma violência ainda maior onde a característica dos levantes eram
sempre de queimar propriedades e documentos dos senhores feudais/ elementos da
nobreza o que resultou em muitas mortes, através do fogo. Dentre os eventos que
se seguiram a partir dai, ocorreu a prisão e posterior morte de Maria
Antonieta.
Sabemos,
segundo informações advindas da espiritualidade, entre elas pelos médiuns
Feraudy e Divaldo Franco, que muitos franceses da época da revolução reencarnaram
no Brasil, muitos com o objetivo de trazer os valores de igualdade, liberdade e
fraternidade para o solo tupiniquim, mas também para dar continuidade ao
trabalho que se iniciaria décadas depois da revolução, quando da codificação do
espiritismo por Allan Kardec.
Fui
ver então no dia seguinte alguns textos sobre o ocorrido e vi que a festa que ocorria
quando aconteceu a tragédia era exatamente para alunos dos cursos de agronomia,
zootecnia e medicina veterinária, especialidades essencialmente ligadas ao
campo.”
A
carta psicografada mostrada na matéria do G1 confirma exatamente as informações
que eu trouxe poucos dias depois da tragédia: que a causa kármica era de
natureza incendiária e anterior ao século 20.
Dessa
forma, ao comparar as orientações espirituais que recebi na época da tragédia,
com as informações trazidas via psicografia por uma das vítimas do evento,
creio que sejam essas as explicações mais próximas da verdade dos fatos para
esclarecer os porquês e a origem kármica desse evento.
Fanpage Profecias o Ápice em 2036 no Facebook:
Fórum Profecias 2036:
13 comentários:
Nossa, como as situações são interligadas. A lei é maravilhosa e deve ser uma completa lucidez sentir que deve-se passar pelo mesmo, pagando sua dívida. Quanto mais leio mais me sinto grata por tamanho ensinamento. Obrigada, José!
Este artigo sobre karma é perfeito!
Parabéns José Alencastro!!
Gostaria que o autor explicasse, e caso não o saiba pesquisasse junto a seus mentores no Astral, o porquê de nunca termos recebido mensagens psicografadas de autores que em vida tenham sido grandes cientistas. Creio que se a lei do Carma é como se diz nas religiões reencarnacionistas, o vínculo entre encarnados não deveria romper-se (realmente) com a morte física, e portanto, também os cientistas desencarnados deveriam manter intercâmbio com os encarnados. A hipótese que avento é que eles não estejam situados nas esferas nas imediações da Terra (astral intermediário) ... mas nunca encontrei nada na literatura sobre o tema.
meio off topic
https://br.noticias.yahoo.com/blogs/eita/teoria-junta-profecias-para-provas-que-francisco-%C3%A9-o--papa-do-fim-do-mundo-141736652.html
Olá Igor, infelizmente a pessoa que escreveu esse texto não pesquisou no meu blog hehehehe. Se tivesse, o texto teria saído bem melhor
De qualquer forma falarei sobre isso na fanpage amanhã (as profecias sobre a vinda do papa Francisco como último papa)
Abraço
Querido, acho que essa entrevista de Lovelock, o cientista que formulou a Hipótese de Gaia, seja bastante interessante, relevante e informativa em se tratando de previsões e profecias.
http://rollingstone.uol.com.br/edicao/14/aquecimento-global-e-inevitavel-e-6-bi-morrerao-diz-cientista#imagem0
Boa noite, caro mestre.
Tenho uma dúvida ultra básica sobre karma - que me impede o crescimento e o aprendizado, simplesmente porque não consigo aceita-lo.
Por que a pessoa tem que passar pelo mesmo sofrimento para aprender e "superar o karma"? Será que uma pessoa simplesmente não pode TOMAR CONSCIÊNCIA de que seus atos são errados e simplesmente progredir/evoluir - em vez de ter que passar pela mesma experiência (ainda que minorada)?
Por exemplo, uma pessoa comete um ato insano e, na outra vida - que terror - sofre um estupro. Será que isso estava programado? Será que isso é kármico? o estuprador está fazendo algo odioso ou é um agente kármico, "zerando a contagem"?
Não bastaria a mera conscientização, evolução e progresso? Porque me desculpe, sr Alencastro, mas isso de ter que passar pela mesma experiência equivaleria a uma lei do talião... e o Novo Testamento acabou há 2 mil anos...
Outra dúvida... porque a pessoa tem que purgar o karma DEPOIS? Ao menos seria mais justo que pagasse NA MESMA VIDA em que cometeu os atos errados - pelo menos haveria um efeito didático.. e AÍ SIM HAVERIA APRENDIZADO.
