Pequeno
texto que resume o textão que deixarei em seguida após resumi-lo nas perguntas
e respostas abaixo
Os
militares são traidores? Mourão é um traidor?
Resposta:
Não, se fossem bastaria Bolsonaro demitir toda a cúpula militar ou mostrar
descontentamento com Mourão ou simplesmente renunciar por não aceitar um golpe
militar. Bolsonaro não fez nada disso e, ao contrário, tem mostrado firme apoio
aos militares, apoio a Mourão e criticado a postura de Olavo de Carvalho por
tentar jogar o eleitorado da direita contra os militares tentando criar uma cizânia
que não existe.
Os
militares são culpados pela ascensão do socialismo no Brasil durante o regime
militar como tem dito Olavo?
Resposta:
No início do regime militar Olavo pertencia ao partido comunista, ou seja,
enquanto os militares lutavam para impedir a ditadura do proletariado, Olavo
lutava por sua implantação. Enquanto a estratégia da guerra cultural (Gramsci,
escola de Frankfurt) era fermentada para substituir a fracassada luta armada
dos comunas Olavo nem sabia o que estava acontecendo, pois confessou que
somente a partir dos anos 90 compreendeu que o socialismo havia adotado a luta
cultural (gramscismo, marxismo cultural) no Brasil, tanto isso é verdade que em
89 Olavo votou em Lula (o que um conhecedor da luta cultural jamais faria). Ou
seja, Olavo tomou consciência da guerra cultural marxista somente nos anos 90
(como ele mesmo afirma) enquanto que nesse período todo, os militares já
estavam lutando contra o comunismo. Portanto querer acusar os militares de
fomentar o comunismo ou de não terem agido corretamente no âmbito político para
evitar o comunismo é muito fácil DEPOIS que todo o cenário aconteceu e quando
ele próprio (Olavo) sequer sabia o que estava acontecendo (1964-1985). Os
militares combateram o comunismo nos 20 anos de regime militar com as armas e
informações que eles dispunham, repito, nem Olavo fazia idéia naquela época do
que estava acontecendo, portanto é uma grande hipocrisia acusar os militares de
não terem fomentado o crescimento de partidos políticos de direita no Brasil
A
quem interessa tirar Mourão da vice presidência?
Resposta:
Interessa a oposição petista que deseja o fracasso do governo Bolsonaro, pois
caso consigam que Mourão se demita ou consigam criar um movimento na direita
para forçar a saída de Mourão quem fica de vice é Rodrigo Maia que em caso de
impeachment de Bolsonaro em 2021 assumiria a presidência. Como presidente da
Câmara eleito por ampla maioria um processo de impeachment contra Bolsonaro
mesmo sem provas mais contundentes passaria rapidamente, pois o Congresso
(sobretudo a ala corrupta) entenderia que a demissão de Mourão seria Bolsonaro
abrir mão do apoio do Exército
Afinal
o que deseja Olavo para combater o marxismo?
Resposta:
Olavo não luta pela democracia (pluripartidarismo, três poderes, instituições
republicanas fortalecidas) na sua visão de mundo é a cultura que deve organizar
a sociedade e controlar os desequilíbrios da economia, o ponto é que essa
"cultura" é, na verdade, a volta ao poder que Igreja Católica tinha
na Idade Média, quando o poder executivo era o rei absoluto, não existia
legislativo e o judiciário era a própria Igreja (Inquisição) com as forças
armadas subservientes ao monarca e esse á Igreja que controlaria culturalmente
a sociedade. Não a toa Olavo condena Isaac Newton, Einstein, Darwin e Galileu
pois todos construíram VERDADES CIENTÍFICAS
contrárias a doutrina da Igreja e não a toa Olavo acha que o
enfraquecimento do poder católico, o
Iluminismo e o Renascimento foram
acontecimentos ruins para a humanidade.
Esse é o caminho que Olavo enxerga como solução para o Brasil e como os
militares jamais serão subservientes à Igreja e sempre lutarão pelo
fortalecimento da democracia é óbvio que eles (militares) são uma considerável
barreira para o avanço das doutrinas de Olavo dentro do governo Bolsonaro.