Finalmente, mais um motivo pelo qual eu acho que essa "lei de talião" é falha.... Se eu causo dano a uma pessoa e devo pagar - em geral em outra vida.... será criada uma corrente de ódio que poderá atravessar milênios.. pelo simples fato de que estou sofrendo sem saber a causa/justificativa.
me desculpe por ser tão incisivo. já li muito, já estudei muito.... mas não consegui assimilar algo tão básico. fazendo uma analogia, sinto-me como alguém que está na universidade mas não sabe separar sílabas.
de qualquer forma, muito obrigado por toda paciência e por tudo que nos está ensinando. seus dois livros chegaram ontem aqui em casa e estou muito ansioso por começar.
UM GRANDE ABRAÇO!!
Otimas questões Otávio, responderei no próximo post do blog, abraço
Li na sua fanpage algumas quadras de Nostradamus sobre o papa Francisco que seria o último e senti falta dessa quadra que teoricamente faz referência a ele:
Centúria II Quadra 97
Romain Pontife garde de t´approcher,
De la cité que deux fleuves arrouse,
Ton sang viendra aupres de là cracher,
Toy & les tiens quand fleurira la ros.
Papa romano, não te aproximes da cidade
que é banhada por dois rios.
Teu sangue e o teus correrá
perto desse lugar, quando a rosa florir.
A interpretação eu deixo pra você.
Tenho uma dúvida. Gosto de estudar sobre as diversas religiões existentes no mundo e como é contada a história o consolador prometido por Jesus, para os espíritas, foi o espiritismo ocorrido e decodificado por Kardec em meados do século XIX. Mas se ampliarmos a nossa visão observaremos fenômenos similares neste mesmo período(séc. XIX)- se tomarmos como premissa o espiritismo como reforma do cristianismo- no islamismo, no Irã, com o surgimento da fé Bahai com Bahá ulláh. No hinduísmo a reencarnação pregressa do avatar Satya Sai Baba(morreu em 2011) Shirdi Sai Baba é adorado tanto por hindus como por muçulmanos da Índia. No judaísmo, o Sionismo? No budismo não encontrei algo relevante neste período. Mas por apenas essas pesquisas podemos vislumbrar que durante o século XIX houve uma renovação nas diversas religiões. Você não acha que o espiritismo estaria, portanto, restrito apenas ao cristianismo ou a dois e meio bilhões de nossos habitantes do planeta Terra? Os outros 5 bilhões estariam sob responsabilidade de outras autoridades espirituais que não são as mesmas que os responsáveis pelo cristãos ocidentais? Apesar que estas autoridades espirituais do "Oriente" estariam sob determinação de Jesus também, mas com outra estratégias de evolução das pessoas?!!
Olá Manuel
O Espiritismo não é o consolador prometido, assim como nenhum religião, doutrina ou filosofia o é.
Ao final do evangelho de João (o evangelho que fala sobre o paráclito, o consolador), Jesus disse que voltaria enquanto o discipulo João estivesse vivo e assim o fez, para trazer as visões do futuro sobre o Apocalipse.
Para tanto, o Messias enviou um anjo, um mensageiro que pudesse falar por ele e ajudasse João a chegar as mais altas esferas espirituais e assim encontrar Jesus.
Ao enviar esse anjo mensageiro, que falava por ele e falava sobre as coisas que estavam por vir, Jesus cumpriu a profecia sobre o paraclito, o consolador, pois ele disse que se não morresse não poderia enviar o consolador, que o consolador falaria sobre coisas que ouvisse e sobre as coisas que estavam por vir
O grande consolo do livro do Apocalipse é exatamente mostrar que mesmo após grandes lutas, a humanidade se libertará das guerras e violência e será um mundo regenerado, simbolizado na imagem da Nova Jerusalem e um novo ceu e uma nova terra.
O consolador, portanto, é o livro do Apocalipse, a revelação e não o Espiritismo. Abraço
"No budismo não encontrei algo relevante neste período."
No período mencionado exatamente não, mas agora sim. Curiosamente, o Dalai Lama atual teria a pretensão de ser o último grande representante do budismo:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/12/141217_dalai_fd
Olá José Alencastro,
Olhando esta matéria através de um link que vc postou recentemente no fórum, percebi que o comentário do leitor corresponde totalmente à minha dúvida sobre o assunto, porém não vi a resposta, que vc comentou que iria publicar em outro post. Se de fato foi publicada vc poderia indicar, pois procurei e não achei. Suponho que este questionamento é de extrema importância no entendimento do processo kármico.
Atenciosamente,
Shida.
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