Todas
as provas comprobatórias dos argumentos e fatos que citei acima estão no textão
abaixo:
Muitos
amigos enviaram perguntas ao longo da semana sobre a situação da crise
envolvendo novamente o filho de Bolsonaro (Carlos) atacando o vice presidente
Mourão, motivado pelo discurso de Olavo de Carvalho que o governo militar é um
governo golpista que supostamente estaria tramando um golpe para tirar
Bolsonaro e colocar Mourão.
É
importante analisarmos primeiramente os fatos que envolvem a situação para depois,
somente depois, analisarmos as motivações dos ataques de Olavo contra os
militares, algo que não é de agora, mas pelo menos desde 2008 (o vídeo estará
no decorrer desse texto)
FATOS
1)
Bolsonaro escolheu Mourão como vice (e não, não foi escolha do Bebiano como
alguns que acreditam em Ciro Gomes andam dizendo por aí) e não apenas Mourão,
deixou claro na campanha que desejava um monte de militares nos ministérios
como por exemplo nessa entrevista de agosto de 2018:
Alguém
que estivesse sendo pressionado a contra gosto por militares em troca de apoio
não defenderia em tantas oportunidades e com tanto entusiasmo a presença dos
militares na cúpula do governo
2)
Se os militares quisessem tomar o poder já teriam feito, oportunidades não
faltaram como por exemplo quando Dilma, durante o processo de impeachment quis
que o general Villas Boas decretasse estado de defesa para conter as
manifestações populares e melar a tramitação do impeachment no Congresso. Ou
ainda nos episódios dos pedidos de impeachment de Temer e na votação do HC de
Lula. Apoio popular não faltou. Ficou clara a escolha dos militares de chegar
ao poder pela via democrática
3)
A posição dos militares é confortável no governo: comandam junto com Bolsonaro
e ao mesmo tempo não são alvos das críticas e das encrencas políticas que Bolsonaro
precisa lidar no Congresso
4)
Bolsonaro sem dúvida escuta os militares e age em harmonia com a cúpula
militar: reorganizou as relações com Maia, escutou os militares e passou a
receber mais congressistas para conversar e sobretudo deu um recado claro a
Olavo ao dizer que "suas recentes declarações contra integrantes dos
poderes da República não contribuem para a unicidade de esforços" (22 de
abril de 2019). Ainda foi mais claro três dias depois ao dizer que nem sempre o
vice segue as mesmas diretrizes do presidente e que a parceria é no mínimo até
2022:
Portanto
pelos fatos não existe treta de Bolsonaro com Mourão ou com os militares, mas
um recado claro a Olavo de que a aliança com os militares é inegociável. Mas há
ainda outros fatos:
5)
Quem derruba o presidente é o Congresso. Mesmo que Mourão sonhasse com a
presidência seria necessário algum crime para que Bolsonaro fosse impichado e
mais ainda, a permissão ou anuência dos militares, o que também não é o caso,
pois todos os esforços estão sendo feitos para aprovar a reforma da Previdência
dentro dos ritos democráticos de negociação com o Congresso. Bolsonaro ainda
goza de forte popularidade, tudo que os militares não gostariam é de um golpe
para colocar Mourão no poder, travar a reforma da Previdência e colocar a
opinião pública contra os militares. Portanto a teoria de Mourão golpista é tão
esdrúxula que mesmo Eduardo Bolsonaro não acredita que ela seja verídica
discordando do próprio irmão (hoje mesmo falou em público que é hora de colocar
um basta na situação, ou seja, para Carlos parar de atacar Mourão).
6)
Talvez um dos fatos mais importantes: a renúncia ou impeachment de Mourão
levaria Rodrigo Maia a sucessão direta com possibilidade de assumir em 2021. Ou
seja, do ponto de vista estratégico para a estabilidade do governo Bolsonaro, a
retirada de Mourão apenas traria desequilíbrio e uma sombra muito maior sobre a
cadeira da presidência.
7)
Seja pelo motivo que for, ou por vaidade, deslumbramento ou meramente por uma
movimentação estratégica para medir a temperatura dos ânimos políticos em
Brasilia, o fato é que pouco importa a motivação de Mourão: no cenário político
e dentro do núcleo militar não há a menor condição dele ser alçado ao posto de
presidente
AS
MOTIVAÇÕES
Agora
que conhecemos os fatos precisamos compreender quais as motivações de Olavo
para desestabilizar o governo e tentar jogar a opinião pública conservadora/de
direita contra os militares como sistematicamente ele tem tentado nas últimas
semanas.
O
primeiro ponto a considerarmos é que as críticas de Olavo a estratégia militar
são críticas sem sustentação. Segundo palavras do próprio Olavo (que é bom
lembrar era comunista membro do partido comunista no início do regime militar
nos anos 60) ele apenas foi tomar conhecimento da estratégia gramsciana da
guerra cultural (como substituta da luta armada) no começo dos anos 90 (ver
vídeo abaixo)
Segundo
palavras do próprio Olavo:
10:00
- 10:30 - Somente na década de 90 é que Olavo começa a falar do marxismo e da
guerra cultural (no vídeo ele mesmo reconhece o próprio atraso colossal para
compreender o que estava acontecendo na movimentação comunista durante o regime
militar)
04:00
- 04:10 - Publicação do livro em 1993 "A Nova Era da Revolução
Cultural"
Ora,
como Olavo pode condenar os militares pela falta de alguma estratégia mais
articulada nos anos 60 e 70 que não fosse combater a luta armada e a ameaça do
comunismo/marxismo se foi exatamente nesse período que começou a surgir a
estratégia da guerra cultural de Gramsci e da escola de Frankfurt?
Como
condenar os militares se o próprio Olavo (autoproclamado o maior estrategista
da direita do Brasil) foi compreender tal estratégia apenas nos anos 90, ao
ponto de ter votado em Lula na eleição de 89!!! (vídeo abaixo de menos de 30
segundos) mostrando que até os anos 90 Olavo, segundo ele próprio, não fazia a
menor idéia da estratégia marxista da guerra cultural no Brasil.
Olavo
e o voto em Lula:
Como
diria Olavo “ora porra!!” enquanto Olavo ainda acreditava no comunismo e depois
levou décadas para entender o que estava acontecendo (apenas nos anos 90) nesse
período todo os militares já estavam lutando contra os comunas!!!
Condenar
os militares por não terem criado nos anos 60 -70 uma força de direita ou
condenar os militares por não terem neutralizado a luta cultural feita pelos
comunas depois de tudo acontecido é muito fácil, o duro é que tal crítica parte
de alguém (que se autoproclama o maior filósofo da direita) que no início do
regime militar era comuna e praticamente até as eleições de 89 (quando votou em
Lula) não sabia lhufas do que estava acontecendo, enquanto que os militares já
estavam a 30 anos combatendo os comunistas!!!
Por
isso que as críticas de Olavo aos militares são insustentáveis e obviamente os
militares que já estavam na peleja há mais de 30 anos não dariam ouvidos a um
cidadão que não apenas era comuna como havia confessado ter votado em Lula em
1989.
NÃO
HAVIA COMO PREVER NOS ANOS 60-70 A VITÓRIA DA GUERRA CULTURAL
Como
expliquei no recente texto sobre a história da rede globo e do regime militar o
erro estratégico dos militares foi o corte dos benefícios fiscais (que existiam
desde o governo Vargas) para a classe artística e mídia em geral na época
(jornalistas, editores, professores), pois esse pessoal não pagava imposto de
renda e ajudou maciçamente (via apoio da mídia) as manifestações contrárias ao
comunismo e pedindo a entrada dos militares (que desde a segunda guerra já
contavam com uma parceria com os Estados Unidos, sobretudo na região nordeste
brasileira).
Foi
exatamente o corte desses benefícios que jogou os formadores de opinião da
mídia na oposição ao governo militar e fez com que os comunistas percebessem
que ali havia uma janela de oportunidade para implantar a guerra cultural,
visto que a luta armada contra o Exército se mostrava infrutífera.
Certamente
os militares que devido ao forte apoio popular e por conta da maioria da nação
brasileira ser conservadora e cristã naquela época e ainda hoje, acreditavam
que a oposição da mídia não seria suficiente para diminuir o apoio da população
aos militares, sobretudo quando a economia brasileira começou a decolar (o
milagre econômico). Ou seja, os militares acreditavam que uma sociedade
conservadora cristã e feliz com o crescimento econômico jamais seria doutrinada
culturalmente pelo discurso gramscista, tanto que os militares tão somente
focaram na censura de jornalistas apoiadores do comunismo. Em um cenário desses
era tão altamente improvável que a guerra cultural funcionasse, tanto que o
próprio Olavo, estudioso do assunto há décadas somente percebeu o problema nos
anos 90.
Os
militares somente permitiram a abertura para o voto direto no início dos anos
80 porque perceberam as grandes manifestações populares (e não mais apenas de
sindicatos ou movimentos esquerdistas) pelo fim do regime militar e por isso
aceitaram sair do poder, pois já não contavam mais com o apoio amplo da maioria
da sociedade (muito em parte pelos problemas econômicos que foram habilmente
explorados pelos formadores de opinião).
A
estratégia dos militares percebendo a derrota foi, a partir desse ponto, manter
a estrutura militar impermeável à invasão ou aparelhamento comunista, tanto que
desde os anos 60 até os dias de hoje você pode até encontrar soldados ou
militares de baixa patente simpáticos ao petismo ou ao esquerdismo, mas nenhum
entre os oficiais de alta patente, pois os militares compreendiam que dessa
forma mesmo controlando culturalmente a mídia, mesmo assim os comunas nunca
teriam o controle da força e isso impediria a implantação completa do
socialismo ou do comunismo no país, visto que assim o petismo jamais teria o
controle da força (Exército). Essa estratégia de sucesso dos militares foi
reconhecida em ata pelo próprio pt e mostrada durante as sessões do impeachment
de Dilma pela senadora Simone Tebet, documento que o pt aponta não ter
conseguido a sua intenção durante anos de tentar aparelhar as forças armadas.
Documento
apresentado por Simone Tebet:
(a
partir do minuto 2:05 do vídeo)
O
texto completo sobre a globo e o regime militar está aqui:
Por
isso é uma falácia qualquer afirmação que coloque os generais como traidores,
sobretudo o general Villas Boas (um dos alvos das críticas de Olavo), pois foi
não apenas o general Villas Boas que recusou a ordem da presidente Dilma para
os militares fecharem o Congresso em pleno julgamento do impeachment ao mesmo
tempo que foi o general um dos mais ativos para cobrar o STF pela manutenção da
prisão de Lula.
Precisamos
ser honestos com os fatos históricos e não é honesta qualquer afirmação que
coloque os militares como responsáveis pelo crescimento do comunismo durante o
regime militar, pois ao contrário os militares fizeram o que podiam para
impedir o avanço do comunismo ainda que com erros estratégicos, porém erros que
nem os próprios estrategistas da direita como Olavo perceberam (como ele mesmo
reconheceu ter percebido apenas nos anos 90)
COM
LULA E PT O BRASIL VIRARIA COMUNISTA
"O
total domínio do Brasil pelo comunismo é não apenas certo como absolutamente
inevitável. Não há mais como pará-lo. Vale a pena dar esse aviso: para aqueles
que ainda têm a ilusão de poder viver no Brasil como cidadãos livres aproveitem
para sair enquanto ainda tem um pouquinho de liberdade porque isto vai acabar”
Olavo de Carvalho
O
comunismo no Brasil é inevitável (vídeo de 2008) a partir do minuto 06:30 a
fala dita acima
Olavo
errou feio porque o diagnóstico que fez do papel dos militares durante o regime
militar e durante as diretas também foi errado. E mais uma vez erra ao duvidar
da lealdade da cúpula militar e do vice Mourão.
Os
militares estrategicamente percebendo que a guerra cultural havia sido perdida
no início dos anos 80 apostaram em blindar o Exército (pois tendo o controle da
força impediriam o controle total do comunismo) ao mesmo tempo que sabiam que o
destino inevitável de um governo socialista (como foi o petismo) seria a sua
própria ruína e perda de apoio popular, o único remédio (ainda que amargo) que
era possível visto que era impensável forçar a manutenção de um governo militar
fora das urnas e sem apoio popular. Essa estratégia está descrita na profética
frase do general Geisel (em 1974 iniciou a distenção gradual do regime militar)
e depois por Figueiredo em 1980
.
Portanto
se Olavo não entendia até o início dos anos 90 o que estava acontecendo no
avanço comunista no Brasil (tanto que votou em Lula em 89 e reconheceu que
somente depois começou a compreender o cenário da guerra cultural) ao contrário
dele os militares já sabiam o que aconteceria e preparavam a estratégia que era
possível aos militares dentro de um regime democrático que se abria: blindar o
Exército de uma doutrinação comunista no alto generalato. Se as forças
políticas de direita não aproveitaram o período para se organizarem (e tempo
teve de sobra a partir do governo Geisel) isso não é culpa e nem era tarefa dos
militares que tão somente exerciam uma função política por conta de um cenário
delicado que era a ameaça comunista. A função primordial dos militares nunca
foi fazer política ou organizar partidos políticos. Portanto, mais uma vez, a
crítica aos militares feita por Olavo é descabida e não condiz com os fatos
históricos.
Olavo
previu em 2008 que o domínio comunista seria total e inevitável. Uma década
depois os dois presidentes petistas foram uma impichada e o outro preso
Eu
previ em 2014 quando era improvável impeachment e menos ainda ascensão dos
militares que isso aconteceria até 2018 (livro Brasil o Lírio das Américas de
2014)
Os
fatos mostram quem tinha e tem razão
A
TENEBROSA ENTREVISTA PARA BIAL
Depois
de atacar os militares da cúpula do governo, em especial os generais Heleno e
Mourão por entrevistas dadas a Globo (Mourão ao jornal e Heleno a Bial) que
mostrariam supostamente medo, vaidade e subserviência à grande mídia por parte
dos generais, Olavo decidiu exatamente fazer o mesmo que condenava nos
generais: deu uma entrevista a Bial.
O
resultado foi desastroso (como o próprio leitor poderá conferir na entrevista
completa) pois não apenas Olavo fez o mesmo que condenou os generais terem
feito (serem entrevistados pela Globo) como ainda serviu de massa de manobra de
Globo, aproveitando o momento de calor e tensão de Olavo contra os generais
para usá-lo exatamente para atacar o governo dos militares (já que como
mostrado até aqui pelo próprio Bolsonaro o governo é sem dúvida militar e por
livre desejo do próprio Bolsonaro) e pior ainda, comparar Olavo a Jean Wyllis
(um ícone do marxismo) como dois patriotas do Brasil.
Curiosamente
nem Olavo e nem Carlos atacaram Bial com o mesmo entusiasmo que atacaram
Mourão. É possível observar ao longo de toda a entrevista como Bial manipula
Olavo para extrair o máximo de afirmações contrárias aos generais (e por tabela
ao próprio governo) com o claro intuito da Globo de enfraquecer o governo e
usando pra isso o suposto maior guru da direita. Seria cômico se não fosse
trágico o próprio guru da direita sendo manipulado para destruir o governo de
direita!!!
Entrevista
completa (na entrevista inclusive Bial da uma canelada, desnecessária,
mostrando o trecho no qual Olavo acusa os generais Heleno e Mourão de serem
entrevistados pela Globo, exatamente o que Olavo fazia naquele momento):
AFINAL
O QUE DESEJA OLAVO?
Durante
o jantar ocorrido em meados de março nos EUA que contou não apenas com Olavo
como com o próprio presidente Bolsonaro e autoridades locais, Olavo expôs na
coletiva para os jornalistas o que realmente deseja:
“Eu
quero mudar o destino da cultura do Brasil, décadas ou séculos à frente. Esse é
meu sonho, o governo que se foda, eu estou cagando para o governo. Eu sou Olavo
de Carvalho, não preciso do governo, minha filha. Eu sou um escritor, falo
direto com meu público, não preciso de um cargo do governo”
Será
que realmente quem apóia ou deseja o sucesso do governo Bolsonaro diria que
"está cagando para o governo"? Será que é cagando para o governo e o
sistema político que Olavo pretende adubar uma nova cultura brasileira? Uma
cultura anarquista ou apolítica, ditatorial talvez?
Pois
muito bem, Olavo acredita, na visão dele de mundo (que já se mostrou bem
atrasada para perceber o marxismo cultural e errada ao desacreditar dos
militares para conter o comunismo no Brasil) que cultura está acima da economia
e não apenas isso, que a cultura pode controlar a economia através daquilo que
ele (e Gramsci) chamam de "sociedade civil organizada", só que na
visão de Olavo não uma cultura como a revolução cultural de Gramsci (que
desejava destruir os alicerces judaico cristãos do Ocidente) mas uma maciça
influência da Igreja (católica, pois ele Olavo é católico) na formação das escolas
e doutrinação da sociedade para que essa crie os freios adequados na economia
como um meio termo para uma economia liberal e uma economia de burocratas. O
curto vídeo que ele mesmo explana sobre isso está aqui:
O
problema é que na prática o exemplo que ele Olavo citou (EUA) não seguiu esse
modelo que ele preconiza como um modelo americano, primeiro porque
majoritariamente o povo americano é protestante (e não católico) e segundo que
o mecanismo para controlar a sociedade (sobretudo na guerra civil americana,
100 anos depois dos pais fundadores) foi o desenvolvimento maciço do Exército e
da indústria através da metalurgia, armamentos e demais avanços da indústria
comercial, pois os americanos perceberam que era exatamente na produção maior e
na criação de um mercado maior (empregados que recebiam dinheiro e consumiam
pois acabara a escravidão) que o país cresceria, o que se repetiu nas décadas
seguintes onde diversas guerras alimentaram a indústria bélica americana que
sempre foi o grande motor industrial americano juntamente com o incentivo ao
consumismo que sempre permitiu a alta produção de serviços e riquezas e o alto
padrão econômico americano, gerando a satisfação que essa sim manteve o povo
apoiando o sistema e não por causa da Igreja.
O
“american way of life” é alicerçado no consumismo e na liberdade algo
totalmente antagônico ao controle clerical, sobretudo nos moldes da Idade Média
(governo absolutista, sem democracia, Igreja no poder). Portanto o sistema que
Olavo defende não tem qualquer ligação com o que aconteceu nos EUA.
Ou
seja, isso não tem absolutamente nada de grande influência católica na formação
da civilização americana, até porque a Igreja Católica apesar de bilionária
sempre ensinou aos fiéis o desapego aos bens materiais enquanto que toda a
cultura americana foi calcada no trabalho duro para conquistar em troca muito
consumo de bens materiais e assim fazer a América grande. Por isso o argumento
de que a Igreja é que cria um controle social que permite conter os
desequilíbrios da economia é um argumento totalmente falacioso, pois discorda
da realidade histórica dos fatos, sobretudo da realidade histórica americana
utilizada no exemplo (equivocado) de Olavo para defender a sua teoria. O que tornou
os EUA grande foi a consciência da nação que eles (através do Exército) deveriam
ser os garantidores da liberdade no mundo e para isso precisariam sempre
desenvolver a indústria, sobretudo a bélica, desenvolvimento esse que garantiu
o amplo crescimento e consumismo da potência americana, não teve dedo nenhum da
Igreja, tanto não teve que os EUA lutaram na segunda guerra contra os facistas
(Itália) que haviam dado o território do Vaticano para a Igreja Católica no
tratado de Latrão em 1929.
Portanto,
em hipótese alguma no contexto histórico é possível apontar que o sucesso da
economia americana ou da sociedade americana se deveu a uma interferência cultural
católica
O
grande erro da visão de Olavo sobre o que é cultura é acreditar que a MORAL
depende essencialmente da religião (e mais especificamente da religião
católica).
A
maioria dos códigos de leis utilizados no mundo tem exatamente as mesmas bases
morais ocidentais da cultura judaico cristão e nem por isso você precisa ser
católico para seguir a lei ou mais ainda, ser de alguma religião para seguir os
preceitos legais da moral seja um ateu, um muçulmano, um umbandista, um
espírita, um maçom. Indo mais além: as leis (laicas) estão sempre acima da
religião, não importe sua crença religiosa. Se alguém achar que é Abraão e
tentar levar o próprio filho para um sacrifício de sangue porque ouviu Deus
mandar isso, independente do que essa pessoa acredite religiosamente falando,
ela será presa, pois a lei do Estado está acima da lei da Igreja ou da Bíblia.
Olavo
acredita firmemente (como mostra no vídeo a seguir) que os grandes problemas do
mundo surgiram exatamente a partir do enfraquecimento da Igreja (reforma
protestante, iluminismo, renascimento) inclusive negando a culpa da Igreja na
Inquisição, ou seja, o que Olavo acredita como solução para os dilemas da
economia no Brasil (e quiçá do mundo) é a volta do controle da Igreja Católica
sobre a sociedade como existia no Absolutismo da Idade Média o que também
explica o seu desprezo pelo governo e instituições políticas, já que no
Absolutismo das antigas era o monarca mandando e todo mundo obedecendo, com o
Exército submisso ao poder do rei e este ao poder “sacrossanto” da Igreja o que
nos leva a óbvia conclusão de que Olavo não luta pela democracia ou
aperfeiçoamento das instituições democráticas, mas ao contrário, as despreza
(literalmente cagando para elas), pois crê que somente a volta do controle da
Igreja sobre a sociedade poderá salvar o Brasil. Eis o vídeo (nesse vídeo uma
aula de humildade, chega a falar em nome de Jesus no minuto 04:19):
(a
partir do minuto 5:30)
Nesse
outro vídeo há a tentativa de mudar a história ao afirmar que a transformação
da Igreja Romana em religião oficial do Império (Cristianismo Romano) teria
enfraquecido a Igreja quando na realidade há farta documentação histórica,
inclusive de bulas papais, afirmando que claramente ao se tornar religião
oficial do Império e instaurar a Inquisição a Igreja se tornou, na prática, o
poder Judiciário da época que julgava e condenava quem cometesse heresia
(leia-se fosse contrário aos interesses do monarca e da Igreja). Nessa época
sim, a Igreja era não apenas um poder do Estado, mas também um agente
controlador da sociedade (pela via cultural) influenciando a economia,
exatamente a idéia que Olavo apresenta como a solução para os problemas
econômicos do Brasil e que erroneamente associa ao que foi implantado pelos
pais fundadores nos EUA:
A
visão romântica que Olavo tem da Idade Média e sobre o papel da Igreja é tão
deturpada que ele desacredita a relatividade de Einstein, a teoria de Darwin e
o próprio heliocentrismo de Galileu (procurem a vontade os vídeos que ele
próprio fala sobre isso no youtube) por uma razão muito simples: os três
luminares discordam frontalmente da Igreja (Galileu por pouco não foi para a
fogueira pelas mãos da Inquisição) por isso Olavo desacredita de três dos
maiores luminares da ciência, simplesmente porque ele Olavo acredita que a
Igreja está acima de todo o resto e a solução mágica para levar o mundo a
salvação como supostamente teria acontecido na “gloriosa” Idade Média.
A
maioria das olavates sequer entende o que Olavo defende, seus seguidores acreditam
que estão lutando contra o marxismo e pela salvação do Brasil quando na verdade
estão lutando por um projeto pessoal do seu guru que literalmente está cagando
para o governo e instituições e que acredita firmemente que é a cultura
católica da Idade Média que pode salvar o Brasil e controlar a economia. Se
você também acredita que essa é a saída, ok, sinta-se a vontade para continuar
sendo uma olavete, mas pelo menos saiba o que realmente está seguindo e
lutando.
Para
lutar contra o marxismo, socialismo, comunismo e demais governos antidemocráticos
você não precisa seguir Olavo. O fato dele ter percebido a ameaça comunista
(depois dos militares diga-se de passagem) não significa que a solução trazida
por ele para combater o marxismo seja a melhor e definitivamente não é,
sobretudo para quem entende o que é democracia e o que representa o Exército
nessa luta dede os anos 60
Meu
total apoio aos militares, pilar inquebrantável da democracia e cúpula de notáveis
que tem ajudado o presidente Bolsonaro a colocar o Brasil no rumo certo. Meu
total repúdio aqueles que tentam enfraquecer o governo tentando jogar o
presidente contra os militares. Isso sim é trair o projeto que a maioria da
população, democraticamente votou, pois ao contrário do que Olavo pensa, a
maioria dos eleitores do Bolsonaro votou nele pelos valores de moral e
disciplina do Exército que ele sempre exaltou e não por causa do Olavo. Há anos
a instituição militar é a mais respeitada e confiável entre os brasileiros e se
tem alguém que acha ter mais popularidade que os militares que pague pra ver:
vamos ver se os brasileiros ficarão ao lado de Bolsonaro e dos militares (já
que Bolsonaro reafirmou sua total confiança na cúpula militar) ou se voltarão
contra os militares e Bolsonaro em favor de Olavo.
Duvideodó.
Para
conhecer as profecias cumpridas que venho trazendo desde 2014 (previsão naquele
ano da queda do petismo e da ascensão dos militares ao poder até 2018) sobre o
cenário político e geopolítico brasileiro e mundial acesse: